24 de jan. de 2012

O que é um "apóstolo"?


A palavra apóstolo vem do grego e significa “enviado” (GEE “Apóstolo”). Apóstolo é (1) uma condição peculiar (sentido amplo) e (2) título e ofício sagrado do sacerdócio de Melquisedeque (sentido estrito). Esse título tornou-se sagrado e deve ser usado com cautela (por exemplo, devemos chamar um membro do quorum dos Doze Apóstolos de Élder).
Torna-se um apóstolo alguém que recebe um testemunho especial de Jesus Cristo pelo poder do Espírito Santo. Embora esse testemunho não precise ser ocular – ou seja, o apóstolo não precisa necessariamente ver Jesus Cristo com os olhos naturais para saber com toda certeza que Ele é o Senhor – este homem, apóstolo, precisa de uma confirmação diferenciada. Ele precisa entender sobre Cristo de maneira tal que lhe seja impossível negar (se o fizer estará cometendo um pecado imperdoável). Um apóstolo não crê em Cristo – Ele o conhece – sabe perfeitamente quem Ele é (D&C 46:13-14, ver também http://lucasmormon.blogspot.com/2010/05/o-dom-de-crer-e-saber-que-jesus-e-o.html). Joseph Smith se tornou um apóstolo, neste sentido, em 1820, quando na Primeira Visão conversou com o Pai e o Filho (Joseph Smith – História 1:17-19). O Rei Lamôni (Alma 19:13) e muitos outros também tiveram o privilégio de tornarem-se testemunhas especiais, sem possuírem um oficio no sacerdócio. Esse é o sentido amplo para o termo apóstolo.
Torna-se apóstolo alguém que é chamado por revelação pelo presidente da Igreja para ocultar uma vaga no quórum dos Doze Apóstolos ou na Primeira Presidência da Igreja. Esse é o sentido estrito do termo apóstolo. Os homens chamados a esses quóruns são ordenados ao ofício de Apóstolos do Senhor Jesus Cristo e recebem todas as chaves e autoridades para o governo de Igreja e Reino de Deus na Terra. Eles presidem a onde quer que são chamados a ir, e possuem poder para realizar grande maravilhas. Eles recebem o mandamento de pregar o evangelho, erguendo a voz como testemunhas especiais do nome de Cristo. O apóstolo sênior (o que possui o ofício de apóstolo por mais tempo, e não necessariamente o mais avançado em idade) é o Presidente da Igreja. Embora nos referimos ao Presidente da Igreja como o Profeta, cada apostolo ordenado é um profeta, vidente e revelador (http://lucasmormon.blogspot.com/2010/09/o-que-e-um-profeta.html) – e possuem todos os dons necessários para cumprir seu importante chamado. Todo aquele que recebe o ofício de apóstolo recebem a condição de apóstolos. Essa condição pode ocorrer simultaneamente ou não ao chamado e ordenação. Em outras palavras, um homem que é chamado para ocupar uma posição como Apostolo ou membro da Presidência da Igreja pode ter se tornado um apostolo (condição) bem antes de seu chamado, durante seu chamado ou algum tempo depois de seu apoio e designação. Mas estou certo que todo homem ordenado recebe dons necessários para o estrito cumprimento de seu ofício – e como tal, todo apostolo (em sentido estrito) é um apostolo (em sentido amplo).
Há apenas quinze apóstolos na Terra hoje. Quando um deles morre, outro homem é chamado para ocupar seu lugar. Por isso é bem improvável que eu ou você sejamos chamados para ser um apóstolo. Todavia o Senhor deseja que desfrutemos da condição de apóstolos. Isso significa que podemos nos tornar testemunhas especiais de Cristo e receber seus dons especiais. A condição de apostolo (sem o ofício) não implica em sair pregando, organizando a Igreja e fazendo milagres – este é um encargo dos Doze e da Primeira Presidência – homens devidamente ordenados. Mas ao recebermos a condição de apóstolo teremos o privilégio de fazer parte da Igreja do Primogênito e de recebermos o Segundo Consolador (http://lucasmormon.blogspot.com/2010/08/outro-consolador.html).
Na vida pré-mortal já existiam apóstolos do Senhor. Leí teve uma visão, 630 anos antes de ser organizado o primeiro quórum de apóstolos na Terra – e viu Doze homens seguindo o Senhor (1 Néfi 1:9-11). Outras revelações nos ensinam que os apóstolos e outros homens foram chamados e preparados antes da fundação do mundo (por exemplo: Abraão 3:23 e D&C 138:55-56).
O Presidente Packer ao PúlpitoQuando o homem foi colocado na Terra, entretanto, o Senhor não organizou um quórum de apóstolos. Havia um sistema patriarcal – onde o sacerdócio passava de pai para filho. Isso perdurou até a época de Abraão, Isaque, Jacó e José. Depois os profetas eram chamados e se organizavam não necessariamente com homem da mesma família. Sempre houve mais de um profeta na Terra ao mesmo tempo em todas as épocas (exceto em períodos de grande apostasia) – a organização de doze homens, todavia, em quórum, aconteceu no Meridiano dos Tempos. O Senhor Jesus Cristo preparou, chamou e ordenou pessoalmente doze discípulos como Seus Doze Apóstolos. Ele o fez no Velho Mundo (João 6:70, Lucas 6:13) , nas Américas (3 Néfi 12:1) e entre as tribos perdidas da casa de Israel (3 Néfi 16:2-3).
Hoje há doze apóstolos (com no máximo doze homens) e um quórum da primeira presidência (com no mínimo três homens). Somos ricamente abençoados por termos apóstolos e profetas em nossos dias. Sem eles não poderíamos ter vida eterna – por que é através do testemunho deles que podemos obter salvação eterna. Àqueles que recebem um apóstolo como um apóstolo recebem um galardão singular (Mateus 10:41) – de fato é como se recebessem o próprio Senhor (D&C 84:36-37).
Os apóstolos podem “saber tanto de coisas passadas como de coisas futuras; e por meio deles todas as coisas serão reveladas, ou seja, coisas secretas serão manifestadas e coisas ocultas virão à luz; e darão a conhecer coisas que não são conhecidas; e também manifestarão coisas que, de outra maneira, não poderiam ser conhecidas. Assim, Deus providenciou um meio para que o homem, pela fé, pudesse operar grandes milagres; portanto ele se torna um grande benefício para seus semelhantes.” (Mosias 8:17-18).
Os apóstolos são homens comuns, sujeitos a doença, tristeza e dificuldades – tais como nós. Mas possuem um chamado extraordinário. Eles são fieis, compreendem a doutrina e são cheios de amor de Deus. Sua principal responsabilidade é testificar a respeito de Cristo: "“Sinto que as pessoas têm um grande desejo de ouvir o testemunho de um Apóstolo. [Isso é] o que mais satisfaz aqueles que participam da reunião”, disse o Élder Christofferson. “Acho que as pessoas gostam das instruções, dos conselhos, das respostas à suas perguntas e coisas assim, mas o que mais apreciam é ouvir esse testemunho. Não que eles não o possuam, — estamos compartilhando um testemunho que a maioria que o ouve também o possui — mas sendo essa a primeira e a mais importante responsabilidade de um Apóstolo, prestar testemunho de Cristo (…) é o que causa maior impacto." (ver http://lds.org/study/prophets-speak-today/unto-all-the-world/let-the-holy-spirit-guide?lang=por)
Já vivi o suficiente para ver grandes milagres realizados pelas mãos dos apóstolos. Testifico que eles realizam a obra do Senhor com grande poder e autoridade. Eles recebem revelação constantemente e são uma bênção para toda nação que os recebe. Todas as pessoas do mundo podem ter o privilégio de ouvir esses homens de seis em seis meses, durante a Conferência Geral da Igreja. Que privilégio! Acesse o seguinte link para descobrir o quão especial são seus conselhos: http://lds.org/study/prophets-speak-today?lang=por

Para saber mais: http://lds.org/study/topics/prophets?lang=por

23 de jan. de 2012

Luz e Verdade

D&C 93 é uma das sessões mais profundas de Doutrina e Convênios.


As palavras luz, verdade e inteligência são encontradas juntas em apenas três versículos de todas as obras padrão, dois deles estão nesta sessão. Isso é significativo ao se considerar o significado importante dessas palavras no Plano Eterno de Deus.

Importantes definições e correlações são feitas nesta sessão (quando houver somente a menção de versículos abaixo, entre parênteses, eles se referirão a D&C 93):



O que é verdade?

Há tanta confusão no mundo sobre o que vem a ser verdade. Para muitos a verdade são considerações relativas – que variam de acordo com as necessidades. Que erro! Embora exista maneiras de se ver o mundo, a maneira de Deus é a correta – e, portanto, existe uma verdade absoluta. A profunda declaração de Jacó, foi repetida em D&C 93:

A “verdade é o conhecimento das coisas como são, como foram e como serão” (v. 24)

“O Espírito da verdade é de Deus. [Cristo é] o Espírito da verdade. (...) Ele recebeu a plenitude da verdade, sim, toda a verdade” (v. 26). Por isso ele declarou: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida” (João 14:6). O Salvador é personificação da verdade. A verdade é a reunião de todo conhecimento. O conhecimento gera poder de ação. “Toda verdade é independente para agir por si mesma na esfera em que Deus a colocou (...); caso contrário, não há existência” (v. 30). Vemos, portanto que a verdade é: (1) um conhecimento das coisas (que são, que foram, que serão); e (2) é a capacidade de ação que é colocada numa esfera que possa agir.

Por ser Cristo onisciente ele é a própria Verdade. Essa verdade não é adquirida por quantidade de informações. Ela é a soma de todo conhecimento bom colocado em prática, daí a necessidade da investidura de ação. “E homem algum recebe a plenitude a não ser que guarde seus mandamentos. Aquele que guarda seus mandamentos recebe verdade e luz, até ser glorificado na verdade e conhecer todas as coisas.” (v. 27-28). Vemos que a luz esta relacionada intimamente com a verdade.

O Espírito Santo ensina toda verdade (Morôni 10:5). Ele também pode ser chamado de Espírito da Verdade.



O que é luz?

A luz é a energia divina que vem de Cristo: “eu sou a verdadeira luz que ilumina todo homem que vem ao mundo” (v. 2) Por ser Cristo onipotente ele é própria Luz. A Luz é o poder que concede e permite a vida (D&C 88:7-13). É a luz que nos faz entender a verdade, quase sempre é sinônimo de revelação, ou entendimento dos céus: “E dou-vos estas palavras, para compreenderdes e saberdes como adorar e saberdes o que adorais, para que venhais ao Pai em meu nome e, no devido tempo, recebais de sua plenitude.” (v. 19) “Aquilo que é de Deus é luz; e aquele que recebe luz e persevera em Deus recebe mais luz; e essa luz se torna mais e mais brilhante, até o dia perfeito. E também em verdade vos digo e digo para que conheçais a verdade, para que afugenteis as trevas do meio de vós” (D&C 50:24-25). A verdade aponta para luz, e a luz concede mais verdade, em outras palavras: quanto mais conhecemos as coisas como realmente foram, são e serão, mais poder recebemos para agir de acordo com esse conhecimento. Isso nós faz mais inteligentes.



O que é inteligência?

Inteligência é “a luz da verdade, [que] não foi criada nem feita nem verdadeiramente pode sê-lo” (v. 29). Inteligência é o resultado da soma de luz e verdade. “A glória de Deus é inteligência ou, em outras palavras, luz e verdade” (v 36). O Senhor é a luz e a verdade, é o ser mais inteligente de todos: “Estes dois fatos realmente existem, que há dois espíritos, sendo um mais inteligente que o outro; haverá um outro mais inteligente que eles; eu sou o Senhor teu Deus, eu sou mais inteligente que todos eles.” (Abraão 3:19). A glória de Deus vem por sua inteligência. Inteligência é luz (poder) e verdade (conhecimento). A glória nos é concedida à medida que crescemos em luz e em verdade. A obra e glória de Deus é levar a efeito a imortalidade e a vida eterna a seus filhos (Moisés 1:39). Cristo recebeu toda glória do Pai (v. 16-17). E nós também podemos receber a mesma glória que o Pai desfruta hoje: “Porque se guardardes meus mandamentos, recebereis de sua plenitude e sereis glorificados em mim como eu o sou no Pai; portanto digo-vos: recebereis graça por graça.” (v.20). Ou seja, nós podemos ser como nosso Pai e Cristo, dês de que guardemos os mandamentos – vamos crescer de graça em graça, um pouco aqui, um pouco ali.



Qual a relação entre luz, verdade e inteligência? E porque isso é importante?

O presidente Henry B. Eyring, na época membro do Quorum dos Doze disse: “O Espírito Santo é o Espírito da Verdade. Sentimos paz, esperança e alegria quando ele diz ao nosso coração e à nossa mente que alguma coisa é verdadeira. Quase sempre, tenho também uma sensação de luz. Qualquer sensação de escuridão que eu tiver se dispersa e aumenta o desejo de fazer o que é certo. O Senhor prometeu que vocês também passariam por tais experiências. Eis o que Ele disse, como se encontra em Doutrina e Convênios: “E agora, em verdade, em verdade eu te digo: Põe tua confiança naquele Espírito que leva a fazer o bem—sim, a agir justamente, a andar em humildade, a julgar com retidão; e esse é o meu Espírito. Em verdade, em verdade eu te digo: Dar-te-ei do meu Espírito, o qual iluminará tua mente e encher-te-á a alma de alegria” (D&C 11:12—13).” (Serão do SEI para Jovens, 10 de setembro de 2006, Universidade Brigham Young).

O profeta Alma disse ao ensinar sobre quando experimentamos a Palavra de Deus: “Oh! então isto não é real? Digo-vos que sim, porque é luz; e o que é luz é bom, porque pode ser discernido; portanto deveis saber que é bom; (...) (Alma 32:35).

Observe a descrição do caráter de Daniel pela rainha: “Há no teu reino um homem que tem o espírito dos deuses santos; e nos dias de teu pai se achou nele luz, e inteligência, e sabedoria, como a sabedoria dos deuses; e teu pai, o rei Nabucodonosor, sim, teu pai, ó rei, o constituiu chefe dos magos, dos encantadores, dos caldeus, e dos adivinhadores; porquanto se achou neste Daniel um espírito excelente, e conhecimento e entendimento para interpretar sonhos, explicar enigmas e resolver dúvidas, ao qual o rei pôs o nome de Beltessazar. Chame-se, pois, agora Daniel, e ele dará a interpretação. (Daniel 5:11-12)

O Apóstolo Paulo ensinou: “pois outrora éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor; andai como filhos da luz (pois o fruto da luz está em toda a bondade, e justiça e verdade), provando o que é agradável ao Senhor.” (Efésios 5:8-10)

Deus ensinou e ordenou aos pais: “A glória de Deus é inteligência ou, em outras palavras, luz e verdade. A luz e a verdade rejeitam o ser maligno. Todo espírito de homem era inocente no princípio; e Deus, tendo redimido o homem da queda, os homens tornaram-se outra vez, em sua infância, inocentes perante Deus. E vem o ser maligno e tira a luz e a verdade dos filhos dos homens pela desobediência e por causa da tradição de seus pais. Eu, porém, ordenei que criásseis vossos filhos em luz e verdade” (v.36-40).

“E se vossos olhos estiverem fitos em minha glória, todo o vosso corpo se encherá de luz e em vós não haverá trevas; e o corpo que é cheio de luz compreende todas as coisas.” (D&C 88:67)

“A luz do corpo são os olhos; se, pois, teus olhos forem bons, todo o teu corpo será cheio de luz; Se, porém, teus olhos forem maus, todo o teu corpo será cheio de trevas. Se, pois, a luz que em ti há são trevas, quão grandes são essas trevas! Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro ou há de apegar-se a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom.” (3 Néfi 13:22-24)

“Pois em verdade vos digo que eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, a luz e a vida do mundo – uma luz que resplandece nas trevas e as trevas não a compreendem.” (D&C 45:7)



Tendo essas escrituras em mente aprendemos que quanto mais luz e verdade temos mais próximos de Deus ficamos. Satanás é o pai das mentiras, e procura tirar a luz e a verdade dos homens. De fato, ele é um ser sem luz que procura nossa destruição: “E [Enoque] viu Satanás; e este tinha uma grande corrente na mão, que cobria de trevas toda a face da Terra; e ele olhou para cima e riu; e seus anjos rejubilaram-se.” (Moisés 7:26).

Ou escolhemos a Deus e sua luz ou a Satanás e as trevas. Quanto mais próximos estivermos da luz mais compreensão de todas as coisas teremos. A vida eterna é o conhecimento de Deus e Jesus Cristo (João 17:3). Esse conhecimento vem por revelação e ele nos liberta das trevas, do pecado e da morte. Obter luz e verdade ajuda-nos a ser felizes. Quanto mais luz e verdade temos, mas felizes nos tornamos, pois mais parecidos com Deus ficamos. Sim, quanto mais inteligentes nos tornamos, mas semelhantes a Deus seremos. E cresceremos em glória para vida eterna.

Alguns, entretanto, mesmo vislumbrando quão grandes bênçãos Deus tem aos que o amam, preferem não andar na luz de Deus: “Quem há entre vós que tema ao Senhor, que obedeça à voz de seu servo, que ande em trevas e não tenha luz? Eis que todos vós, que acendeis fogo e vos cingis com faíscas, andais na luz do vosso fogo e entre as faíscas que acendestes. Isto tereis de minha mão – em tormento jazereis.” (2 Néfi 7:10-11)

Obter luz e verdade (tornar-se mais inteligente) deve ser o anelo de todo filho de Deus. Mas como fazê-lo? Como obter mais luz e verdade?

A resposta já foi dada nos versículos que apontei: devemos guardar os mandamentos (v. 20). A oração, que é um mandamento, tem um papel relevante para obtermos luz e verdade: “O que digo a um digo a todos; orai sempre, para que o ser maligno não tenha poder em vós e não vos remova de vosso lugar” (v. 49). A oração sincera convida a revelação. E essa revelação sempre nos faz mais inteligentes.

Um exemplo prático. Ao acordamos dobramos nosso joelho e oramos agradecendo por um novo dia. Isso nos acrescenta luz e verdade. Ao sairmos de casa para trabalhar oramos por proteção – isso nos acrescenta mais luz e verdade. Ao interagirmos com as pessoas transmitimos amor, preocupação e falamos de Cristo – isso nos dá mais luz e verdade. Entretanto, se cedermos à tentação, e olharmos uma imagem pornográfica ou a pensarmos mal de alguém, por exemplo, isso nos tira luz e verdade – e a luz que havia em nós se torna trevas. Afastamo-nos de Deus, pois pecamos, e precisamos do arrependimento para voltar a receber luz e verdade.

Sei que podemos receber luz e verdade diariamente e crescer dia a dia, até o dia perfeito. Por causa da Expiação de Jesus Cristo, que trouxe uma luz que nunca será obscurecida, o mundo pode ser redimido se guardar os mandamentos. Por meio do Espírito Santo toda verdade pode nos ser revelada, e se o for estaremos cheios de luz e seremos como Deus – tento glória eterna – sendo felizes para sempre.

Corpo

O corpo mortal é uma dádiva muito especial. Ele é um Templo, um lugar sagrado, onde o Espírito de Deus pode habitar. O corpo físico ainda não é nosso. Mas por meio da expiação de Cristo ele um dia será.

O corpo se desenvolve no útero materno. Ele é fundido com o espírito pré-mortal no devido tempo. O recém-nascido cresce e se desenvolve até a idade a adulta, onde, depois, passa a envelhecer. O corpo mortal, como o próprio nome deduz, um dia morre.

O corpo mortal é a imagem e semelhança dos pais biológicos. Entretanto o espírito pré-mortal é a imagem e semelhança dos pais celestiais. Embora o espírito seja parecido com o corpo mortal – possui braços, pernas, dois olhos, uma boca, etc. certamente não é idêntico.

Na ressurreição o corpo físico se unirá mais uma vez ao espírito – desta vez para nunca mais se separar. O corpo será vivificado por espírito e não por sangue – daí dizemos que será um corpo espiritual. Esse corpo será a imagem e semelhança da condição espiritual. O que significa que os que ressuscitaram para a glória teleste terão aspectos semelhantes entre si, que serão diferentes dos que ressuscitarem para glória terrestre e celeste. Mas explicarei melhor isso mais para frente.

Deus em sua infinita sabedoria deu e esta dando a oportunidade para que todos os seus filhos, que aceitaram o Salvador, ganhassem um corpo. Alguns experimentam a mortalidade por uns poucos segundos. Outros vivem muito tempo. Alguns têm restrições físicas, outros mentais. Todavia todos serão provados na medida necessária para alcançarem a exaltação.

A grande misericórdia do Senhor consiste em enviar-nos a Terra numa certa época, num certo lugar, com certas oportunidades, privilégios e restrições, para que usássemos nosso arbítrio por um tempo, a fim de nos provarmos dignos da exaltação.

Sem um corpo, que é o instrumento do espírito, não poderíamos usar o arbítrio de maneira plena e completa. Nunca poderíamos, por exemplo, ter a alegria de um relacionamento familiar. É verdade que com um corpo as responsabilidades aumentam. Sem um corpo seria impossível quebrar a lei da castidade ou experimentar drogas. Mas tendo um tabernáculo mortal tais pecados são possíveis.

Poucos entendem o quão maravilhoso é ter um corpo físico. Quando morrermos entenderemos melhor o valor desse corpo. E talvez esse seja uma das bênçãos principais de precisarmos provar a morte. Mesmo os espíritos no paraíso consideram-se numa prisão – e aguardam ansiosamente a ressurreição, onde serão libertados das cadeias da morte.

Embora progredíamos na presença de Deus, progredimos muito mais rapidamente com um corpo na provação mortal. Porque aqui fazemos escolhas com conseqüências eternas.

Satanás esta bem consciente da importância do Segundo Estado e do poder que um corpo físico trás. Ele não tem um corpo, e nem terá – bem como seus seguidores. Ele nunca poderá ter prole. E sem família não poderá ter Vidas Eternas.

O Profeta Joseph Smith disse: “Viemos a este mundo com o objetivo de obter um corpo e poder apresentá-lo puro diante de Deus no reino celestial. O grande plano de felicidade consiste em ter um corpo. O diabo não tem corpo, e esse é seu castigo. Ele fica contente quando pode obter o tabernáculo de um homem e, quando foi expulso pelo Salvador, pediu para entrar numa manada de porcos, mostrando que preferia o corpo de um suíno a não ter corpo algum. Todos os seres com corpos possuem domínio sobre os que não os têm” (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja – Joseph Smith, capítulo 17 – “O Grande Plano de Salvação”, pg. 220).

O élder David A. Bednar, do Quorum dos Doze, ensinou: “Uma vez que o corpo físico é um elemento tão importante no plano de felicidade do Pai e em nosso desenvolvimento espiritual, não admira que Lúcifer procure frustrar nosso progresso tentando-nos a usar nosso corpo de modo impróprio. Uma das maiores ironias da eternidade é a de que o adversário, que é miserável justamente por não ter um corpo físico, procure seduzir-nos e tentar-nos a partilhar de sua miséria utilizando nosso corpo de modo impróprio. A própria ferramenta que ele não tem e não pode usar torna-se, assim, o alvo principal de seu empenho em levar-nos à destruição física e espiritual. O adversário tenta influenciar-nos tanto a fazer mau uso de nosso corpo físico como a subestimar a importância desse nosso corpo. É importante que reconheçamos e combatamos esses dois métodos de ataque.”

O élder Bednar na mesma ocasião também advertiu que Satanás procura não só tentar-nos a fazer algo errado com o corpo, mas a não utiliza-lo para fazer coisas boas: “Ergo hoje a voz apostólica de advertência para a possível influência asfixiante, sufocante, anulante e restritiva que alguns tipos de interações e experiências realizadas no mundo virtual podem ter sobre nossa alma. Essa preocupação não é algo novo, mas aplica-se igualmente a outros meios de comunicação como a televisão, o cinema e a música. No mundo virtual, porém, esses desafios são mais difundidos e intensos. Rogo que tomem cuidado com a influência entorpecente e espiritualmente destrutiva das tecnologias do ciberespaço que são usadas para produzir alta fidelidade e promover propósitos degradantes e malignos. Se o adversário não conseguir persuadir-nos a fazer mau uso de nosso corpo físico, então uma de suas táticas mais eficazes é induzir-nos — nós que somos espíritos com corpo — a desligar-nos gradual e fisicamente das coisas como realmente são. Em essência, ele nos incentiva a pensar e agir como se estivéssemos em nosso estado pré-mortal, sem um corpo. Se permitirmos, ele pode astutamente empregar alguns aspectos da tecnologia moderna para atingir seus objetivos. Peço-lhes que tomem muito cuidado para não ficarem tão imersos e concentrados nos pixéis, textos, fones de ouvidos, torpedos, redes sociais on-line e usos potencialmente viciantes da mídia e da Internet, a ponto de deixarem de reconhecer a importância de seu corpo físico e de perderem a riqueza da verdadeira comunicação face-a-face. Tomem cuidado com as representações e informações digitais encontradas nas diversas formas de interação computadorizada que podem exibir toda a gama de capacidades e experiências físicas” (“As Coisas como Realmente São”, Serão do SEI para Jovens Adultos; 3 de maio de 2009 – Universidade Brigham Young–Idaho, texto integral em português no site da Igreja Oficial: http://lds.org/library/page/display/0,7098,5344-1-2783-1,00.html, item “CES Addresses”, 2009).

19 de jan. de 2012

Qual o significado de Judas 1:9?


                Antes de procurar entender o versículo 9 especificamente precisamos analisar o contexto da carta de Judas e compreender quem era esse homem, para quem ele escrevia e porque o fez.
                Judas era um dos irmãos do Senhor Jesus Cristo (assim como o bispo de Jerusalém, autor da epistola de Tiago). Ele não era o Judas que traiu o Senhor (Judas Iscariotes), e nem o outro Judas (chamado Tadeu).
                O Manual do Aluno do Seminário do Curso do Novo Testamento diz que Judas "conhecia bem o Velho Testamento e utilizava suas histórias e exemplos para ensinar lições importantes." Lá é explicado também que "Judas estava preocupado com os perigos da apostasia, que estava aumentando pouco a pouco entre as pessoas a quem escreveu. Algumas não estavam alertas ao perigo que o câncer das doutrinas falsas que lhes estavam sendo ensinadas representavam." (pág. 163)
                No primeiro versículo notamos que Judas dirige sua carta aos "chamados" santificados. Então é uma carta para membros da Igreja, pessoas que conheciam muito bem as escrituras sagradas. Judas escreve porque percebe a necessidade de exortar os santos a "batalhar pela fé", pois, como ele mesmo explica se introduziram entre os santos "homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de Deus, e negam a Deus". Ele então passa a dar vários exemplos sobre pessoas que referem as trevas.
                Primeiro Judas cita a história do Êxodo da Antiga Israel; depois fala sobre os "anjos que não guardaram o seu principado" - que são os filhos da perdição - os espíritos que, na vida pré-mortal, decidiram seguir Lúcifer e, consequentemente, tornaram-se demônios. O terceiro exemplo é Sodoma e Gomorra.
                Nos três exemplos houve consequências terríveis. Deus "destruiu" os infiéis israelitas. Quanto aos anjos do mal foi-lhes reservada "escuridão" e "prisões eternas". E para os habitantes de Sodoma e Gomorra a pena foi "fogo eterno".
                Então Judas diz: "Mas o arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo, e disputava a respeito do corpo de Moisés, não ousou pronunciar juízo de maldição contra ele, mas disse: o Senhor te repreenda".
              Judas prossegue com seus exemplos, citando Caim, Balaão e Coré - dizendo que muitos seguem as obras desses homens iníquos. Então ele exorta os santos a lembrarem-se que tamanha iniquidade havia sido profetizado dês dos primórdios e até pelos próprios líderes atuais da Igreja. Finalmente Judas aconselha, nos versículos 20-25, a perseverança dos santos - prometendo que o Senhor é poderoso para salvar, purificar e nos encher da alegria.
                Agora que temos uma visão geral do livro de Judas voltemos ao versículo nove. O Manual do Instituto de Religião do Curso do Novo Testamento explica: "Os comentaristas da Bíblia presumem que este incidente de fato aconteceu, e que Judas o conhecia e estava citando esse evento de um livro, agora apócrifo, que existia em sua época, intitulado "A Ascenção de Moisés", que chegou até nós somente de forma fragmentária. Essa obra não-canônica apresenta a doutrina de que Moisés foi transladado e subiu aos céus sem provar a morte. Esses escritos parecem tratar de "certas revelações feitas por Moisés" e do seu "desaparecimento numa nuvem, de modo que sua morte foi oculta da vista humana (...) Miguel foi comissionado a enterrar Moisés. Satanás se opôs, pro dois motivos: (1) porque ele era o senhor da matéria e por isso tinha o direito de que o corpo fosse entregue a ele; (2) porque Moisés era um criminoso, tendo assassinado o egípcio. Após refutar as acusações do diabo, Moisés acusou Satanás de haver instigado a serpente a tentar Eva. Finalmente, depois de vencer toda oposição, a ascensão de Moisés ocorreu na presença de Josué e Calebe." (pg. 485).
                A seguir o Manual esclarece que esse relato saiu de um livro apócrifo - e por isso não deve ter o mesmo credito que as obras-padrão (GEE “Apócrifo”. Além disso, o manual do seminário chama o versículo nove de "parábola"  dando um status de "uma história simples usada para ilustrar ou ensinar uma verdade ou princípio espiritual" (GEE "Parábola").
            A Bíblia em inglês, espanhol e as diversas versões em português não alteram substancialmente esses versículo.

            Mas afastando, por um momento, a informação apócrifa e focando apenas no texto das obras-padrão que possuímos, teríamos que nos perguntar: quando Moisés contendeu com o diabo? E quando o diabo disputou com Miguel a respeito do corpo de Moisés?
               1- O primeiro evento que se encaixa ocorreu na vida pré-mortal: "E houve batalha no céu; Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão, e batalhavam o dragão e seus anjos; mas não prevaleceram, nem mais o seu lugar se achou nos céus. E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada Diabo, e Satanás, que engana todo mundo; ele foi precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele." (Apocalipse 12:7-9)
                Satanás e seus anjos lutaram contra Miguel. A causa de Miguel era a causa de Cristo - permitir que o Plano do Pai fosse aplicado - que ganhássemos um corpo de carne e ossos e pudéssemos provar-nos dignos de um corpo exaltado ao lado do Pai. A esses espíritos maus foi negado o direito de nascer e ter um corpo físico.
            Assim Miguel lutou pelo direito de Moisés nascer e ganhar um corpo, e ter a oportunidade de um dia possuir um tabernáculo exaltado, como o Pai Celestial. Ele também lutou por nós, para recebermos as mesmas dádivas. Ai esta um dos motivos pelos quais nosso pai Adão, o Ancião de Dias, o arcanjo Miguel, é nosso príncipe, líder e pai.
            2- Mas há outras ocasiões onde Moisés enfrentou Satanás. A Pérola de Grande Valor, por exemplo, menciona uma ocasião interessante em que Satanás procurou destruir a alma de Moisés. (Moisés 1:12-22). Nesse caso, porém, não há menção de uma ajuda direta de Miguel – nem de qualquer anjo. É dito simplesmente que Moisés “recebeu forças” (v. 21).
           
            A terceira hipótese refere-se à transladação de Moisés, mas precisa ser unificada ao texto apócrifo para explicar Judas 1:6.
3- Sabemos que Moisés não provou a morte, embora a Bíblia diga, por equivoco das traduções, que ele tenha morrido (Deuteronômios 34:5-7). Moisés foi ”sepultado pela mão do Senhor”, ou em outras palavras, “as escrituras (...) dizem que o Senhor levou Moisés para junto de si” (Alma 45:19). O Guia de Estudo Para as Escrituras explica que seres transladados são “pessoas que são transformadas, de modo que não experimentam a dor nem a morte até o momento de sua ressurreição para a imortalidade.” E acrescenta no rol de referências Deuteronômios 34:5–6 e Alma 45:19  (GEE “Seres Transladados”) – nos mostrando que Moisés foi transladado.
            Assim Moisés, quando estava prestes a morrer, teve que enfrentar o demônio uma última vez. Com ajuda celestial venceu os argumentos diabólicos e foi levado por uma “carruagem de fogo”, como Elias – sendo arrebatado e transladado. Mas esses detalhes, insisto, não são explicados se não pelo texto apócrifo.

            Portanto, concluindo, não sabemos exatamente sobre qual evento da vida de Moisés Judas esta se referindo. É verdade que estamos mais inclinados a considerar a terceira hipótese como verdadeira – por ter sido citada pelo Élder Bruce R. McConkie em seus escritos. Também não sabemos se se trata de uma parábola fictícia ou uma história real. Pessoalmente estou mais inclinado a considerar a história como uma parábola fictícia – semelhante à conversa de Deus com o diabo no livro de Jó (Jó 1:6-12).

            Apesar de nossa aparente conclusão cinzenta e infrutífera, podemos tirar importantes lições do versículo 9 de Judas – que dão, inclusive, significado a passagem:
1.       Miguel é um arcanjo (anjo de destaque com grande autoridade)
2.       Miguel e o diabo são antagônicos - e lutaram (contenderam, discutiram ou disputavam – dependendo da tradução) pelo corpo (ou pelo direito ao corpo) de Moisés. O mesmo pode, por analogia, ser dito sobre nós – eles lutam por nossas almas (corpo + espírito, D&C 88:15-16) – exercendo sua influência poderosa sobre nós.
3.       Satanás deseja nosso corpo e esta disposto a empregar seus (maiores) esforços para possuir-nos
4.       Miguel poderia pronunciar juízo ou maldição sobre Satanás, mas não o fez.
5.       Miguel deixou o julgamento e condenação do diabo para o Senhor.
6.       Será permitido a Satanás (e seus servos) disputar por nós até o tempo em que o Senhor o (os) repreenda.

        Enfim, Judas esta dizendo, é mais ou menos isso: “Irmãos, há muita iniquidade entre vocês – essas coisas são assim dês de antes da criação do mundo. Caim, os sodomitas e os antigos israelitas – todos pecaram. Não façam o mesmo. Admoesto-vos a não fazerem o mesmo. Todas as tentações e provações tem um propósito. Tudo isso foi profetizado. Mesmo Miguel não impediu Satanás de infligir seus ataques contra Moisés. Vocês também não serão poupados das tentações. Mas, por favor, não cedam ao diabo. Não façam o mesmo que Caim, Coré e Balaão – porque o Senhor vai voltar – vai voltar uma Segunda vez – e dessa vez em glória. Mantenham-se no amor de Deus e ajudem o seu próximo a fazerem o mesmo. Se fizerem isso eu prometo, que o Deus sábio, Salvador nosso, vai apresenta-los irrepressíveis, com alegria, perante a sua glória.”

17 de jan. de 2012

Poque há três relatos da Criação?

                Na verdade, há quatro, se contarmos com o que nos é ensinado no Templo. Mas se consideramos um único relato o livro de Moisés (na Pérola de Grande Valor) e o de Gênesis - pois o primeiro é fruto de uma tradução do livro de Gênesis - então realmente teremos três relatos.
                O Senhor desejou que tivéssemos mais de um relato como testemunho de Sua Criação Divina. Como é dito em II Coríntios 13:1: "Por boca de duas ou três testemunhas será confirmada toda a palavra". Assim não há como o povo não "ficar admirado, vendo que [há] mais que uma testemunha" (Alma 10:12).
                Além disso, cada relato acrescenta informações e dá uma perspectiva diferenciada sobre a Criação.
                Os relatos de criação nos fazem entender que, como disse o Élder John A. Widtsoe, que foi membro do Quórum dos Doze Apóstolos, “A Terra passou a existir pela vontade e poder de Deus. (…) Não foi por acaso. Os santos dos últimos dias acreditam que a Terra e o céu e as inúmeras coisas que acontecem no universo são fruto de uma ação inteligente, da mente de Deus”. (Evidences and Reconciliations, org. G. Homer Durham, 1960, p. 150.)
                Esses relatos não explicam claramente como a Terra foi criada, mas deixam muito evidente o motivo pelo qual foi criada. Foi criada para que os filhos de Deus se preparassem para exaltação.
                Nesses dias de ceticismo, ignorância, fabulas, teorias dos filhos dos homens que negam a existência de Deus e a criação divina - os relatos da Criação, em aparente simplicidade, são um refugio e escudo para os filhos de Deus - que acreditam, e até sabem, que tudo foi como os profetas disseram.
                O relato da criação pode ter e terá o mesmo efeito que teve sobre Leí e sua família, se buscarmos entendê-lo pelo Espírito: "(...) meu pai, Leí, tomou os registros que estavam gravados nas placas de latão e examinou-os desde o princípio. E viu que continham os cinco livros de Moisés, que faziam um relato da criação do mundo e também de Adão e Eva, que foram os nossos primeiros pais. (...) E então, quando meu pai viu todas essas coisas, encheu-se do Espírito e começou a profetizar sobre seus descendentes - Que essas placas de latão iriam a todas as nações, tribos, línguas e povos que fossem de sua descendência. Disse também que as placas de latão não seriam jamais destruídas nem escurecidas pelo tempo. E profetizou muitas coisas sobre sua semente. (1 Néfi 5:10-11, 17-19)
                Agradecemos ao Deus do céu por esses grandiosos relatos da Criação!

12 de jan. de 2012

Poligamia

                Fico frustrado com um assunto  da poligamia - não que me envergonhe ou tenha alguns receio sobre a História da Igreja - mas sim porque a mídia insiste em erroneamente expor uma falsidade - a de que os membros da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias são atualmente polígamos. Nós, membros da Igreja, não somos polígamos!
                Reuni facilmente trechos que explicam a história, propósito e doutrina do casamento plural. Não vou perder tempo escrevendo sobre o assunto, pois muito já foi escrito e explicado. Para quem quiser saber mais do que postei basta procurar nos livros da Igreja - há dezenas de obras (oficiais, inclusive) que explicam isso muito bem.
               O motivo pelo qual não vou adentrar no assunto é explicado pelo Élder Ballard dos Doze:

                "Os membros da Igreja não raro deixam os outros darem o tom da conversa. Um exemplo disso é o casamento plural. Essa prática foi interrompida oficialmente pela Igreja em 1890. Estamos em 2010. Por que ainda se fala nisso? Foi uma prática no passado. Terminou. Hoje a realidade é outra. Se as pessoas fizerem perguntas sobre a poligamia, apenas reconheçam que outrora foi praticada, mas não é mais e que as pessoas não devem confundir nenhum grupo polígamo com nossa Igreja. Em conversas no cotidiano, não percam tempo tentando justificar a prática da poligamia na época do Velho Testamento ou conjecturando por que foi praticada durante algum tempo no século XIX. Esses talvez sejam temas legítimos para historiadores e pesquisadores, mas acho que simplesmente reforçamos estereótipos quando fazemos disso um assunto central de conversas sobre a Igreja. (...)
                Ao final, a coisa mais importante a respeito de nós e de nosso testemunho é que baseamos nossas crenças no que Jesus Cristo ensinou e que tentamos segui-Lo vivendo
nossa vida de modo aceitável a Ele e nosso Pai Celestial." ("Partilhar o Evangelho com Confiança", A Liahona, Julho de 2010, pg. 34).

                Ainda retirei algum material do currículo aprovado pela Igreja e o expus abaixo - tão somente para facilitar a consulta dos que desejam uma fonte segura sobre o assunto.
               Assim, antes de alguém tomar conclusões sobre a poligamia e a Igreja que possa dar uma boa estudada nos textos que postei. Isso, eu creio, e mais a oração sincera, fornecerá veracidade e pureza as conclusões sobre o tema.
              Eis as citações (há muitas, mas são todas muito boas para se compreender sobre a poligamia; tentei organizá-las numa ordem lógica, mas não alterei seu conteúdo - apenas as recortei e colei.):

                “Sempre tenho dito que homem algum terá mais de uma esposa ao mesmo tempo, a menos que o Senhor ordene o contrário.” (Ensinamentos do Profeta Joseph Smith, compilado por Joseph Fielding Smith p. 316; ver também o comentário relativo a Jacó 2:23–30 contido em Livro de Mórmon Manual do Aluno: Cursos de Religião 121 e 122, p. 46.)

                “Desejo declarar categoricamente que esta Igreja nada tem a ver com os que estão praticando a poligamia. Eles não são membros da Igreja; em sua maior parte, nunca foram. Eles estão violando a lei civil. Eles sabem que estão violando a lei e estão sujeitos às respectivas penalidades. (…)
                Se algum de nossos membros for descoberto praticando o casamento plural, será excomungado, a penalidade mais séria que a Igreja pode impor. Quem estiver envolvido nessa prática estará violando frontalmente não só a lei civil, mas também a lei desta Igreja. Uma das Regras de Fé deixa isso bem claro quando diz: “Cremos na submissão a reis, presidentes, governantes e magistrados; na obediência, honra e manutenção da lei”. (Regras de Fé 1:12) (…)
                Há mais de um século, Deus revelou claramente a Seu profeta, Wilford Woodruff, que a prática do casamento plural deveria ser abolida, o que significa que agora ela é contrária à lei de Deus. Mesmo em países em que a lei civil ou religiosa permita a poligamia, a Igreja ensina que o casamento deve ser monogâmico e não aceita como membros os que praticam o casamento plural.” (A Liahona, janeiro de 1999, p. 84)

                "As doutrinas e princípios relacionados ao casamento plural foram revelados a Joseph Smith já em 1831. O Profeta ensinou a doutrina do casamento plural e alguns casamentos dessa natureza foram realizados quando ele ainda estava vivo. Ao longo das décadas subseqüentes, sob a direção dos presidentes da Igreja que sucederam Joseph Smith, um número significativo de membros da Igreja praticou o casamento plural. Em 1890, o Presidente Wilford Woodruff publicou o Manifesto, que pôs fim à pratica do casamento plural na Igreja (ver Declaração Oficial 1). A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias não pratica mais o casamento plural." (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph Smith, pg. xi-xii)

                "Em 1831, enquanto Joseph Smith trabalhava na tradução inspirada das santas escrituras, ele perguntou ao Senhor como Ele justificava o princípio de casamento plural praticado pelos patriarcas do Velho Testamento. Essa pergunta resultou na revelação a respeito do casamento celestial, que incluía sua resposta a essa pergunta a respeito do casamento plural praticado pelos patriarcas.
                Em primeiro lugar, o Senhor explicou que para qualquer convênio, incluindo o casamento, ser válido na eternidade, ele precisa atender três requisitos (ver D&C 132:7): (1) Ele precisa ser “[feito] e [selado] pelo Santo Espírito da promessa”. (2) Precisa ser realizado por alguém que possua a devida autoridade do sacerdócio. (3) Deve ser feito “por revelação e mandamento” por intermédio do profeta ungido pelo Senhor. (Ver também vv.18–19.) Usando o exemplo de Abraão, o Senhor disse que ele “recebeu todas as coisas, tudo que recebeu, por revelação e mandamento, pela [Sua] palavra”. (V. 29) Conseqüentemente, o Senhor pergunta: “Estava Abraão, portanto, sob condenação? Na verdade te digo, não; pois Eu, o Senhor, o
mandei”. (V. 35) Além disso, Joseph Smith e a Igreja deveriam aceitar o princípio do casamento
plural como parte da restauração de todas as coisas. (V. 45)
                Acostumados aos padrões convencionais do casamento, o Profeta mostrou-se compreensivelmente relutante a princípio em adotar essa nova prática. Devido à falta de documentação histórica, não temos conhecimento das primeiras tentativas que ele fez em Ohio para cumprir esse mandamento. Seu primeiro registro de casamento plural em Nauvoo foi com Louisa Beaman, realizado pelo Bispo Joseph B. Noble, em 5 de abril de 1841.
                Durante os três anos seguintes, Joseph casou-se com outras [esposas] de acordo com o mandamento do Senhor. Quando os membros do Conselho dos Doze Apóstolos retornaram de sua missão nas ilhas britânicas, em 1841, Joseph Smith ensinou-lhes um por um a doutrina da pluralidade de esposas, e cada um deles teve alguma dificuldade em aceitar e compreender essa doutrina. Brigham Young, por exemplo, conta-nos sua luta íntima: “Nunca tive o desejo de fugir do dever nem de deixar de cumprir o menor dos mandamentos que me fosse dado, mas pela primeira vez na vida senti vontade de morrer, sendo algo que não consegui superar por muito tempo. Quando assisti a um funeral, senti inveja do defunto, lamentando não ser eu que estava no caixão”.
                Depois de sua frustração e hesitação inicial, Brigham Young e outros membros dos Doze receberam uma confirmação pessoal do Santo Espírito e aceitaram a nova doutrina do casamento plural. Eles sabiam que Joseph Smith era um profeta de Deus em todas as coisas. A princípio essa prática foi realizada em segredo e de modo muito limitado. Começaram a circular rumores a respeito do fato de as autoridades da Igreja terem mais de uma esposa, distorcendo muito a verdade e contribuindo para aumentar a perseguição por parte dos apóstatas e dos que não eram membros. Parte dos problemas, naturalmente, era a aversão natural que os americanos tinham contra a “poligamia”. Esse novo sistema parecia ameaçar a fortemente arraigada tradição da monogamia e a solidez da organização familiar. Mais tarde, em Utah, os santos praticaram abertamente “o princípio”, mas nunca sem enfrentar perseguições." (História da Igreja na Plenitude dos Tempos, pg. 255-256)

                "Enquanto trabalhava na tradução da Bíblia, no início da década de 1830, o Profeta Joseph Smith sentiu-se confuso com o fato de que Abraão, Davi e outros líderes do Velho Testamento tivessem tido mais de uma esposa. O Profeta orou pedindo entendimento e soube que, em certas épocas, com propósitos específicos, seguindo leis divinas, o casamento plural era aprovado e estabelecido por Deus. Joseph Smith soube também que, com aprovação divina, alguns santos dos últimos dias logo seriam escolhidos, por meio da autoridade do sacerdócio, para casarem-se com mais de uma mulher. Vários santos dos últimos dias praticaram o casamento plural em Nauvoo, mas o anúncio público dessa doutrina só foi feito em agosto de 1852, numa conferência geral em Salt Lake City. Nessa ocasião, o Élder Orson Pratt, conforme orientação do Presidente Brigham Young, anunciou que a prática do casamento plural, ou seja, de um homem ter mais do que uma esposa, fazia parte da restauração de tudo feita pelo Senhor. (Ver Atos 3:19-21.)         
                Muitos líderes religiosos e políticos da América ficaram indignados quando souberam que os santos dos últimos dias residentes em Utah estavam encorajando um sistema matrimonial que eles consideravam imoral e anticristão. Empreendeu-se uma grande cruzada política contra a Igreja e seus membros, e o Congresso dos Estados Unidos aprovou leis que  restringiam a liberdade dos santos dos últimos dias e prejudicavam a Igreja economicamente. Essas leis causaram por fim a prisão dos homens que tinham mais de uma esposa, negando-lhes o direito de voto, o direito à privacidade em seu lar e outras liberdades civis. Centenas de homens e algumas mulheres fiéis da Igreja cumpriram pena na prisão nos Estados de Utah, Idaho, Arizona, Nebraska, Michigan e Dakota do Sul." (Nosso Legado, pg. 97)

                "Grande parte da perseguição sofrida pelos santos dos últimos dias foi resultante da prática do casamento plural, que havia sido instituído sob a direção do Profeta Joseph Smith. A lei do casamento plural foi revelada ao Profeta já em 1831, mas ele apenas mencionou-a a alguns amigos de maior confiança. Tendo recebido de Deus o estrito mandamento de obedecer à lei, o Profeta começou em 1841 a instruir os líderes do sacerdócio da Igreja a respeito do casamento plural e sua responsabilidade de cumprir essa lei.
                O Profeta Joseph Smith ditou a revelação a William Clayton, em 1843, quando foi escrita pela primeira vez. Nove anos se passaram, porém, antes que a revelação fosse lida em uma conferência geral e publicada. Em 28–29 de agosto de 1852, uma conferência especial foi realizada no Velho Tabernáculo, na Praça do Templo, em Salt Lake City. No primeiro dia da conferência, mais de cem missionários foram chamados para servir nos Estados Unidos, Austrália, Índia, China e nas ilhas do mar. Devido à realização da conferência no mês de agosto, os missionários puderam começar a viagem através das planícies antes do início do inverno.
                No segundo dia da conferência, sob a direção do Presidente Brigham Young, Orson Pratt declarou publicamente que a Igreja iria iniciar a prática do casamento plural, por mandamento de Deus. Falando aos Estados Unidos, ele declarou: “A constituição concede a todos os habitantes deste país o privilégio de exercer livremente suas crenças religiosas, a liberdade de fé e o direito de colocá-la em prática. Portanto, se puder ser provado que os santos dos últimos dias realmente aceitaram, como parte de sua religião, a doutrina da pluralidade de esposas, ela é constitucional. E se vier a haver uma lei promulgada por este governo que os impeça de exercer livremente essa parte de sua religião, essa lei deve ser considerada inconstitucional”.
                O Irmão Pratt então proferiu um longo discurso sobre o ponto de vista das escrituras referente ao casamento plural. Ele explicou que o casamento havia sido ordenado por Deus  omo um meio de os espíritos ganharem um corpo mortal, e que pelo casamento plural os portadores dignos do sacerdócio poderiam levantar uma grande posteridade ao Senhor. Brigham Young fez um resumo histórico referente à revelação do casamento celestial. Thomas Bullock, o secretário do escritório do historiador, leu a revelação para a congregação para que fosse apoiada.
                Esperando o clamor do público e grande publicidade negativa da imprensa, as autoridades da Igreja prontamente enviaram quatro de seus mais fiéis e capazes líderes para os principais centros urbanos a fim de inaugurar jornais que explicassem e justificassem o “casamento celestial” e outros princípios do evangelho restaurado. Orson Pratt publicou o Seer na capital do país; John Taylor, o The Mormon, na Cidade de Nova York; Erastus Snow, o Saint Louis Luminary; e George Q. Cannon, o Western Standard, em San Francisco.10 Em cada um desses jornais, foram expostos os motivos justos que levaram os santos a adotar a prática do casamento plural, que contrastava drasticamente do ponto de vista expresso pelos jornais da nação, revistas e romances baratos. Em pouco tempo, porém, apesar dos artigos publicados pelos melhores escritores da Igreja e os discursos proferidos pelos oradores mais capazes, foram formados grupos que começaram a pressionar o governo a promulgar leis que erradicassem completamente esse sistema de casamento.
                Apesar de todas as tentativas dos santos dos últimos dias em convencer seus concidadãos de que a prática do casamento plural era um direito moral e religioso seu, a nação se uniu contra a Igreja. Os missionários da Inglaterra e do continente europeu foram freqüentemente atacados por multidões revoltadas, e alguns dos élderes que trabalhavam na América foram mortos. Muitas pessoas acreditavam que a poligamia era algo imoral, primitivo e deplorável. Surgiram muitas publicações contrárias à poligamia, que alegavam expor a verdadeira história da degradação sofrida pelas mulheres sob a prática da poligamia, escritas na maior parte por pessoas que nunca visitaram Utah ou que eram apenas observadores superficiais.
                Em 1862, o Presidente Lincoln assinou um projeto de lei anti-poligamia conhecido como a lei Morril, mas devido à Guerra Civil ela não chegou a ser posta em prática. Essa lei atingia “tanto a poligamia quanto o poder da Igreja, proibindo o casamento plural nos territórios, tirando o direito da Igreja de ser uma corporação (...) e restringindo suas propriedades a cinqüenta mil dólares”. Os santos, acreditando que a lei era inconstitucional e os privava do direito à liberdade de exercer sua religião concedido pela Primeira Emenda, decidiram ignorar essa lei até que fosse constitucionalmente definida. Nos anos seguintes, várias leis que visavam o fortalecimento da lei anti-bigamia não conseguiram ser aprovadas pelo congresso dos Estados Unidos. Isso incluía as leis Wade, Cragin e Cullom, que tiveram origem noterritório de Utah e foram formuladas por homens que se opunham violentamente à Igreja. A lei Wade formulada em 1866 teria destruído o governo local se tivesse sido aprovada. Três anos mais tarde, a lei Cragin foi proposta, mas dentro de poucos dias foi substituída pela lei Cullom, que era ainda mais severa do que as leis Wade ou Cragin. Os membros da Igreja uniram-se no esforço de evitar que a lei fosse aprovada. As mulheres da Igreja realizaram grandes reuniões em todo o território em janeiro de 1870 para oporem-se à lei.
                “Embora se opusessem a todos os aspectos da legislação ‘anti-mórmon’, sua reação foi principalmente em protesto contra as atitudes e os comentários dos supostos reformadores, segundo os quais as mulheres da Igreja eram ‘menosprezadas’ e ‘degradadas’ por seus maridos opressores”. A oposição das mulheres SUD foi uma grande surpresa para os políticos e as feministas sufragistas que as consideravam o símbolo do sofrimento e do cativeiro. Os jornais do leste também se opuseram à lei devido a seus aspectos militares, pois o presidente dos Estados Unidos passaria a ter poder de enviar um exército a Utah para garantir que a lei fosse cumprida.
                O New York World declarou: “A execução dessa lei certamente seria seguida pela guerra”.13 A lei Cullom acabou sendo derrotada. Em junho de 1874, porém, a lei Poland foi aprovada. Essa lei desmantelava o sistema judicial de Utah, dando aos tribunais distritais dos Estados Unidos (controlados por não-mórmons nomeados pelo governo federal) jurisdição exclusiva sobre os assuntos civis e criminais. As pessoas passaram a poder ser levadas a julgamento por quebrarem a lei Morrill. Segundo a lei Poland, as listas de jurados deviam ser elaboradas pelo secretário do tribunal distrital (um que não era mórmon) e o juiz Testamentário (um mórmon) para que houvesse igual representatividade de membros e não membros da Igreja no juri. O procurador da justiça imediatamente tentou levar as autoridades da Igreja a julgamento, mas encontrou empecilhos.
                Muitos dos líderes da Igreja haviam-se casado antes da aprovação da lei, em 1862, e não podiam ser julgados ex post facto. Além disso, as esposas não podiam ser chamadas para testemunhar contra o marido, e os registros dos casamentos plurais guardados sigilosamente na Casa de Investiduras não eram públicos.
                Os líderes da Igreja ficaram ansiosos para que houvesse um “caso teste” levado perante a Suprema Corte a fim de determinar se a lei anti-bigamia seria considerada constitucional. Por isso, quando o promotor dos Estados Unidos, William Carey, prometeu interromper suas tentativas de indiciar as Autoridades Gerais durante o caso teste, a Primeira Presidência escolheu George Reynolds, um secretário de trinta e dois anos do escritório do Presidente, que havia recentemente se casado com uma segunda esposa, para apresentar-se perante os tribunais em nome da Igreja. Reynolds forneceu ao promotor várias testemunhas que podiam testificar que ele era casado com duas esposas. Quando Carey quebrou sua promessa e prendeu o Presidente George Q. Cannon, os líderes da Igreja decidiram que não mais iriam cooperar com ele.
                Em 1875, Reynolds foi finalmente condenado e sentenciado a dois anos de trabalho forçado na prisão e a pagar uma multa de quinhentos dólares (que mais tarde foi mudada pela Suprema Corte dos Estados Unidos para prisão simples). Em 1876, a Suprema Corte Territorial de Utah apoiou a sentença. Em 1878, seu apelo chegou à Suprema Corte dos Estados Unidos.
                Em janeiro de 1879 a Suprema Corte dos Estados Unidos considerou a lei anti-poligamia constitucional e apoiou a sentença de Reynolds. George Reynolds foi libertado da prisão em janeiro de 1881, tendo cumprido dezoito meses de sua sentença original. Durante o tempo em que esteve preso, ele ensinou leitura, escrita, aritmética, gramática e geografia a outros prisioneiros. O irmão Reynolds também trabalhou em um livro que foi concluído e publicado mais tarde. O livro chamava-se Concordância Completa do Livro de Mórmon. Na época de sua libertação ele havia terminado vinte e cinco mil verbetes de sua concordância.
Em 1882, o congresso aprovou a lei Edmunds, que definia “coabitação ilegal” como prover sustento e cuidado para mais de uma mulher. Não era mais necessário provar-se o segundo casamento. A lei também tirava os direitos civis dos polígamos e declarava-os inelegíveis para cargos públicos.
                Não apenas aqueles que praticavam mas também os que acreditavam no casamento plural eram considerados desqualificados para fazer parte de um juri. Todos os funcionários públicos de registros e eleições do território de Utah foram despedidos, e uma junta de cinco representantes nomeados pelo presidente dos Estados Unidos passaram a administrar as eleições.
                Pouco depois da aprovação da lei Edmunds, foi realizada a conferência geral de abril de 1882. Quando os santos reuniram-se no segundo dia de conferência, o vento frio trouxe consigo neve e granizo. Referindo-se tanto ao tempo quanto à lei que acabara de ser aprovada, o Presidente Taylor mencionou o forte preconceito da nação contra os santos e “alertou-os de que uma tempestade se aproximava, a qual logo se abateria sobre eles. ‘Vamos lidar com isso’, disse ele, de modo bem humorado, ‘da mesma forma que fizemos esta manhã ao atravessarmos a tempestade de neve: Vamos erguer a gola do casaco (erguendo a gola de seu casaco) e esperar a tempestade amainar. Depois da tormenta vem o sol radiante. Enquanto durar a tempestade, é inútil tentar argumentar com o resto do mundo; quando ela amainar, poderemos falar com as pessoas’”. No dia seguinte, ele disse que os santos iriam “lutar em defesa de cada milímetro” de sua liberdade e direitos como cidadãos americanos.
Muitos homens SUD, e até mesmo algumas mulheres, tiveram que viver na “clandestinidade” para não serem presos. Assim teve início um dos períodos mais difíceis da história dos santos dos últimos dias. Para evitar a prisão, foram criados códigos para avisar os pais polígamos da aproximação de autoridades federais. O presidente da estaca de St. George, J. D. T. McAllister, tinha o codinome Dan; Henry F. Eyring era Look. As comunidades também tinham codinomes: St. George era White; Beaver era Black; e Toquerville era Cloudy. Os delegados do governo dos Estados Unidos eram chamados de Ring, e o juiz Boreman era Herod. Os avisos podiam ser enviados por telégrafo e não teriam qualquer significado caso fossem interceptados por autoridades federais.
                Muitas vezes as autoridades ficavam obcecadas em sua perseguição aos santos dos últimos dias. O delegado do governo dos Estados Unidos Fred T. Dubois, numa tentativa de usar o anti-mormonismo para seus próprios intentos políticos em Idaho, chegou a entrar em buracos escondidos sob as casas, recrutou grupos de busca para vasculhar comunidades mórmons, entrou sorrateiramente nas cidades SUD e invadiu casas no meio da noite para tentar prender polígamos. Para não ser preso, o bispo da ala Oxford, Idaho, saiu da cidade “à noite, escondido em um caixote de carne de porco endereçado a Ogden”. Ele permaneceu vinte e quatro horas dentro do caixote até ser libertado por um certo irmão Nesbitt. Depois, durante a noite, ele viajou até a casa de seu cunhado em Ogden, Utah, onde estaria em segurança.
                James Morgan escondeu-se nas montanhas com sua quinta esposa, Anna, e sobreviveu cortando toras, que eram transportadas por seus filhos até a cidade.
                Hyrum Poole “era um rapaz que morava em Menan, Idaho. No inverno de 1883, enquanto ele e seu irmão William ceavam (...) ouviram uma forte batida na porta. Quando Hyrum abriu a porta, um barril de pólvora foi rolado para dentro e o intruso gritou: ‘Deixem-nos entrar ou vamos derrubar a porta’. Hyrum agarrou o barril e jogou todo o seu peso contra a porta, enquanto seu irmão e dois empregados correram para ajudá-lo.
                Por fim, as pessoas que estavam tentando arrombar a porta concordaram em explicar que eram delegados com um mandado autorizando-os a vasculhar a propriedade em busca de N. A. Stevens. A porta foi-lhes aberta imediatamente, mas Hyrum Poole repreendeu-os por tentarem entrar à força como ‘um bando de marginais’. Ao ouvir isso, o líder, um certo William Hobson, que era dono de bar em Eagle Rock e estava meio bêbado na ocasião, bateu-lhe no rosto com o rifle e disse: ‘Considere-se preso por resistir a um oficial’.
                A busca foi infrutífera, mas quando os homens estavam de partida ordenaram que Poole os acompanhasse. Ao sair para a escuridão, Hobson acertou-lhe a cabeça com o cabo do rifle, ferindo-o gravemente e deixando-o inconsciente”. Poole e outro prisioneiro “foram levados para Blackfoot e jogados na prisão, onde permaneceram por dois dias sem comida, cuidados médicos, audiência ou direito a fiança.”
                Alguns santos dos últimos dias foram condenados e enviados até lugares tão distantes quanto Detroit, onde cumpriram suas penas em solidão e temor.
                A maioria dos santos que foram condenados foram encaminhados à penitenciária territorial de Utah, onde foram prisioneiros exemplares. Freqüentemente eram encontrados estudando o evangelho, escrevendo livros ou ensinando os outros prisioneiros a ler, escrever e outras aptidões negligenciadas. Quando alguns foram libertados, foram realizadas festas e concedidas honras àqueles que preferiram obedecer às leis de Deus em vez de a dos homens. Talvez tenha sido mais difícil para as famílias que foram deixadas para trás. Algumas sofreram devido à pobreza, fome, doença, sem o marido e o pai para ajudar. Assim, a cruzada contra a Igreja perturbou a vida econômica, social, eclesiástica e familiar, e quando se aproximava o final da década de 1880, problemas ainda maiores despontaram no horizonte." (História da Igreja na Plenitude dos Tempos, pg. 425-429)

                "De volta a Nauvoo, os Doze Apóstolos viram-se diante de uma prova diferente de todas as outras que já haviam enfrentado em seu trabalho missionário. O Profeta ensinou-lhes a necessidade da restauração do casamento celestial, incluindo a doutrina das esposas plurais. Foi algo difícil para eles. Acerca de seus sentimentos, o Élder John Taylor escreveu: “Eu sempre tivera idéias rígidas sobre a virtude e achava, fora do contexto desse princípio, aquilo chocante, na condição de homem casado. Era-me difícil conceber a idéia de pedir uma jovem em matrimônio quando eu já tinha uma esposa! Tratava-se de algo que certamente despertava sentimentos contraditórios no mais profundo da alma humana. Eu sempre respeitara da maneira mais estrita a castidade. (...) Assim, devido a minhas convicções, apenas o conhecimento proveniente de Deus e Suas revelações, e a verdade neles contidos, poderia levar-me a aceitar um princípio como esse” (citado em Roberts, Life of John Taylor, p. 100).
                Obediente aos conselhos do Profeta e com o consentimento de sua esposa Leonora, o Élder Taylor fez o convênio do casamento plural e tornou-se um dos principais porta-vozes da Igreja em sua defesa no decorrer do restante de sua vida. O casamento plural era talvez a mais difícil das leis de Deus que alguns dos santos tinham recebido o mandamento de seguir. Mas ela servia aos propósitos do Senhor e era um teste oportuno da fé dos membros da Igreja no Senhor e de sua obediência a Seu porta-voz na Terra.
(...)
                Em 1852, foi anunciada publicamente a doutrina do casamento plural. Contudo, com base nos relatos de apóstatas corruptos, a imprensa nacional começou a circular artigos com informações grosseiramente distorcidas sobre essa prática. A fim de fazer frente à onda de preconceitos, o Élder John Taylor e quatro outros irmãos foram chamados para publicar jornais em todos os Estados Unidos em defesa da Igreja. Na Cidade de Nova York, o Élder Taylor abriu o escritório do jornal The Mormon precisamente entre o escritório do New York Herald e do New York Tribune, os dois jornais que mais criticavam a Igreja.
                Na primeira edição de The Mormon, o Élder Taylor explicou o ponto de vista editorial  do jornal: “Não temos critérios específicos, exceto a ampla plataforma da verdade: religiosa, política, social, moral e filosófica. Não estamos ligados a nenhum partido nem credo —religioso ou político. É verdade que somos mórmons, por dentro e por fora, aqui e no exterior, em público e em particular, em todas as circunstâncias. Todavia, somos mórmons por princípio. Somos mórmons não por acharmos que esse seja o caminho mais popular, lucrativo
ou ilustre (segundo os padrões do mundo); mas por crermos ser a maneira mais verdadeira, razoável, fiel às escrituras, moral e filosófica; porque acreditamos sinceramente que é mais propício à felicidade e ao bem-estar da humanidade no tempo e em toda a eternidade do que qualquer outro sistema conhecido” (“Introductory Address”, The Mormon, 17 de fevereiro
de 1855, p. 2).
                Foi preciso coragem para defender a Igreja de maneira tão audaciosa e direta como fez o Élder Taylor. O Presidente Brigham Young afirmou: “No tocante ao trabalho do Irmão Taylor na edição do The Mormon, publicado na Cidade de Nova York, ouvi muitos comentários sobre os editoriais desse jornal, não apenas dos santos, mas também de pessoas que não professam
nossa religião. Trata-se talvez de um dos jornais mais influentes em circulação” (citado em Roberts, Life of John Taylor, p. 271)." (Manual dos Presidentes da Igreja, pg. 48-52)

                "Em 25 de julho de 1887, o Presidente Taylor faleceu enquanto ainda estava no exílio. Havia delegados presentes a seu funeral, mas nenhuma prisão foi efetuada. Wilford Woodruff, que passou a presidir a Igreja, estava escondido. Essa foi uma época de teste para a lealdade dos santos para com seu Deus, que os havia ordenado a viver o casamento plural em uma nação que se opunha a essa prática e tinha leis que a combatiam.
                Com a aprovação da lei Edmunds-Tucker, em março de 1887, as esposas passaram a ser obrigadas a testemunhar contra seus maridos, e todos os casamento deviam ser registrados publicamente. A lei também determinou que os juízes testamentários do condado deveriam ser nomeados pelo presidente dos Estados Unidos. O voto feminino foi abolido em Utah, o Fundo Perpétuo de Emigração foi dissolvido, bem como a Legião de Nauvoo,
e foi estabelecido um sistema público de educação. A Igreja perdeu sua condição de entidade jurídica, sendo concedida ao procurador geral dos Estados Unidos a autoridade para confiscar (devolver ao governo dos Estados Unidos) todas as propriedades e posses da Igreja com valor superior a cinqüenta mil dólares. A perseguição promovida pelo governo federal contra a Igreja prosseguiu desse modo durante a administração do Presidente Wilford Woodruff." (História da Igreja na Plenitude dos Tempos, pg. 432-434)

                "A perda progressiva dos direitos eleitorais fez com que aumentassem os problemas enfrentados pela Igreja. A lei Edmunds-Tucker determinava que todos os condenados pela prática da poligamia ou que não se dispusessem a jurar obediência às leis anti-poligamia perderiam seus direitos civis. Em 1890, cerca de doze mil cidadãos de Utah foram privados do direito de voto. Em Idaho, onde havia diversas comunidades de santos no sul do estado, a assembléia legislativa fez com que todos os membros da Igreja perdessem seus direitos civis ao exigir que os eleitores jurassem não pertencer a uma igreja que acreditava no casamento plural. Em fevereiro de 1890, a Suprema Corte dos Estados Unidos apoiou a exigência desse juramento, considerando a medida constitucional. Essa decisão incentivou os inimigos dos santos em Utah a enviarem representantes a Washington para obter apoio político para que um juramento semelhante fosse exigido dos cidadãos de Utah. Dessa forma, foi proposta a lei Cullom-Strubble, que na primavera de 1890 parecia prestes a ser aprovada. Essa lei privaria todos os membros da Igreja de seus direitos de cidadania, em todas as regiões do país." (História da Igreja na Plenitude dos Tempos, pg. 439)

                "Como tantos santos dos últimos dias foram impedidos de votar, o partido anti-mórmon ganhou a eleição escolar em Salt Lake City, em julho de 1890, e obteve o controle da educação secular da capital do território. Antes do final de julho, a Suprema Corte determinou que os filhos de casamentos polígamos não poderiam herdar as propriedades do pai. Na primeira semana de agosto, o partido anti-mórmon ganhou a maioria dos cargos eleitos dos condados de Salt Lake e Weber. Por fim, os líderes da Igreja ficaram sabendo que o procurador da justiça de Utah estava realizando uma investigação para verificar se as propriedades da Igreja, em especial os templos de St. George, Logan, Manti e Salt Lake City, estavam sendo devidamente confiscados pelo governo, segundo a determinação do congresso dos Estados Unidos. No final de agosto, o Presidente Woodruff recebeu a confirmação de que o governo dos Estados Unidos, apesar do acordo de 1888 garantindo que os templos não seriam violados, iria confiscar os templos da Igreja.
                O Presidente Woodruff, ao receber a notícia de que ele e seus conselheiros haviam sido intimados a testemunhar perante um tribunal a respeito do casamento plural, viajou para a Califórnia para evitar o confronto. Lá chegando, ele reuniu-se com líderes políticos e descobriu que, apesar de os políticos estarem dispostos a exercer toda a influência que tinham, não foram eficazes diante das forças que estavam determinadas a erradicar o  casamento plural de entre os santos.
                O Presidente Woodruff escreveu em seu diário, uma semana após ter retornado a Salt Lake City, que depois de muito sofrer, orar e consultar seus conselheiros, ele estava preparado para agir “em favor da salvação temporal da Igreja”.
                O Presidente Woodruff disse mais tarde que o Senhor lhe havia mostrado por revelação exatamente o que aconteceria se a prática do casamento plural não fosse interrompida. Ele viu que a Igreja sofreria “o confisco e perda de todos os templos e a interrupção de todas as ordenanças neles realizadas tanto para os vivos como para os mortos, além da prisão da Primeira Presidência e dos Doze, bem como de chefes de família da Igreja, e também o confisco de propriedades particulares dos membros (o que acarretaria a interrupção dessa prática); ou, então, após fazer e sofrer o que fizemos e sofremos por termos aderido a esse princípio, abandonar tal prática e submeter-nos à lei, dessa forma permitindo que os Profetas, Apóstolos e pais de família permaneçam em seus lares, de modo a poderem  instruir o povo e cuidar dos assuntos da Igreja, deixando também os templos nas mãos dos santos a fim de realizarem as ordenanças do Evangelho tanto para os vivos como para os mortos”. (Declaração Oficial 1, Trechos de Três Discursos do Presidente Wilford Woodruff a respeito do Manifesto.)
                Quando o presidente da Igreja entrou em seu escritório na manhã do dia 24 de setembro de 1890, ele disse ao bispo John R. Winder e o Presidente George Q. Cannon que não havia dormido muito na noite anterior. Disse que havia “lutado a noite inteira com o Senhor para saber o que deveria ser feito na atual situação em que se encontrava a Igreja. ‘E aqui está o resultado’, disse ele, colocando alguns papéis sobre a mesa. Neles estava escrito, com exceção de algumas pequenas alterações, o que hoje é conhecido como o manifesto”.
                Ele então mostrou às Autoridades Gerais da Igreja que estavam com ele reunidas o  documento que havia escrito. Depois de o documento ter sido aprovado por eles e preparado para a publicação, o Presidente Woodruff declarou que o Senhor havia-lhe mostrado claramente o que deveria fazer e que aquela era a decisão certa. No Manifesto, como ficou conhecido o documento, ele declarou que a Igreja deixaria de pregar o casamento plural e não permitiria que qualquer pessoa o praticasse. Ele expressou seu firme propósito de obedecer às leis do país, que proibiam o casamento plural, e usar de toda a sua influência para fazer com que os membros da Igreja fizessem o mesmo. Para terminar, ele escreveu: “E agora declaro publicamente que meu conselho aos santos dos últimos dias é que se abstenham de celebrar casamentos proibidos pelas leis do país.” (Declaração Oficial 1)         
                O Manifesto foi divulgado pelos jornais do país no dia seguinte. Apareceu até mesmo no Washington Post, tendo sido entregado ao jornal pelo representante do território de Utah no congresso, John T. Caine. Na primeira semana de outubro, o representante de Utah, John T. Caine, informou à Primeira Presidência por telegrama que o Secretário do Interior lhe havia dito que o governo não reconheceria a declaração oficial a menos que ela fosse formalmente aceita pela Igreja em uma conferência geral.
                A conferência geral foi realizada na manhã do sábado, dia 4 de outubro de 1890, e durou três dias. No terceiro dia da conferência, o Presidente George Q. Cannon mencionou o Manifesto e depois pediu a Orson F. Whitney, que na época era o bispo da ala XVIII de Salt Lake City, que lesse o documento.
                O Presidente Lorenzo Snow então propôs que como os santos aceitavam e apoiavam Wilford Woodruff como o Presidente de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias e como aquele que possuía as chaves seladoras, que apoiassem o Manifesto como lhes havia sido proclamado. O apoio foi unânime.
                O Presidente Cannon fez então um longo discurso explicando aos santos a posição da Igreja com relação à doutrina do casamento plural. Ele explicou que a Igreja havia aceitado o casamento plural como uma revelação de Deus, cujo cumprimento lhes era exigido como povo e que haviam procurado mostrar que a lei de 1862, que proibia essa prática, era inconstitucional e entrava em conflito com a Primeira Emenda da Constituição dos Estados Unidos, que garantia a liberdade religiosa. Ele testemunhou ainda que haviam sido apoiados por alguns dos mais capazes especialistas em leis do país. O Presidente Cannon lembrou aos santos a perseguição que haviam enfrentado, sendo que mais de mil e trezentos homens da Igreja haviam sido presos por obedecerem a esse mandamento. Apesar de toda a oposição exercida pelas autoridades governamentais, bem como por alguns membros da Igreja, esses homens haviam obedecido à lei de Deus até que Ele enviou uma revelação ordenando que interrompessem a prática do casamento plural.
                O Presidente Cannon concluiu seu discurso testificando que o Manifesto era proveniente de Deus e que era apoiado pelas Autoridades Gerais. Ele disse aos santos que caso sua fé fosse provada por causa do Manifesto, eles deveriam fazer como os líderes haviam feito, ou seja, procurarem o Pai Celestial por meio da oração a fim de receberem um testemunho pessoal a esse respeito.
                O Presidente Wilford Woodruff encerrou a conferência prestando testemunho da revelação que havia recebido: “Quero dizer a toda Israel que o passo que tomei ao lançar esse manifesto não aconteceu sem que eu tivesse orado fervorosamente ao Senhor. Estou prestes a ir-me para o mundo espiritual, assim como outros homens de minha idade. Espero encontrar-me face a face com meu Pai Celestial – o Pai de meu espírito; espero encontrar-me
face a face com Joseph Smith, Brigham Young, John Taylor e outros apóstolos. Eu preferia ser morto a tomar uma posição que desagrade a Deus ou os céus. Minha vida não é melhor do que a de outros homens.
                Não ignoro os sentimentos despertados pelo curso que escolhi. Cumpri meu dever, e a nação da qual fazemos parte tem de ser responsável pelo que foi feito no tocante a esse princípio.” Ao encerrar seu discurso, ele fez a seguinte promessa: Digo a Israel que o Senhor jamais permitirá que eu ou qualquer outro homem que presida esta Igreja vos desvie do caminho verdadeiro. Isso não faz parte do plano. Não é a intenção de Deus. Se eu tentasse fazê-lo, o Senhor me afastaria de meu lugar, o mesmo acontecendo com qualquer outro que tentasse afastar os filhos dos homens dos oráculos de Deus e de seus deveres.”
                A publicação do Manifesto14 foi um importante passo para que ocorresse uma reconciliação entre os santos dos últimos dias e o governo dos Estados Unidos. Teve então início uma nova era de compreensão. O Presidente do Supremo Tribunal Charles Zane, que até então combatia agressivamente a poligamia, passou a ter uma atitude mais tolerante para os que eram levados até ele em tribunal. A partir de então, terminaram as batidas policiais para a prisão de homens com mais de uma esposa. Ficou também subentendido que os maridos não seriam obrigados a rejeitar suas esposas e filhos. Depois de muitas petições, o Presidente dos Estados Unidos Benjamin Harrison concedeu anistia parcial a todos os homens mórmons que tivessem cumprido as leis anti-poligamia a partir de 1890, e em setembro de 1894, o presidente Cleveland promulgou uma anistia mais ampla. Em 1893, o congresso aprovou uma lei permitindo que as propriedades confiscadas fossem devolvidas à Igreja." (História da Igreja na Plenitude dos Tempos, pg. 439-442)

                "Em 1884, o Presidente Taylor dedicou o Templo de Logan. Em 1885, escondeu-se
para evitar a perseguição antipoligamia. O governo dos Estados Unidos aprovou a
Lei Edmunds-Tucker em 1887, o que intensificou a perseguição à Igreja por causa
da prática do casamento plural. Essa lei permitia ao governo confiscar as propriedades
da Igreja, numa tentativa de punir e controlar os membros. Em 1887, o ano da
morte do Presidente Taylor, a Igreja tinha crescido ainda mais e passava de 173.000
membros, com trinta e uma estacas, doze missões e dois templos" (ver 2003 Church
Almanac, pp. 473, 631).

                "Em 1886, o Élder Lorenzo Snow foi acusado de violar a lei Edmunds e condenado. Só se podia apelar das decisões relativas ao casamento plural em instâncias superiores às territoriais, como a Corte Suprema dos Estados Unidos, se o réu estivesse preso. O Élder Snow foi encarcerado, como dezenas de seus irmãos e cumpriu uma pena de onze meses. Durante esse período, organizou uma escola.
                Paciente no cárcere, Lorenzo Snow era como o Apóstolo Paulo. Anos antes, ele testificara: “Estamos aqui para sermos instruídos na escola do sofrimento e das terríveis tribulações. Essa escola foi necessária para Jesus, nosso irmão mais velho, que, como as escrituras nos ensinam, Se tornou perfeito por meio do padecimento. É preciso que soframos em todas as coisas a fim de nos qualificarmos e nos tornarmos dignos de reinar e governar sobre todas as coisas, assim como nosso Pai Celestial e Seu Filho Primogênito Jesus. (...)
Onde está entre vocês o homem que, ao atravessar o véu e contemplar a pureza, glória, poder,  majestade e domínio de um homem perfeito na glória celeste da eternidade, não renunciará com alegria à vida, sofrerá as mais excruciantes torturas e deixará que membro após membro de seu corpo lhe seja arrancado em vez de desonrar ou rejeitar seu sacerdócio?” (“Address to
the Saints of Great Britain”, Millennial Star, 1º de dezembro de 1851, p. 363.)" (Manual dos Presidentes da Igreja, pg. 85).

                O governador do Território de Utah visitou Lorenzo Snow na prisão e prometeu anistiá-lo se “renunciasse ao princípio do casamento plural”. Lorenzo Snow respondeu: “Agradeço, governador, mas como adotamos princípios sagrados e santos pelos quais já sacrificamos propriedades, o lar e a vida em várias ocasiões para defendê-los, não temos intenção, a essa altura dos acontecimentos, de abandoná-los por causa de perigos ameaçadores” (Romney,
Life of Lorenzo Snow, p. 380).
                O Élder Snow escreveu à Primeira Presidência, da prisão: “Sou muito grato ao Provedor de toda Bondade pela saúde corporal e alegria de espírito que Ele me confere para que eu me sinta perfeitamente resignado, aceite com mansa submissão o que é inevitável e seja plenamente capaz de reconhecer Sua mão e Sua Providência suprema em tudo o que tem acontecido ou possa acontecer. (...) Se eu puder servir na Sagrada Causa, que é para mim mais cara que a vida, e promover a glória de Deus ao passar pela aflição do cárcere em uma penitenciária, estou plenamente desejoso de fazê-lo” (Romney, Life of Lorenzo Snow, p. 382)."

                "No verão de 1896, a Primeira Presidência enviou o Élder Brigham Henry Roberts, membro do Primeiro Quórum dos Setenta e um dos melhores oradores da Igreja, como integrante de quarteto de vozes selecionadas do Coro do Tabernáculo, em missão de divulgação do nome da Igreja nos estados do leste dos Estados Unidos. George D. Pyper, cantor talentoso, liderava o quarteto como solista tenor. O Élder Roberts esteve em várias cidades do leste, inclusive St. Louis, Missouri; Cincinnati, Ohio; Pittsburgh, Pensilvânia; Filadélfia, Pensilvânia; e Nova York, Nova York. Em St. Louis, apresentou uma série de quarenta e duas palestras, cada uma com uma hora e quinze minutos de duração, e “no final das palestras, sessenta pessoas haviam sido batizadas, formando o núcleo de um próspero e importante ramo da Igreja em St. Louis”.1 Devido a seu amor pelo evangelho e por defendê-lo durante toda a vida, B. H. Roberts tornou-se conhecido como “Defensor da Fé”.
                Ao retornar para Utah, o Élder Roberts foi convidado por alguns líderes democratas do estado a concorrer ao senado dos Estados Unidos. Depois de receber aprovação da Primeira Presidência, aceitou a candidatura. Foi nomeado por seu partido em setembro de 1898. Depois de vigorosa campanha, Roberts foi eleito com uma diferença de quase seis mil votos em relação a seu oponente. No entanto, quase imediatamente após sua vitória, um grupo de ministros sectários aliaram-se ao advogado A. Theodore Schroeder, que também era redator de uma revista anti-mórmon publicada em Utah, Lucifer’s Lantern, numa tentativa de impedir que Roberts assumisse o cargo.
                Schroeder, nascido e educado em Wisconsin, havia-se mudado para Utah a fim de exercer a profissão de advogado para “ver e estudar o estabelecimento de uma nova religião”. Enquanto morava em Salt Lake City, “ajudou a reavivar o Salt Lake Herald, como órgão oficial do partido democrata, de que também foi um dos quarenta membros fundadores.” Associou-se também a pessoas em Utah que se opunham à Igreja e levou a juízo “o caso contra B. H. Roberts, resultando na exclusão de Roberts do congresso dos Estados Unidos”.
                Como o Élder Roberts era polígamo, seus oponentes conseguiram reunir de todas as partes do país mais de sete milhões de nomes em um abaixo-assinado propondo que ele fosse impedido de assumir seu cargo no congresso. Foi o maior abaixo-assinado da história americana até aquela data. No entanto, o Presidente Lorenzo Snow disse: “Conforme Roberts comentou mais tarde, ‘a tempestade foi como um mosquito indo de encontro com a lua’”.
                Depois de chegar a Washington D. C., o senador Roberts ficou sabendo que não lhe seria permitido assumir seu lugar no congresso até que a questão do abaixo-assinado ficasse resolvido. Enquanto isso, ele preparou-se para defender a si mesmo e seu direito de assumir um lugar no congresso como polígamo. O debate prolongou-se por quinze meses. A oposição, movida por várias razões religiosas, morais e políticas, uniu-se no empenho de negar um lugar no congresso para Roberts. Alguns atacaram a Igreja, alegando que muitos de seus polígamos ainda estavam sustentando mais de uma família, enquanto outros acusaram os mórmons de não sustentar suas esposas e filhos. Atacaram os membros que acreditavam no casamento plural acusando-os de oportunistas e condenaram outros por abandonarem essa prática. Outra acusação levantada contra a Igreja foi a de que ela havia abandonado a prática do casamento plural mas não deixado de acreditar nela. Por fim, os santos dos últimos dias foram acusados tanto de amar quanto de deixar de amar os filhos de uniões polígamas anteriores.
                A controvérsia freqüentemente ganhava as páginas dos principais jornais do país. As mulheres do país que acreditavam que o casamento plural era aviltante para as mulheres também se opuseram a Roberts. Alguns políticos concluíram que as pressões exercidas por essas “suffragetes” resultaram em sua exclusão. Nesse período, os cartunistas e satiristas desenharam tantas caricaturas suas, que Roberts era reconhecido em toda parte.
                Pouco antes da votação final, o Élder Roberts, cansado mas determinado, teve permissão de apresentar sua defesa final. Conhecido em alguns círculos como o “orador ferreiro”, por ter sido ferreiro na juventude, ele concluiu sua defesa com esta declaração: “Alguns dos jornais que abordavam o caso Roberts declararam: ‘Marquem esse homem com o estigma da vergonha e enviem-no de volta para o seu povo’. Sr. Presidente, agradeço a Deus pelo fato de que o poder de marcar-me com o estigma da vergonha esteja muito além do alcance desta Casa, por mais poderosa que seja. Esse poder está nas mãos do próprio indivíduo e de ninguém mais. O Deus Todo-Poderoso não o conferiu a qualquer outra pessoa. Vivi até este dia com a consciência limpa de que segui os ensinamentos morais da comunidade em que fui criado, e não me sinto envergonhado de nenhum dos atos de minha vida. Condenem-me ou expulsem-me, deixarei esta augusta casa com a cabeça erguida e o rosto impávido e caminharei nesta Terra de Deus como os anjos caminham pelas nuvens, sem o mínimo motivo para envergonhar-me’. (Aplausos da audiência e vaias da galeria.) E se em resposta ao clamor sectário que foi levantado contra o representante de Utah, decidirdes violar a constituição de vosso país, quer excluindo-me ou expulsando-me, a vergonha relacionada a este caso não ficará comigo mas com esta casa.
(Aplausos.)”
                Apesar da excelência de seu discurso final, duzentos e sessenta e oito votaram a favor de sua exclusão, cinqüenta votaram contra, e trinta e seis abstiveram-se. Embora o Élder Roberts tenha lutado valorosamente e se portado com dignidade, sendo motivo de orgulho para a Igreja e para seu país, o senado decidiu que nenhum homem com mais de uma esposa poderia ocupar um cargo ali. B. H. Roberts nunca mais concorreu a um cargo público." (História da Igreja na Plenitude dos Tempos, pg. 465-467).

                "Uma das maiores provações da vida de Joseph F. Smith foi viver exilado e longe da família durante anos. Contudo, ele agiu assim, sob a direção do Presidente John Taylor, para evitar a prisão durante a chamada “Cruzada Mórmon”, na qual a Igreja foi perseguida devido ao casamento plural. Ele passou a maior parte desse período no Havaí, dirigindo o trabalho lá. Longe, impotente, indignado e sofrendo com a doença mais grave de sua vida, ele recebia notícias das perseguições sofridas pelos santos. Durante esse tempo, foi informado de que sua família fora forçada a abandonar sua casa e de que um filho falecera. Contudo, determinado, sem vacilar, escreveu: “As tribulações são necessárias ao aperfeiçoamento da humanidade, assim como é preciso fricção para separar a escória do juízo humano do ouro puro da sabedoria divina” (citado por Smith, comp., Life of Joseph F. Smith, p. 280). Entretanto, o dia da anistia finalmente chegou e seu lar se rejubilou com a volta do pai." (Manual dos Presidentes da Igreja, pg. 105)

                "Por meio das observações do senador Smoot e de outros importantes santos dos últimos dias do leste dos Estados Unidos, a Primeira Presidência ficou sabendo que o público em geral, nos Estados Unidos, imaginava que os líderes da Igreja procuravam desviar-se do cumprimento da lei. Eles foram acusados de não se esforçarem muito para eliminar o casamento plural. Em 6 de abril de 1904, depois de meditar e orar a respeito de como responder a essas acusações, o Presidente Joseph F. Smith publicou uma declaração que ficou conhecida como o “segundo manifesto”. Nesse pronunciamento, o Presidente Smith declarou que qualquer oficial da Igreja que realizasse um casamento plural, bem como o casal envolvido, seria excomungado. Ele declarou claramente que essa declaração se aplicava para qualquer parte do mundo.
                Infelizmente, dois membros do Quórum dos Doze Apóstolos, John W. Taylor e Matthias F. Cowley, não estavam plenamente de acordo com os demais líderes a respeito da abrangência e do significado do Manifesto original e não puderam concordar com a segunda declaração publicada pelo Presidente Smith. No início das audiências do caso Smoot, Taylor e Cowley exilaram-se voluntariamente para não terem que testificar em Washington D. C. Depois das audiências do caso Smoot, esses dois Apóstolos encaminharam seu pedido de desobrigação do Quórum dos Doze Apóstolos. Era amplamente conhecido o fato de que eles haviam realizado não poucos casamentos plurais depois da publicação do Manifesto. Seu pedido de desobrigação dos Doze foi uma forte indicação de que o casamento plural realmente havia chegado ao fim. Seis anos depois, John W. Taylor foi excomungado da Igreja por ter-se casado com outra esposa plural depois de sua desobrigação. O Élder Cowley, apesar de nunca mais voltar ao Quórum dos Doze Apóstolos, permaneceu fiel à Igreja. Na década de  1930, ele serviu em uma missão na Inglaterra. Um de seus filhos, Matthew Cowley, que havia servido como presidente na Nova Zelândia, foi posteriormente chamado como Apóstolo." ((História da Igreja na Plenitude dos Tempos, pg. 470).

"Jacó 2:23–30—Casamento Plural Não Autorizado É uma Abominação a Deus - Para entender os comentários desses versículos, é bom saber que apenas Davi e Salomão foram condenados por terem muitas esposas e concubinas. Abraão, Jacó e Moisés, que também tiveram esposas e concubinas, não o foram. Em revelação moderna, o Senhor explicou que Davi e Salomão pecaram quando tomaram esposas que Deus não havia permitido a eles. (Ver D&C 132:34–39.) Jacó também indicou que uma razão de o Senhor, algumas vezes, haver autorizado o casamento plural era a de aumentar Sua semente, mas se Ele não ordenar, o casamento plural é proibido. (Ver Jacó 2:30.)" (Manual do seminário do curso do Livro de Mórmon, pg. 62)

                O Élder Bruce R. McConkie definiu o termo concubina explicando: “No passado, elas eram consideradas esposas secundárias, isto é, esposas que, no sistema de castas vigente na época não tinham o mesmo status que as esposas que não eram chamadas de concubinas. Não houve concubinas na prática do casamento plural nesta dispensação porque não mais existia o sistema de castas que levava algumas mulheres a receberem tal designação”. (Mormon Doctrine, pp. 154–155)

                Conforme indicado no início de Doutrina e Convênios 132, os versículos 58–66 dizem respeito às “leis que regem a pluralidade de esposas”. Por meio do Profeta Joseph Smith, o Senhor ordenou a prática do casamento plural nos primórdios da Igreja; em 1890, por meio do Presidente Wilford Woodruff, Ele pôs fim a essa prática. (Ver Declaração Oficial 1.) O Élder Bruce R. McConkie explicou: "“O casamento plural não é essencial para a salvação ou exaltação. A Néfi e seu povo foi negado o direito de ter mais de uma esposa; no entanto, eles podiam receber todas as bênçãos da eternidade que o Senhor tinha a oferecer a qualquer povo. Em nossos dias, o Senhor resumiu por revelação toda a doutrina da exaltação e baseou-a no casamento de um homem com uma mulher. (D&C 132:1–28) Posteriormente, ele agregou os princípios relativos à pluralidade de esposas com a condição expressa de que todos esses casamentos fossem válidos apenas se autorizados pelo presidente da Igreja. (D&C 132:7, 29–66)
                Todos os que fingirem ou simularem praticar o casamento plural em nossos dias, quando aquele que possui as chaves retirou o poder pelo qual é realizada essa união, serão culpados da mais grave abominação.” (Mormon Doctrine, 578–579; grifo do autor).

                "Declaração Oficial 1—Casamentos Plurais Foram Realizados Depois da Divulgação do Manifesto? Alguns membros da Igreja continuaram a praticar o casamento plural fora dos Estados Unidos. Achavam que novos casamentos plurais poderiam ser realizados fora do território norte-americano. Em 8 de janeiro de 1900, o Presidente Lorenzo Snow disse “que a Igreja abandonou definitivamente a prática da poligamia—ou a realização de casamentos plurais [em Utah] e todos os outros estados—e que nenhum membro ou autoridade da Igreja tem autoridade alguma para realizar o casamento plural ou iniciar um relacionamento dessa natureza”. (“Slanders Are Refuted by First Presidency”, Millennial Star, 4 de maio de 1911, p. 275)
                Alguns se recusaram a guardar o mandamento do Senhor. Em abril de 1904, o Presidente Joseph F. Smith fez uma declaração oficial na conferência geral: “Anuncio que doravante todos os casamentos [plurais] estão proibidos, e se qualquer autoridade ou
membro da Igreja quiser celebrar algum casamento dessa natureza—ou participar dele—essa pessoa será culpada de transgressão contra a Igreja e estará sujeita, segundo as regras e
normas vigentes, à excomunhão”. (Conference Report, abril de 1904, p. 75) Desde aquela época, todos os presidentes da Igreja reiteraram essas instruções contrárias à prática do casamento plural." (Manual do Aluno do Seminário - Doutrina e Convênios e História da Igreja, pg. 183)

                "O Presidente Joseph F. Smith, que na época era Conselheiro na Primeira Presidência, escreveu: “O princípio do casamento plural foi revelado pela primeira vez a Joseph Smith em 1831, mas tendo sido proibido de torná-lo público ou ensiná-lo como doutrina do Evangelho na época, ele confidenciou o fato a umas poucas pessoas de seu convívio”. (“Plural Marriage”, Andrew Jenson, org., Historical Records, 9 vols., 1882–1890, 6:219.) O Profeta ensinou o princípio em particular, e em 1841–1842, vários membros de confiança da Igreja estavam vivendo esse princípio. (Ver História da Igreja na Plenitude dos Tempos, p. 256.) A seção 132
foi registrada em 1843, mas a Igreja só anunciou publicamente a doutrina do casamento plural em 1852." (Manual do Professor do Seminário - Doutrina e Convênios e História da Igreja, pg. 222)

                “Aquilo que é errado sob certas circunstâncias pode ser, e geralmente é, certo sob outras. Deus disse: ‘Não matarás’. Em outra ocasião, mandou: ‘De todo destruirás’. Esse é o princípio pelo qual funciona o governo dos céus: por revelações que se adaptem às circunstâncias em que se encontram os filhos do reino. Tudo quanto Deus requer é justo, não importa o que seja, embora não possamos compreender por que razão Ele ordena isso ou aquilo, senão até depois que se tenham cumprido os Seus propósitos.” (Ensinamentos do Profeta Joseph Smith, pp. 249–250.)

                "Evite sensacionalismo e especulação ao falar sobre o casamento plural. Às vezes, os professores especulam que o casamento plural será uma exigência para todos os que entrarem no reino celestial. Não temos conhecimento de que o casamento plural será um requisito para a exaltação." (Manual do Professor do Seminário - Doutrina e Convênios e História da Igreja, pg. 225)

                "E quanto às seitas, elas são o portão do inferno. Os membros da Igreja [de hoje] que adotam a prática sectária do casamento plural, por exemplo, são adúlteros, e os adúlteros serão condenados." (Élder Bruce R. McConkie, Carta aberta, aproximadamente 1980, Arquivos do Departamento Histórico, A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias).