24 de jun. de 2010

1 Néfi 1:1 BONS PAIS

Os bons pais são aqueles que amam seus filhos e procuram criá-los como Deus lhes ordenou. Néfi considerava seu pai Leí e sua mãe Saria bons. A palavra bom foi usada pelo próprio Deus durante a criação do mundo – quando Ele terminava uma etapa “via Deus que era bom [o que havia feito]” (Gênesis 1:10, 12, 18, 21, 25, 31). Esse adjetivo era o melhor que Néfi podia usar para descrever Leí e Sarah (e o melhor que Joseph podia traduzir). Seu pai Leí era um santo profeta que foi descrito por Néfi como um homem corajoso, de visão, de ação, de grandes palavras e de poder espiritual. De fato, Néfi humildemente dizia ter adquirido “alguma instrução em todo conhecimento de sua pai” (1 Néfi 1:1).

Sua mãe era uma mulher que amava os filhos profundamente. Ela suportou as dificuldades da dura viagem a Terra da Promissão mesmo numa idade avançada. Néfi relatou que no Sonho da Árvore da Vida sua mãe come do fruto da árvore – que é um símbolo do amor de Deus – provando que ela era uma mulher eleita (1 Néfi 8:13-16).

O Pai Celestial é o maior exemplo de um bom pai. Ele é justo e é misericordioso. Para sermos bons pais devemos seguir seu exemplo divino. Os bons pais não são identificados pela retidão dos filhos. Por exemplo, Leí e Saria não podiam ser considerados maus pais por causa dos rebeldes Lamã e Lemuel. Os resultados do mau uso do arbítrio dos filhos não determinam se os pais são bons ou não. Deus era um bom pai, e continuou a sê-lo, mesmo com a rebelião de Lúcifer.

Um bom pai é aquele que mostra grande amor, mesmo pelos filhos rebeldes e desobedientes. Leí não deixava de advertir seus filhos “com todo sentimento de um terno pai” (1 Néfi 8:37). Há várias referencias onde Leí procura exortar seus filhos. Ele foi verdadeiramente um bom pai.

Em suma, um bom pai prepara seus filhos para um futuro glorioso. O Salvador falou sobre o princípio da preparação ao ensinar sobre a Segunda Vinda: “Mas sabei isto: Se o bom pai de família soubesse a que vigília viria o ladrão, teria vigiado e não teria deixado minar a sua casa, mas estaria preparado.” (Joseph Smith – Mateus 1:47), Para sermos bons pais devemos vigiar orar e preparar a nós e nossa casa para o retorno ao lar celestial.

Presidente James E. Faust: “Quem são bons pais? Aqueles que com amor, fervor e sinceridade procuraram ensinar seus filhos por exemplo e por preceito a “orar e a andar em retidão perante o Senhor” (“As Ovelhas Que Se Desgarraram São Amadas”, A Liahona, Maio de 2003, pg. 61)

“Embora poucos desafios humanos sejam maiores do que o de ser bons pais, poucas oportunidades oferecem maior potencial de alegria. Certamente não há trabalho mais importante a ser feito neste mundo do que preparar nossos filhos para serem tementes a Deus, felizes, honrados e produtivos. Os pais não encontrarão maior felicidade e realização do que a de serem honrados por seus filhos e vê-los seguir seus ensinamentos. Essa é a glória da paternidade. João testificou: “Não tenho maior gozo do que este, o de ouvir que os meus filhos andam na verdade” (III João 1:4).

Em minha opinião, ensinar, educar e treinar os filhos exige mais inteligência,compreensão intuitiva, humildade, força, sabedoria, espiritualidade, perseverança e trabalho árduo do que qualquer outro desafio na vida. (...)

Que os pais conscientes, carinhosos e dedicados, que vivem os princípios da retidão o melhor possível tenham o consolo de saber que são bons pais, apesar dos atos de alguns de seus filhos. Os filhos, por sua vez, têm a responsabilidade de ouvir, obedecer e aprender o que lhes é ensinado. Os pais não podem sempre responder pela má conduta dos filhos, porque não podem garantir que eles se comportem bem. Certos filhos poriam à prova até a sabedoria de Salomão e a paciência de Jó. (“Mil Laços de amor”, A Liahona, outubro de 2005, pg. 3, 5-6)

Élder L. Tom Perry: “Procurei ensinar à minha família que o mérito pelo sucesso que alcançamos na vida pertence, na verdade, a nossos pais que nos proporcionaram um maravilhoso início. Meu pai era trabalhador, um bom provedor e um grande exemplo de serviço, honra e integridade. Amava a família e reservava um tempo para nós em sua vida atarefada. Minha mãe sempre estava junto de nós para ensinar-nos e incentivar-nos. Era uma ótima dona de casa, muito cuidadosa, excelente administradora das finanças domésticas e uma cozinheira maravilhosa. Honro e amo muito meus pais.” (“Compartilhar o Legado da Família”, A Liahona, setembro de 2006, pg. 14).

Sharon G. Larsen, que foi Segunda Conselheira da Presidência Geral das Moças: “É preciso despender muito tempo e energia a fim de sermos bons pais. Seria mais fácil deixar que meus filhos adormecessem diante da televisão enquanto arrumo a casa de noite e depois colocá-los na cama, em vez de ler as escrituras e as histórias para eles e fazer as orações, para a seguir acomodá-los na cama. Eles, de fato, aguardam ansiosamente esse ritual noturno, e eu sei que esse investimento, mesmo quando estou muito cansada, terá conseqüências eternas”. (“Não Temas; Porque Mais São os Que Estão Conosco”, A Liahona, janeiro de 2002, pg. 14).

Presidente Gordon B. Hinckley: “O que o Senhor espera dos santos dos últimos dias? O que Ele espera que façamos? Ele espera que sejamos pessoas boas, que sejamos bons pais que amam sua esposa, que amam seus filhos, que honram o sacerdócio, que procuram fazer as coisas de um modo um pouco melhor, que procuram ser um pouco mais íntegros na vida — homens bons, fiéis e maravilhosos. (...). Para vocês mulheres e mães, sejam boas esposas. Apóiem seu marido. Tratem-no com bondade. (...) Ajudem-no em tudo que ele fizer. Sejam boas mães para seus filhos. (...) Criem-nos com amor. Vocês, filhos, considerem seus pais os seus melhores amigos. Ouçam o que eles dizem. Façam o que eles pedem, pois é isto que o Senhor pediu a Seu povo: Que os filhos sejam criados em luz e verdade e amor.” (Reunião, Nouméa, Nova Caledônia, 17 de junho de 2000; publicado na A Liahona, Junho de 2004, pg. 5)

Presidente Brigham Young: “Vivamos de modo que o espírito de nossa religião esteja sempre conosco; assim teremos paz, alegria, felicidade e contentamento. Isso dá origem a bons pais, boas mães, bons filhos, bons lares, vizinhos, comunidades e cidades. Vale a pena viver por ele e creio sinceramente que os santos dos últimos dias devem esforçar-se para alcançar esse objetivo.” (“Ensinar a Família”, Ensinamentos dos Presidentes da Igreja, Brigham Young, pg. 171)

Irmão Marion D. Hanks: “Suponhamos que você vá dar uma aula ou um discurso para um grupo de jovens santos dos últimos dias sobre o tema das primeiras palavras do Livro de Mórmon: “Eu, Néfi, tendo nascido de bons pais (...) (1 Néfi 1:1). Não seria muito difícil, não é? Além do mais, provavelmente não existe fato mais universalmente aceito: de que é uma vantagem maravilhosa ter nascido de bons pais e num lar onde a criança é desejada e será amada, treinada, ensinada e receberá bons exemplos.

Suponhamos, contudo, que você esteja bem familiarizada com o grupo para o qual dará sua aula e saiba que entre eles há alguns jovens a quem esta lição, se ensinada da maneira usual, causaria sofrimento, desconforto e embaraço. Lá está João, cujos pais deram-lhe maus exemplos e separaram-se ou divorciaram-se, após constantes e amargas controvérsias, até mesmo trágicas deslealdades. João está tentando levar uma vida normal, ansioso e determinado a ser alguém e a preparar-se para ter seu próprio lar feliz. Vemos Patrícia, cujos familiares escolheram um curso diretamente oposto ao que uma vez seguiram e que ela própria deseja viver. Do outro lado da sala está Roberto, que ama o pai, mas está confuso porque este considera a caça, pesca e futebol, talvez até o álcool e o fumo, mais importantes do que suas oportunidades no sacerdócio. Como ensinará você esta lição tendo esses jovens no grupo?

Comece por encarar a situação honestamente, reconhecendo que embora todos nós entendamos que gozo de uma herança desejável é uma grande bênção, muitos pais e lares não são o que deveriam ser. Freqüentemente, jovens dedicados e corajosos exercem boa influência sobre os pais e o lar, o que é elogiável; mas muitas vezes, infelizmente, é muito pouco o que os filhos podem fazer para mudar os pais, mesmo que esses jovens estejam tentando resolutamente melhorar sua herança. O que podemos e devemos ensinar é que embora não tenhamos condições de fazer muito para melhorar os pais, podemos fazer tudo para melhorar a nós mesmos e escolher que tipo de pais nossos filhos terão! Utilizando a grande afirmação da escritura: “Eu, Néfi, tendo nascido de bons pais (...)” podemos ensinar com sinceridade e com a devida ênfase: “Eu, João, desejando sinceramente tornar-me um dia um bom pai (...)”

Alguém disse: “é muito bom ser de boa descendência, mas a glória é dos antepassados.”

Tornar-se um bom pai ou mãe é um desafio e meta adequada aos jovens mais fortes e determinados, e o cumprimento desta meta repousa diretamente sobre os ombros do indivíduo. A pessoa pode tornar-se o que sinceramente deseja e quer ser (...) Os jovens têm dentro de si agora as sementes do futuro. Sob circunstâncias e expectativas normais, chegará o dia em que alguém os chamará de “pai” ou “mãe” e será tremendamente influenciado pelo tipo de pais que eles são. Como pais em perspectiva, os jovens precisam aprender a importância maravilhosa da boa herança, mas podem ser ensinados sobre esse assunto pelas escrituras, numa forma estimulante e inspiradora que lhes proporcionará o desafio e o incentivo de se tornarem “bons pais”. (“I, Johnny, Parent-to-Be...”, “Eu, João, que um Dia Serei Pai...”, Improvement Era, fevereiro de 1961, pp. 97, 113. – citado no Manual das Moças, Volume 3, “Herança” lição 19, pg. 68-69).

7 de jun. de 2010

Os Mistérios de Deus e a Doutrina Profunda

Gostaria de sugerir uma diferença entre os Mistérios de Deus e a doutrina profunda. Nas aulas da Igreja, e nas conversas sobre o evangelho às vezes encontramos a expressão doutrina profunda. Ela sempre esta associada há algo pouco conhecido, pouco citado nos discursos das autoridades gerais, e bem pouco mencionado nas obras-padrão. Não encontramos a expressão doutrina profunda nas escrituras. Mas encontramos mistérios de Deus (1 Néfi 10:19) ou segredo de Deus (Amós 3:7).
O Guia de Estudo das Escrituras define mistérios de Deus como “verdades espirituais que só podem ser conhecidas por revelação” (GEE Mistérios de Deus). A doutrina profunda pode ser entendida como os dogmas ocultos e secretos que poucos conhecem ou entendem.

Qual a diferença entre mistérios de Deus e Doutrina profunda?
Os mistérios de Deus só são conhecidos por revelação. A doutrina profunda é encontrada por especulação. Não é fácil conhecer os mistérios de Deus – há necessidade de limpeza de mãos e pureza de coração (tanto as obras da fé quanto as intenções do coração devem ser justas).
É razoavelmente fácil desvendar-se as doutrinas profundas – basta curiosidade, imaginação e extremo anseio por algo misterioso. Os mistérios de Deus sempre edificam (D&C 6:11), as doutrinas profundas sempre causam contendas e divergências de opiniões (Helamã 11:22-23). Os mistérios de Deus emanam, como o nome sugere, de Deus. Mas as doutrinas profundas são quase sempre meias-verdades – escrituras puras corrompidas com filosofias de homens. A doutrina profunda é motivada por Satanás, porque causa erro (3 Néfi 11:28-29). É uma das ferramentas de quem pratica artimanha sacerdotal (2 Néfi 26:29). Os mistérios de Deus são essenciais para exaltação. Eles são conhecidos somente se Deus permitir ao que exercita fé, faz boas obras sem cessar, se arrepende e ora com real intenção (Alma 26:22). Eles são revelados pelo Santo Espírito de Deus (D&C 90:14, D&C 121:45-46) – raramente são mencionados nas escrituras e na fala dos profetas – porque estes são instrumentos para se obter os mistérios. Eles não estão disponíveis no mundo (Jacó 4:8, D&C 42:65, Mateus 13:11). Entretanto muito desses mistérios são reservados aos santos que sobem à Casa de Deus (D&C 105:12, 18; 110). Lá é ensinado o caminho para perfeição, o mistério da Divindade (D&C 19:10; 84:19-22).
Quero dar alguns exemplos de doutrina profunda: “O que vem a ser, e qual a diferença entre curelons e cumons?”; “Qual a temperatura de um corpo celestial?”; “Adão tinha umbigo?”; “Onde esta a espada de Labão?”
Embora essas perguntas sejam interessantes e até instigantes, as repostas não são essenciais para exaltação, nem edificarão os atributos de Cristo necessários para viver com Deus. Os mistérios de Deus são verdades preciosas muito mais recompensadoras, por exemplo:
“Como posso assegurar minha vida eterna ao lado de Deus?”; “Qual o significado dos símbolos do sacerdócio?”; “Como a Expiação pode ajudar-me neste momento de extrema dificuldade?”; “Quem é o Espírito Santo e como ele pode revelar-me tal verdade?”
Os mistérios de Deus sempre conduzem a ação justa. Eles sempre nos tornam mais parecidos com Deus. Devemos buscá-los. Mas não é útil buscar conhecer doutrinas profundas que causarão bagunça na mente e apostasia no coração.
Gosto muito da história da conversa entre Cristo e a mulher Samaritana em João 4. Lá há uma clara distinção entre uma doutrina profunda e um mistério de Deus. A mulher, reconhecendo que Jesus tinha dons especiais quis saber onde ela deveria adorar: se em Jerusalém ou em sua própria terra (João 4:19-20). Aquela questão já causara muitos alardes e confusão entre judeus e samaritanos. Cristo propôs algo muito mais importante: o Pai estava buscando os verdadeiros adoradores. Este mistério ele viera revelar. Tão logo Jesus falou sobre o Pai, que era Espírito, ou se importava com as coisas do Espírito – era espiritual (João 4:21-24), ela disse: “Eu sei que o Messias (que se chama o Cristo) vem; quando ele vier nos ensinará tudo” (João 4:25). Jesus Cristo revelou que ele era Jeová e o messias prometido (João 4:26). A revelação daquele mistério gerou a conversão e não a contenda. Os mistérios levam às águas vivas (João 4:14). E aquele tipo de mistério podia ser divulgado. Há outros que não o devem.

Como aprender os mistérios de Deus e qual sua importância?
“É dado a muitos conhecer os mistérios de Deus; é-lhes, porém, absolutamente proibido divulgá-los, a não ser a parte de sua palavra que ele concede aos filhos dos homens de acordo com a atenção e diligência que lhe dedicam. E, portanto, aquele que endurecer o coração receberá a parte menor da palavra; e o que não endurecer o coração, a ele será dada a parte maior da palavra, até que lhe seja dado conhecer os mistérios de Deus, até que os conheça na sua plenitude. E aos que endurecerem os corações, a eles será dada a menor parte da palavra, até que nada saibam a respeito de seus mistérios; e serão daí escravizados pelo diabo e levados por sua vontade à destruição. Ora, é isto o que significam as correntes do inferno” (Alma 12:9-11).
Os mistérios de Deus levam a vida eterna (D&C 6:7). Deixar de aprendê-los é o mesmo que deixar-se ser amarrado por Satanás (2 Néfi 1:21-27).
É preciso ter a confiança de Deus. Ele é misericordioso e deseja revelar seus mistérios a seus filhos (D&C 76:5-10). De fato, ele o faz abundantemente. Todavia há requisitos. Se um mistério for revelado sem que os requisitos sejam atingidos não há benção – há maldição (Jacó 4:14). Se recebêssemos todos os mistérios com nossa mente finita, neste instante, apostataríamos – pois não podemos suportar tudo agora (D&C 50:40, 78:18, 136:37). O Senhor se revela linha sobre linha, preceito sobre preceito (2 Néfi 28:30). Quando ele o faz exige que seu segredo seja mantido em sigilo (Alma 12:9). Isso para que haja salvação, em vez de condenação (João 16:12). Seu segredo é para os que o temem (Provérbios 3:32). Esse conhecimento é essencial para vida eterna e felicidade sem fim (D&C 11:7, 42:61; 2 Néfi 9:43).
Aprendemos esses mistérios tendo um desejo forte (Alma 29:4, Salmos 37:4, 1 Néfi 10:19). Pedindo com real intenção (Moroni 10:3-5). Guardando os mandamentos (D&C 63:23). Tendo paciência para aguardar a resposta e esperança de que um dia receberemos o entendimento. Vigiando e orando (3 Néfi 18:15), ou em outras palavras, prestando atenção à revelação, estando em espírito de oração. Freqüentando lugares santos. Sendo gratos e humildes. Pedindo mais. Examinando com diligência as obras-padrão (João 3:39, Alma 17:2-3) e palavras dos profetas vivos (Mosias 2:9). Também atentar para as interações com as pessoas e com a Criação. Não revelando o que já recebemos a menos que o Espírito indique (ver também D&C 88: 49-86).

“Que poder deterá os céus? Seria tão inútil o homem estender seu braço débil para deter o rio Missouri em seu curso ou fazê-lo ir correnteza acima, como o seria impedir que o Todo-Poderoso derramasse conhecimento do céu sobre a cabeça dos santos dos últimos dias” (D&C 121:33).
A vida eterna é conhecer a Deus e a Jesus Cristo (João 17:3). Esse conhecimento vem por revelação. Satanás esforçasse muito para que a comunicação sagrada seja interrompida. Ele cria desvios e distrações para que os mistérios não nós sejam revelados. Se não entendermos a verdade seremos aprisionadas por ele. Se nos contentarmos em conclusões especulativas pecaremos. É muito melhor, como Joseph Smith disse, olhar para o céu e compreender em cinco minutos, mais do que tudo o que foi escrito sobre o assunto.
Eu sei que há mistérios ocultos e sagrados.Sei disso, porque já recebi alguns deles. Evidentemente eu não os revelo neste blog! Nem ouso comentar sobre eles nas aulas e conversas. Às vezes, por inspiração de Deus eu os compartilho – e eles sempre edificam. Nessas ocasiões freqüentemente recebo mais deles. Sei como recebê-los. Não há nada que o Senhor não saiba. Tão logo eu esteja pronto compreenderei tudo, tal como Ele. E nessa ocasião terei Vida Eterna. Sei disso.

4 de jun. de 2010

Morôni 7:3 – Para quem foi dirigido as palavras de Mórmon

 Esse discurso de Mórmon é para os membros da Igreja. Na verdade ele fala a um grupo especifico de membros da Igreja: aqueles que receberam esperança suficiente para entrar no descanso do Senhor “de agora em diante”. Parece que ele fez esse discurso na sinagoga, para os que haviam acabado de receber a certeza de exaltação ou para aqueles que estavam próximos de serem considerados “filhos de Cristo”. Ele então descreve o que é esperado dos filhos de Cristo.
Havia pouco justos na época de Mórmon e Morôni, é verdade, mas havia alguns...

2 de jun. de 2010

Luz e Verdade

D&C 93 é uma das sessões mais profundas de Doutrina e Convênios.
As palavras luz, verdade e inteligência são encontradas juntas em apenas três versículos de todas as obras padrão, dois deles estão nesta sessão. Isso é significativo ao se considerar o significado importante dessas palavras no Plano Eterno de Deus.
Importantes definições e correlações são feitas nesta sessão (quando houver somente a menção de versículos abaixo, entre parênteses, eles se referirão a D&C 93):

O que é verdade?
Há tanta confusão no mundo sobre o que vem a ser verdade. Para muitos a verdade são considerações relativas – que variam de acordo com as necessidades. Que erro! Embora exista maneiras de se ver o mundo, a maneira de Deus é a correta – e, portanto, existe uma verdade absoluta. A profunda declaração de Jacó, foi repetida em D&C 93:
A “verdade é o conhecimento das coisas como são, como foram e como serão” (v. 24)
“O Espírito da verdade é de Deus. [Cristo é] o Espírito da verdade. (...) Ele recebeu a plenitude da verdade, sim, toda a verdade” (v. 26). Por isso ele declarou: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida” (João 14:6). O Salvador é personificação da verdade. A verdade é a reunião de todo conhecimento. O conhecimento gera poder de ação. “Toda verdade é independente para agir por si mesma na esfera em que Deus a colocou (...); caso contrário, não há existência” (v. 30). Vemos, portanto que a verdade é: (1) um conhecimento das coisas (que são, que foram, que serão); e (2) é a capacidade de ação que é colocada numa esfera que possa agir.
Por ser Cristo onisciente ele é a própria Verdade. Essa verdade não é adquirida por quantidade de informações. Ela é a soma de todo conhecimento bom colocado em prática, daí a necessidade da investidura de ação. “E homem algum recebe a plenitude a não ser que guarde seus mandamentos. Aquele que guarda seus mandamentos recebe verdade e luz, até ser glorificado na verdade e conhecer todas as coisas.” (v. 27-28). Vemos que a luz esta relacionada intimamente com a verdade.
O Espírito Santo ensina toda verdade (Morôni 10:5). Ele também pode ser chamado de Espírito da Verdade.

O que é luz?
A luz é a energia divina que vem de Cristo: “eu sou a verdadeira luz que ilumina todo homem que vem ao mundo” (v. 2) Por ser Cristo onipotente ele é própria Luz. A Luz é o poder que concede e permite a vida (D&C 88:7-13). É a luz que nos faz entender a verdade, quase sempre é sinônimo de revelação, ou entendimento dos céus: “E dou-vos estas palavras, para compreenderdes e saberdes como adorar e saberdes o que adorais, para que venhais ao Pai em meu nome e, no devido tempo, recebais de sua plenitude.” (v. 19) “Aquilo que é de Deus é luz; e aquele que recebe luz e persevera em Deus recebe mais luz; e essa luz se torna mais e mais brilhante, até o dia perfeito. E também em verdade vos digo e digo para que conheçais a verdade, para que afugenteis as trevas do meio de vós” (D&C 50:24-25). A verdade aponta para luz, e a luz concede mais verdade, em outras palavras: quanto mais conhecemos as coisas como realmente foram, são e serão, mais poder recebemos para agir de acordo com esse conhecimento. Isso nós faz mais inteligentes.

O que é inteligência?
Inteligência é “a luz da verdade, [que] não foi criada nem feita nem verdadeiramente pode sê-lo” (v. 29). Inteligência é o resultado da soma de luz e verdade. “A glória de Deus é inteligência ou, em outras palavras, luz e verdade” (v 36). O Senhor é a luz e a verdade, é o ser mais inteligente de todos: “Estes dois fatos realmente existem, que há dois espíritos, sendo um mais inteligente que o outro; haverá um outro mais inteligente que eles; eu sou o Senhor teu Deus, eu sou mais inteligente que todos eles.” (Abraão 3:19). A glória de Deus vem por sua inteligência. Inteligência é luz (poder) e verdade (conhecimento). A glória nos é concedida à medida que crescemos em luz e em verdade. A obra e glória de Deus é levar a efeito a imortalidade e a vida eterna a seus filhos (Moisés 1:39). Cristo recebeu toda glória do Pai (v. 16-17). E nós também podemos receber a mesma glória que o Pai desfruta hoje: “Porque se guardardes meus mandamentos, recebereis de sua plenitude e sereis glorificados em mim como eu o sou no Pai; portanto digo-vos: recebereis graça por graça.” (v.20). Ou seja, nós podemos ser como nosso Pai e Cristo, dês de que guardemos os mandamentos – vamos crescer de graça em graça, um pouco aqui, um pouco ali.

Qual a relação entre luz, verdade e inteligência? E porque isso é importante?
O presidente Henry B. Eyring, na época membro do Quorum dos Doze disse: “O Espírito Santo é o Espírito da Verdade. Sentimos paz, esperança e alegria quando ele diz ao nosso coração e à nossa mente que alguma coisa é verdadeira. Quase sempre, tenho também uma sensação de luz. Qualquer sensação de escuridão que eu tiver se dispersa e aumenta o desejo de fazer o que é certo. O Senhor prometeu que vocês também passariam por tais experiências. Eis o que Ele disse, como se encontra em Doutrina e Convênios: “E agora, em verdade, em verdade eu te digo: Põe tua confiança naquele Espírito que leva a fazer o bem—sim, a agir justamente, a andar em humildade, a julgar com retidão; e esse é o meu Espírito. Em verdade, em verdade eu te digo: Dar-te-ei do meu Espírito, o qual iluminará tua mente e encher-te-á a alma de alegria” (D&C 11:12—13).” (Serão do SEI para Jovens, 10 de setembro de 2006, Universidade Brigham Young).
O profeta Alma disse ao ensinar sobre quando experimentamos a Palavra de Deus: “Oh! então isto não é real? Digo-vos que sim, porque é luz; e o que é luz é bom, porque pode ser discernido; portanto deveis saber que é bom; (...) (Alma 32:35).
Observe a descrição do caráter de Daniel pela rainha: “Há no teu reino um homem que tem o espírito dos deuses santos; e nos dias de teu pai se achou nele luz, e inteligência, e sabedoria, como a sabedoria dos deuses; e teu pai, o rei Nabucodonosor, sim, teu pai, ó rei, o constituiu chefe dos magos, dos encantadores, dos caldeus, e dos adivinhadores; porquanto se achou neste Daniel um espírito excelente, e conhecimento e entendimento para interpretar sonhos, explicar enigmas e resolver dúvidas, ao qual o rei pôs o nome de Beltessazar. Chame-se, pois, agora Daniel, e ele dará a interpretação. (Daniel 5:11-12)
O Apóstolo Paulo ensinou: “pois outrora éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor; andai como filhos da luz (pois o fruto da luz está em toda a bondade, e justiça e verdade), provando o que é agradável ao Senhor.” (Efésios 5:8-10)
Deus ensinou e ordenou aos pais: “A glória de Deus é inteligência ou, em outras palavras, luz e verdade. A luz e a verdade rejeitam o ser maligno. Todo espírito de homem era inocente no princípio; e Deus, tendo redimido o homem da queda, os homens tornaram-se outra vez, em sua infância, inocentes perante Deus. E vem o ser maligno e tira a luz e a verdade dos filhos dos homens pela desobediência e por causa da tradição de seus pais. Eu, porém, ordenei que criásseis vossos filhos em luz e verdade” (v.36-40).
“E se vossos olhos estiverem fitos em minha glória, todo o vosso corpo se encherá de luz e em vós não haverá trevas; e o corpo que é cheio de luz compreende todas as coisas.” (D&C 88:67)
“A luz do corpo são os olhos; se, pois, teus olhos forem bons, todo o teu corpo será cheio de luz; Se, porém, teus olhos forem maus, todo o teu corpo será cheio de trevas. Se, pois, a luz que em ti há são trevas, quão grandes são essas trevas! Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro ou há de apegar-se a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom.” (3 Néfi 13:22-24)
“Pois em verdade vos digo que eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, a luz e a vida do mundo – uma luz que resplandece nas trevas e as trevas não a compreendem.” (D&C 45:7)

Tendo essas escrituras em mente aprendemos que quanto mais luz e verdade temos mais próximos de Deus ficamos. Satanás é o pai das mentiras, e procura tirar a luz e a verdade dos homens. De fato, ele é um ser sem luz que procura nossa destruição: “E [Enoque] viu Satanás; e este tinha uma grande corrente na mão, que cobria de trevas toda a face da Terra; e ele olhou para cima e riu; e seus anjos rejubilaram-se.” (Moisés 7:26).
Ou escolhemos a Deus e sua luz ou a Satanás e as trevas. Quanto mais próximos estivermos da luz mais compreensão de todas as coisas teremos. A vida eterna é o conhecimento de Deus e Jesus Cristo (João 17:3). Esse conhecimento vem por revelação e ele nos liberta das trevas, do pecado e da morte. Obter luz e verdade ajuda-nos a ser felizes. Quanto mais luz e verdade temos, mas felizes nos tornamos, pois mais parecidos com Deus ficamos. Sim, quanto mais inteligentes nos tornamos, mas semelhantes a Deus seremos. E cresceremos em glória para vida eterna.
Alguns, entretanto, mesmo vislumbrando quão grandes bênçãos Deus tem aos que o amam, preferem não andar na luz de Deus: “Quem há entre vós que tema ao Senhor, que obedeça à voz de seu servo, que ande em trevas e não tenha luz? Eis que todos vós, que acendeis fogo e vos cingis com faíscas, andais na luz do vosso fogo e entre as faíscas que acendestes. Isto tereis de minha mão – em tormento jazereis.” (2 Néfi 7:10-11)
Obter luz e verdade (tornar-se mais inteligente) deve ser o anelo de todo filho de Deus. Mas como fazê-lo? Como obter mais luz e verdade?
A resposta já foi dada nos versículos que apontei: devemos guardar os mandamentos (v. 20). A oração, que é um mandamento, tem um papel relevante para obtermos luz e verdade: “O que digo a um digo a todos; orai sempre, para que o ser maligno não tenha poder em vós e não vos remova de vosso lugar” (v. 49). A oração sincera convida a revelação. E essa revelação sempre nos faz mais inteligentes.

Um exemplo prático. Ao acordamos dobramos nosso joelho e oramos agradecendo por um novo dia. Isso nos acrescenta luz e verdade. Ao sairmos de casa para trabalhar oramos por proteção – isso nos acrescenta mais luz e verdade. Ao interagirmos com as pessoas transmitimos amor, preocupação e falamos de Cristo – isso nos dá mais luz e verdade. Entretanto, se cedermos à tentação, e olharmos uma imagem pornográfica ou a pensarmos mal de alguém, por exemplo, isso nos tira luz e verdade – e a luz que havia em nós se torna trevas. Afastamo-nos de Deus, pois pecamos, e precisamos do arrependimento para voltar a receber luz e verdade.
Sei que podemos receber luz e verdade diariamente e crescer dia a dia, até o dia perfeito. Por causa da Expiação de Jesus Cristo, que trouxe uma luz que nunca será obscurecida, o mundo pode ser redimido se guardar os mandamentos. Por meio do Espírito Santo toda verdade pode nos ser revelada, e se o for estaremos cheios de luz e seremos como Deus – tento glória eterna – sendo felizes para sempre.