29 de jun. de 2011

Nem frio, nem quente - APOCALIPSE 3:15-16

                Esses versículos trazem importes ensinamentos sobre os atributos de Deus, especialmente sobre sua justiça e misericórdia, bem como o que Ele espera de nós.
                O Senhor ama todos os seus filhos e lhes dará muitas chances de vierem a Ele e serem salvos em Seu reino Celestial (2 Néfi 26:24, Isaías 49:15, 3 Néfi 10:4-6). Todavia a misericórdia não pode roubar a justiça (Alma 42:25). Ninguém pode servir a Deus e a Mamon (Mateus 6:24). É por isso que Deus não pode encarar o pecado com o mínimo grau de tolerância (Alma 45:16, D&C 1:31) - e é por isso que Ele não se deixa escarnecer (Gálatas 6:7). Se algo imundo adentrar sua presença Seu reino seria imundo (1 Néfi 15:33-34), Ele seria um mentiroso (Alma 12:22-24) - e se uma coisa ou outra acontecesse (ou ambas), conseqüentemente, Ele deixaria de ser Deus (Alma 42:13, 22-25).
                Embora devamos ser "moderados em todas as coisas" (Alma 38:10) - tal mandamento não deduz ser condescendente com o pecado e o mal. O Senhor disse que devíamos apartar-nos dos iníquos e não tocar a imundície (Salmos 6:8,Isaías 52:11, II Coríntios 6:17).
                Pelas leis eternas do arbítrio sabemos que aquele que se apega a luz recusa as trevas - e aquele que se aproxima das trevas se afasta de luz (Provérbios 4:18, D&C 88:40; João 1:5, 3:19, 8:12, 12:35; Romanos 13:12; Efésios 5:8; I João 1:5) . Alguém que procure uma possibilidade outra vai contra as leis universais (Isaías 5:20, II Coríntios 6:14, 2 Néfi 7:10, Alma 26:3, Morôni 7:15).
                O problema de alguns membros de Laodicéia era o de ter um pé no mundo e outro na Igreja. Eles, aparentemente, queriam ser considerados cidadãos de Sião, mas seus desejos estavam na Babilônia. Eram como a mulher de Ló - se propunham a obedecer a Deus, mas voltavam-se para trás, para espiar Sodoma[1] (Gênesis 19:24-26, Lucas 17:32). Por causa que não podiam dar todo coração a Deus - tendo uma obediência seletiva[2] - fazendo apenas o que lhes convinha - sendo superficiais, preguiçosos e hipócritas - Deus disse-lhes: vomitar-lhes-ei! Ou seja, simbolicamente, ao entrarem na Igreja, faziam parte do corpo de Cristo (I Coríntios 12:27) - mas por serem inconstantes - nem frios, nem quentes - seriam excomungados.
                Ser quente é ser ativo no evangelho. No evangelho. Não necessariamente na Igreja! O compromisso com os programas e a aparente dignidade que é observável pela mera freqüência nas reuniões e a amizade entre os irmãos é apenas uma parcela do exigido. Deus quer compromisso real - todo coração, poder, mente e força (D&C 4:2). O medíocre pode conseguir manter-se na Igreja, mas ele não vive o evangelho e por não envolver-se completamente, um dia, será expulso.
                Ser frio é o oposto de ser quente - é, portanto, não ser ativo em Sião. A situação deste, não obstante, é melhor do mormo - daquele que finge ser e fazer, mas realmente não é e nem faz (GEE "Hipócrita")
                Aconselho os que lerem esta postagem a lerem a mensagem da Primeira Presidência da A Liahona do mês de Julho: http://lds.org/liahona/2011/07?lang=por


[1] O élder Jeffrey R. Holland, do Quórum dos Doze Apóstolos disse: "O que foi que a mulher de Ló fez assim de tão errado? Como estudioso de história, aprendi algo a esse respeito e quero responder em parte a essa pergunta. Aparentemente, o erro da mulher de Ló não foi apenas o de olhar para trás. Em seu coração ela queria voltar para lá. Parece que, mesmo antes de sair dos limites da cidade, ela já sentia falta das coisas que Sodoma e Gomorra tinham a lhe oferecer. Como o Élder Neal A. Maxwell (1926–2004), do Quórum dos Doze Apóstolos, disse certa vez, tais pessoas sabem que devem ter sua residência principal em Sião, mas ainda esperam manter um chalé de verão na Babilônia." ("O Melhor está por Vir", A Liahona, Janeiro de 2010, pg.17)
[2] O élder Robert D. Hales, do Quórum dos Doze Apóstolos, disse: "Irmãos, tanto jovens como mais velhos, quando praticamos a obediência seletiva, mudamos nossa posição em relação do Senhor — geralmente apenas um grau por vez. À medida que as forças enganadoras do adversário agem sobre nós, não as conseguimos detectar e ficamos espiritualmente desorientados. Embora pareça estarmos indo numa direção segura, na verdade estamos seguindo rumo ao desastre." ("Para o Sacerdócio Aarônico: Preparação para a Década Decisiva", A Liahona, Maio de 2007, pg. 50).
                        Em outra ocasião o élder Hales acrescentou: "Contrariamente aos ensinamentos seculares, as escrituras nos ensinam que temos liberdade de escolha e que as escolhas certas sempre têm repercussões nas oportunidades que temos e na nossa capacidade de agir e de progredir eternamente. Por exemplo: por meio do profeta Samuel o Senhor deu um mandamento bem claro ao rei Saul: “Enviou-me o Senhor a ungir-te rei (…); ouve, pois, agora a voz (…) do Senhor. Vai, pois, agora e fere a Amaleque; e destrói totalmente a tudo o que tiver”(1Samuel 15:1, 3) Mas Saul não seguiu o mandamento do Senhor. Fez o que chamo de “obediência seletiva”. Confiando em sua própria sabedoria, ele poupou a vida do rei Agague e trouxe de volta o melhor das ovelhas, das vacas e de outros animais. O Senhor revelou isso ao profeta Samuel e o enviou para depor Saul do trono real. (...) Como Saul não obedeceu com exatidão — como decidiu “obedecer seletivamente” — ele perdeu a oportunidade e o arbítrio de ser rei. Meus irmãos e irmãs, será que obedecemos com exatidão à voz do Senhor e de Seus profetas? Ou, tal como Saul, praticamos a “obediência seletiva” e tememos o juízo dos
homens?" ("Arbítrio: Essencial ao Plano de Vida", A Liahona, Novembro de 2010, pg. 26)
                        Ainda sobre a obediência seletiva, a citação do Presidente J. Reuben Clark Jr., que foi membro da Primeira Presidência, é muito pertinente: “O Senhor não nos deu nada que seja inútil ou desnecessário. Encheu as escrituras com o que devemos fazer para recebermos a salvação. (...) Quando tomamos o sacramento, fazemos o convênio de obedecer a Seus mandamentos. Não há exceções. Não há distinções nem diferenças” (Conference Report, abril de 1955, pp. 10–11).

6 de jun. de 2011

Livro da Vida

O Livro de Vida é um registro feito nos céus. Ele também é chamado de o Livro do Cordeiro (Apocalipse 21:27) e Livro dos Santificados (D&C 88:2). Todos os que merecerem um reino de glória, pelo poder expiatório, estarão inscritos neste livro. Esse livro será usado no Julgamento Final. Ter o nome riscado desse livro é o mesmo que ser condenado as trevas exteriores.
                O Presidente Brigham Young ensinou: "Os nomes de todos os filhos e filhas de Adão já estão escritos no Livro da Vida do Cordeiro. Chegará época em que serão apagados? Sim, quando se tornarem filhos de perdição, não antes disso. Toda pessoa tem o privilégio de manter seu nome nesse Livro para sempre. Se negligenciar esse privilégio, seu nome será apagado, não antes disso. Todos os nomes da família humana estão escritos nele, e o Senhor irá mantê-los ali até alcançarem o conhecimento da verdade, a ponto de poderem rebelar-se contra Ele e pecar contra o Espírito Santo; serão, então, lançados no inferno, e seu nome será apagado do Livro da Vida do Cordeiro" ("A Salvação por intermédio de Jesus Cristo", Ensinamentos dos Presidentes da Igreja - Brigham Young, pg. 292).
                Isso significa que todos os que nascerem nesta Terra já possuem seus nomes no Livro da Vida, pois aceitaram Cristo antes de nascer[1]. Mas para manter o nome escrito neste livro deve-se cumprir os mandamentos. O pecado pode fazer com que o nome inscrito seja riscado e tirado do livro[2]. E se isso acontecer há condenação.
                Pode acontecer até que o transgressor mantenha seu nome intacto nos registros da Igreja. O presidente Joseph Fielding Smith falou sobre isso: "Não seremos salvos no reino de Deus somente por nosso nome constar nos registros da Igreja. Será preciso mais que isso. Nosso nome terá que estar inscrito no Livro da Vida do Cordeiro; esta é a prova de que guardamos os mandamentos. Toda alma que não guardar os mandamentos terá seu nome riscado desse livro." (Conference Report, setembro-outubro de 1950, p. 10.) Deus não se deixa escarnecer (Gálatas 6:7).
                O Manual Princípios do Evangelho explica (na página 280), por meio de citação de vários profetas, sobre o significado e importância do Livro da Vida:
                "O Profeta Joseph Smith disse que os mortos serão julgados pelos registros mantidos na Terra. Seremos também julgados pelo “livro da vida” que é mantido nos céus (ver D&C 128:6–8). “Todos nós (…) compareceremos ante o ‘tribunal do Santo de Israel (…), então (…) [seremos] julgados de acordo com o santo julgamento de Deus’ (2 Néfi 9:15.) João teve a seguinte visão: ‘E abriram-se os livros; e abriu-se outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados (…) segundo as suas obras’ (Apocalipse 20:12.) Os ‘livros’ mencionados referem-se aos ‘registros [de suas obras] feitos na Terra.(…) E o livro que era o livro da vida é o registro que se faz no céu’ (D&C 128:7)” (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Harold B. Lee, 2000, p. 226).
                Com tudo isso somos levados a pensar que o Livro da Vida faz mais do que registrar nomes. Parece que ele é capaz de adicionar um status de retidão de maneira que os que forem justos por toda a vida estão escritos nele para receberem uma herança à mão direita de Deus (Alma 5:58). Mais especificamente estes serão os que forem considerados santos; e é por isso que poderão ser diferenciados dos outros inscritos no livro, e herdarão a Vida Eterna.
                Mas para ser santo precisamos de esforço diário.
                O élder Richard G. Scott disse: "Todos nós recebemos o mandamento de arrepender-nos e invocarmos a Deus continuamente por toda a vida. Esse padrão permite que cada dia seja uma página imaculada no livro da vida, uma oportunidade renovada" ("O Caminho da Paz e Alegria", A Liahona, Janeiro de 2001, pg. 31).
                O Presidente James E. Faust também falou sobre o assunto: "Cumprimento cada uma por suas obras diárias de retidão. Muito embora apenas umas poucas pessoas conheçam suas obras, elas estão registradas no livro da vida do Cordeiro, que um dia será aberto para testemunhar seu serviço dedicado, sua devoção e suas ações como 'instrumentos nas mãos de Deus, para realizar esta grande obra'" ("Instrumentos nas Mãos de Deus", A Liahona, Novembro de 2005, pg. 114).
                O élder Jeffrey R. Holland explicou que "um dos desafios enfrentados pelos fiéis é darem-se conta de que às vezes aqueles que não são obedientes e dignos parecem receber tantas bênçãos temporais quanto aqueles que fazem sacrifícios e servem, ou até mais. (…) Os santos devem ser fiéis até o fim sem fazer muitas comparações com as pessoas ao lado. (…) Não há dúvidas de que o sol nascerá também para os infiéis e talvez em algumas ocasiões brilhará ainda mais do que para os justos. Mas a fé e a devoção dos fiéis são registradas no livro da vida do Cordeiro e dia virá em que eles serão contados entre as jóias de Deus. Nesse dia, fará muita diferença quem foi justo e quem foi iníquo, quem serviu a Deus e quem não o fez. Até lá, todos devemos lembrar que Deus não bate o martelo antes do fim do julgamento.” (Christ and the New Covenant, pp. 296–297).



[1] Aqueles que não aceitaram o Plano do Pai Celestial, e decidiram seguir Satanás, foram privados do privilégio da mortalidade, pois não guardaram se primeiro estado (Abraão 3:26-28).
[2] Segundo o Presidente Young o único pecado que apagará nosso nome é a blasfêmia contra o Espírito Santo. Isso nos dá a entender que todos os que puderem suportar uma glória Telestial e Terrestrial ainda manterão seus nomes no Livro da Vida. Afinal, por mais pecadores e rebeldes que possam ser, eles aceitaram Cristo antes de nascer e cumprirão ao menos dois mandamentos: o de confessar que Jesus é o Cristo - pois todo joelho dobrará e toda língua confessará isso; e o de não cometer o pecado imperdoável. Por não terem recebido luz suficiente para blasfemarem contra o testemunho do Espírito Santo eles merecerão a graça de Cristo e serão salvos num reino de glória, correspondente a se nível espiritual.