27 de nov. de 2012

Maravilhoso, Conselheiro, Poderoso Deus, Pai Eterno, Príncipe da Paz


                Vários séculos antes do nascimento do Senhor Jesus Cristo, Isaías profetizou: "Pois um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o governo estará sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso, Conselheiro, Poderoso Deus, Pai Eterno, Príncipe da Paz." (Isaías 9:6, 2 Néfi 19:6)
                Desejo prestar meu testemunho a respeito desses títulos sagrados do Salvador do mundo.

                Maravilhoso
                Tudo na vida de Jesus Cristo é maravilhoso. Parte dessa maravilha se dá porque todos os profetas, de Adão até o último, haviam testificado do Filho de Deus: de seu nascimento, vida, sacrifício e ressurreição.
                Na dispensação do Meridiano dos Tempos uma virgem ficou grávida milagrosamente. No humilde estábulo, cercado de animais, pastores penitentes e anjos de glória, sob uma nova e brilhante estrela no céu - o pequenino e frágil bebê foi confiado a Maria e José, pessoas simples, mas boas. O menino, que recebeu o nome de Jesus, cresceu, com o dizem as escrituras " em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens" (Lucas 2:52). Aos doze anos Jesus foi "tratar dos negócios" do Seu Pai o Templo Santo (Lucas 2:49).
                Jesus era um menino obediente e se destacava dos demais, embora a magnificência de seus atributos e excelência de seu caráter tenham passado desapercebida para quase todos a sua volta. Ele era considerado o "filho do carpinteiro" (Mateus 13:55). E sua mãe, sabiamente, " guardava no seu coração todas estas coisas" maravilhosas (Lucas 2:51). Ela, Maria, sabia que Jesus era o Senhor, afinal ela proclamara: "A minha alma engrandece ao Senhor, E o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador; Porque atentou na baixeza de sua serva; Pois eis que desde agora todas as gerações me chamarão bem-aventurada" (Lucas 1:46-48).
               
                Conselheiro
                Quando Jesus completou trinta anos, iniciou seu ministério entre os homens. Ele foi batizado por seu primo, "para cumprir toda a justiça" (Mateus 3:15). "E agora vos pergunto, meus amados irmãos, como foi que o Cordeiro de Deus cumpriu toda a justiça, sendo batizado com água?  Não sabeis que ele era santo? Mas, embora sendo santo, mostra aos filhos dos homens que, segundo a carne, se humilha ante o Pai e testifica-lhe que lhe será obediente na observância de seus mandamentos. Portanto, depois de ter sido batizado com água, o Espírito Santo desceu sobre ele na forma de uma pomba. E novamente isto mostra aos filhos dos homens quão estreito é o caminho e quão apertada é a aporta pela qual deverão entrar, tendo-lhes ele dado o exemplo.E disse aos filhos dos homens: Segui-me. Portanto, meus amados irmãos, poderemos nós seguir a Jesus se não estivermos dispostos a guardar os mandamentos do Pai? E disse o Pai: Arrependei-vos, arrependei-vos e sede batizados em nome do meu Filho Amado." (2 Néfi 31:6-11).
                Jesus chamou doze homens. A maioria eram pescadores iletrados. Mas Ele lhes deu poder. Ele disse: "Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça" (João 15:16).
                Jesus era um homem cheio de poder e sabedoria. Uma vez, um dos honrados membros do Sinédrio (que era o senado judaico e a mais alta corte de assuntos eclesiásticos e civis) procurou um conselho de Jesus. Ele indagou como poderia nascer de novo. Provavelmente a doutrina que lhe chegara aos ouvidos despertar uma sede espiritual. Jesus explicou que era necessário nascer da água e do Espírito (João 3:5). E disse também, falando de si mesmo: "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele." (João 3:16-17). Aquele homem, chamado Nicodemos compreendeu então que falava com o Messias: aquele que fora enviado por Deus para salvar o mundo.

                Poderoso Deus
                Jesus realizou muitos milagres. Mesmo antes de nascer, Ele havia estado com Deus, o Pai e criado o mundo e todas as coisas. É-nos dito: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens. (...) Estava no mundo, e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o conheceu. (...)E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade." (João 1:1-4, 10, 14)
                Em seu curta vida na mortalidade, Ele deu visão aos cegos, deu ouvidos aos surdos, fez o cocho andar, expulsou os demônios e chamou da morte os espíritos que haviam partido para que continuassem seus labores na mortalidade. Ele ensinou o caminho para salvação.
                Alguns disseram que Jesus fazia milagres pelo poder do demônio. Outros permaneciam céticos e ignorantes apesar dos sinais.
                Quando a hora final se aproximava, Jesus reuniu seus doze apóstolos e lhes deu últimas instruções. Eles instituiu a mais sagrada ordenança que temos na Igreja: o sacramento. "E, tomando o pão, e havendo dado graças, partiu-o, e deu-lho, dizendo: Isto é o meu corpo, que por vós é dado; fazei isto em memória de mim. Semelhantemente, tomou o cálice, depois da ceia, dizendo: Este cálice é o novo testamento no meu sangue, que é derramado por vós." (Lucas 22:19-20)
                Então, no Jardim das Oliveiras, o peso de mundos caiu sobre ele. Cristo sofreu a morte espiritual, que é o completo afastamento de Deus e de Suas bênçãos. Ele mesmo disse mais tarde: "eu, Deus, sofri essas coisas por todos, para que não precisem sofrer caso se arrependam; Mas se não se arrependerem, terão que sofrer assim como eu sofri; Sofrimento que fez com que eu, Deus, o mais grandioso de todos, tremesse de dor e sangrasse por todos os poros; e sofresse, tanto no corpo como no espírito—e desejasse anão ter de beber a amarga taça e recuar—Todavia, glória seja para o Pai; eu bebi e terminei meus preparativos para os filhos dos homens." (D&C 19:16-19)
                Por causa do sofrimento de Jesus Cristo, que se chama Expiação, toda a humanidade pode ser salva. A dádiva expiatória será concedia de forma plena, porém, somente se obedecermos a Deus. Jacó explicou que Cristo veio ao"mundo para salvar todos os homens, se eles derem ouvidos a sua voz; pois eis que ele sofre as dores dos homens, sim, as dores de toda criatura vivente, tanto homens como mulheres e crianças, que pertencem à família de Adão. E ele sofre isto para que todos os homens ressuscitem, para que todos compareçam diante dele no grande dia do julgamento. E ordena a todos os homens que se arrependam e sejam batizados em seu nome, tendo perfeita fé no Santo de Israel, pois do contrário não poderão ser salvos no reino de Deus. E se não se arrependerem, não acreditarem em seu nome, não forem batizados em seu nome nem perseverarem até o fim, serão condenados, pois o Senhor Deus, o Santo de Israel, disse-o." (2 Néfi 9:21).

Pai Eterno
                A maldade dos homens foi tamanha, que o Filho de Deus foi levantado no madeireiro. Na cruz do Calvário ele mostrou compaixão rogando a Seu Pai que perdoasse os soldados, pois não sabiam o que faziam (Lucas 23:34). Na cruz, as dores pelos pecados do mundo voltaram. Quando tudo esta terminado, o Salvador olhou para o céu e disse: "Está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito." (João 19:30).
                Mas, embora seu trabalho na carne houvesse chegado ao fim, seu trabalho para salvação das almas não.  Cristo  " foi, e pregou aos espíritos em prisão" (1 Pedro 3:19).
                No terceiro dia, um domingo, Cristo levantou-se dos mortos. Ele foi o primeiro homem a ressuscitar. Com um corpo glorificado e perfeito, ele se mostrou a muitos. Primeiro a Maria, depois a outros. Até mesmo visitou "outras ovelhas" (João 10:16). Lemos no Livro de Mórmon, que os nefitas eram essas outras ovelhas (3 Néfi 15:20). Ele também visitou outros.
                A ressurreição de Cristo fará cm que todos os homens - sejam bons ou maus - ressuscitem. Ele é, portanto o Pai, porque concede a vida. Aqueles que guardarem os mandamentos Dele, serão filhos Dele - sendo membros da Igreja do Primogênito.
                Ele deu uma ordem direta a seus ministros, antes de ascender aos céus: "Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado." (Marcos 16:15-16). Ele prometeu que os ajudaria nesse encargo. E ele o fez. Todavia, a maldade foi tamanha, que a Igreja de Cristo precisou ser removida da Terra.
                Em 1830, porém, sob a direção Dele, a Igreja de Jesus Cristo foi restaurada.Ele disse que a Igreja era Dele (D&C 1:1) e que havia chamado um novo profeta (D&C 1:17). Em diversas ocasiões, Ele apareceu a seus discípulos nos últimos dias (JS-História 1:17-20; D&C 110),  - porque ele mesmo havia dito que não nos deixaria órfãos, mas que voltaria e se manifestaria (João 14:18-21).

Príncipe da Paz
                Pedro uma vez disse: "Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham assim os tempos do refrigério pela presença do Senhor,
E envie ele a Jesus Cristo, que já dantes vos foi pregado. O qual convém que o céu contenha até aos tempos da restauração de tudo, dos quais Deus falou pela boca de todos os seus santos profetas, desde o princípio." (Atos 3:19-21) Pedro, como os outros profetas e apóstolos sabiam que haveria uma restauração de todas as coisas - e que logo em seguida o Salvador viria em poder e grande glória. Chamamos esse evento de Segunda Vinda.
                A Segunda Vinda será uma época grande e terrível. Grande para os justos, terrível para os iníquos. Quando o Salvador voltar, purificará a Terra e estabelecerá uma era de paz. Chamamos de Milênio essa época, porque o Senhor Jesus Cristo reinará por mil anos. Não haverá guerras, disputas e animosidades. Satanás será amarrado e não poderá tentar os homens.
                Depois de mil anos, o diabo será solto e reunirá suas hostes. Uma última e grande batalha ocorrerá, mas Cristo vencerá. Então a Terra será transformada mais uma vez - mas dessa vez em um Reino Celestial - "portanto é necessário que seja santificada de toda a injustiça, a fim de ser preparada para a glória celeste; Pois após ter cumprido o propósito de sua criação, será coroada com glória, sim, com a presença de Deus, o Pai" (D&C 88:19).

                Eu sei que Jesus Cristo vive hoje. Sei que Ele foi e é, e sempre será Maravilhoso, Conselheiro, Poderoso Deus, Pai Eterno e Príncipe da Paz. Eu o amo e sei que Ele me ama. Quero sempre segui-lo e persuadir todos os homens a fazerem o mesmo - pois assim serão felizes. 

14 de nov. de 2012

Casamento entre tribos diferentes


Recebi a seguinte pergunta: "Quando eu, mulher da Igreja, me casar - serei adotada à tribo de meu marido independentemente de pertencer já a outra tribo de Israel?"

                Creio que a pergunta é sumamente pertinente para aqueles que compreendem um pouco das bênçãos de se pertencer à Casa de Israel. Portanto esforçar-me-ei para responder apropriadamente.
                Primeiro julgo ser importante entender o que é a Casa de Israel e como somos abençoados por pertencermos a uma das tribos.

Vida Pré-Mortal
                Tudo começa na vida pré-mortal.  Lá, foi a ocasião onde Abraão e muitos outros "mesmo antes de nascerem (...) receberam suas primeiras lições no mundo dos espíritos e foram preparados para nascer no devido tempo do Senhor, a fim de trabalharem em sua vinha para salvação da alma dos homens" (D&C 138:56). Eles eram os "nobres e grandes" que foram preordenados a missões especificas na mortalidade (Abraão 3:22-23). Nesse primeiro estado o Altíssimo distribuiu as heranças às nações e dividiu os filhos de Adão uns dos outros, estabelecendo os termos dos povos, conforme o número dos filhos de Israel. Isso porque "a porção do SENHOR é o seu povo; Jacó é a parte da sua herança."  (Deuteronômio 32:8-9).Em outras palavras, algumas bênção especiais estariam reservadas ao povo do Senhor, que no caso seria descendente de Jacó.
                Depois que a Terra foi criada e Adão e Eva foram expulsos do Jardim, Deus fez convênio com Adão e sua semente (Moisés 6:50-68). Esse convênio chamava-se Evangelho de Jesus Cristo e consistia no Plano de Salvação: por meio da fé em Jesus Cristo, do sincero arrependimento, do batismo pro imersão, do recebimento do Dom do Espírito Santo e da perseverança até o fim - os homens poderiam nascer de Deus - sendo santificados por meio da Expiação de Jesus Cristo. Isso esta muito bem explicado em Moisés 6 e outra escrituras.

Eleição
                Há um conceito que precisa ser entendido antes de prosseguirmos. É o da eleição. O Guia de Estudo Para as Escrituras (GEE) explica, no verbete "Eleição": "Baseando-se na dignidade pré-mortal, Deus escolheu os que seriam a descendência de Abraão e a casa de Israel e se tornariam o povo do convênio (Deut. 32:7–9; Ef. 1:4; Abr. 2:9–11). Tais pessoas recebem bênçãos e deveres especiais, a fim de abençoarem todas as nações do mundo (Rom. 11:5–7; I Ped. 1:2; Al. 13:1–5; D&C 84:99). Todavia, mesmo os eleitos devem ser chamados e escolhidos nesta vida, para que alcancem a salvação."
                Contudo, é preciso compreender que "houve muitos, antes dos dias de Abraão, que foram chamados segundo a ordem de Deus, sim, segundo a ordem de seu Filho" (Helamã 8:18). Adão, Enoque, Noé, o irmão de Jarede e muitíssimos mais foram "chamados e escolhidos" para serem herdeiros da salvação.
                Adão, pro exemplo, se tornou um eleito devido sua retidão - bem como sua semente (D&C 107:55). O que significa ser um eleito? Significa ser escolhido, significa ser separado. Refere-se a tornar-se filho de Cristo - e por meio da graça divina um herdeiro do Reino Celestial de Deus."Eleitos são aqueles que amam a Deus de todo o seu coração e vivem de maneira agradável aos olhos dele. Os que vivem como seus discípulos, um dia serão escolhidos pelo Senhor como seus filhos eleitos" (GEE "Eleitos"). Somos escolhido para salvação pelo Senhor quando recebemos a palavra mais segura de profecia (D&C 131:5). 
                Pode-se dizer que todos os homens que nasceram, nascem e nascerão nesta Terra são eleitos - porque escolheram seguir o Plano de Deus na vida pré-mortal. Não obstante, devemos confirmar nossa eleição nesse segundo estado (via terrena). De fato, "eis que agora é o tempo e o dia de vossa salvação" (Alma 34:31). Devemos procurar fazer cada vez mais firme o nosso chamado e eleição; porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçaremos. Porque assim nos será amplamente concedida a entrada no reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo." (II Pedro 1:10-11). O chamado e eleição significa obter "a certeza de exaltação" (GEE "Vocação e Eleição"). Para obter tal garantia precisamos ser justificados e santificados - ter mãos limpas e um coração puro - só assim adentraremos o lugar santíssimo, veremos a face de Deus e seremos a sua geração (Salmos 24:3-6; D&C). O processo pode demorar a vida inteira, pois é preciso abandonar todos os nossos pecados, ir à Cristo,  invocar Seu nome e obedecer a Sua voz, guardando os Seus mandamentos (D&C 93:1). Um homem precisa deixar as coisas desse mundo e buscar a de um melhor, e aprender a valiosa lição sobre os poderes do céu (D&C 121:34-46). Nesse processo não só deixamos de praticar o mal, mas vencemos (por meio do poder do Salvador) nossas fraquezas e o desejo de fazer o errado. Um homem que chega nesse nível não é perfeito, mas tem um "perfeito esplendor de esperança e amor a Deus e a todos os homens" e recebeu a garantia do Pai de que terá Vida Eterna (2 Néfi 31:20). Essa garantia pode ser recebida no estado mortal. Lemos que Jacó, um jovem, foi "redimido por causa da justiça do teu Redentor" (2 Néfi 2:3). Lemos que Alma, um idoso, recebeu o convênio da vida eterna (Mosias 26:20). E se alguém argumentar que Jacó e Alma eram profetas, podemos lembrar de Êmer "viu o Filho da Retidão e regozijou-se e rejubilou-se em seu dia; e morreu em paz" (Éter 9:22). Na realidade, ao estudar as escrituras concluímos que "houve muitos, e grande foi o seu número, que foram purificados e entraram no descanso do Senhor seu Deus" (Alam 13:12).
                É possível que um homem caia da graça,após receber tal dádiva, sendo escolhido para Vida Eterna, e aparte-se do Deus vivo? (D&C 20:32) Sim! Caim foi um exemplo. (Moisés 5:24). Portanto, até os santificados (eleitos) devem ficar atentos (D&C 20:34).
                Deus quer salvar todos os seus filhos. Todos são, nesse sentido eleitos para salvação. A confirmação dessa eleição, todavia, nem sempre chegará na mortalidade. Alguns a receberão no mundo dos espíritos - porque apenas lá poderão se preparar adequadamente. Isso acontece porque nem todos ouvirão de Jesus Cristo e terão a oportunidade de segui-lo nesta esfera terrena.Daí a importância da obra vicária.

Noé e seu filhos
                Adão e os patriarcas guardaram os mandamentos, mas nem todos os seus filhos os fizeram. Enoque e Sião foram transladados porque a iniquidade na Terra era tamanha que precisaram ser removidos para que o dilúvio purificasse o planeta. Quando Noé e sua família saíram da arca, Jafé, Sem e Cão (os três filhos de Noé, Gênesis 6:10) e suas respectivas famílias começaram a povoar novamente a Terra. A descendência de Noé foi abençoada e tinham o privilégio de tornarem-se eleitos. Todavia, em um acontecimento confuso (devido as más traduções), Noé abençoou Sem e Jafé e amaldiçoou Cão e sua semente: "Alargue Deus a Jafé, e habite nas tendas de Sem; e seja-lhe Canaã por servo." (Gênesis 9:27).
                Genericamente podemos dizer que de Jafé provém os gentios: um povo grande em número; um povo que receberiam as bênçãos do evangelho pela descendência de Sem. Evidentemente esse não é o único sentido da palavra gentio. Mas basicamente gentil é quem não pertence ao povo do convênio. Sem e sua descendência se tornaram um povo eleito. Deus fez com que os profetas e santos preordenados nascessem na linhagem de Sem. Esses deveriam ajudar os outros homens a entrarem e habitarem nas "tendas" de Sião.
                Cão, especialmente seu filho Canaã, foi amaldiçoado. Para sua semente foram negadas as bênçãos do sacerdócio e da plenitude da Casa de Deus (Abraão 1:21-23, 25-27).

Abraão, Isaque e Jacó.
                Nos últimos dias, devido as chaves de Elias (não Elias, o profeta - D&C 110:12) - a maldição que recaiu sobre a descendência de Cão poderia ser removida e o evangelho mais uma vez poderia ser desfrutado em sua plenitude por todos os povos - independentemente da origem. Isso aconteceu especificamente devido a aparição de um mensageiro no Templo de Kirtland. Ele foi identificado como Elias. Todavia, sabemos que ele era Gabriel ou Noé - porque Elias muitas vezes é usado como um título e não um nome próprio (GEE "Elias"); e também por revelação.
                Noé abençoou Sem. Sem abençoou Abraão. Apesar de não ser confirmado, há muitas indicações de que Sem seja Melquisedeque (ver Manual do Aluno do Instituto Curso do Velho Testamento - Curso 301, pg. 65). Se for assim, o próprio Sem "era sacerdote do Deus Altíssimo" que "abençoou a Abrão, dizendo: bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, o Criador dos céus e da terra!" (Gênesis 14:18-19). As promessas de eleição foram confirmadas, mais tarde pelo próprio Deus: "Meu nome é Jeová e conheço o fim desde o princípio; portanto minha mão estará sobre ti. E farei de ti uma grande nação e abençoar-te-ei sobremaneira e engrandecerei o teu nome entre todas as nações; e serás uma bênção para tua semente depois de ti, para que em suas mãos levem este ministério e Sacerdócio a todas as nações; E abençoá-las-ei por meio de teu nome; pois todos os que receberem este Evangelho serão chamados segundo o teu nome e contados como tua semente; e levantar-se-ão e abençoar-te-ão como seu pai; E abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti (isto é, em teu Sacerdócio) e em tua semente (isto é, teu Sacerdócio), pois faço-te a promessa de que este direito continuará em ti e em tua semente depois de ti (isto quer dizer a semente literal, ou seja, a semente do corpo), serão abençoadas todas as famílias da Terra, sim, com as bênçãos do Evangelho, que são as bênçãos de salvação, sim, de vida eterna." (Abraão 2:8-11).
                O conjunto de promessas que Abraão fez e recebeu é chamado de Convênio Abraamico.Nada mais é que o Evangelho de Jesus Cristo em Sua Plenitude - contendo todos os convênios e ordenanças do sacerdócio - dês do batismo até o Casamento Eterno, como ensinando por Adão, Enoque e Noé. Todavia, Abraão recebeu deveres e promessas especiais - ele teria direito a determinadas porções de terra, seus filhos homens deveriam ser circuncidados no oitavo dia para seus pais se lembrassem que o convênio seria válido tão somente se houvesse cumprimento dos mandamentos - e o primeiro deveria ser o batismo aos oito anos de idade. (GEE "Circuncisão", ver também Tradução de Joseph Smith de Gênesis 17).
                Por motivos não completamente compreendidos por nós, Deus escolheu Isaque, em vez de Ismael (Isaque era filho de Sara, Ismael de Agar, uma serva) - e o convênio se perpetuou para semente de Isaque. De igual maneira, o convênio em sua plenitude foi renovado com Jacó, e não com Esaú (pois vendeu sua primogenitura e casou fora do convênio) - ambos filhos de Isaque. Os descendentes de Ismael receberam grandes bênçãos - assim como os descendentes de Esaú - e não sabemos se gozavam do sacerdócio, e se gozaram pro quanto tempo. O fato é que as bênçãos plenas permaneceram sobre a família de Jacó. Em outras palavras, o Convênio foi renovado com Jacó. Tanto é que o Senhor mudou o nome dele para Israel (GEE "Jacó", Israel").
                Jacó teve duas esposas e duas concubinas. Teve doze filhos homens. Seus filhos se multiplicaram e por isso, a descendência desses homens, é chamada de doze tribos de Israel. São estas as doze tribos: Rúben, Simeão, Levi, Judá, Issacar e Zebulom (filhos de Jacó e Léia); Dã e Naftáli (filhos de Jacó e Bilha); Gade e Aser (filhos de Jacó e Zilpa); José e Benjamim (filhos de Jacó e Raquel) (Gên. 29:32–30:24; 35:16–18).
                A descendência de Jacó era a semente eleita. Eles seriam salvos e deveriam ajudar os outros filhos do Pai a serem salvos também.

Três conceitos: todos, retidão e adoção.
                Nesse ponto é importante compreender três conceitos.
                Todos. Como o Senhor "convida todos a virem a ele e a participarem de sua bondade; e não repudia quem quer que o procure, negro e branco, escravo e livre, homem e mulher; e lembra-se dos pagãos; e todos são iguais perante Deus, tanto judeus como gentios" (2 Néfi 26:33, itálico adicionado) deseja salvar todos. Esse foi, afinal, o propósito da Expiação: "E ele [Cristo] vem ao mundo para salvar todos os homens, se eles derem ouvidos a sua voz; pois eis que ele sofre as dores dos homens, sim, as dores de toda criatura vivente, tanto homens como mulheres e crianças, que pertencem à família de Adão. E ele sofre isto para que todos os homens ressuscitem, para que todos compareçam diante dele no grande dia do julgamento. E ordena a todos os homens que se arrependam e sejam batizados em seu nome, tendo perfeita fé no Santo de Israel, pois do contrário não poderão ser salvos no reino de Deus. E se não se arrependerem, não acreditarem em seu nome, não forem batizados em seu nome nem perseverarem até o fim, serão condenados, pois o Senhor Deus, o Santo de Israel, disse-o." (2 Néfi 9:21-24, itálicos adicionados). O Senhor quer todos, e não uns poucos.
                Em Apocalipse 7:9-15, João viu uma multidão de santificados. Essa multidão de eleitos "ninguém a podia contar" devido a seu grande número. Tal fato destrói todo argumento pessimista que Deus salvará apenas uns poucos homens em seu reino. E acaba com a errônea ideia deque há apenas uma estirpe eleita para salvação, porque a multidão que João viu era composta de homens e mulheres, de todas as nações, tribos, povos e línguas."
                É verdade que nas dispensações do passado o proselitismo era bem restrito (pelo que lemos). Mas Quando Cristo veio a Terra deixou o claro mandamento: "Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado" (Marcos 16:15-16). O Senhor permitiu que as bênçãos plenas fossem estendidas ao gentios na época de Pedro (Atos 10), e a todos os homens em nossa época (ver Declaração Oficial 2). A salvação esta ao alcance de todos.
                Retidão. As condições da salvação no Reino Celestial - da eleição, portanto - são simples: viver de toda palavra que provém da boca de Deus. O Senhor ordenou-nos que guardássemos seus mandamentos. Ele explicou quais eram esse mandamentos: "Acontecerá que aquele que se arrepender e for batizado em meu nome será satisfeito; e, se perseverar até o fim, eis que eu o terei por inocente perante meu Pai no dia em que eu me levantar para julgar o mundo. E aquele que não perseverar até o fim será cortado e lançado no fogo, de onde não mais voltará, em virtude da justiça do Pai. E esta é a palavra que ele deu aos filhos dos homens. E por esta razão ele cumpre as palavras que proferiu; e não mente, mas cumpre todas as suas palavras. E nada que seja imundo pode entrar em seu reino; portanto, nada entra em seu descanso, a não ser aqueles que tenham lavado suas vestes em meu sangue, por causa de sua fé e do arrependimento de todos os seus pecados e de sua fidelidade até o fim. Ora, este é o mandamento: Arrependei-vos todos vós, confins da terra; vinde a mim e sede batizados em meu nome, a fim de que sejais santificados, recebendo o Espírito Santo, para comparecerdes sem mancha perante mim no último dia. Em verdade, em verdade vos digo que este é o meu evangelho; e sabeis o que deveis fazer em minha igreja; pois as obras que me vistes fazer, essas também fareis; porque aquilo que me vistes fazer, isso fareis; Portanto, se fizerdes essas coisas, bem-aventurados sois, porque sereis levantados no último dia." (3 Néfi 27:16-22).
                Se formos retos seremos contatos com o povo Dele, mas se não formos retos, não sermos contados. Néfi foi quem melhor explicou isso: "Pois eis que vos digo que todos os gentios que se arrependerem são o povo do convênio do Senhor; e todos os judeus que não se arrependerem serão lançados fora, porque o Senhor não faz convênios a não ser com os que se arrependem e acreditam em seu Filho, que é o Santo de Israel." (2 Néfi 30:2). Assim, se o povo de Israel pecar, será destituído.
                Adoção. Aqueles que não são descendentes de Abraão, ainda sim são filhos de Deus. Para que sejam merecedores das bênçãos do evangelho e venham a ser exaltados precisam guardar os mandamentos. O GEE explica no verbete "Adoção": "A pessoa que não é da linhagem israelita torna-se membro da família de Abraão e da casa de Israel tendo fé em Jesus Cristo, arrependendo-se, sendo batizada por imersão e recebendo o Espírito Santo (2 Né. 31:17–18; D&C 84:73–74; Abr. 2:6, 11)."
                Aprendemos que quando uma pessoa que não é descente de Abraão se batiza é como se seu próprio sangue mudasse - e ela se torna coligada a Israel e herdeira das promessas de salvação da Casa de Abraão.
                Os descendentes literais de Abraão precisam guardar os mandamentos. Sua ascendência peculiar de nada lhes servirá se suas obras forem más. Isso deixou claro João Batista ao confrontar os orgulhosos fariseus (Mateus 3:9).

A Dispersão e a Coligação de Israel
                Quando Israel saiu do Egito, por intermédio do profeta Moisés e adentrou na Terra Prometida, com Josué - as tribos receberam porções especificas de herança. O mapa ao lado demonstra as fronteiras de cada tribo. Com o passar dos anos, devido a iniquidade, os israelitas se dividiram em dois reinos: o Reino do Norte (que passou a ser chamado Israel ou Efraim) e o Reino do Sul (que foi chamado de Judá, por que era a principal tribo). Vários homens e mulheres do Reino do Norte migraram para o Reino do Sul, porque o Reino do Norte entrou em declínio espiritual (II Crônicas 11:12-17, 15:9). O Reino de Israel acabou sendo destruído e 10 tribos foram levadas cativas para o norte. Elas se tornaram perdidas.
                Como bem lembrou Neemias, Moisés havia profetizado: "Se vós transgredirdes, eu vos espalharei por entre os povos" (Neemias 1:8, ver também Deuteronômios 28:25, 37 e 64).O Senhor sacudiu a Casa de Israel entre todas as nações (Amós 9:9).
                O GEE informa: "O Senhor dispersou e fez padecer as doze tribos de Israel, em virtude de sua iniquidade e rebeldia. Entretanto o Senhor também usou esta dispersão do povo escolhido entre as nações de todo o mundo para abençoar essas nações." (Israel - Dispersão de Israel). Lá também é explicado: "A casa de Israel será coligada nos últimos dias, antes da vinda de Cristo. O Senhor reúne os de seu povo, Israel, quando estes o aceitam e guardam os seus mandamentos" (Israel - Coligação de Israel).
                A obra missionária é a obra de coligação. Quando um converso aceita o batismo aceita entrar na família de Abraão e receber às bênçãos de Abraão. No momento do batismo esse converso ratifica sua descendência ou é adotado à família de Abraão, e portanto, é Coligado. O converso também é reconhecido como herdeiro de uma das tribos de Israel. Normalmente é através de uma bênção patriarcal (ver GEE "Benção Patriarcal) que a linhagem é revelada.
                Cada tribo possui bênçãos e deveres comuns e específicos. Os comuns são: guardar os mandamentos, e os específicos são revelados nas escrituras (talvez esse artigo seja de interesse: http://lucasmormon.blogspot.com.br/2012/03/as-tribos-de-israel.html), bênçãos patriarcais e por revelação pessoal. Sabemos que Efraim e Manassés possuem um papel importante nos últimos dias. A eles cabe pregar o evangelho e liderar a Coligação de Israel, primeiro entre os gentios, depois entre os judeus. Mais sobre esse assunto poderá ser tratado adiante. Para não me alongar passemos ao cerne da questão: o casamento entre as tribos.
                O Manual do Aluno do Instituto do Curso do Velho Testamento (Curso 301) possui uma ótima citação, a qual reproduzo: "Ao iniciar o estudo da expansão da linha do convênio, lembre-se de uma coisa. Muitas vezes temos a tendência de generalizar o conceito do que significa um povo do convênio e da herança religiosa recebida por certos grupos de pessoas . Por exemplo, nossa tendência é pensar que os árabes são descendentes de Ismael e Esaú , os judeus descendentes de Judá, os índios americanos e do Pacífico Sul descendentes de Lamã, e assim por diante . De certa forma tais declarações são verdadeiras, porém , através de séculos de casamentos inter-raciais e de conversão ao convênio , a " linhagem sanguínea pura" (um termo impossível de corresponder à realidade) dos diversos ancestrais misturou-se amplamente. Sem dúvida, durante um período de cerca de quatro mil anos, os descendentes de Isaque contraíram matrimônio com os descendentes de Ismael e de outras raças da linhagem de Abraão . Temos conhecimento de que, depois que as dez tribos foram levadas ao cativeiro ,o termo judeu foi usado num sentido nacionalista (com o significado de ser um membro do reino de Judá) e não apenas no sentido tribal (com a conotação de ser um descendente de Judá, filho de Jacó) . Por conseguinte, Leí, que era da tribo de Manassés (Alma 1 0:3), e Ismael e suas filhas , que eram de Efraim, eram judeus, isto é, viviam em Judá.
                No Livro de Mórmon, o termo lamanita é usado no sentido espiritual (significando alguém que apostatou da verdade), bem como para designar os descendentes de Lamã (4 Néfi 1 :38). Um exemplo mais recente de miscigenação sanguínea ocorreu na época em que uma nação inteira, no oitavo século D. C., se converteu ao judaísmo . A maior parte do reino dos khazars, no que conhecemos como Rússia, adotou a religião judaica (veja Encyclopedia Judaica, verbete "Khazars " , Vol . X, pp . 944-47). Muitos judeus modernos da Europa, traçam sua linhagem até os khazars, que antes de 740 D. C. eram gentios .
                Os negros africanos da Etiópia afirmam ser descendentes de Davi , devido ao casamento do rei Salomão com a rainha de Sabá (veja I Reis 10:1-1 3; Encydopedia Judaica, verbete "Etiópia" , VaI. V I , p . 943). Assim sendo, é provável que o sangue de Israel tenha-se espalhado até mesmo pela África.
                Embora hoje em dia existam grupos raciais que poderiam ser considerados predominantemente membros da casa de Israel, ou gentios, é quase certo que o sangue dessas duas linhas possa ser encontrado na maioria dos povos da terra. O mais importante é que o fato de se pertencer ao povo de Israel , ou de ser uma pessoa do convênio, envolve tanto a fidelidade como a linhagem sanguínea. Portanto , como Néfi declarou, são o arrependimento e fé no Unigênito de Israel que determinam se o indivíduo pertence ao convênio (2 Néfi 30:2), um conceito que também foi ensinado por Paulo (Romanos 2:28-29). Em outras palavras, embora a linhagem sanguínea seja um fator significativo, em um indivíduo, a fidelidade ou a falta dela, é o que realmente conta." ("O Convênio continua com Isaque e Jacó", pg. 81)

A Israel Primitiva
                Na Antiga Israel Moisés não proibiu o casamento de um homem que pertencesse a uma tribo com uma mulher que pertencesse a outro, mas criou uma legislação que não o incentivava (Números 36). Isso aconteceu especialmente por razões possessórias. Diferente era o caso de casamentos com pessoas não-israelitas - esse era proibido por questões espirituais (Deuteronômios 7:3-4).
                Explicando sobre Números 36, capítulo que fala sobre o casamento entre as tribos o Manual do Aluno do Instituto do Curso do Velho Testamento (Curso 301), na página 211, diz: "Aqui Moisés trata de um problema prático com que Israel se defrontaria ao iniciar a conquista de Canaã. Tão logo fosse determinada a divisão da terra segundo as tribos, as famílias de cada uma delas deveriam obter uma terra de herança. Se fosse concedido um pedaço de terra a uma mulher solteira, e ela se casasse com um membro de outra tribo, o que provavelmente era bastante comum, então a sua propriedade também passaria a ser de seu marido. Desse modo, outra tribo obteria um pedaço da terra designada pelo Senhor e Moisés à tribo original. Tal situação não ocorreria quando os homens se casassem fora de suas tribos, pois a propriedade ainda permaneceria com a mesma tribo. Moisés e os anciãos previram os problemas potenciais que surgiriam , e criaram uma legislação estabelecendo que as terras de herança não poderiam passar de uma tribo para outra."
                Mais adiante na História de Israel vemos que os israelitas se misturam bastante. Dois exemplos: (1) os filhos de Leí (descendentes de Manassés) casaram-se com as filhas de Ismael (descendentes de Manassés); (2) os filhos de Elimeleque  e Noemi, que eram judeus, casaram-se com Rute e Orfa - moabitas (Rute 1:2-4).
                Devido a um desentendimento (narrado em Juízes 20), as tribos de Israel evitaram casar-se com os descendentes de Benjamim. Essa proibição caiu por terra em 15 de Av de 2487 (na contagem judia). Essa data é comemorada até hoje entre os judeus como se fosse um "dia dos namorados" - embora essa não seja a melhor expressão, pois nesse dia também são lembrados outros episódios de Israel (como a destruição do Templo).

A Israel Moderna e no Milênio
                A Israel de hoje consiste em um povo que preparará o Reino do Messias. Quando Cristo voltar a pedra que esta rolando, vista por Daniel, encherá toda a Terra. Israel será estabelecida não só na Palestina, mas em toda a Terra. Assim, cada tribo será distribuída no mundo inteiro.
                A Coligação espiritual prossegue sem necessidade de uma coligação física em um único lugar. O mandamento de "estender bem as tuas estacas" (Isaías 54:2) esta em vigor - e a Terra inteira será abençoada com representantes da Casa de Israel. No final a Terra inteira será um Reino Celestial (GEE "Terra") - e a herança dos eleitos.

Porque somos adotados ou reconhecidos em uma tribo especifica de Israel?
                Como já falei recebemos certas responsabilidades e certos privilégios ao adentrarmos em uma tribo da Casa de Israel. A maioria dos membros da Igreja hoje são descendentes de Efraim e Manassés  - ou são adotados a uma dessas duas tribos. Isso porque Efraim recebeu a responsabilidade de conduzir ou presidir a Coligação em ambos os lados do véu.
                Efraim recebeu a primogenitura de Israel (I Crôn. 5:1–2; Jer. 31:9). Nos últimos dias essa tribo tem o privilégio e responsabilidade de portar o sacerdócio, levar ao mundo a mensagem do evangelho restaurado e levantar um estandarte a fim de reunir a Israel dispersa (Isa. 11:12–13; 2 Né. 21:12–13). Os filhos de Efraim coroarão de glória os que retornarem dos países do norte nos últimos dias (D&C 133:26–34).Manassés ajudará neste trabalho.
                Encontrar pessoas de outras tribos é raro. Esse é um dos motivos porque as escrituras que dispomos falam mais de Efraim e Manassés - e de sua missão de coligar e construir Sião.
                Se um membro da Igreja pertencer a outra tribo que não seja Efraim e Manassés possui a responsabilidade de, obedecendo Efraim (que estará sempre a testa nesta dispensação) ajudar na coligação de Israel.
                Outras bênçãos especificas são compreendidas, como já falei, por revelação pessoal.

Respondendo a questão.
                Falei tudo isso para responder a uma questão tão curta! Pois é, o contexto era importante. Agora permita-me resumir:
1- Deus ama seus filhos e quer abençoá-los
2- Ele escolheu um povo para derramar suas preciosas bênçãos
3- Esse povo precisa ser fiel, e ajudar outros povos a receberem as mesmas bênçãos
4- O povo escolhido é a descendência de Abraão, através de Isaque e Jacó
5- Jacó teve 12 filhos, as 12 tribos de Israel
6- Quando uma pessoa aceita o evangelho e se batiza passa a fazer parte da família de Abraão - e é adotada ou reconhecida como membro de uma das tribos de Israel.
7- Descobrimos qual tribo pertencemos quando recebemos nossa bênção patriarcal
8- Pertencer a uma tribo significa ter direito a certas bênçãos e receber certas responsabilidades.
                Agora a resposta: Como a questão do casamento era uma regra pontual e especifica da Israel Antiga, essa regra não prevalece hoje (primeiro, porque Israel esta dispersa e não coligada como na antiguidade -e nem restrita a Palestina; segundo, a lei de Moisés foi cumprida no Meridiano dos Tempos).
                Como, no Milênio herdaremos (ou seja, nós, os filhos de Abraão) toda a Terra, não há de se falar em legislação territorial para o casamento entre as tribos. Além disso, sentimentos mesquinhos e de superioridade racial ou tribal não estarão presentes no Milênio, pelo que se faz desnecessário uma regulamentação como existia na lei mosaica.
                A tribo de seu marido é a tribo do seu marido - e ele receberá promessas e bênçãos da tribo a qual pertence. Se a sua tribo for diversa, você receberá deveres e direitos de sua respectiva tribo - a fim de cumprir seu papel na mortalidade.
                Meu pai é de Manassés, minha mãe de Efraim. É razoável que minha mãe deixe de ser efraimita para ser "transferida" para Manassés, por ter escolhido se casar com meu pai? E se ela se cassasse com outro homem da mesma tribo - Efraim? Então não haveria problema? Mas há algum problema afinal? Estamos nós nos tempos de Moisés? Vivemos nos na Palestina? Estamos coligados em um único lugar e recebemos nossa propriedade como herança perpétua na terra da Promissão?
                Minha mãe entrou (seja por adoção ou não) para Efraim quando foi batizada - e o Patriarca, algum tempo depois, lhe abençoou. Nessa ocasião ele, o Patriarca, reconheceu e declarou qual tribo minha mãe já fora adotada. Uma mudança na tribo só seria possível, no meu entendimento, por uma nova ordenança do evangelho. Alguns pensam que o casamento no Templo é essa ordenança. Mas não conheço escritura ou revelação que sustente tal tese. O casamento no templo não tem o condão de alterar a tribo.
                Acredito que recebemos certos deveres e talentos segundo a presciência de Deus que não serão alterados a menos que haja iniquidade. Ademais, uma bênção dada (e adentrar numa tribo de Israel é uma grande bênção) não pode ser revogada - salvo se for por iniquidade.Isso esta de acordo com a Justiça de Deus (D&C 130:20-21).
                A Casa de Deus é uma casa de ordem (D&C 88:119). Quando um patriarca declara a tribo, a pessoa é reconhecida como parte daquela tribo e não perde tal privilégio (salvo se pecar gravemente). Enquanto estivermos na Terra "temos uma obra a executar" (Morôni 9:6), e por isso mesmo precisamos das responsabilidades e direitos de uma tribo especifica. Mas quando nosso trabalho cessar o mesmo não será verdade.
                Evidentemente quando formos exaltados seremos todos participantes do dom celestial e as distinções (inclusive tribais) cessarão. Na realidade isso acontecerá quando Sião for plenamente estabelecida (4 Néfi 1:3).
                Tem também outra coisa: ao ressuscitarmos o sangue deixará de existir, e consequentemente nossa ligação sanguínea, mesmo a ligação por adoção a alguma tribo, cessará. Resistirão, porém, os convênios e os laços familiares selados no Templo pelo Santo Espírito da Promessa. Uma linha de eleitos de Adão até o último homem justo será formada e uma corrente familiar será estabelecida. Todos serão como o Pai - e herdarão tudo o que Ele possui.
                No Reino Celestial - e a propósito, no Casamento Celestial - homem e mulher são sempre iguais, ou em outras palavra, homem e mulher terão deixado sua ascendência mortal e serão "ambos uma só carne" (Gênesis 2:24).

                Finalmente: os eleitos são eleitos, não importando as tribos a qual pertencem enquanto vivem no breve período mortal; os eleitos são eleitos, não importando as diversidades de ministério e as diferentes responsabilidades na Vinha do Senhor que recebam nesta vida; os eleitos são eleitos - e continuarão a sê-lo mesmo que membros próximos de sua própria família sejam de tribos diferentes - porque isso no final não importará (é algo que importa para este tempo, sob certas circunstâncias que comentei).
                Assim a resposta a pergunta - "quando eu, mulher da Igreja, me casar - serei adotada à tribo de meu marido independentemente de pertencer já a outra tribo de Israel?" - é NÃO.

6 de nov. de 2012

Classificação dos Mandamentos


                Os princípios eternos são baseados na verdade e justiça - e não mudam. Os mandamentos de Deus são leis alicerçadas na verdade e justiça, que são proferidas por Deus à nós. Embora o evangelho seja simples, e não necessite de muitas sistematizações e nomenclaturas, às vezes é proveitoso dividir e subdividir ideias, sem fugir da pureza da verdade - para compreender pontos doutrinários novos. É o caso dos mandamentos.

                Há basicamente duas espécies de leis de Deus: os mandamento e regras universais[1]. Todas as leis de Deus provém da mesma fonte (Deus) e resultam em bênção ou maldição: aqueles que as obedecem são abençoados, e os que as desobedecem são amaldiçoados. As espécies de leis, contudo, diferem quanto ao destinatário. Os mandamentos são dados aos filhos de Deus  - que possuem capacidade de tornarem-se como Ele. As regras universais são dadas a todas as inteligências, estipulando proibições, permissões, direitos, deveres, limites, etc.
                Deve-se dizer que os filhos de Deus estão sujeitos as regras universais assim como toda a Criação. Mas as criações que não são filhos de Deus não se sujeitam aos mandamentos - pois tais são reservados aos que agem e possuem capacidade de tornarem-se como Deus.
                Os mandamentos podem ser classificados: (1) quanto a temporariedade: infinitos ou finitos; (2) quanto ao alcance: individuais (também chamados de "conselhos de Deus") ou universais (gerais); (3) quanto a adequação: aparentemente inadequados ou aparentemente adequados; (4) quanto a regulamentação: sem regulamentação (princípio em sentido estrito), com regulamentação densa ou com regulamentação não densa; (5) quanto ao modo de ser revelado: pela Luz de Cristo, pelo poder do Espírito Santo ou pelo dom e poder do Espírito Santo.

                Mandamentos quanto a temporariedade. Alguns mandamentos são restritos a determinada época: como os preceitos, regras e ritos da Lei de Moisés. A palavra de Sabedoria, tal como conhecemos hoje, é um exemplo de mandamento finito também, pois não existia antes da revelação da seção 89 (concedida em 27 de fevereiro de 1833). É verdade que os princípios eternos por trás da Palavra de Sabedoria sempre existiram: manter o corpo puro, limpo e saudável, e obedecer a Deus. Entretanto, não tomar café, chá-preto, álcool, usar tabaco e drogas é uma mandamento dado especificamente em nossa dispensação "devido a maldades e desígnios que existem e virão a existir no coração de homens conspiradores nos últimos dias" (D&C 89:4). Um exemplo de mandamento infinito é a Lei de Castidade - que sempre existiu e sempre há de existir.

                Mandamentos quanto ao alcance.  Os mandamentos pessoais ou individuais são também chamados de conselhos de Deus. Os conselhos do Senhor são mandamentos, diferente do que muitos pensam - porque alguns hierarquizaram as leis de Deus determinando que os conselhos possuem menor importância que os mandamentos gerais. Todavia, se os mandamentos individuais forem aplicados levarão a salvação (D&C 78:2).
                Creio que o Senhor utiliza a palavra conselho (1) para demonstrar o respeito que tem pelo nosso arbítrio - escolhemos cumprir ou não o mandamento; e (2) para tornar o mandamento pessoal e individual. Assim podemos explicar e reconhecer que, frequentemente, Deus dá alguns conselhos a uns que não dá a outros, e vice-versa, pois as circunstâncias e capacidades são distintas. Exemplos de mandamentos individuais são aqueles dados na bênção patriarcal ou de maneira especifica pelo líder da Igreja: visitar determinada família todo mês.
                Os mandamentos universais possuem vinculação erma omenes, ou seja, geral, para todos: como o de não matar, o de fornicar, o de ser batizado, etc.

                Mandamentos quanto a adequação. Essa não seria propriamente uma divisão do instituto, mas a sua indicação facilita a compreensão dos mandamentos - portanto cito-o. Todos os mandamentos são adequados, por que Deus é justo e bom. Não obstante, nem sempre assim parecem aos destinatários dos mesmos. Quando Néfi recebeu o mandamento de matar Labão, isso lhe pareceu estranho (1 Néfi 4:10). Alguns mandamentos nos soam muito lógicos e prudentes - como o de ajudar o próximo - mas outros podem ser considerados amorais - como Abraão, ao receber o mandamento de sacrificar seu filho Isaque. A única maneira de reconhecermos o mandamento divino, ainda que nos pareça inadequado, é possuir o dom do Espírito Santo e ser digno de desfrutá-lo.
               
                Mandamentos quanto a regulamentação. Os mandamentos são puros e simples. Todavia, às vezes precisam de regulamentações para serem cumpridos. Essas regras não são os mandamentos. Alguns mandamentos precisam ser densamente regulados, como no caso da Lei de Moisés - que tinha regras especificas e detalhadas sobre como preparar alimentos, com o se vestir e como comemorar as festas. Alguns mandamentos não precisam de regulamentação porque os destinatários do mesmo são capazes, devido ao grau de retidão, compreendê-los com facilidade como no caso de orar sempre (embora, aos iniciante seja adequado ensinar "os passos da oração", e aos que se consideram mais experientes, lembrar a respeito "da linguagem especial da oração"). Há mandamentos que precisam de pequenas e pontuais regras. O jejum, como praticado hoje é um exemplo. Jejua-se todo primeiro domingo do mês (embora se possa jejuar em outra data também, se necessário), paga-se a oferta generosa de jejum em um formulário padronizado ou em um envelope a ser recolhido por um portador do sacerdócio Aarônico.  Essas pequenas regras, algumas já incorporadas aos costumes dos santos são necessárias para manter a Casa de Deus em ordem. E sobre esse aspecto podemos citar uma série de procedimentos administrativos que não são mandamentos, mas se baseiam nos mesmos - e até ajudam-nos em seu cumprimento. Também podemos achar uma relação aqui com as ordenanças do evangelho - que são mandamentos e convênios ritualísticos.

                Mandamentos quanto ao modo de ser revelado. Alguns mandamentos são revelados pela Luz de Cristo - com o de não matar. O rei Lamôni é um exemplo. Ele sábia, pela luz de Cristo, que o costume dos lamanitas de matar era errado (embora sua tradição lhe dissesse que não havia pecado) - e começou a se sentir mal pelos erros que já cometera (Alma 18:5). Outros mandamentos chegam pelo poder do Espírito Santo - como o de procurar a verdade, como Cornélio no Novo Testamento. Os que recebem o dom do Espírito Santo podem desfrutar constantemente do poder do Espírito Santo e recebem "todos os mandamentos" (2 Néfi 9:27).

               



[1] Nada haveria de errado de chamar as "regras universais" de mandamentos, e vice-versa. Entretanto, para distinguir a função de cada espécie do gênero lei divina, sugeri a nomenclatura.

3 de nov. de 2012

A Salvação é Gratuita?


                "A salvação é gratuita" (2 Néfi 2:4) - afirmou o patriarca Leí próximo da hora de sua morte. Como o Presidente Dieter F. Uchtdorf disse a "proximidade do dia final da mortalidade geralmente produz uma clareza de pensamentos e proporciona entendimento e perspectiva." As pessoas abrem seu coração. (http://www.lds.org/general-conference/2012/10/of-regrets-and-resolutions?lang=por). Assim, sabendo que, pelo contexto das escrituras, Leí era um homem coerente, digno e lúcido - sua sinceridade não pode ser refutada: ainda mais no seu último suspiro em que aconselhava sua família no caminho da felicidade. Ele esta dizendo o que realmente queria dizer: a salvação era gratuita!
                Mas o que significa a salvação ser gratuita? O Guia de Estudo Para as Escrituras (GEE) explica que há dois significados para palavra "salvação". O primeiro é a salvação física e o segundo é a salvação espiritual. Salvos da morte física todos os que nascem nesta Terra serão - pois como Paulo explicou "assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo." (I Coríntios 15:22). É o poder da Expiação, comumente chamado de graça, que todos homem receberá um corpo imortal e incorruptível, independentemente de seu estado espiritual de retidão. Como Alma explicou a seu filho, " o plano de restauração é imprescindível à justiça de Deus; pois é necessário que todas as coisas sejam restauradas em sua própria ordem. Eis que é imprescindível e justo, de acordo com o poder e ressurreição de Cristo, que a alma do homem seja restituída a seu corpo e que, ao corpo, sejam restituídas todas as suas partes" (Alma 41:2). Ele disse também: "A alma será restituída ao corpo e o corpo, à alma; sim, e todo membro e junta serão restituídos ao seu corpo; sim, nem mesmo um fio de cabelo da cabeça será perdido, mas todas as coisas serão restauradas na sua própria e perfeita estrutura" (Alma 40:23).
                "Toda pessoa também pode ser salva da morte espiritual pela graça de Deus, mediante fé em Jesus Cristo, a qual se manifesta numa vida de obediência às leis e ordenanças do evangelho e de serviço a Cristo." (http://www.lds.org/scriptures/gs/salvation.t2?lang=por&letter=s). Essa salvação não é gratuita. Ela exige compromisso, exige dedicação, exige sacrifício, exige, na realidade, consagração. É por isso que as escrituras dizem que devemos operar nossa salvação com temor (Filipenses 2:12) e agir segundo cremos (Mosias 4:10). Todavia, o julgo do Senhor é suave e seu fardo leve (Mateus 11:30).
                Muitas vezes a palavra "salvação" é usada em sentido amplo, significando e abrangendo os dois tipos de salvação (física e espiritual) - e portanto a máxima salvação: a exaltação. A exaltação é a salvação no Reino Celestial de Deus, que significa herdar "o mais elevado estado de felicidade e glória dentro do reino celestial." (http://www.lds.org/scriptures/gs/exaltation?lang=por). É nesse sentido que D&C 6:13 diz que não há maior dom que a salvação, o que na verdade significa que a exaltação é o maior dom. Interpreta-se assim especialmente devido a outras passagens, tais como D&C 14:7 e Romanos 6:23.
                Nessa última passagem de Romanos diz que "o dom gratuito de Deus é a vida eterna" (Romanos 6:23). A Vida Eterna é literalmente gratuita para aqueles que morrem sem lei, como as criancinhas (Morôni 8:12, 17, 22 e D&C 137:10). Mas para os que tem lei (as doutrinas, os mandamentos, etc.) a salvação é gratuita no sentido simbólico de que nosso esforço é realmente pequeno para se obter uma dádiva tão grandiosa quanto a vida eterna. Como o Senhor ilustrou: "Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu Senhor" (Mateus 25:21). "Sobre pouco foste fiel" significa que houve necessidade de alguma obra de retidão - ainda que pequena comparada a recompensa. Isso esta de acordo com a Justiça e Misericórdia de Deus, assunto abordado pelo profeta Alma em Alma 41:-42.
                A ideia de uma salvação gratuita precisa ser entendida no contexto do evangelho para não dar vazão à interpretações errôneas tais como a justificação pecados: "E muitos também dirão: Comei, bebei e diverti-vos; não obstante, temei a Deus—ele justificará a prática de pequenos pecados; sim, menti um pouco, aproveitai-vos de alguém por causa de suas palavras, abri uma cova para o vosso vizinho; não há mal nisso. E fazei todas estas coisas, porque amanhã morreremos; e se acontecer de sermos culpados, Deus nos castigará com uns poucos açoites e, ao fim, seremos salvos no reino de Deus." (2 Néfi 28:8).Essa doutrina falsa zomba de um Deus justo.  Aqueles que pensam assim "serão lançados no inferno!" (2 Néfi 28:15).