31 de dez. de 2012

Ocasião certa


Há uma história que conheço muito bem. Ela é pessoal. Compartilho-a tão somente com a esperança que ajude alguns de meus irmãos e irmãs a tomarem a decisão certa no momento certo. Ela refere-se a um rapaz e uma moça que se amavam muito. Eles eram jovem, e eram conversos à Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Por se amarem desejavam casar-se no Templo de Deus - para selarem sua união para eternidade. O primeiro passo era passar por uma entrevista com o bispo. No dia da entrevista, o bispo, inspirado pelo Senhor, tinha outros planos para o casal. Chamou primeiro à sua sala, o rapaz. Em nome do Senhor Jesus Cristo o desafiou a fazer uma missão de tempo integral. Aceitar esse chamado significava adiar o casamento por cerca de dois anos. Eles já eram noivos e tinham planos para se casar em alguns meses. Entretanto, o rapaz aceitou. Quando ele saiu da sala imediatamente o bispo chamou a moça para uma entrevista, e sem contar nada da decisão do noivo dela, desafiou-a a fazer uma missão de tempo integral. A moça ficou surpresa - todavia, aceitou o chamado. Ela, porém, ficou hesitante - pois não sabia como contaria a respeito de sua decisão a seu noivo.
Assim que a moça saiu do bispado, ambos se surpreenderam com a decisão que haviam tomado.

Naquela noite ao saírem da capela e refletirem no seu amor e compromisso um para com o outro pensaram em dizer ao bispo, na manhã seguinte, que seria um domingo, que preferiam casar-se - e deixar a missão para uma oportunidade futura. Eles se amavam! Compreendiam que o Casamento no Templo era uma ordenança do evangelho para salvação - e, portanto, muito mais importante que uma missão de tempo integral.
Na manhã seguinte, quando o rapaz e a moça chegaram juntos na capela para as reuniões dominicais foram surpreendidos - pois todos os membros vieram cumprimentar-lhes. O bispo havia espalhado a noticia de que haviam decidido fazer missão. Ao serem carinhosamente encorajados sentiram que não lhes restava opção: haviam se comprometido com o Senhor e Sua Igreja.
Assim, Élder Guerreiro foi servir honrosamente ao Senhor na missão Rio de Janeiro, mas logo a missão se dividiu e ele passou boa parte de seu serviço de tempo integral na missão Brasília. Sister Moura serviu com grande vigor na missão na missão Rio Grande do Sul. Três meses após retornarem de seu serviço missionário, Antonio Guerreiro e Miriam Moura casaram-se no Templo de São Paulo. Dessa união abençoada seis filhos vieram - o primeiro sou eu, que vos conta essa história. Servi missão em Curitiba, meu irmão, na Bahia - e meus outros irmãos servirão ainda - quando tiverem a idade apropriada. Nós nutrimos um desejo enorme pela obra missionária e crescemos em um lar forte na fé em Cristo. Meus pais são rápidos em confessar que as bênçãos que colheram e colhem estão todas relacionadas a missão que fizeram. A missão lhes deu perspectiva, mais fé e mais coragem.
Cresci ouvindo as histórias incríveis de meus pais em suas missões. Por causa da sua decisão corajosa de fazer o certo no momento certo minha família foi estabelecida na Rocha do Redentor. Meu pai acredita que se não tivesse servido missão nossa família não existiria. Ele fala que as diversas provas pelas quais passou na vida de casado e como chefe de família só puderam ser sobrepujadas pela "reserva" que fez em sua missão (D&C 4: 4).
O Casamento no Templo, com a pessoa certa, é importante - é vital. Mas casar-se no momento certo é igualmente importante. Como sou grato aquele bispo que cumpriu corajosamente seu dever e chamou meus pais para servirem como missionários. Ele sabia que havia algo que deveria anteceder aquela união abençoada. Sou grato também aos irmãos da Igreja, que com um sorriso e um aperto de mão encorajaram meus pais a servirem antes de se casarem. E como sou grato a Deus por tudo o que aconteceu, da maneira como aconteceu. Essa história, que é a história de meus pais - e a minha história também - ensina-me que devo procurar fazer o certo na ocasião certa.
O Élder Daliin H. Oaks disse: “Em todas as decisões relevantes de nossa vida, o mais importante é fazer a coisa certa. Em segundo lugar, apenas um pouco abaixo da primeira, é fazer a coisa certa na ocasião certa." (https://www.lds.org/liahona/2003/10/5?lang=por). Que possamos sempre fazer o certo no momento certo!

21 de dez. de 2012

Página no Facebook!

Inaugurada a página do blog no facebook. Acesse, curta e comente!


O propósito de criar uma página no facebook é divulgar o blog - e consequentemente as informações e mensagens de seu conteúdo. A página, entretanto, será bem mais dinâmica, didática e sintética. Acesse a página e dê sua opinião.

17 de dez. de 2012

Religiões Tradicionais


Estudos das Religiões: Religiões Tradicionais

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                "Elas já foram chamadas religiões primitivas: o termo significava sem cultura, sem técnica e fazia pensar em seres ainda no início da escala da evolução humana. Atualmente antropólogos e demais estudiosos preferem chamá-las de religiões tradicionais, pois representam a mais antiga forma de expressão da religiosidade humana. Em comum elas têm a ideia de que o Ser Supremo está escondido dos homens, mas revela-se na natureza e comunica-se através de divindades inferiores." (Rosângela Vegetti, "Religiões", Volume 2, Editora "Mundo e Missão", pg. 169).
                As religiões tradicionais aqui tratadas referem-se especialmente as crenças dos povos africanos, dos indígenas americanos e da Oceania. Há hoje cerca de 100 milhões de pessoas que ativamente participam de religiões tradicionais.
                As religiões tradicionais possuem muitíssimos indícios da verdade, indicando que todas as crenças, por mais variadas e estranhas, provém de uma única crença - uma única verdade. Sabemos que Adão tinha a plenitude do Evangelho e a ensinou-a a seus filhos (Moisés 6:2-10). Devido a uma série de Apostasias generalizadas (GEE "Apostasia"), especialmente depois do Dilúvio, a religião pura foi corrompida. Partes da verdade, porém foram preservadas em muita culturas.
                Um exemplo disso é o rito da circuncisão. Os egípcios, em determinado período de sua História, exigiam a circuncisão porque acreditavam que a alma de uma pessoa estava em suas genitais - pois as mesmas asseguravam a descendência. Sacrificar o prepúcio mostrava submissão aos deuses. Outro ponto curioso é que o vermelho do horizonte, comum ao nascer e pôr do sol egípcio, era interpretado pelos antigos, como o reflexo do sangue que correu quando da circuncisão do deus solar Rá, de quem o faraó era o único representante.
                Os muçulmanos também praticam a circuncisão, e segundo uma lenda, Maomé teria sido circuncidado pelos anjos e nascido sem prepúcio.
                Os dogons, mossis e bambaras da África, e os pigmeus das regiões equatoriais também possuem um rito de circuncisão.
                Sabemos que Abraão, um profeta de Deus, e sua descendência, receberam esse mandamento da circuncisão de Deus, não apenas para diferencia-los de outros povos, mas para que a descendência de Abraão soubesse que as crianças não eram responsáveis perante Deus até que tivessem oito anos de idade (Tradução de Joseph Smith Gênesis 17:11-12). Com essa informação revelada adquirimos uma compreensão de que vários pontos da verdade foram perpetuados entre os mais diversos povos.
                A maioria das religiões tradicionais não possuem textos sagrados escritos. Suas crenças são transmitidas oralmente, por narrativas e canções que são repetidas incansavelmente de geração em geração.
                Os povos "primitivos" possuem uma ideia precisa de Deus. Consideram-no como criador, dão-lhe um nome ou título e testificam de sua onipresença. Raramente esse Deus Supremo, nas religiões tradicionais, encontra uma imagem ou Templo - e até os sacerdotes eram raros. Esses povos adoravam deuses menores, ou inferiores, antepassados, espíritos ou outras potências - que eram muito mais dignos para achegar-se ao Supremo, do que o homem comum.
                A existência de um Ser Supremo é certamente um dos grandes pontos em comum com a verdade do evangelho. Não acreditamos que Deus esteja escondido e que não possamos falar com Ele. Todavia, de certa forma, cremos no mesmo que as religiões tradicionais: Deus se manifesta na natureza de forma abundante. Ele também usa, de maneira frequente, espíritos, anjos e profetas para se comunicar com homens - os quais, sabemos, são seus filhos.
                Outro ponto é comum é, sem dúvida a Criação. Os pigmeus da floresta equatorial africana contam: "Ele disse: isto! eu digo: isto! e foi feito. - Mas como? ninguém sabe: nossos pais não o viram. Deus é Deus." Esse mito simples contém os princípios de verdade que observamos nos quatro relatos da Criação que possuímos como santos dos últimos dias (http://lucasmormon.blogspot.com.br/2012/01/porqueha-tres-relatos-da-criacao.html)
                Os aborígenes australianos explicam da seguinte maneira a Criação: "Ele fez cada homem sobre uma vasilha de casca de árvore. Ele ficou muito satisfeito com sua obra, contemplou-a longamente e começou a dançar em volta, depois fez-lhes os cabelos e, novamente, contemplou e ficou satisfeito; finalmente, soprou sobre eles, que se moveram, e eles dançou uma terceira vez."
                Os yuki da Califórnia dizem que, depois da criação, Deus olhou orgulhoso para sua obra e disse: "Não acreditava que poderia realizar todas essas coisas!"
                A noção do arbítrio é também um ponto comum. Os esquimós compreendiam que "ao homem cabe a responsabilidade de seus atos".
                Outro ponto em comum é o Dilúvio. "A história do dilúvio universal é comum a quase todas as civilizações, desde a China e a Rússia até Sumatra e Peru. Em termos gerais, representa o caos que advém da desarmonia entre os seres humanos e a natureza dos deuses. Muitas dessas histórias são semelhantes ao famoso relato bíblico de Noé: incluem temas como vingança divina, o anúncio antecipado do dilúvio, a construção de um barco onde se abrigarão a família e os animais e a libertação de aves para determinar se as águas haviam recuado." ("Dilúvios", Sinais & Símbolos, A Dorling Kindersley Book, pg. 39)
                Os ritos, preces e cultos fazem parte de toda cultura antiga. Isso porque o homem reconhece, em um momento ou outro sua fragilidade e dependência. A ajuda divina, porém, não era buscada no Ser Supremo. Na maioria das tradições religiosas antigas, o pescador, por exemplo, deveria buscar auxílio para o espírito da água, ou o deus dos rios. Talvez até precisasse oferecer um sacrifico para que tivesse sucesso em sua pescaria.
                Os conceitos de sacrifício e adoração, ainda que fragmentados são relevantes para traçarmos pontos em comum. Cerimônias de iniciação estão presentes no Evangelho assim como nas religiões antigas e tradicionais. Trajes sagrados, líderes religiosos, locais santos, histórias dos antepassados, padrões morais - tudo isso e muito mais testifica de um Ser Supremo, que bondosamente abençoou todos os seus filhos com frações da verdade - inclusive para prepará-los para a hora em que receberem o evangelho. Pois quando isso acontecer, perceberão a verdade completa (que esta na Igreja de Cristo) com maior facilidade, devido a luz que já receberam.

13 de dez. de 2012

Religiões Afro-brasileiras


Estudos das Religiões: Religiões Afro-brasileiras: Umbanda e Candomblé

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                A África, diversa como é, contém inúmeras expressões religiosas. Parte dessas expressões serão tratadas no artigo de religiões tradicionais ou folclóricas. Aqui, tratarei especialmente das religiões ou credos que se originaram na África, mas foram modificados no Brasil.
                Quando os negros vieram para esse país, como escravos, agarraram-se com todo vigor ao que lhes restava: a suas tradições religiosas. Esse foi o único meio encontrado para que conservassem sua identidade ameaçada pela opressão dos colonizadores. Apesar disso, inevitavelmente, essas tradições entraram em contato com a religião católica (vivida especialmente em suas formas mais populares, como a devoção aos santos), e com o espíritismo de Allan Kardec. Assim surgiram a Umbanda e o Candomblé - as duas mais importantes expressões religiosas afro-brasileiras.

Umbanda

                A Umbanda tem sua origem principal entre os negros que vieram de uma área angolo-congolesa da Costa Ocidental e da Costa Oriental da África. A cultura dos Bantos era predominante. Os Bantos conheciam o Ser Supremo, o qual chamavam de Zambi, mas suas práticas religiosas eram especialmente voltadas ao culto de ancestrais - os quais frequentemente se comunicavam através de um processo de "possessão". Quando chegaram no Brasil essa forma africana de religião fundiu a macumba com o espiritismo.
                O Surgimento histórico, porém é controverso. Muitos acreditam que a Umbanda como religião surgiu em 1920, quando um jovem que se chamava Zélio Moraes, ficou paralítico. Os tratamentos médicos não lhe curaram, por isso ele procurou um centro espírita. Lá um padre jesuíta que ordenou que criasse uma religião brasileira dedicada a veneração de espíritos de cablocos, índios e pretos velhos.
                "Desde seu surgimento no Brasil, a umbanda passou por um processo acentuado de embranquecimento. Essa ideologia propõe o branco como ideal a ser alcançado e consequentemente, cria mecanismos para fusão e o desaparecimento das outras etnias.
                É paradoxal, mas a umbanda nasce e se desenvolve neste clima que alimenta a negação do negro, mas aceitando também os pretos velhos como entidades benéficas que descem no terreiro." (Giorgio Paleari, "Religiões", Volume 2, Editora "Mundo e Missão", pg. 195).
                Um dos pontos mais relevantes da Umbanda é os seus "pontos" cantados e riscados (desenhados). Numa sessão de Umbanda são cantados hinos de evocação a um determinado Orixá ou Falange espiritual. Sobre a vibração desses pontos, baixam os espíritos de luz: os Orixás da Umbanda, bem como os pontos riscados (desenhados no chão, pro exemplo) são próprios de cada Orixá simbolizam e significam o seu poder mágico e os aspectos de vida sobre os quais eles exercem influência.
                Oxalá é a figura mais respeitada da Umbanda no Brasil e segundo a lenda, é pai de todos os outros orixás. Foi um dos criadores do mundo, tendo recebido de Olorum (deus supremo) a tarefa de modelar todos os seres humanos. Outras entidades bem conhecidas são Iemanjá - uma famosa entidade feminina que é deusa das águas - e Ogum, senhor dos metais.
                O ritual umbandista começa com cantos introdutórios - para preparar o ambiente para sessão. Então há defumações - são incensados os médiuns individualmente e o povo como um todo. O pai de santo (que é o líder do grupo) chega e dá inicio a sessão. O pai de santo entre em transe. Tem inicio o aconselhamento e a cura. Antes de terminar a sessão a compromisso com os orixás. A sessão se encerra com saudações.
Para saber mais sobre a Umbanda: clique aqui .

Candomblé
                O axé é uma força vital  que promove a ação e é fonte do poder e eficácia. É o ponto central do Candomblé. O axé se encontra no sangue dos seres vivos e nas substâncias essenciais de cada ser que compõem o mundo.
                Os ritos de iniciação e passagem, os ritos de nascimento e casamento transmitem o axé - sendo que essa força entra em contato com objetos e pessoas.
                Assim como outras expressões de origem africana, o candomblé reconhece a existência de um Deus Supremo (Olorum), e com ele, uma infinidade de seres intermediários (orixás), que garantem a unidade e o dinamismo da vida.
                Os princípios éticos estão enraizados em conceitos chaves como via, solidariedade clânica, harmonia e força.
                No candomblé os terreiros são comunidades onde os orixá se manifestam com vigor. A autoridade é o pai ou mãe de santo (babalorixás ou ialorixas). A eles cabem presidir as cerimônias religiosas, receber os convidados, raspar a cabeça dos iniciados, supervisionar os ritos e apontar novos iniciados.
                No candomblé há pelo menos dois canais através dos quais se realiza a união entre os seres humanos e os deuses antepassados: o oráculo e o processo ritual de iniciação. O primeiro  é conhecido como jogo dos búzios, onde o pai de santo revela os mistérios da vida  e faz diagnósticos. Os males dos participantes são transferidos para objetos ou animais, que são sacrificados. O segundo canal de revelação é "um caminho sem volta" e representa passos para que, após várias etapas, haja uma fusão mística entre o homem e o divino.
                Resta dizer que muitos orixás estão associados aos santos católicos, por exemplo, Oxalá é o Senhor do Bonfim, Xangô é identificado como São Jerônimo ou São Pedro, etc.
Para melhor compreensão do Candomblé recomendo esse curto, porém ótimo documentário: clique aqui para assistir .

Pontos em comum com a Igreja de Jesus Cristo.
                A Igreja de Jesus Cristo é independente e diferente de toda e qualquer religião. Todavia, como Deus ama todos os Seus filhos, permite que princípios verdadeiros sejam transmitidos a todas as nações, povos, línguas e tribos. Portanto não é difícil verificar pontos em comum entre a verdadeira Igreja do Salvador e movimentos religiosos dos mais diversos.
                O primeiro ponto em comum é certamente a questão da divindade. Sabemos que existe um ser supremo. O Candomblé e a Umbanda acreditam em uma divindade superior, que denominam de Olodumaré ou  Olorum. É interessante observar que  Lâmoni, um rei lamanita, acreditava em um "grande espírito" que favorecia irmãos brancos, os nefitas (Alma 19:27). Esse deus era distante e não se importava com os atos humanos (Alma 18:5). Essa crença é bem parecida com o que ensina a Umbanda, pois os irmãos Brancos acabam sendo superiores aos negros. Devo dizer que não cremos no que Lâmoni acreditava, nem que há superioridade entre uma raça ou etnia sobre outra. Lâmoni foi levado a reconhecer, mais tarde, através de Amon, conceitos verdadeiros sobre Deus, inclusive que Ele se importa com os homens (Alma 18-19).
                Nós cremos que não estamos sozinhos na Terra. Assim como o Candomblé e a Umbanda ensinam, há espíritos bons e maus e que interferem na vida dos homens. Evidentemente a extensão e o modo como esses espíritos interagem são diferentes entre nós. Não cremos que seja algo adequado e bom ser possuído por um espírito e ser privado do arbítrio. Mas cremos que isso pode chegar a acontecer se o desejarmos, afinal lemos no Novo Testamento muitas ocasiões onde homens e mulheres foram possuídos por espíritos malignos (Mateus 9:32-33, Marcos 6:13, Marcos 16:9, Lucas 8:30, I Timóteo 4:11, etc).
                A ideia de aperfeiçoamento - de que podemos progredir rumo a uma salvação ao lado da divindade - e até nos tornarmos um com a divindade - também é um ponto em comum. Passamos por várias etapas até encontrar nosso destino e propósito eterno. É isso que nos ensina o Plano de Salvação: despojamos-nos do homem natural e por meio do sacrifício de Cristo atingimos o homem espiritual e perfeito (GEE "Expiação", "Plano de Salvação")).
                Falando em sacrifício podemos identificar mais um ponto em comum. Os sacrifícios sempre fizeram parte da doutrina do evangelho (GEE "sacrifício"). De Adão até Noé, de Noé a Abraão, de Abrão à Moisés e de Moisés à Jesus Cristo - houve holocaustos e sacrifícios simbolizando o "grande e último sacrifício", sim "aquele grande e último sacrifício [feito pelo] Filho de Deus, sim, infinito e eterno." (Alma 34:14). Quando os adeptos do candomblé realizam sacrifícios (ebô), fazem-no para transferir males. Isso é muito semelhante aos sacrifícios da lei de Moisés, onde em alguns rituais - como o da expiação - o povo transferia simbolicamente seus pecados a um animal (Levítico 16:15-28).
                A importância de ritos também chama atenção. Na Igreja de Jesus Cristo sempre houve cerimônias sagradas e ordenanças especiais. Elas normalmente ocorrem em lugares sagrados. Assim como os terreiros são considerados sagrados para os umbandistas e candomblecistas, os lares dos santos, as capelas e especialmente os Templos são lugares reservados a cerimônias especiais e santas.
                Um dos ritos do candomblé refere-se a raspar a cabeça do iniciado. Um paralelo poderia ser traçado ao rito de purificação do leproso, que raspava a cabeça e todo o corpo para que se tornasse limpo para entrar na cidade santa (Levítico 14). Outro rito valoriza o sangue e o nascer de novo: dois aspectos importantes na teologia SUD (Ver GEE "Sangue" e "Batismo").
                A solidariedade e a valorização da harmonia na vida são pontos fortes das religiões afro-brasileiras - e são comuns na Igreja Restaurada. A caridade é a maior virtude e deve ser sempre buscada.
                Apesar das muitas modificações na cultura primitiva africana, as religiões afro-brasileiras, perpetuaram e incorporam muitos princípios e doutrinas verdadeiras. Ao falarmos com pessoas que possuem esses credor podemos, ao invés de apontar as divergências, realçar o que temos em comum. O Salvador disse que "aquele que tem o espírito de discórdia não é meu, mas é do diabo, que é o pai da discórdia e leva a cólera ao coração dos homens, para contenderem uns com os outros." (3 Néfi 11:29). Devemos ser sábios como Amon, que procurou edificar pontos em comum para que tivesse uma oportunidade de ensinar mais verdades (Alma 18:22-43). Assim teremos sucesso em cumpri nosso dever de advertir o povo (D&C 88:81).

12 de dez. de 2012

Alguns Sinais da Igreja Verdadeira


Um AMIGO DE OUTRA DENOMINAÇÃO ME PERGUNTOU: "Para você, por que existem tantas igrejas e qual(is) faz(em) a vontade de Deus ? (Obs: uma resposta bíblica)"

Respondi o seguinte:

                Meu amigo, fico tão feliz que tenha assistido a conferência geral da Igreja. Agora você sabe que nós, santos dos últimos dias, "falamos de Cristo, regozijamo-nos em Cristo, pregamos a Cristo, profetizamos de Cristo e escrevemos de acordo com nossas profecias, para que nossos filhos saibam em que fonte procurar a remissão de seus pecados." (2 Néfi 25:26).
                Sua pergunta - porque existem tantas igrejas, e quais delas fazem a vontade de Deus - é muito pertinente. Tentarei responder brevemente. Serei sincero e procurarei me conter ao texto bíblico - embora ocasionalmente, devido a inspiração do alto, eu precise recorrer a outras escrituras verdadeiras.
                Pressuponho que você compreenda a necessidade de uma Igreja de Deus e que essa Igreja tenha sido estabelecida por Jesus Cristo. Ele mesmo disse a seus apóstolos: "sobre esta pedra [da revelação] edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela" (Mateus 16:18, itálicos adicionados). Mais tarde Paulo explicou que a Igreja era edificada "sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina " (Efésios 2:20).
                Cristo realmente estabeleceu uma organização. Os Doze Apóstolos seriam os líderes dessa organização, sendo Cristo o cabeça (Efésios 4:15), quando ele subisse aos céus. De fato, quando ele ascendeu é-nos dito que "depois de lhes ter falado [Jesus] foi recebido no céu, e assentou-se à direita de Deus. E eles, [os apóstolos] tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor, e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram." (Marcos 16:19-20, itálicos adicionados).
                Pedro se tornou o Apostolo líder ou o Presidente da Igreja. O livro de Atos relata como a Igreja se desenvolveu e como Pedro e os outros apóstolos e líderes  foram orientados pelos céus em sua administração e ministração. A Igreja prosperou muito, mas Pedro e os outros Apóstolos sabiam que a Igreja seria destruída. O Salvador havia previsto isso (Mateus 24:9-13). Eles sabiam que uma longa noite de apostasia viria sobre a Terra.
                A apóstolo Paulo explicou  em uma carta aos Tessalonicenses que esperava ansiosamente pelo retorno de Cristo, ou melhor, sua Segunda Vinda - mas antes que isso acontecesse, ele explicou, haveria uma Grande Apostasia. Observe o que ele disse: " Ora, irmãos, rogamo-vos, pela vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, e pela nossa reunião com ele, Que não vos movais facilmente do vosso entendimento, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por epístola, como de nós, como se o dia de Cristo estivesse já perto. Ninguém de maneira alguma vos engane; porque não será assim sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição, O qual se opõe, e se levanta contra tudo o que se chama Deus, ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus. (II Tessalonicenses 2:1-4).
                Paulo falou muito sobre isso. Afinal ele sabia que a apostasia era iminente: " Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; E desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas. (II Timóteo 4:3-4).
                Mas Paulo não foi o único que testificou sobre isso. João em sua visão disse que viu a mulher, que é um símbolo da Igreja,  fugir para o deserto (Apocalipse 12:6).
                Pedro disse: "Mas Deus assim cumpriu o que já dantes pela boca de todos os seus profetas havia anunciado; que o Cristo havia de padecer. Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham assim os tempos do refrigério pela presença do Senhor [ou a Segunda Vinda], E envie ele a Jesus Cristo, que já dantes vos foi pregado. O qual convém que o céu contenha até aos tempos da restauração de tudo, dos quais Deus falou pela boca de todos os seus santos profetas, desde o princípio. (Atos 3:18-21, itálicos adicionados)
                Essa passagem de Atos é muito importante. Pedro diz que Cristo voltará uma segunda vez, mas que antes disso o céu o conteria até aos tempos da restauração de tudo. Ora uma restauração só é possível se houver uma apostasia ou, em outras palavras, um afastamento da verdade de Deus ou um estrago ou ruptura na doutrina pura. Essa restauração foi, como Pedro disse prevista " pela boca de todos os seus santos profetas, desde o princípio". Mais abaixo demonstrarei várias passagens bíblicas que testificam da necessidade de uma restauração.
                O Manual Pregar Meu Evangelho, que é usado pelos missionários da Igreja, resume muito bem o que estou tentando explicar, e por isso o cito:
                "Depois da morte de Jesus Cristo, pessoas iníquas perseguiram os Apóstolos e os membros da Igreja e mataram muitos deles. Com a morte dos Apóstolos, as chaves do sacerdócio e a autoridade do sacerdócio foram tiradas da Terra. Os Apóstolos conservavam as doutrinas do evangelho puras, mantinham a ordem e determinavam qual era o padrão de dignidade para os membros da Igreja. Sem os Apóstolos, ao longo do tempo as doutrinas foram corrompidas, e mudanças não autorizadas foram feitas na organização da Igreja e nas ordenanças do sacerdócio, como o batismo e o modo de conferir o dom do Espírito Santo.
                Sem revelação e autoridade do sacerdócio, as pessoas se baseavam na sabedoria humana para interpretar as escrituras e os princípios e ordenanças do evangelho de Jesus Cristo. Ideias falsas foram ensinadas como se fossem verdade. Perdeu-se grande parte do conhecimento sobre o verdadeiro caráter e natureza de Deus, o Pai, de Seu Filho Jesus Cristo e do Espírito Santo. As doutrinas da fé em Jesus Cristo, arrependimento, batismo e o dom do Espírito Santo foram distorcidas ou esquecidas. A autoridade do sacerdócio dada aos Apóstolos de Cristo já não estava mais presente à Terra. Essa apostasia acabou levando ao surgimento de muitas igrejas.
                Depois de séculos de trevas espirituais, alguns homens e mulheres que buscavam a verdade começaram a protestar contra as práticas religiosas de sua época. Perceberam que muitas doutrinas e ordenanças do evangelho tinham sido mudadas ou perdidas. Procuraram mais luz espiritual, e muitos falaram sobre a necessidade de uma restauração da verdade. Não afirmaram, porém, que Deus os havia chamado para serem profetas. Em vez disso, tentaram reformar os ensinamentos e práticas que acreditavam terem sido alterados ou corrompidos. Seu trabalho resultou na organização de muitas igrejas protestantes. Essa Reforma resultou numa maior ênfase na liberdade religiosa, que abriu caminho para a Restauração final.
                Os Apóstolos do Salvador previram essa apostasia universal. Também previram que o evangelho de Jesus Cristo e Sua Igreja seriam restaurados novamente à Terra" ("A Grande Apostasia", pg. 35).
                Agora você já sabe porque exitem tantas Igrejas. Essa Apostasia Geral é que resultou em tanta confusão. Antes de eu te dizer que tal Igreja é certa ou errada (vou deixar esse julgamento para você mesmo), deixe-me expor alguns "sinais" da Igreja verdadeira.

Sinais da Igreja Verdadeira
                A Igreja de Jesus Cristo, estabelecida por ele e continuada por seus apóstolos escolhidos era a Igreja verdadeira. Ela apresentava características especiais. Essas mesmas características devem estar presentes em uma Igreja para que a mesma seja considerada verdadeira. Alguns sustentam que não há uma única Igreja verdadeira e que todos os caminhos são adequados, e outros que o homem de hoje mudou e por isso não necessita de uma Igreja como havia na época de Cristo e dos apóstolos. Rejeito essas duas ideias simplesmente porque creio na Bíblia. Ela ensina que Deus é o mesmo ontem, hoje e para sempre (Hebreus 13:8). Ensina que seu trabalho não esta terminado (João 5:17). Ensina que o homem é mal e precisa das dádivas divinas, tanto no passado como no presente e futuro (Deuteronômios 15:11, Romanos 3:23). Ensina que há um Deus, uma só fé e um só batismo (Efésios 4:5). Ensina que, embora Deus ame todos os seus filhos e se lembre de todos, e queira salvador todos - há um único nome e caminho (João 14:6). Há uma única porta para salvação (João 3:5).
                Enquanto explico os sinais da Igreja verdadeira, defenderei a necessidade de um Igreja única - uma Igreja que reúna toda a verdade e comporte todas as mesmas características da Igreja Primitiva para o beneficio e salvação do homem. Também demonstrarei que essa Igreja existe, pois foi restaurada como predito "pela boca de todos os santos profetas".
                Esse sinais não são todos os que podem ser observados (estou tentando ser breve, lembra?), mas são suficientes para demonstrar o que desejo.

1.       A Igreja verdadeira precisa ser guiada por revelação.
Revelação é a comunicação sagrada de Deus para com o homem. A Bíblia ensina que há muitas maneiras de se receber revelação. Pode ser por sonho (Gênesis 37:6), visão (Atos 10:19), ministração angelical (Lucas 1:26) ou pela própria aparição de Deus (Gênesis 32:30). O livro de Atos demonstra que os dons da revelação estavam sempre presentes na Igreja. Por exemplo, quando o Senhor desejou estender as bênçãos do evangelho aos gentios concedeu uma extraordinária revelação ao Apóstolo Sênior (Atos 10). A Igreja é viva quando recebe revelação. Uma Igreja sem revelação é uma igreja morta. Todavia, muitos dizem receber revelação. Isso não é novidade. O Salvador ensinou que no último dia muitos dirão: "Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então lhes direi claramente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade." (Mateus 7:22-23). Com o propósito de enganar, ficar famoso ou rico muitos pregam e dizem receber revelação. Mas a verdadeira revelação é aquela que edifica, que traz frutos bons - que são duradouros e trazem felicidade (Mateus 7:16).

2.       A Igreja verdadeira precisa ter o sacerdócio santo.
O Sacerdócio é o poder de Deus dado ao homem. É a autoridade para se agir em nome de Deus. Paulo dá uma grande aula sobre sacerdócio em Hebreus 7. Lá ele explica que Cristo recebeu o sacerdócio de Melquisedeque. Pedro disse que na Igreja havia o sacerdócio real (I Pedro 2:5). Ele mesmo havia recebido esse sacerdócio de Cristo, pois o Salvador o havia chamado e nomeado (João 15:16). De fato, Pedro recebera as "chaves do reino dos céus" (Mateus 16:19).
O Sacerdócio é o poder pelo qual os profetas realizaram curas e outros milagres. A Igreja também é organizada sobre a ordem do sacerdócio. Os líderes da Igreja possuem o sacerdócio para administrar as ordenanças de Deus. Para se batizar é necessário que se tenha autoridade de Deus. Para se conceder o Espírito Santo também. É por essa razão que Pedro e João foram a Samaria: para, com a autoridade ou sacerdócio que possuíam, impor a mão nos irmãos batizados por Filipe e dar-lhes o dom do Espírito Santo (Atos 8:)
Alguns procuravam a honra de se receber o sacerdócio de maneira errada. Por exemplo, Simão que "vendo que pela imposição das mãos dos apóstolos era dado o Espírito Santo, lhes ofereceu dinheiro, Dizendo: Dai-me também a mim esse poder, para que aquele sobre quem eu puser as mãos receba o Espírito Santo. Mas disse-lhe Pedro: O teu dinheiro seja contigo para perdição, pois cuidaste que o dom de Deus se alcança por dinheiro. Tu não tens parte nem sorte nesta palavra, porque o teu coração não é reto diante de Deus. Arrepende-te, pois, dessa tua iniquidade, e ora a Deus, para que porventura te seja perdoado o pensamento do teu coração; Pois vejo que estás em fel de amargura, e em laço de iniquidade." (Atos 8:18-23)
Além de dignidade e propósito puro para se receber o sacerdócio era necessário a imposição de mãos (I Timóteo 4:14, II Timóteo 1:6, Hebreus 6:2). Paulo explicou que E ninguém toma para si esta honra [que é portar o sacerdócio], senão o que é chamado por Deus, como Arão." (Hebreus 5:4). E como Arão, irmão de Moisés foi chamado? Do mesmo modo que Josué e outros: por revelação e por imposição das mãos de Moisés (Números 27:18, 22-23, Deuteronômios 34:9).
Com a grande Apostasia a autoridade foi tirada dos homens e a doutrina de imposição de mãos corrompida. Os líderes religiosos eram preparados e designados após estudarem e não recebiam o sacerdócio como Cristo ensinou.

3.       A Igreja verdadeira precisa ter como corpo dirigente apóstolos e profetas.
Seria tolice pensar que o Salvador escolhera 12 homens que, depois de morrerem, deveriam ser lembrados como santos mas nunca substituídos. Não haveria propósito no chamado de Matias, Paulo e outros como apóstolos se não fosse a intenção de Deus continuar com essa estrutura divina. Como Paulo ensinou: "E ele [Cristo] deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente." (Efésios 4:11-14). Para que sejamos aperfeiçoados precisamos dos apóstolos. A Igreja não pode ser verdadeira sem apóstolos. Paulo também disse: "Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos santos, e da família de Deus; Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina; No qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no Senhor. No qual também vós juntamente sois edificados para morada de Deus em Espírito." (Efésios 2:19-22).
Apesar da grande apostasia interromper e impedir que nosso apóstolos fossem chamados. A Igrejas verdadeira necessita desse corpo dirigente.
Um apostolo é um profeta. É verdade que o dom de profecia não esta restrito aos líderes da Igreja. Pois o testemunho de Jesus é o espírito de profecia (Apocalipse 19:10). Mas ninguém pode dizer que é profeta em sentido estrito, como Moisés, Elias, Pedro e Paulo sem ser chamado por Deus. Esses homens recebiam missões e dons especiais. Sempre foi assim, e na Igreja verdade precisa ser assim.

A Igreja de Cristo ainda era organizado com outros cargos. Havia setentas (Lucas 10:1), pastores, mestres, evangelistas, presbitérios ou anciões (ou élderes), etc.
Quando a grande apostasia ocorreu esses cargos foram alterados e perderam  o significado. Mas a Igreja verdadeira precisa necessariamente ser organizada sobre essa forma divina - se não, não é a Igreja de Cristo.

4.       A Igreja verdadeira precisa ter o nome de Cristo.
Parece algo simples mas nenhuma Igreja no século XIX  tinha o nome de Igreja de Jesus Cristo, exceto uma: A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. As outras - todas as outros, levavam o nome de seu fundador ou de sua doutrina principal. Pelos registro históricos e outras escrituras sabemos  que a Igreja Primitiva se chamava Igreja de Cristo. O Senhor disse: " E como será a minha igreja, se não tiver o meu nome? Porque, se uma igreja for chamada pelo nome de Moisés, então será a igreja de Moisés; ou, se for chamada pelo nome de um homem, então será a igreja de um homem; mas se for chamada pelo meu nome, então será a minha igreja, desde que esteja edificada sobre meu evangelho." (3 Néfi 27:8).

5.       A Igreja verdadeira precisa que seus membros sejam chamados santos.
As várias epistolas do novo testamento são, na maioria, dirigidas ao "santos" (Colossenses 1:2, por exemplo). Quem eram os santos? Eram pessoas perfeitas e "canonizadas"? Claro que não. Eram pessoas simples que procuravam viver o evangelho. Eram os membros da Igreja de Jesus Cristo. Paulo disse: "Mas agora vou a Jerusalém para ministrar aos santos." (Romanos 15:25). Os membros eram chamados de santos porque procuravam se santificar. Os membros da Igreja verdadeira devem ser chamados de santos. Esse é um dos sinais.

6.       A Igreja verdadeira precisa receber novas escrituras.
Deus nunca deixou de falar com o homem. Ele deu instruções a Adão, Enoque e Noé. Revelou-se a Abrão, Isaque e Jacó. Mostrou-se e ensinou Moisés. E assim prosseguiu por todas as eras. As palavras de Deus, registradas pelos profetas e homens santos do passado são chamadas pro nós de escrituras sagradas. Várias das escrituras foram reunidas no inicio da Idade Média sob um mesmo volume, que nós chamados de Santa Bíblia.
O Élder Jeffrey R. Holland, que é um apóstolo moderno, explicou:
" Alguns cristãos, em grande parte devido a seu amor genuíno pela Bíblia, afirmam que não pode haver outras escrituras autorizadas além da Bíblia. Assim, ao declararem que o cânone de revelação está fechado, nossos amigos de outras religiões fecham as portas para manifestações divinas que nós, n’A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, tanto valorizamos: o Livro de Mórmon, Doutrina e Convênios e A Pérola de Grande Valor, bem como a orientação contínua recebida pelos profetas e apóstolos ungidos por Deus. Sem atribuir má-fé às pessoas que assumem essa posição, rejeitamos de modo respeitoso, mas resoluto, essa caracterização — sem fundamento nas escrituras — do verdadeiro cristianismo.
Um dos argumentos usados com frequência em qualquer defesa de um cânone fechado é uma passagem do Novo Testamento, Apocalipse 22:18: “Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras (…) deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro”. Contudo, há atualmente um indiscutível consenso entre praticamente todos os eruditos da Bíblia de que esse versículo diz respeito apenas ao livro de Apocalipse, e não à Bíblia como um todo. Esses estudiosos da atualidade reconhecem vários “livros” do Novo Testamento que foram, com quase toda certeza, escritos depois da revelação recebida por João na Ilha de Patmos. Nessa categoria estão pelo menos os livros de Judas, as três epístolas de João e provavelmente o evangelho inteiro de João. Talvez existam outros além desses.
Mas há uma resposta ainda mais simples para a razão de essa passagem, no livro final do Novo Testamento atual, não se aplicar à Bíblia inteira. O motivo é que a Bíblia completa como a conhecemos hoje — uma coletânea de textos num único volume — ainda não existia quando esse versículo foi escrito. Séculos depois de João tê-lo redigido, os livros individuais do Novo Testamento circularam separadamente ou talvez em conjunto com alguns outros textos, mas quase nunca como uma coletânea completa. Do conjunto integral de 5.366 manuscritos gregos conhecidos do Novo Testamento, apenas 35 contêm o Novo Testamento inteiro como o conhecemos hoje, e 34 foram compilados após o ano 1000 d.C.
A realidade é que quase todos os profetas do Velho e do Novo Testamento acrescentaram escrituras às deixadas por seus predecessores. Se as palavras de Moisés no Velho Testamento fossem suficientes, como tinham suposto alguns equivocadamente (Deuteronômio 4:2), então qual foi, por exemplo, o motivo das profecias posteriores de Isaías? Ou as de Jeremias, depois dele? Sem falar de Ezequiel, Daniel, Joel, Amós e todos os demais. Se uma revelação concedida a um profeta em determinado momento bastasse para sempre, o que justificaria todas essas outras? A resposta foi manifestada claramente pelo próprio Jeová, quando disse a Moisés: “Minhas obras não têm fim (…) [e] minhas palavras (…) jamais cessam”. (Moisés 1:4)
Um erudito protestante fez um estudo aprofundado sobre a doutrina errônea de um cânone fechado. Escreveu: “Por que motivos bíblicos ou históricos a inspiração de Deus teria se limitado aos documentos escritos que a igreja hoje chama de Bíblia? (…) Se o Espírito tivesse inspirado somente os documentos redigidos no primeiro século, isso não significaria que o mesmo Espírito não Se manifesta hoje na igreja sobre questões importantes?” (Lee M. McDonald, The Formation of the Christian Biblical Canon, ed. rev. (1995), pp. 255–256.) Fazemo-nos humildemente essas mesmas perguntas.
A revelação contínua não rebaixa nem desacredita as revelações existentes. O Velho Testamento não perde seu valor para nós quando nos é apresentado o Novo Testamento, e o Novo Testamento só tem a ganhar quando lemos o Livro de Mórmon, “Outro Testamento de Jesus Cristo”. Ao pensar nas escrituras adicionais aceitas pelos santos dos últimos dias, poderíamos perguntar: Será que os primeiros cristãos, que durante décadas tiveram acesso somente ao evangelho primitivo de Marcos — considerado em geral o primeiro dos evangelhos do Novo Testamento a ser escrito — ficaram ofendidos ao receberem relatos mais detalhados feitos posteriormente por Mateus e Lucas, sem falar nas passagens inéditas e a ênfase na revelação que foram oferecidas depois por João? Certamente devem ter-se regozijado por ganharem ainda mais evidências persuasivas da divindade de Cristo. E nós também nos rejubilamos.
Peço que não nos interpretem mal. Amamos e reverenciamos a Bíblia, como ensinou o Élder M. Russell Ballard com tanta clareza neste púlpito, há apenas um ano. (Ver “O Milagre da Bíblia Sagrada”, A Liahona, maio de 2007, pp. 80–82.) A Bíblia é a palavra de Deus. É sempre identificada em primeiro lugar no nosso cânon, nossas “obras-padrão”. De fato, foi a leitura divinamente inspirada do versículo 5 do primeiro capítulo do livro de Tiago na Bíblia que conduziu Joseph Smith a sua primeira visão do Pai e do Filho, que culminou na Restauração do evangelho de Jesus Cristo em nossa época. Mas mesmo naquele momento Joseph sabia que a Bíblia sozinha não poderia responder a todas as perguntas religiosas dele e de outros em situação semelhante. Como ele disse com suas próprias palavras, os ministros da sua comunidade estavam em desacordo — às vezes de modo acalorado — sobre suas doutrinas. “[Sacerdote] contendendo com sacerdote e converso com converso; (…) numa luta de palavras e choque de opiniões”, escreveu ele. Praticamente a única coisa que essas religiões em conflito tinham em comum era, ironicamente, a crença na Bíblia; mas, como explicou Joseph, “os religiosos das diferentes seitas interpretavam as mesmas passagens de escritura de maneira tão diferente, que destruíam toda a confiança na solução do problema [sobre qual igreja era verdadeira] através de uma consulta à Bíblia”. (Joseph Smith—História 1:6, 12). Estava claro que a Bíblia, descrita com frequência na época como um “denominador comum”, na verdade não era nada disso — infelizmente, era um fator de discórdia.
Assim, um dos principais objetivos da revelação contínua por meio de profetas vivos é declarar ao mundo, pela boca de testemunhas adicionais, que a Bíblia é verdadeira. “Este é escrito”, declarou um profeta antigo em relação ao Livro de Mórmon, “com o propósito de que acrediteis naquele”, referindo-se à Bíblia. (Mórmon 7:9) Numa das primeiras revelações recebidas por Joseph Smith, o Senhor afirmou: “Eis que não (…) levo [o Livro de Mórmon] para destruir [a Bíblia], mas para [edificá-la]”. (D&C 10:52; ver também D&C 20:11)
Há ainda outro aspecto a ser esclarecido. Como se sabe que havia cristãos bem antes de existir um Novo Testamento ou até mesmo uma coletânea das palavras de Jesus, não se pode afirmar que a Bíblia é o que torna alguém cristão. Citando N. T. Wright, conceituado estudioso do Novo Testamento, “O Jesus ressuscitado, no final do Evangelho de Mateus, não diz: ‘Todo o poder no céu e na Terra é dado aos livros que escrevereis’, mas sim: ‘É-me dado todo o poder no céu e na terra’” (N. T. Wright, The Last Word: Beyond the Bible Wars to a New Understanding of the Authority of Scripture (2005), p. xi.) . Em outras palavras, “as próprias escrituras (…) afastam o foco de si mesmas e apontam para o fato de que a autoridade final e verdadeira pertence ao próprio Deus”. Assim, as escrituras não são a fonte suprema para os membros da Igreja. Elas são manifestações da fonte suprema. A fonte suprema do conhecimento e da autoridade, para os santos dos últimos dias, é o Deus vivo. A comunicação desses dons vem de Deus na forma de revelações vivas, vibrantes e divinas. (Para uma discussão completa desse assunto, ver Dallin H. Oaks, “Scripture Reading and Revelation”, Ensign, janeiro de 1995, pp. 6–9.)
Essa doutrina está no âmago de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias e da nossa mensagem ao mundo. Um exemplo contundente é a assembléia solene de ontem, na qual apoiamos Thomas S. Monson como profeta, vidente e revelador. Cremos num Deus que Se envolve diretamente com nossa vida, um Deus que não está em silêncio ou ausente, nem age como a descrição de Elias do deus dos sacerdotes de Baal: “Pode ser (…) que intente alguma viagem; talvez esteja dormindo, e despertará”. (I Reis 18:27). Nesta Igreja, até as crianças pequenas da Primária recitam: “Cremos em tudo o que Deus revelou, em tudo o que Ele revela agora e cremos que Ele ainda revelará muitas coisas grandiosas e importantes relativas ao Reino de Deus”. (Regras de Fé 1:9)
Ao falarmos de novas escrituras e revelação contínua, que nunca sejamos arrogantes ou insensíveis. Uma visão sagrada num bosque hoje igualmente sagrado respondeu afirmativamente à pergunta “Deus existe?” Agora, Joseph Smith e A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias nos conduzem à seguinte interrogação que decorre naturalmente da primeira: “Ele fala aos homens?” Trazemos as boas-novas de que Ele o fez e de que Ele o faz. Com um amor e afeto oriundos de nosso cristianismo, convidamos todos a examinarem as mensagens prodigiosas proclamadas por Deus desde os tempos bíblicos e ainda hoje.
De certa forma, Joseph Smith e seus sucessores proféticos desta Igreja respondem ao desafio de Ralph Waldo Emerson que fará 170 anos no meio deste ano, lançado aos alunos de teologia da Universidade de Harvard. Essa elite intelectual protestante foi instada pelo sábio de Concord a ensinar que “Deus existe, não que existiu; que Ele fala, não que falou”. (“An Address”, The Complete Writings of Ralph Waldo Emerson (1929), p. 45.)
Testifico que os céus estão abertos. Testifico que Joseph Smith foi e é um profeta de Deus, que o Livro de Mórmon é verdadeiramente “outro testamento de Jesus Cristo”; testifico que Thomas S. Monson é o profeta de Deus, um apóstolo moderno que detém as chaves do reino, um homem sobre o qual vi pessoalmente recair o manto profético. Testifico que a presença dessas vozes autorizadas e proféticas e de revelações inspiradas contínuas tem sido uma das características principais da mensagem cristã, sempre que o ministério autorizado de Cristo esteve na Terra. Testifico que esse ministério está na Terra de novo e se encontra n’A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.
Em nossa devoção sincera a Jesus de Nazaré como Filho de Deus, o Salvador do mundo, convidamos todos a examinarem o que recebemos Dele, a se unirem a nós sorvendo profundamente na “fonte de água que salte para a vida eterna” (João 4:14), essa prova constante de que Deus vive, de que nos ama e fala a nós. Expresso a mais profunda gratidão pessoal por Suas obras que não têm fim e por Suas “palavras [que] (…) jamais cessam”. Presto testemunho desse desvelo divino e amoroso e dos registros que dele testificam, no sagrado nome de Jesus Cristo. Amém."

7.       A Igreja verdadeira precisa realizar batismo pelos mortos.
Esse é um poderoso sinal. Afinal, qual Igreja hoje realiza ordenanças vicárias pelos que não tiveram oportunidade de recebê-las? Sabemos que na Igreja Primitiva havia batismo pelos mortos (I Coríntios 15:29). Ora essa doutrina não deve soar esquisito. Se só há um batismo (Efésios 4:5), e se somente o batismo correto nós faz voltar a Deus (João 3:3-5) - não me parece que Deus seria bom e justo se essa oportunidade fosse estendida a uns poucos que tiveram o privilégio de conhecer essa doutrina na vida mortal.
Os mortos recebem o evangelho através de ministros autorizados no mundo dos espíritos. Pedro foi quem ensinou isso: "Porque por isto foi pregado o evangelho também aos mortos, para que, na verdade, fossem julgados segundo os homens na carne, mas vivessem segundo Deus em espírito" (1 Pedro 4:6). Mas após receberem a doutrina precisam que um procurador os represente na ordenança do batismo - pois tias são reservadas ao tempo mortal - aqueles que possuem um corpo físico.
O Manual Pregar Meu Evangelho explica: "O Salvador ama todas as pessoas e deseja sua salvação. Mas há milhões de pessoas que morreram sem terem tido a oportunidade de ouvir a mensagem do evangelho restaurado de Jesus Cristo nem de receber as ordenanças salvadoras. Por meio de Sua amorosa graça e misericórdia, o Senhor tornou possível a salvação de todos os que não tiveram a oportunidade de receber, compreender e seguir o evangelho durante a vida mortal. O evangelho é pregado a essas pessoas falecidas no mundo espiritual. Os membros da Igreja aqui na Terra realizam as ordenanças de salvação em favor de seus antepassados falecidos e outras pessoas. As pessoas falecidas que vivem no mundo espiritual têm a oportunidade de aceitar ou rejeitar o evangelho e as ordenanças realizadas em seu favor. Por esse motivo, os membros da Igreja pesquisam informações a respeito de seus antepassados. Eles preenchem gráficos de linhagem e registros de grupo familiar enviam o nome de parentes falecidos que precisam ter as ordenanças de salvação realizadas em seu favor nos templos sagrados. Esse é o trabalho de história da família. Os membros dignos a partir de 12 anos, inclusive os membros novos, podem receber do bispo uma recomendação para realizar batismos pelos mortos" (pg. 87).
Esse é um dos sinais mais pungentes da Igreja verdadeira. Talvez você queria saber mais por isso aconselho a leitura de D&C 138 (http://scriptures.lds.org/pt/dc/138)
8.       A Igreja verdadeira precisa ensinar sobre os Templos e construir Templos
Templos não são capelas, não são sinagogas, não são casas. Templos são locais de adoração especiais. Cristo frequentemente era encontrado no Templo. Pelo menos duas vezes ele o purificou. Ele sabia que o Templo era a Casa de Seu pai.
O Guia de Estudo para a Escrituras explica o que são templos: "Templo - Literalmente, a casa do Senhor. O Senhor sempre ordenou a seu povo que construísse templos, edifícios sagrados nos quais os membros dignos da Igreja realizam cerimônias e ordenanças sagradas do evangelho para si próprios e em favor dos mortos. O Senhor visita seus templos, e por isso eles são os locais mais sagrados de adoração na Terra. O tabernáculo erigido por Moisés e pelos filhos de Israel era um templo que podia ser transportado. Os israelitas o usaram durante o êxodo do Egito. O templo mais conhecido dentre os mencionados na Bíblia foi aquele construído por Salomão em Jerusalém (II Crôn. 2–5). Foi destruído em 600 a.C. pelos babilônios e foi restaurado por Zorobabel quase cem anos depois (Esd. 1–6). Parte desse templo foi queimada em 37 a.C. e Herodes, o Grande, o reconstruiu posteriormente. Os romanos o destruíram no ano 70 de nossa era. No Livro de Mórmon, os seguidores justos de Deus foram instruídos a construir templos e a adorar neles (2 Né. 5:16; Mos. 1:18; 3 Né. 11:1). A construção de templos e o seu uso correto são, em qualquer dispensação, sinais da Igreja verdadeira inclusive a Igreja restaurada em nossos dias. O Templo de Kirtland foi o primeiro templo construído e dedicado ao Senhor nesta dispensação. Desde essa época, foram dedicados templos em muitos países em todo o mundo."
Como dito na citação, um sinal da Igreja verdadeira é a construção de Templos.
Hoje vemos uma certa movimentação de alguns grupos que desejam construir um templo, semelhante ao de Salomão. Mas se ma orientação divina, o Templo não será a Casa de Deus. Você pode saber mais sobre os templo aqui: http://www.lds.org/church/temples?lang=por&country=br

Há outros sinais, tais como:

9.       A Igreja verdadeira precisa entender, ensinar e trabalhar para coligação de Israel.
10.   A Igreja verdadeira precisa ser abençoada com dons espirituais
11.   A Igreja verdadeira deve seguir estritamente os mandamentos bíblicos (dia do Senhor, oração, jejum, etc.)
12.   A Igreja verdadeira precisa batizar e realizar outras ordenanças como ensina a Bíblia
13.   A Igreja verdadeira precisa fazer proselitismo de maneira intensa e coordenada.
14.   A Igreja verdadeira precisa cumprir as profecias bíblicas de Isaías, Daniel e outros profetas.
15.   A Igreja verdadeira deve ensinar o que Cristo ensinou e preparar o mundo para Segunda Vinda.
16.   A Igreja verdadeira deverá ser perseguida, mas resistirá a toda e qualquer perseguição.
17.   A Igreja verdadeira será reconhecida pelo verdadeiro penitente e a ela se ajuntará no devido tempo.
18.   A Igreja verdadeira precisa receber Elias, "para que a Terra não seja ferida com uma maldição"

                Eu poderia explicar minuciosamente cada um desses sinais mostrando escrituras na Bíblia e sua relação com a Igreja de Jesus Cristo. Todavia o que escrevi basta.
                Muitas Igrejas e credos ensinam partes da verdade, mas não possuem a plenitude. A sua Igreja comporta todos esses sinais ou características?
                Agora mais importante do que esse exame mental é buscar a maior prova para se saber qual Igreja é verdadeira: buscar uma revelação pessoal dada pelo Espírito de Deus. O Espírito pode ensinar-nos a verdade de todas as coisas. Se você considerar as coisas que te disse, e orar com fé, vai saber que falo a verdade - e sentirá o desejo de saber mais e de entrar para Igreja.
                Sei que a Igreja de Jesus Cristo é realmente o que afirma ser "a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias".

Estudos sobre as Religiões


                Iniciarei,  a partir de amanhã, postagens de uma série de artigos tratando sobre outras religiões. O propósito desse esforço, que durará cerca de seis meses, é demonstrar como outras igrejas, credos e seitas possuem pontos em comum  com a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Evitarei falar das diferenças e realçarei o bom, belo e justo em cada crença. Com espírito de tolerância, explicarei brevemente as crenças básicas e história da religião ou credo e apontarei as doutrinas verdadeiras, utilizando todas as escrituras e palavras dos profetas vivos que tenho disponível.
                O Salvador sempre pregou a tolerância. Embora ele tenha dito claramente nesses últimos dias que "a única igreja verdadeira e viva na face de toda a Terra" é a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (D&C 1:30), Ele nos admoestou a procurar o bem em toda parte, ser caridosos e unir-se aqueles que não estão contra Cristo e sua obra (Regra de Fé nº13).
                Quero deixar bem claro que sei que a Igreja de Jesus Cristo possui a plenitude do evangelho eterno. Todas as verdades pertencem a Igreja. E se há algo bom em outra religião é porque o mesmo pode ser encontrado na Igreja do Salvador. O fato é que o Senhor "concede a todas as nações que ensinem a sua palavra em sua própria nação e língua, sim, em sabedoria, tudo o que ele acha que devem receber" (Alma 29:8). Assim muita coisa boa pode ser encontrada em outras religiões e o meu testemunho é reforçado ao ver como Deus é misericordioso com os filhos dos homens dando-lhes muitos princípios e doutrinas verdadeiros.
                Um cronograma de postagens se encontra abaixo (as datas podem sofrer alteração):

1.       Religiões Africanas e Afro-brasileiras - clique aqui
2.       Religiões Tradicionais ou Folclóricas - clique aqui
3.       Espiritismo - sem previsão
4.       Judaísmo - sem previsão
5.       Sikhismo - 01/13
6.       Budismo - 01/13
7.       Confucionismo - 01/13
8.       Taoísmo - 01/13
9.       Hinduísmo - 01/13
10.   Xintoísmo - 02/13
11.   Islamismo - 02/13
12.   Cristianismo - Catolicismo - 02/13
13.   Cristianismo - Protestantismo - 03/13
14.   Cristianismo - outros movimentos - 03/13
15.   Cristianismo - novos movimentos religiosos (Evangélicos) - 04/13
16.   Igreja Messiânica Mundial - 04/13
17.   Igrejas que surgiram  a partir da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias - 04/13
18.    Ateísmo, Secularismo - 05/13
19.   Wicca, Rastafari, Cao Dai, Seicho-No-Ie, Tenrikyo, Cultos ao demônio, Universalismo, outros movimentos religiosos - 05/13

4 de dez. de 2012

Anarquismo e o Evangelho

Não pretendo fazer um estudo completo sobre o anarquismo e o evangelho, mas apenas traçar algumas linhas de consideração que permitirão, especialmente os jovens, entenderem que o evangelho não combina com o anarquismo, e portanto deve ser refutado.
Não achei nenhuma citação sobre o anarquismo nos livros da Igreja em português. Achei três citações em inglês e as traduzi livremente. Estão abaixo, depois de minhas considerações.
Há muitas referencias ao mal do comunismo e socialismo na literatura da Igreja. Como o anarquismo é ainda mais extremo que o comunismo e nunca foi aplicado com sucesso, entende-se ser muito pior.
O anarquismo prega a ordem sem sistema de governo, sem Estado, sem autoridade. A maioria dos anarquistas diz que a verdadeira liberdade humana advirá com o total desprendimento dos sistemas jurídicos, religiosos e legais. A maioria também defende que até mesmo a religião e a moral deverão ser totalmente extintas para que haja paz, igualdade e liberdade.

Há um ponto verdadeiro na ideia por trás do anarquismo. Aprendemos, por exemplo, que em uma condição Celestial não haverá Estado. Seremos todos iguais e participantes do dom celestial (4 Néfi 1:3). Cristo ainda será nosso Rei Eterno, mas seremos como Ele, reis e sacerdotes para sempre - portanto, pode-se dizer que não haverá Estado como conhecemos hoje.
O anarquismo, todavia, esta longe de ser celestial! Ele só funcionaria se todos fossem puros, santos e justos, com desejos abnegados e bondosos. Mas não é assim. Nesse estado mortal todos pecam (Romanos 3:23). O homem natural procura satisfazer seus próprios desejos egoístas, em vez de trabalhar pelo bem de todos. Além disso, devemos lembrar que "nós cremos que os governos foram instituídos por Deus em benefício do homem; e que ele considera os homens responsáveis por seus atos em relação aos mesmos, tanto na formulação de leis como em sua execução, para o bem e segurança da sociedade" (D&C 134:1)

A ideia de "plena liberdade" proposta pelo anarquismo é muito bonita, mas totalmente equivocada. A verdadeira liberdade sempre é acompanhada de responsabilidade e compromisso. E tal responsabilidade se fundamenta sobre a obediência a princípios eternos e verdadeiros.  É por isso que Paorã escreveu ao capitão Morôni dizendo que sua alma permanecia "f
irme nessa liberdade com a qual Deus nos fez livres" (Alma 612:9). O Senhor também nos instou a permanecer na "liberdade que vos faz livres" (D&C 88:86). Permanecer livre na liberdade só é possível se obedecermos a Deus. Ele disse: "Eu, o Senhor Deus, liberto-vos; portanto sois verdadeiramente livres. E a lei também vos liberta" (D&C 98:8). As nossas "leis da terra", embora imperfeitas, garantem direitos fundamentais: como a vida, a liberdade, o direito de ir e vir, etc. Em um mundo desigual as leis humanas oferecem alguma segurança e garantia miníma. Antes de desprezarmos todo sistema legal, politico e social que temos hoje deveríamos estudar a História com cuidado e ponderar um pouco em quanto sangue foi derramado para que tivéssemos garantido na nossa Constituição e em de outros países, em Pactos Internacionais e também em diversas leis do mundo inteiro direitos essenciais ao bem-estar do homem. O mundo precisa melhorar muito, é verdade. Mas será que uma súbita revolução e a instituição de uma ordem sem ordem estatual, social, religiosa promoveria melhoras? Eu desconfio disso. Desconfio, porque nas escrituras vejo exemplos de civilizações que acabaram se destruindo inteiramente porque erroneamente não se submeteram a Deus e a seu governo e desprezaram as boas tradições de seus pais e "leis da terra". Os nefitas, por exemplo, em certo ponto, "constituíam um povo obstinado, de tal modo que não podiam ser governados pela lei nem pela justiça, a não ser para sua destruição" (Helamã 5:3). E é isso o que acabou acontecendo: foram todos destruídos (Mórmon 6)
O anarquismo excluí a ideia de responsabilidade até mesmo pela família. E esse é um dos principais perigos, pois sem a família o Plano de Deus esta destruído. E a felicidade vai embora junto.

Eis as três citações sobre o anarquismo (espero que ajude a compreender a posição dos profetas e da Igreja):
O Presidente Lorenzo Snow disse: "Tomem cuidado com os caminhos do mundo. Vós que estais labutando junto a milhões que, com o suor de seus rostos obtém o seu pão a cada dia, olhem e reconheçam o poder do alto que irá livrá-los da escravidão! O dia da vossa redenção se aproxima. Parem de desperdiçar o seu salário pois é ele que lhes livra da miséria. Não considerem a riqueza como sua inimiga, nem seus empregadores como seus opressores. Busquem a união do capital e do trabalho. Sejam previdentes durante vossa prosperidade. Não se tornem uma presa de homens cujo designo é provocar contendas para os seus próprios fins egoístas. Lutem por seus direitos através de meios legais, e desistam da violência e da destruição. Anarquismo e ilegalidade são seus inimigos mortais. (1 de Janeiro de 1901, MFP, 3:334). (The Teachings of Lorenzo Snow, pg. 131)
O Presidente Joseph F. Smith disse: "Agora, estes são os mandamentos de Deus, e os princípios contidos nesses mandamentos do Grandioso e Eterno estão também na Constituição de nosso país, e em todas as leis justas. Joseph Smith, o profeta, foi inspirado ao fazer essa afirmação e a ratificá-la (...) Não podemos tolerar o sentimento anarquista. O anarquismo se espalhou até certo ponto e está se espalhando sobre esta "terra de liberdade". Nós não toleraremos isso! Os Santos dos Últimos Dias não podem tolerar um espírito como este. É a anarquia. E isso significa destruição. (...) Não podemos nos dar ao luxo de ceder a esse espírito ou contribuir para ele, nem mínimo grau. Nós devemos estar à frente como uma rocha, contra todo o espírito ou forma de desprezo ou desrespeito à Constituição de nosso país e as leis constitucionais de nossa terra." (Oct. C. R., 1912, pp. 8-11. The Laws of God And the Laws of the Landpg.) (Gospel Doctrine, pg. 404)
[O dom de discernir] as diversidades de operações [mencionado em Doutrina e Convênios 42] refere-se ao reconhecimento das diversas influências espirituais no cotidiano, por exemplo, como se manifestam no Espiritismo, no anarquismo, e nos numerosos outros "ismos". Para saber se uma influência [é benéfica] precisa-se do Espírito Santo." (Doctrine and Covenants Commentary, pg. 264)
O anarquismo é um filosofia de homem mesclada com escritura. Há verdades na ideia do fim do Estado e o auge da liberdade e da igualdade. Mas o meio promulgado para atingir tal fim é iníquo. Além disso, sem um poder sacerdotal divino que presida, Satanás exerceria o domínio injusto e levaria caos até destruir todos os homens. O anarquismo como entendido e ensinado nas escolas é uma ideia diabólica e perversa, que nunca funcionou e nunca funcionará com sucesso.

Surgimento do Livro de Abraão


Um blog, que diz fazer "estudos mórmons" (e que é uma "associação para estudos mórmons") tem escrito corriqueiramente alguns artigos, que ainda que aparentemente bem intencionados, carecem da verdade e de convicção espiritual. Fui procurado por uma irmã para esclarecer a respeito do Livro de Abraão, porque esse blog distorceu alguns fatos relacionados ao mesmo. Como as dúvidas que envolveram minha amiga podem atingir outros, publico o que se segue.

Usarei citações dos manuais e livros aprovados pela Igreja. Antes de fazê-lo, porém, desejo expressar meus sentimentos sobre o Livro de Abraão e sobre a Pérola de Grande Valor: trata-se de uma escritura sagrada. É um livro incrível e não poderia ter nome mais apropriado: é realmente uma pérola de grande valor. É nesse livro, o menor entre as obras-padrão, que encontramos o próprio Deus dizendo qual seu propósito e glória (Moisés 1:39). É também na Pérola de Grande Valor que temos as Regras de Fé e o relato da Primeira Visão. Temos uma porção maior e mais completa das palavras do Salvador sobre os últimos dias. E também o grandioso livro de nosso pai Abraão.
Assim como outras escrituras modernas, muitos tentam desacreditar a origem do Livro de Abraão e seu conteúdo. Essas pessoas se esforçam inutilmente. Porque, no final, a verdade prevalecerá. Na última Conferência Geral o Élder Neil L. Andersen disse:
"Algumas das informações sobre a Igreja, por mais convincentes que sejam, simplesmente não são verdadeiras. Em 1985 (antes da Internet) lembro que um colega entrou no escritório onde eu trabalhava, na Flórida. Ele tinha em mãos um artigo da revista Time intitulado “Desafiando as Raízes do Mormonismo” que falava de uma carta recém-descoberta, supostamente escrita por Martin Harris, que conflitava com o relato de Joseph Smith sobre a descoberta das placas do Livro de Mórmon.
Meu colega perguntou se aquela nova informação destruiria a Igreja mórmon. O artigo citava um homem que disse estar deixando a Igreja por causa daquele documento. Mais tarde, relatou-se que outras pessoas deixaram a Igreja.20 Tenho certeza de que essa foi uma prova da fé que eles tinham.
Poucos meses depois, alguns estudiosos descobriram (e o falsificador confessou) que a carta era uma fraude total. Lembro-me de ter esperado realmente que aqueles que deixaram a Igreja por causa daquela falsidade encontrassem seu caminho de volta.
Alguns questionam sua fé quando encontram uma declaração feita por um líder da Igreja, há várias décadas, que parece incongruente com nossa doutrina. Há um princípio importante que governa a doutrina da Igreja. A doutrina é ensinada por todos os 15 membros da Primeira Presidência e do Quórum dos Doze. Não está oculta num obscuro parágrafo de um discurso. Os princípios verdadeiros são ensinados frequentemente por muitos. Nossa doutrina não é difícil de achar." (http://www.lds.org/general-conference/2012/10/trial-of-your-faith?lang=por)


1.
Os seguintes trechos foram retirados do livro "História da Igreja na Plenitude dos Tempos", páginas 159, 246, 258 e 488.
                "Em um túmulo na margem ocidental do rio Nilo, do outro lado da cidade egípcia de Tebas (hoje chamado Luxor), Antonio Lebolo, um explorador de língua francesa proveniente de Piedmont (uma região do noroeste da Itália), descobriu várias múmias, juntamente com alguns pergaminhos de papiro. Depois da morte de Lebolo, em 1830, as múmias e os papiros foram enviados aos Estados Unidos, onde Michael H. Chandler, que se apresentou como sobrinho de Lebolo, tornou-se seu proprietário em 1833. Em 1835, Chandler exibiu seus artefatos em várias cidades do leste.
                Quando chegou a Kirtland, no final de junho, os santos mostraram grande interesse pelas múmias e papiros. Chandler havia ouvido falar que Joseph Smith dizia poder traduzir registros antigos. Ele pediu a Joseph Smith se poderia traduzir os papiros. Orson Pratt relembra: “O Profeta examinou-os e recolheu-se a seu quarto, onde perguntou ao Senhor a respeito deles. O Senhor disse-lhe que eram registros sagrados” e revelou a tradução de alguns dos caracteres. Chandler tinha previamente enviado alguns caracteres do registro a estudiosos a fim de determinar qual seria seu provável significado. Ao receber a tradução do Profeta, ele assinou um testemunho assegurando que correspondia nos mínimos detalhes à dos estudiosos. (History of the Church, 2:235.)
                Extremamente interessado em seu conteúdo, os santos compraram as múmias e os pergaminhos por dois mil e quatrocentos dólares. Joseph começou imediatamente a trabalhar nos pergaminhos e descobriu que continham escritos de Abraão e escritos de José, que foi vendido ao Egito.
                “Podemos verdadeiramente dizer que o Senhor está começando a revelar a abundância da paz e da verdade”. Durante o restante desse tempo, em Kirtland, ele manteve um ativo interesse em trabalhar com aqueles escritos antigos. O fruto de seus esforços, o livro de Abraão, não foi impresso, contudo, até 1842, quando outra parte da tradução havia sido terminada em Nauvoo. Em fevereiro de 1843, o Profeta prometeu suprir mais da tradução do livro de Abraão. Contudo, sua agenda bastante lotada não lhe permitiu terminar a obra antes de ser assassinado.
(...)
                "A principal fonte de notícias de Nauvoo eram os jornais. Os santos haviam publicado jornais em Missouri e Ohio. Durante o cerco de Missouri, os líderes da Igreja enterraram a prensa usada para imprimir o Elder’s Journal. Ela foi recuperada em 1839 e levada para Nauvoo, onde foi usada para imprimir o Times and Seasons, a partir de novembro daquele ano. Como publicação oficial da Igreja, o Times and Seasons, era cuidadosamente controlado e supervisionado pelo Profeta. Durante o curto período em que foi publicado, o Times and Seasons divulgou importantes pontos de doutrina e normas estabelecidas, incluindo parte da biografia oficial de Joseph Smith, parte do Livro de Moisés e do Livro de Abraão, que posteriormente foram incluídas na Pérola de Grande Valor. O jornal também publicou discursos de conferência, cartas circulares do Quórum dos Doze Apóstolos, atas de reuniões importantes da Igreja, reimpressões de artigos de outros jornais e o discurso King Follet. Houve inúmeros artigos a respeito do Livro de Mórmon, incluindo evidências e achados arqueológicos e debates sobre a localização geográfica de pontos referidos no Livro de Mórmon."
(...)
                No início de 1842, aproximadamente na mesma época em que Joseph Smith escreveu sua carta a John Wentworth (que é a carta que continha as 13 regras de Fé), o Profeta estava bastante atarefado com a “tradução dos Registros de Abraão”. Esses registros haviam sido adquiridos em 1835, quando a Igreja comprou vários rolos de antigos papiros egípcios de Michael Chandler. Joseph e seus escreventes fizeram algumas investigações preliminares a respeito deles, mas seu trabalho no Templo de Kirtland e a subseqüente apostasia e perseguições impediram-nos de continuar esse trabalho em Ohio ou Missouri. Por fim, na primavera de 1842, o Profeta conseguiu dedicar-se à tarefa por várias semanas, sem ser interrompido.
                O Élder Wilford Woodruff, que ficou sabendo nos conselhos de liderança que o Profeta estava traduzindo parte do conteúdo dos papiros, escreveu em seu diário seus sentimentos a respeito do trabalho do Profeta: “Verdadeiramente o Senhor ergueu Joseph, o vidente (...) e hoje cobriu-o com seu imenso poder, sabedoria e conhecimento. (...) O Senhor está abençoando Joseph com o poder de revelar os mistérios do reino de Deus; para traduzir, por meio do Urim e Tumim, os registros antigos e hieróglifos tão velhos quanto Abraão ou Adão, o que faz com que nosso coração arda dentro de nós, ao vermos suas gloriosas verdades abrirem-se diante de nós”.
                Extratos do Livro de Abraão apareceram pela primeira vez no Times and Seasons e no Millennial Star no verão de 1842. Joseph Smith indicou que mais seria revelado posteriormente, mas não pôde continuar a tradução depois de 1842 (por que ele foi assassinado!). O que a Igreja recebeu — cinco capítulos do livro de Abraão, na Pérola de Grande Valor — era apenas uma parte do registro original.
                Em 1967, onze fragmentos do papiro de Joseph Smith foram redescobertos pelo Doutor Aziz S. Atiya, no Metropolitan Museum of Art de Nova York. Os estudos confirmaram que se tratam de textos funerários do Egito, do tipo que normalmente eram enterrados junto com pessoas da realeza e da nobreza, destinando-se a guiá-los em suas jornadas eternas. Isso renovou a questão da relação entre os registros e o livro de Abraão. Joseph Smith não explicou o método pelo qual traduziu o livro de Abraão, assim como nunca explicou plenamente o método de tradução do Livro de Mórmon.
                Não obstante, assim como o Livro de Mórmon, o livro de Abraão é sua própria evidência e foi-nos dado pelo dom e poder de Deus.
(...)
                Por várias décadas, o mundo havia testemunhado o crescente interesse pelas novas descobertas e teorias da ciência moderna. Com a chegada do século XX, o ritmo do desenvolvimento tecnológico foi apressado, e importantes invenções, como o automóvel movido a gasolina e o avião, tiveram enorme impacto na vida diária. Esses avanços também fizeram crescer o interesse pela ciência, que por sua vez levou mais pessoas a confiar no intelecto humano em vez da teologia para entender a natureza do universo e da sociedade.
                Os estudiosos passaram a considerar a Bíblia de modo bastante crítico. Começaram a questionar o significado e mesmo a autenticidade das escrituras. A assim chamada “crítica superior” também voltou sua atenção para escrituras SUD. Em 1912, o reverendo F. S. Spalding, bispo da igreja episcopal de Utah, publicou um panfleto intitulado Joseph Smith Jr. como Tradutor. A publicação contrastava as interpretações de oito egiptólogos com as explicações de Joseph Smith referentes aos fac-símiles do livro de Abraão na Pérola de Grande Valor. Embora a maior parte dos santos dos últimos dias aceitasse a veracidade das escrituras por uma questão de fé, a Igreja ainda assim reconheceu a necessidade de responder a essas críticas. De fevereiro a setembro de 1913 uma série de artigos foi publicada a quase todo mês na revista Improvement Era, fornecendo possíveis respostas.


2.
Os trechos abaixo foram retirados do Manual do Aluno da Pérola de Grande Valor, pg. 28-29

Quem Foi Abraão e Quando Ele Viveu?
                Adão e Eva e a Queda (aproximadamente 4.000 a.C.), Enoque (aproximadamente 3.000 a.C.), Noé e o Dilúvio (aproximadamente 2.400 a.C.) e a torre de Babel (aproximadamente 2.200 a.C.) precederam a época de Abraão. Abraão, nascido por volta de 2000 a.C., foi pai de Isaque e avô de Jacó, cujo nome mais tarde foi mudado para Israel. (Ver Guia para Estudo das Escrituras, “cronologia”, pp. 49–52.)

Como a Igreja Recebeu o Livro de Abraão?
                Em 3 de julho de 1835, um homem chamado Michael Chandler levou quatro múmias egípcias e vários rolos de papiro contendo escritos do egípcio antigo para Kirtland, Ohio. As múmias e os papiros tinham sido descobertos no Egito, vários anos antes, por Antonio Lebolo. Kirtland era uma das muitas paradas da exposição das múmias que Chandler estava fazendo no Leste dos Estados Unidos. Chandler tinha colocado as múmias e os papiros à venda e, a pedido do Profeta Joseph Smith, vários membros da Igreja fizeram uma doação para adquirirem-nas. Em uma declaração de 5 de julho de 1835, Joseph Smith escreveu o seguinte a respeito da importância desses antigos escritos egípcios: “Comecei a tradução de alguns dos
caracteres hieroglíficos, e para minha grande alegria, descobri que os rolos continham escritos de Abraão (...). Verdadeiramente posso dizer que o Senhor está começando a revelar a abundância de paz e verdade”. (History of the Church, 2:236.)

Como o Profeta Traduziu os Antigos Escritos?
                O Profeta Joseph Smith não explicou seu método de traduzir esses registros. Como acontece com todas as outras escrituras, um testemunho da veracidade desses escritos é basicamente uma questão de fé. A maior evidência da veracidade do livro de Abraão não se encontra em uma análise de suas evidências físicas nem de seu fundo histórico, mas ao ponderar-se fervorosamente o seu conteúdo e poder.

Por Que o Profeta Joseph Smith Disse Ter Traduzido os Escritos de Abraão Se os Manuscritos Não Datam da Época de Abraão?
                Em 1966, onze fragmentos dos papiros que foram de propriedade do Profeta Joseph Smith foram descobertos no Metropolitan Museum of Art da cidade de Nova York. Eles foram dados à Igreja e analisados por estudiosos que os dataram entre 100 a.C. e 100 d.C. Uma objeção frequente à autenticidade do livro de Abraão baseia-se no fato de que os manuscritos não são suficientemente antigos para terem sido escritos por Abraão, que viveu quase dois mil anos antes de Cristo. Joseph Smith jamais declarou que os papiros tivessem sido escritos pelo próprio Abraão nem que fossem de sua época. É frequente referir-nos às obras de um autor
como “seus” escritos, quer ele os tenha escrito pessoalmente ou ditado a outros, quer tenham sido copiados por outros posteriormente.

O Que o Profeta Joseph Smith Fez com Sua Tradução?
                O livro de Abraão foi publicado originalmente em partes no Times and Seasons, uma revista da Igreja, a partir de março de 1842, em Nauvoo, Illinois. (Ver Introdução no início da Pérola de Grande Valor.) O Profeta Joseph Smith explicou que publicaria outras partes do livro de Abraão posteriormente, mas foi morto como mártir antes de poder fazê-lo. A respeito do possível tamanho da tradução completa, Oliver Cowdery disse certa vez que seriam necessários “volumes” para contê-la. (Ver Messenger and Advocate, dezembro de 1835, p. 236.) Além dos escritos hieroglíficos, o manuscrito também continha desenhos egípcios. Em 23 de fevereiro de 1842, o Profeta Joseph Smith pediu a Reuben Hedlock, um entalhador de madeira profissional e membro da Igreja, que preparasse uma xilogravura dos desenhos para que pudessem ser impressos. Hedlock terminou a xilogravura em uma semana, e Joseph Smith publicou os fac-símiles juntamente com o livro de Abraão. As explicações de Joseph Smith dos desenhos acompanham os fac-símiles.

O Que Aconteceu com as Múmias e os Papiros?
                Depois da morte do Profeta Joseph Smith, as quatro múmias e os papiros tornaram-se propriedade da mãe viúva de Joseph, Lucy Mack Smith. Quando Lucy morreu, em 1856, Emma Smith, a esposa do Profeta, vendeu a coleção ao Sr. A. Combs. Existem várias teorias sobre o que teria acontecido com as múmias e os papiros depois disso. Parece que pelo menos duas das múmias foram destruídas pelo fogo no grande incêndio de Chicago, em 1871. (Ver B. H. Roberts, New Witnesses for God, 3 vols., 1909–1911, 2:380–382.)
                No início da primavera de 1966, o Dr. Aziz S. Atiya, um professor da Universidade de Utah, descobriu vários fragmentos dos papiros do livro de Abraão, enquanto fazia uma pesquisa no Metropolitan Museum of Art na cidade de Nova York. Esses papiros foram presenteados à Igreja pelo diretor do museu, em 27 de novembro de 1967. O paradeiro atual das outras múmias e dos outros papiros é desconhecido. (Ver H. Donl Peterson, “Some Joseph Smith Papyri Rediscovered, 1967”, em Studies in Scripture, Volume Two, pp. 183–185.)

Qual É o Significado do Livro de Abraão?
                O livro de Abraão é uma evidência do chamado inspirado do Profeta Joseph Smith. Ele surgiu em uma época em que o estudo da língua e cultura do antigo Egito estava apenas começando. Os estudiosos do século XIX mal tinham acabado de começar a explorar o campo da egiptologia, mas sem nenhum estudo formal em línguas antigas e sem nenhum conhecimento do antigo Egito (com exceção de seu trabalho no Livro de Mórmon), Joseph Smith começou sua tradução dos antigos manuscritos. Seu conhecimento e capacidade foram-lhe concedidos pelo poder e dom de Deus, juntamente com sua determinação e fé. O livro de Abraão revela verdades do evangelho de Jesus Cristo que eram anteriormente desconhecidas pelos membros da Igreja na época de Joseph Smith. Ele também esclarece passagens difíceis encontradas em outros textos das escrituras.

Os Manuais citados podem ser encontrados aqui: http://institute.lds.org/manuals?lang=por