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27 de nov. de 2012

Maravilhoso, Conselheiro, Poderoso Deus, Pai Eterno, Príncipe da Paz


                Vários séculos antes do nascimento do Senhor Jesus Cristo, Isaías profetizou: "Pois um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o governo estará sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso, Conselheiro, Poderoso Deus, Pai Eterno, Príncipe da Paz." (Isaías 9:6, 2 Néfi 19:6)
                Desejo prestar meu testemunho a respeito desses títulos sagrados do Salvador do mundo.

                Maravilhoso
                Tudo na vida de Jesus Cristo é maravilhoso. Parte dessa maravilha se dá porque todos os profetas, de Adão até o último, haviam testificado do Filho de Deus: de seu nascimento, vida, sacrifício e ressurreição.
                Na dispensação do Meridiano dos Tempos uma virgem ficou grávida milagrosamente. No humilde estábulo, cercado de animais, pastores penitentes e anjos de glória, sob uma nova e brilhante estrela no céu - o pequenino e frágil bebê foi confiado a Maria e José, pessoas simples, mas boas. O menino, que recebeu o nome de Jesus, cresceu, com o dizem as escrituras " em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens" (Lucas 2:52). Aos doze anos Jesus foi "tratar dos negócios" do Seu Pai o Templo Santo (Lucas 2:49).
                Jesus era um menino obediente e se destacava dos demais, embora a magnificência de seus atributos e excelência de seu caráter tenham passado desapercebida para quase todos a sua volta. Ele era considerado o "filho do carpinteiro" (Mateus 13:55). E sua mãe, sabiamente, " guardava no seu coração todas estas coisas" maravilhosas (Lucas 2:51). Ela, Maria, sabia que Jesus era o Senhor, afinal ela proclamara: "A minha alma engrandece ao Senhor, E o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador; Porque atentou na baixeza de sua serva; Pois eis que desde agora todas as gerações me chamarão bem-aventurada" (Lucas 1:46-48).
               
                Conselheiro
                Quando Jesus completou trinta anos, iniciou seu ministério entre os homens. Ele foi batizado por seu primo, "para cumprir toda a justiça" (Mateus 3:15). "E agora vos pergunto, meus amados irmãos, como foi que o Cordeiro de Deus cumpriu toda a justiça, sendo batizado com água?  Não sabeis que ele era santo? Mas, embora sendo santo, mostra aos filhos dos homens que, segundo a carne, se humilha ante o Pai e testifica-lhe que lhe será obediente na observância de seus mandamentos. Portanto, depois de ter sido batizado com água, o Espírito Santo desceu sobre ele na forma de uma pomba. E novamente isto mostra aos filhos dos homens quão estreito é o caminho e quão apertada é a aporta pela qual deverão entrar, tendo-lhes ele dado o exemplo.E disse aos filhos dos homens: Segui-me. Portanto, meus amados irmãos, poderemos nós seguir a Jesus se não estivermos dispostos a guardar os mandamentos do Pai? E disse o Pai: Arrependei-vos, arrependei-vos e sede batizados em nome do meu Filho Amado." (2 Néfi 31:6-11).
                Jesus chamou doze homens. A maioria eram pescadores iletrados. Mas Ele lhes deu poder. Ele disse: "Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça" (João 15:16).
                Jesus era um homem cheio de poder e sabedoria. Uma vez, um dos honrados membros do Sinédrio (que era o senado judaico e a mais alta corte de assuntos eclesiásticos e civis) procurou um conselho de Jesus. Ele indagou como poderia nascer de novo. Provavelmente a doutrina que lhe chegara aos ouvidos despertar uma sede espiritual. Jesus explicou que era necessário nascer da água e do Espírito (João 3:5). E disse também, falando de si mesmo: "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele." (João 3:16-17). Aquele homem, chamado Nicodemos compreendeu então que falava com o Messias: aquele que fora enviado por Deus para salvar o mundo.

                Poderoso Deus
                Jesus realizou muitos milagres. Mesmo antes de nascer, Ele havia estado com Deus, o Pai e criado o mundo e todas as coisas. É-nos dito: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens. (...) Estava no mundo, e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o conheceu. (...)E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade." (João 1:1-4, 10, 14)
                Em seu curta vida na mortalidade, Ele deu visão aos cegos, deu ouvidos aos surdos, fez o cocho andar, expulsou os demônios e chamou da morte os espíritos que haviam partido para que continuassem seus labores na mortalidade. Ele ensinou o caminho para salvação.
                Alguns disseram que Jesus fazia milagres pelo poder do demônio. Outros permaneciam céticos e ignorantes apesar dos sinais.
                Quando a hora final se aproximava, Jesus reuniu seus doze apóstolos e lhes deu últimas instruções. Eles instituiu a mais sagrada ordenança que temos na Igreja: o sacramento. "E, tomando o pão, e havendo dado graças, partiu-o, e deu-lho, dizendo: Isto é o meu corpo, que por vós é dado; fazei isto em memória de mim. Semelhantemente, tomou o cálice, depois da ceia, dizendo: Este cálice é o novo testamento no meu sangue, que é derramado por vós." (Lucas 22:19-20)
                Então, no Jardim das Oliveiras, o peso de mundos caiu sobre ele. Cristo sofreu a morte espiritual, que é o completo afastamento de Deus e de Suas bênçãos. Ele mesmo disse mais tarde: "eu, Deus, sofri essas coisas por todos, para que não precisem sofrer caso se arrependam; Mas se não se arrependerem, terão que sofrer assim como eu sofri; Sofrimento que fez com que eu, Deus, o mais grandioso de todos, tremesse de dor e sangrasse por todos os poros; e sofresse, tanto no corpo como no espírito—e desejasse anão ter de beber a amarga taça e recuar—Todavia, glória seja para o Pai; eu bebi e terminei meus preparativos para os filhos dos homens." (D&C 19:16-19)
                Por causa do sofrimento de Jesus Cristo, que se chama Expiação, toda a humanidade pode ser salva. A dádiva expiatória será concedia de forma plena, porém, somente se obedecermos a Deus. Jacó explicou que Cristo veio ao"mundo para salvar todos os homens, se eles derem ouvidos a sua voz; pois eis que ele sofre as dores dos homens, sim, as dores de toda criatura vivente, tanto homens como mulheres e crianças, que pertencem à família de Adão. E ele sofre isto para que todos os homens ressuscitem, para que todos compareçam diante dele no grande dia do julgamento. E ordena a todos os homens que se arrependam e sejam batizados em seu nome, tendo perfeita fé no Santo de Israel, pois do contrário não poderão ser salvos no reino de Deus. E se não se arrependerem, não acreditarem em seu nome, não forem batizados em seu nome nem perseverarem até o fim, serão condenados, pois o Senhor Deus, o Santo de Israel, disse-o." (2 Néfi 9:21).

Pai Eterno
                A maldade dos homens foi tamanha, que o Filho de Deus foi levantado no madeireiro. Na cruz do Calvário ele mostrou compaixão rogando a Seu Pai que perdoasse os soldados, pois não sabiam o que faziam (Lucas 23:34). Na cruz, as dores pelos pecados do mundo voltaram. Quando tudo esta terminado, o Salvador olhou para o céu e disse: "Está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito." (João 19:30).
                Mas, embora seu trabalho na carne houvesse chegado ao fim, seu trabalho para salvação das almas não.  Cristo  " foi, e pregou aos espíritos em prisão" (1 Pedro 3:19).
                No terceiro dia, um domingo, Cristo levantou-se dos mortos. Ele foi o primeiro homem a ressuscitar. Com um corpo glorificado e perfeito, ele se mostrou a muitos. Primeiro a Maria, depois a outros. Até mesmo visitou "outras ovelhas" (João 10:16). Lemos no Livro de Mórmon, que os nefitas eram essas outras ovelhas (3 Néfi 15:20). Ele também visitou outros.
                A ressurreição de Cristo fará cm que todos os homens - sejam bons ou maus - ressuscitem. Ele é, portanto o Pai, porque concede a vida. Aqueles que guardarem os mandamentos Dele, serão filhos Dele - sendo membros da Igreja do Primogênito.
                Ele deu uma ordem direta a seus ministros, antes de ascender aos céus: "Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado." (Marcos 16:15-16). Ele prometeu que os ajudaria nesse encargo. E ele o fez. Todavia, a maldade foi tamanha, que a Igreja de Cristo precisou ser removida da Terra.
                Em 1830, porém, sob a direção Dele, a Igreja de Jesus Cristo foi restaurada.Ele disse que a Igreja era Dele (D&C 1:1) e que havia chamado um novo profeta (D&C 1:17). Em diversas ocasiões, Ele apareceu a seus discípulos nos últimos dias (JS-História 1:17-20; D&C 110),  - porque ele mesmo havia dito que não nos deixaria órfãos, mas que voltaria e se manifestaria (João 14:18-21).

Príncipe da Paz
                Pedro uma vez disse: "Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham assim os tempos do refrigério pela presença do Senhor,
E envie ele a Jesus Cristo, que já dantes vos foi pregado. O qual convém que o céu contenha até aos tempos da restauração de tudo, dos quais Deus falou pela boca de todos os seus santos profetas, desde o princípio." (Atos 3:19-21) Pedro, como os outros profetas e apóstolos sabiam que haveria uma restauração de todas as coisas - e que logo em seguida o Salvador viria em poder e grande glória. Chamamos esse evento de Segunda Vinda.
                A Segunda Vinda será uma época grande e terrível. Grande para os justos, terrível para os iníquos. Quando o Salvador voltar, purificará a Terra e estabelecerá uma era de paz. Chamamos de Milênio essa época, porque o Senhor Jesus Cristo reinará por mil anos. Não haverá guerras, disputas e animosidades. Satanás será amarrado e não poderá tentar os homens.
                Depois de mil anos, o diabo será solto e reunirá suas hostes. Uma última e grande batalha ocorrerá, mas Cristo vencerá. Então a Terra será transformada mais uma vez - mas dessa vez em um Reino Celestial - "portanto é necessário que seja santificada de toda a injustiça, a fim de ser preparada para a glória celeste; Pois após ter cumprido o propósito de sua criação, será coroada com glória, sim, com a presença de Deus, o Pai" (D&C 88:19).

                Eu sei que Jesus Cristo vive hoje. Sei que Ele foi e é, e sempre será Maravilhoso, Conselheiro, Poderoso Deus, Pai Eterno e Príncipe da Paz. Eu o amo e sei que Ele me ama. Quero sempre segui-lo e persuadir todos os homens a fazerem o mesmo - pois assim serão felizes. 

22 de dez. de 2010

Que presente posso dar a Cristo neste Natal?

Neste Natal que tal dar um presente para o Salvador? Eu gostaria de fazer isso, e acho que muitos dos que lerem esta postagem também. Mas o que eu e você podemos dar a um Deus – que já tem tudo – sendo de eternidade em eternidade, onisciente, onipotente e onipresente? A única maneira de saber é estudar Sua Palavra e identificar o que ele nos pede.

Durante a vida do Salvador alguns procuraram honrá-lo com presentes. Quando ainda era pequenino reis (talvez três) vieram lhe visitar. Eles ofereceram ouro, incenso e mirra (Mateus 2:11). Pode até haver um simbolismo místico por trás de cada presente, todavia o que quero ressaltar é que eles deram o que julgaram ser melhor ao rei dos reis, que eles sabiam, era aquele infante menino. Eles ofereceram mais do que presentes materiais. As escrituras dizem que eles se prostraram e O adoraram.
Ao estudar a vida de Cristo notei que ele não procurava ouro e prata, como alguns de nós o fazem tão ardentemente. Na realidade ele já tinha tudo isso. Quando Pedro precisou pagar o imposto, o Senhor lhe indicou que uma moeda estava na boca de um peixe que ainda seria pescado! (Mateus 17:27) Isso me faz concluir, que se Ele quisesse poderia ter todo ouro do mundo, pois poderia localizá-lo com seu poder. Ele não precisa e certamente não quer posses materiais. Ele mesmo ensinou que estas coisas são corruptíveis: “Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam” (Mateus 6:19).
O que Ele quer de nós então? Ele respondeu com simplicidade: “Se me amais, guardai os meus mandamentos” (João 14:15). O rei Benjamim ensinou: “E eis que tudo que ele requer de vós é que guardeis seus mandamentos” (Mosias 2:22).
Se o Salvador quer que guardemos seus mandamentos quais são estes mandamentos? “E disse aos filhos dos homens: Segui-me. Portanto, meus amados irmãos, poderemos nós seguir a Jesus se não estivermos dispostos a guardar os mandamentos do Pai? E disse o Pai: Arrependei-vos, arrependei-vos e sede batizados em nome do meu Filho Amado” (2 Néfi 31:10-11).
Para aqueles que não entraram nas águas do batismo na Igreja de Jesus Cristo dos Santos do Últimos Dias o convite é claro: devem ser batizados. Mas e aqueles que já foram batizados?
“Eis, porém, meus amados irmãos, que assim veio a mim a voz do Filho, dizendo: Depois de vos arrependerdes de vossos pecados e de testificardes ao Pai que estais dispostos a guardar meus mandamentos pelo batismo de água; e de haverdes recebido o batismo de fogo e do Espírito Santo e de poderdes falar em uma língua nova, sim, na língua de anjos; se depois disso me anegardes, teria sido melhor para vós que não me houvésseis conhecido. E ouvi a voz do Pai, dizendo: Sim, as palavras do meu Amado são verdadeiras e fiéis. Quem perseverar até o fim, esse será salvo. E agora, meus amados irmãos, sei por isso que, a menos que o homem persevere até o fim, seguindo o exemplo do Filho do Deus vivente, não poderá ser salvo. (...) E estareis então no caminho estreito e apertado que conduz à vida eterna; sim, havereis entrado pela porta; havereis procedido segundo os mandamentos do Pai e do Filho; e havereis recebido o Espírito Santo, que dá testemunho do Pai e do Filho em cumprimento da promessa que vos fez de que, se entrásseis pelo caminho, receberíeis. E agora, meus amados irmãos, depois de haverdes entrado neste caminho estreito e apertado, eu perguntaria se tudo terá sido afeito. Eis que vos digo: Não; porque não haveríeis chegado até esse ponto se não fosse pela palavra de Cristo, com fé inabalável nele, confiando plenamente nos méritos daquele que é poderoso para salvar. Deveis, pois, prosseguir com firmeza em Cristo, tendo um perfeito esplendor de esperança e amor a Deus e a todos os homens. Portanto, se assim prosseguirdes, banqueteando-vos com a palavra de Cristo, e perseverardes até o fim, eis que assim diz o Pai: Tereis vida eterna” (1 Néfi 31:14-16, 18-20).
Com essa escritura aprendemos que depois de sermos batizados devemos honrar esse convênio e perseverar até o fim. Semanalmente recebemos uma ajuda especial para isso. Chama-se sacramento: pão e água são distribuídos aos dignos para que eles sempre se lembrem de Cristo, procurem tomar sobre si o nome Dele e guardem Seus mandamentos. Esse convênio inclui guardar o dia do Senhor, pagar o dízimo, estudar as escrituras, orar, jejuar, seguir os profetas, etc.
Esse compromisso, de permanecer fiel, significa oferecer um sacrifício – um coração quebrantado e um espírito contrito (3 Néfi 9:20).
Em suma, Cristo nos pede nosso coração: “eu, o Senhor, exijo o coração dos filhos dos homens” (D&C 64:22). O coração é o símbolo da disposição e vontade do homem (GEE “Coração”). É o símbolo de nosso arbítrio. O que Cristo quer de nós é nossa vontade. Creio que essa é a única coisa que é realmente nossa e podemos ofertar a Ele. Dar nossa vontade significa seguir Cristo e agradecê-lo.
Neste Natal e em todos os dias de nossa vida que possamos presentear Cristo com boas ações, fazendo o que ele faria em nosso lugar – exercendo nosso arbítrio da maneira que sabendo ser correta, não demorando para guardar seus mandamentos. Que possamos ser batizados. Se já o fomos na Igreja verdadeira, que possamos honrar esse convênio e oferecer a Cristo muito mais do que ouro, incenso e mirra – porque essas coisas já são Dele. Que possamos dar tudo o que temos, mesmo que seja pouco: todo nosso coração, poder, mente e força. Que possamos estar dispostos a perder nossa vida por amor a Ele.
No final, ao darmos nossa vontade, deixaremos o Mestre muito feliz, mas substancialmente não lhe acrescentaremos nada. De fato, ao presentear Cristo com nosso coração, nós é que somos mais abençoados: “quem perder a sua vida, por amor de mim, achá-la-á” (Mateus 10:39). Como o rei Benjamim ensinou mesmo que ofertemos tudo a Deus ainda lhe seremos eternos devedores (Mosias 2:22-25).
Que possamos ser como a geração de nefitas que recebeu a visita de Cristo. Ele disse sobre eles: “E agora, eis que minha alegria é grande, até a plenitude, por causa de vós e também desta geração; sim, e até o Pai se alegra e também todos os santos anjos, por causa de vós e desta geração; porque nenhum deles está perdido” (3 Néfi 27:30). Que possamos dar essa alegria a Ele, que possamos ser gratos pelos dons que ele nos Deus – por que “em nada ofende o homem a Deus ou contra ninguém está acesa sua ira, a não ser contra os que não confessam sua mão em todas as coisas e não obedecem a seus mandamentos” (D&C 59:21). Isso significa adorar Cristo: seguir seus mandamentos e agradecê-lo por isso.

23 de set. de 2010

Quem são os mórmons?

São os membros da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. O apelido “mórmon” tem sua origem pelos inimigos da Igreja, que chamavam os membros assim porque eles acreditavam que o Livro de Mórmon era a Palavra de Deus. Mórmon é o nome de um profeta-historiador, que vivem 560 anos antes de Cristo. O nome significa, provavelmente, “muito bom”.

No que os Mórmons acreditam?
Pergunta difícil para resumir. Provavelmente não vou conseguir transmitir tudo o que deveria. Mas eis alguns pontos: Os mórmons acreditam em Deus, o Pai Eterno, em Jesus Cristo, o Filho de Deus e Salvador do mundo e no Espírito Santo. Acreditam que a Expiação de Jesus Cristo, que é o sacrifico que Ele realizou, pode salvar toda humanidade temporal e espiritualmente, hoje e no futuro. Também que sem fé, arrependimento, batismo, dom do Espírito Santo e perseverança até o fim não há felicidade eterna. As criançinhas não precisam de batismo e são salvas no reino de Deus instantaneamente. O Livro de Mórmon é um livro sagrado e verdadeiro tal como a Bíblia. Há profetas e apóstolos hoje tal como havia na antiguidade. A revelação e outros dons do Espírito, como cura, línguas e profecias são desfrutados pelos fiéis hoje, como no passado. Jesus Cristo retornará novamente a Terra e aqui reinará pessoalmente. As tribos de Israel serão coligadas e as profecias se cumprirão. A família é o ponto central de todos os esforços da Igreja. Por meio dos Templos, que são lugares especiais de adoração, as famílias podem ser seladas para toda eternidade –e nem a morte poderá separá-las. Há batismos e outras ordenanças para pessoas falecidas – para que toda família de Deus possa ser salva. O bem-estar temporal e espiritual de toda humanidade é a meta da Igreja, por isso há auxílios humanitários, que ajudam em catástrofes naturais, e um programa de proselitismo forte no mundo inteiro. Os membros guardam os mandamentos e reservam um dia por semana, que é o Domingo, para não trabalhar e adorar o Senhor. Vão a Igreja, cantam hinos e servem ao próximo. Acreditam que devem ser bons cidadãos e cumpridores da lei. Eles não bebem café e bebidas alcoólicas, não usam drogas e procuram ser saudáveis em todos os sentidos. São participativos na comunidade, na política e são bons vizinhos. São estudiosos e trabalhadores. São cristãos, desejando fazer o que Cristo faria se estivesse em seu lugar.

Quem foi Joseph Smith?
Foi o profeta de Deus que restaurou (trouxe de volta) o Evangelho de Jesus Cristo que havia se perdido após a morte dos apóstolos na época do Novo Testamento. Ele viu Deus, o Pai e Jesus Cristo. Recebeu diversas revelações, visitas angelicais e traduziu o Livro de Mórmon. Construiu edifícios e cidades, foi prefeito, chefe de milícia, candidato a presidência dos Estados Unidos. Foi filho, marido e pai exemplar. Devido às perseguições foi assassinado cruelmente enquanto preso injustamente.

Joseph Smith é mais importante que Jesus?
Não.

Mas ele é quase um Jesus para os mórmons?
Não. Só há um salvador: Cristo.

Mas os mórmons o consideram muito importante, não é?
Sim. Ele restaurou verdades preciosas. Sem essa restauração não haveria como conhecermos o Salvador verdadeiramente e voltarmos a sua presença. Ademais sem o poder que Joseph recebeu, o sacerdócio, os batismos não poderiam ser aceitáveis, bem como outras ordenanças para salvação. Jesus ensinou que aquele que não nascer da água e do Espírito, ou seja, ser batizado e receber o dom do Espírito Santo, não pode entrar no Reino de Deus (João 3:5). Faz-se necessário, por isso, que um batismo aceitável, feito por alguém que realmente tenha autorização seja realizado. Os homens da Igreja hoje têm esse poder – de auxiliar na salvação dos filhos de Deus. Joseph foi quem prestou mais auxílio para humanidade, depois, é claro, do Salvador Jesus Cristo.

Quem é Jesus Cristo para os mórmons?
Jesus Cristo é o Salvador e Redentor do mundo. Significando que Ele é o Filho Unigênito do Pai, que foi preordenado (escolhido antes de nascer) para morrer pela humanidade. Ele sofreu no Monte das Oliveiras e na Cruz, e ressuscitou dos mortos. Tal evento é chamado de Expiação. Se não fosse por esse sacrifício, voluntario e infinito ninguém poderia ser salvo. Jesus Cristo é o Deus que apareceu a Moisés, sendo conhecido como Jeová, no Velho Testamento. É o líder da igreja atual. É o criador, o juiz e o advogado junto ao Pai. Ele é um com o Pai, mas não corporalmente – pois são distintos e individuais – sendo unidos em propósito. O poder que emana da Expiação, bem como dos ensinamentos do mestre não são uma bênção futura, mas atual. Sua expiação ajuda em todos os problemas, cura, salva e eleva a todos e tudo. Tudo é por Ele e para Ele e Dele. Ele é o Rei dos Reis e Senhor dos Senhores que voltará a Terra. É o Messias e é o ponto central de todo o plano e criação.

Os mórmons são diabólicos?
Não. Servem a Deus, não ao diabo.

Porque os mórmons têm muitos filhos?
Um casal é livre para decidir quantos filhos quer ter. Como a família é fundamental os mórmons acreditam que os filhos são a herança do Senhor e que o mandamento de crescer e multiplicar, dado a Adão e Eva, continua em vigor. Todavia a decisão de quantos filhos deve ser do casal com Deus.

Porque os mórmons se casam com mais de uma mulher?
Os mórmons não se casam com mais de uma mulher.

Hoje não. Mas antigamente sim, não é?
A Igreja ensinou o casamento polígamo no inicio. E um homem podia mesmo ter mais que uma mulher. Entretanto nunca mais que 3% dos membros praticaram tal lei dada por Deus. Abraão, Moisés, Jacó, Gideão e outros profetas e homens bíblicos praticavam o casamento plural. Aqueles que acreditam na Bíblia não deviam se admirar tanto dessa pratica, pois Deus é o mesmo ontem, hoje e para sempre. Como parte da restauração de todas as coisas era necessário que essa prática fosse realizada por certo período. Por meio de um profeta posterior, Deus disse que o casamento plural deveria cessar. E cessou. Faz mais de 150 anos que isso acabou.

Quer dizer que Joseph Smith teve mais de uma esposa?
Sim, ele teve. E outros líderes também. Isso não foi um pecado quando (e somente quando) ordenado por Deus. Ora, Abraão pecou ao receber Agar como esposa, sendo já casado com Sara? Se houver problema nisso, há problema no casamento plural de Joseph. Mas sabemos que Abraão e Joseph foram profetas de Deus. A diferença é que não existe sistema de castas ou concubinas no casamento plural da Restauração – todas as esposas são iguais.

Hoje é pecado se casar com mais uma mulher?
Sim. A excomunhão (que é a ação disciplinar máxima da Igreja) é a sentença dada aos que realizarem, apoiarem ou ensinarem tal prática.

A Igreja é ligada a maçonaria?
A Igreja, como organização, é independente e não é associada a outras instituições, clubes, organizações, partidos, etc. A igreja não tem rituais maçônicos. E não há incentivo ou impedimento em relação à maçonaria.

Um mórmon pode ser maçom?
Se ele quiser sim. Assim como um evangélico, budista ou qualquer outro poderá sê-lo se aprovado pelos maçons (os católicos proibem-se). Também se um membro da igreja quiser fazer parte de alguma organização de ajuda comunitária ou clube para realização profissional, social ou acadêmica poderá fazê-lo, dês de que tal comunidade não esteja em oposição aos princípios da Igreja. Não há incentivo ou proibição com relação aos maçons, dês de que não contrariem os principios do Senhor.

O que é o sacerdócio?
É o poder e a autoridade de Deus dado ao homem para ajudá-lo em sua salvação. É dado aos homens para abençoarem, guiarem, batizarem e casarem para eternidade os filhos de Deus.

Os mórmons são racistas?
Não.

Mas porque não há lideres negros na Igreja?
É claro que há lideres negros na Igreja. A Igreja é uma Igreja mundial. Deus chama homens de toda parte para servi-lo em seu reino. Há japoneses, brasileiros, africanos, australianos, canadenses, americanos, chilenos, havaianos... servindo na Igreja como líderes.

Entretanto eu soube que a Igreja impediu que os negros recebessem o sacerdócio e entrassem no Templo. Isso procede?
Todo homem digno pode receber o sacerdócio e toda família, independente de raça ou cor, pode adentrar no Templo. Houve uma época, entretanto, em que o sacerdócio não era dado a homens negros. Isso porque o Senhor assim determinou. No Velho Testamento apenas os levitas tinham o sacerdócio Âaronico. Na época de Cristo somente os israelitas podiam receber seu ministério mortal. Na época dos Apóstolos os gentios puderam fazer parte da Igreja. O padrão do Senhor de abrir as portas de seu reino e conceder certas bênçãos a certas nações esta de acordo com Seu cronograma celeste.

O que é um Templo?
É um lugar de adoração muito especial e particular. É a casa de Deus. Diferente de uma capela. É um lugar de ordenanças e ensinamentos sagrados, que devem ser mantidos em sigilo. É um lugar belo onde Deus visita seu povo.

O que se faz dentro do Templo?
Muitas coisas. Batismos pelos mortos. Casamentos para toda eternidade. Lá dentro todos se vestem de branco. Há salas para ensinamento e outras para cerimônias. É um lugar de trabalho para o próximo. Um lugar de paz e tranqüilidade.

Porque um não-mórmon não pode entrar no Templo?
Pode entrar antes dele ser dedicado e ver tudo o que tem lá dentro. Depois, só com uma preparação – que inclui o batismo. Fotos de Templos estão espalhadas pela internet. E são divulgadas pela Igreja. Deus quer que todos conheçam o Templo, mas não pode baixar os requisitos divinos, para não profanar Sua casa.

Quais os requisitos para se entrar no Templo?
Fé, arrependimento, batismo, confirmação e um entrevista com um líder da Igreja para atestar a dignidade e comprometimento. Deve-se estar vivendo a Palavra de Sabedoria eestar-se pagando o dízimo.

O que é a Palavra de Sabedoria?
É uma lei de saúde dada por Deus para nossa época. Chã preto, café, fumo, álcool e todo tipo de drogas prejudiciais são proibidas. Alimentos nutritivos são recomendados além da pratica de esportes e a presença de bons hábitos.

O que é o dízimo?
É uma lei bíblica, que significa dar ao Senhor dez por cento do que ganhamos. Os membros que vivem essa lei pagam um dízimo do dinheiro que recebem ao bispo. Esse dinheiro é usado para construção de capelas, divulgação do evangelho e ajuda ao próximo. Ninguém na Igreja recebe salário por servir. Todos são voluntários.

Os mórmons são contra o homossexualismo?
Sim. Deus o é.

Somente os mórmons serão salvos?
Não. Toda humanidade poderá ser salva se obedecer a Deus e crer em Jesus Cristo, e ser batizada.

Quer dizer que os pagão não serão salvos?
Podem ser que sejam salvos se crerem em Cristo e guardarem os mandamentos (inclusive o batismo).

Mas e se morrerem pagãos?
E daí? Não é Deus misericordioso? Eles poderão ter fé, e mesmo mortos poderão aceitar o batismo que é feito num Templo, por um procurador, em seu lugar. Por isso há batismos pelos mortos.

Os mórmons têm um profeta vivo?
Sim. O nome dele é Thomas s. Monson. Temos 12 apóstolos também, como na antiguidade.

Ele fala com Deus?
Ele tem o mesmo poder dos profetas antigos. Os profetas antigos falavam com Deus, por isso os profetas modernos também o fazem.

Que prova tenho que a igreja mórmon é verdadeira?
Todas.

Como assim?
A história da igreja, o testemunho dos profetas e apóstolos, o testemunho das escrituras, o testemunho de milhares que já morreram e vivem hoje, o testemunho de multidões que se convertem todos os anos e principalmente o testemunho do Espírito Santo que vem a todos os que o quiserem e pedirem com fé. O diabo, os anjos, Deus e Cristo sabem que a Igreja é verdadeira. Eu sei também.

Como posso saber?
Lendo o Livro de Mórmon, meditando sobre ele e orando com fé. A resposta virá claramente a mente e ao coração.

5 de mai. de 2010

EXPIAÇÃO

Vou investigar a parte mais importante do plano de Deus: a Expiação de Jesus Cristo. Tal averiguação é certamente a mais difícil de se tratar. Não que a Expiação de Jesus Cristo não possa ser suficientemente compreendida por qualquer mortal penitente, pois o Espírito pode nós ensinar que “além dele não há Salvador algum” e pode nós mostrar sua grande sabedoria e maravilhosos caminhos. A dificuldade consiste em explicar a “extensão de sua obra” a qual “ninguém pode descobrir” (D&C 76:1-2, itálicos adicionados).

De fato esse é um mistério de Deus, que nossa mente finita não pode suportar, exatamente porque a Expiação foi infinita. Como Alma disse há muitos mistérios, que permanecem ocultos, e que somente Deus conhece (Alma 40:3). A escritura a seguir expressa o que tento dizer:
“E este é o evangelho, as alegres novas, que a voz do céu nos testificou— Que ele veio ao mundo, sim, Jesus, para ser crucificado pelo mundo e para tomar sobre si os pecados do mundo e para santificar o mundo e purificá-lo de toda iniqüidade; Para que, por intermédio dele, fossem salvos todos os que o Pai havia posto em seu poder e feito por meio dele; Ele que glorifica o Pai e salva todas as obras de suas mãos, exceto os filhos de perdição, que negam o Filho depois que o Pai o revelou.”
“Portanto ele salva todos exceto esses, os quais irão para o castigo infinito, que é castigo sem fim, que é castigo eterno, para reinar com o diabo e seus anjos na eternidade, onde seu bicho não morre e o fogo é inextinguível, o que é seu tormento— E homem algum conhece o seu fim nem seu lugar nem seu tormento; Nem foi revelado nem é nem será revelado ao homem, exceto àqueles que dele forem feitos participantes; Contudo eu, o Senhor, mostro-o em visão a muitos, mas imediatamente torno a encerrá-la; Portanto seu fim, sua largura, altura, profundidade e miséria eles não compreendem, nem homem algum, a não ser os que são ordenados a essa condenação” (D&C 76:40-48, itálicos adicionados).
Para nós, Cristo sofreu de uma forma incompreensível. Ele sofreu como um filho da perdição. Ele “subiu ao alto, como também desceu abaixo de todas as coisas, no sentido de que compreendeu todas as coisas, para que fosse em tudo e através de todas as coisas, a luz da verdade” (D&C 88:6). De fato Ele “compreende todas as coisas” (D&C 88:41). Aqueles que se tornarem filhos da perdição entenderão o que Ele passou ao beber a “taça amarga” (Marcos 14:36, Alma 40:26, D&C 19:15-19). Os que forem exaltados como deuses também entenderão plenamente a expiação, pois estarão cheios de luz e o “corpo que é cheio de luz compreende todas as coisas” (D&C 88:67).
Enquanto na mortalidade, não podemos compreender a totalidade da Expiação. Dia virá em que a entenderemos (D&C 130:8-10). Para que isso ocorra temos que hoje buscar diligentemente entender o sacrifício de Cristo, mesmo que sua plenitude seja inexplicável a nós. Pois quanto mais O entendemos mais próximos ficaremos Dele e da exaltação (D&C 131:6). Devemos crescer linha sobre linha, preceito sobre preceito (2 Néfi 28:30) até que tenhamos um conhecimento perfeito (2 Néfi 9:14).
Talvez fosse isso que Paulo quisesse dizer ao orar pelos antigos efésios pedindo que estivessem “arraigados e fundados em amor” para que pudessem “perfeitamente compreender, com todos os santos, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade” e “conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus.”
Entretanto, não irei explicar tudo o que um ser mortal é capaz de entender sobre o sacrifício de Cristo. O motivo é simples: há muitas coisas que Jesus fez “e se cada uma das quais fosse escrita, cuido que nem ainda o mundo todo poderia conter os livros que se escrevessem” (João 21:25). Além disso, cada um deve sentir-se responsável em buscar o Senhor por si só (Atos 17:27, D&C 37:4).
Basta a escritura que se segue para perceber a magnitude do assunto: “todas as coisas têm sua semelhança e todas as coisas são criadas e feitas para prestar testemunho de mim, tanto as coisas [temporais] como as coisas que são espirituais; coisas que estão acima nos céus e coisas que estão na Terra e coisas que estão dentro da terra, tanto acima como abaixo: todas as coisas prestam testemunho de mim.” (Moisés 6:63, Alma 30:41-44).
O céu, o mar, os animais, os fósseis, as sementes, as estrelas e toda criação; a videira, a candeia, o templo, o maná e todos os símbolos das escrituras; a cobra de metal, a rocha ferida, Isaque no monte Moriá, os profetas santos como prefiguração do Messias; e até tudo o que existe nas escrituras, no testemunho, no que vemos, sentimos, ouvimos e percebemos – tudo, visível ou invisível – testifica do Cristo, pré-mortal, moral e ressurreto e mais especificamente sobre sua missão de expiar toda a Criação.
O Plano de Deus inclui três grandes eventos: Criação, Queda e Expiação. Esses três “pilares da eternidade”, como Elder Bruce R. McConkie os chama, por serem pontos fundamentais do Plano, estão intimamente inter-relacionados. Sua ligação é tal que se não houver um não pode haver outro. Ou seja, se não houvesse Criação, não haveria Queda; e se Adão não caísse, Jesus Cristo seria completamente desnecessário.
A queda de Adão e Eva afastou toda criação que conhecemos da presença de Deus. Os homens foram afastados tanto física como espiritualmente de sua presença. Portanto duas mortes acometeram todos os que vieram a gozar do Segundo Estado: a morte física e a morte espiritual (Alma 42:9, Moisés 6:48). Cristo veio a Terra com a expressa missão de vencer tanto uma morte como outra (I Coríntios 15:21-23, 2 Néfi 9:12). Ele era o único com poder de fazer isso por ser pré-ordenado para essa missão (I Pedro 1:20), por ser filho Unigênito do Pai (João 1:14, 3:16), e por ser perfeito – sem pecados (Mosias 14:9).
A palavra Expiação significa reconciliar. Expiação é o sacrifico de Jesus Cristo, que inclui seu sofrimento no Jardim do Éden, o injusto julgamento, a ida até Gólgota, a morte na cruz e finalmente a gloriosa ressurreição (GEE Expiação). A Expiação de Jesus Cristo: (1) é o ponto mais importante do Evangelho; (2) é o fato mais transcendental de toda criação; (3) é o maior poder que existiu, existe ou existirá; (4) é infinita e eterna; (5) proporciona a divina Misericórdia (graça); e (6) é o elemento essencial para salvação e exaltação de toda criação.

A Expiação é o ponto mais importante do Evangelho. O Evangelho de Jesus Cristo foi resumido por seu autor:
“Eis que vos dei o meu evangelho e este é o evangelho que vos dei—que vim ao mundo para fazer a vontade de meu Pai, porque meu Pai me enviou. E meu Pai enviou-me para que eu fosse levantado na cruz; e depois que eu fosse levantado na cruz, pudesse atrair a mim todos os homens, a fim de que, assim como fui levantado pelos homens, assim sejam os homens levantados pelo Pai, para comparecerem perante mim a fim de serem julgados por suas obras, sejam elas boas ou más— E por esta razão fui levantado; portanto, de acordo com o poder do Pai, atrairei todos os homens a mim para que sejam julgados segundo suas obras.”
“E acontecerá que aquele que se arrepender e for batizado em meu nome, será satisfeito; e se perseverar até o fim, eis que eu o terei por inocente perante meu Pai no dia em que eu me levantar para julgar o mundo. E aquele que não perseverar até o fim será cortado e lançado no fogo, de onde não mais voltará, em virtude da justiça do Pai.”
“E esta é a palavra que ele deu aos filhos dos homens. E por esta razão ele cumpre as palavras que proferiu; e não mente, mas cumpre todas as suas palavras. E nada que seja imundo pode entrar em seu reino; portanto nada entra em seu descanso, a não ser aqueles que tenham lavado suas vestes em meu sangue, por causa de sua fé e do arrependimento de todos os seus pecados e de sua fidelidade até o fim.”
“Ora, este é o mandamento: Arrependei-vos todos vós, confins da Terra; vinde a mim e sede batizados em meu nome, a fim de que sejais santificados, recebendo o Espírito Santo, para comparecerdes sem mancha perante mim no último dia. Em verdade, em verdade vos digo que este é o meu evangelho (...)”

A Expiação é o fato mais transcendental de toda criação. Em Alma 7:7, o profeta nefita ensina “que muitas coisas estão para vir”, mas “há uma coisa mais importante que todas as outras – pois eis que não [estava] longe o tempo em que o Redentor [viveria e estaria] no meio de seu povo”.
Leí disse o quanto seria importante tornar a Expiação conhecida aos habitantes da Terra “para que saibam que nenhuma carne pode habitar na presença de Deus a menos que seja por meio dos méritos e misericórdia e graça do Santo Messias, que dá sua vida (...) e toma-a novamente” (2 Néfi 2:8).
De fato, não houve e nunca haverá acontecimento de maior relevância e transcendência.

A Expiação é o maior poder que existiu, existe ou existirá.
Paulo disse: “Porque estou certo que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o provir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que esta em Cristo Jesus nosso Senhor” (Romanos 8:38-39).

A Expiação de Jesus Cristo é a maior expressão de caridade.
“A caridade nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; (...) Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e a caridade, estes três, mas o maior destes é a caridade” (I Coríntios 13:8-13, em algumas traduções a palavra “caridade” foi substituída por “amor”).
Morôni entendia isso e pode ensinar: “meus amados irmãos, se não tendes caridade, nada sois, porque a caridade nunca falha. Portanto, apegai-vos à caridade, que é, de todas, a maior, porque todas as coisas hão de falhar – Mas a caridade é o puro amor de Cristo e permanece para sempre; e para todos os que a possuírem, no último dia tudo estará bem” (Morôni 7:45-46).
Não há dor que a expiação não cure, não há pecado que ela não perdoe e não há injustiça que não concerte. Tudo que foi desfeito e refeito. Tudo que é destruído é reconstruído. O poder capacitador e restaurador, o poder justificador e santificador – são expressões do poder misericordioso que vem pela Expiação.
O poder da expiação é presente, e pode ser invocado agora. Também tem efeitos no passado e no futuro. A Expiação, por exemplo, elimina a culpa passada do pecado, concede sustento atual com dons espirituais e garante uma ressurreição entre os justos no futuro.
A expiação possibilita a fé no passado, a caridade no presente e a esperança no futuro. Temos fé em Cristo porque Ele nos amou primeiro e morreu por nós. Agimos dignamente, exercendo amor para, que por meio de seu sangue possamos voltar a viver com Deus em felicidade infinita – ai reside nossa esperança (I João 4:17-21).
Temos esperança por causa da Expiação. Temos fé porque Cristo morreu por nós. E temos caridade, porque é impossível agradar a Deus e merecer a misericórdia sem esse divino atributo:
“E novamente, meus amados irmãos, gostaria de falar-vos sobre a esperança. Como podeis alcançar a fé a não ser que tenhais esperança? E o que é que deveis esperar? Eis que vos digo que deveis ter esperança de que, por intermédio da expiação de Cristo e do poder da sua ressurreição, sereis ressuscitados para a vida eterna; e isto por causa da vossa fé nele, de acordo com a promessa. Portanto, se um homem tem fé, ele tem que ter esperança; porque sem fé não pode haver qualquer esperança. E novamente, eis que vos digo que ele não pode ter fé nem esperança sem que seja manso e humilde de coração. Sem isso sua fé e esperança são vãs, porque ninguém é aceitável perante Deus, a não ser os humildes e brandos de coração; e se um homem é humilde e brando de coração e confessa, pelo poder do Espírito Santo, que Jesus é o Cristo, ele precisa ter caridade; pois se não tem caridade, nada é; portanto ele precisa ter caridade. (...) Portanto, meus amados irmãos, rogai ao Pai, com toda a energia de vosso coração, que sejais cheios desse amor que ele concedeu a todos os que são verdadeiros seguidores de seu Filho, Jesus Cristo; que vos torneis os filhos de Deus; que quando ele aparecer, sejamos como ele, porque o veremos como ele é; que tenhamos esta esperança; que sejamos purificados, como ele é puro. Amém.” (Morôni 7:40-44, 48).

A Expiação é Infinita e Eterna.
O alcance da Expiação extrapola a realidade temporal e espacial. A expiação tem efeito a todas as criações anteriores e todas as posteriores de Deus.
Disse Alma: “nada pode haver, a não ser uma expiação infinita, que seja suficiente para os pecados do mundo” (Alma 34:12). Jacó ensinou: “é necessário que haja uma expiação infinita—porque se a expiação não fosse infinita, esta corrupção não poderia revestir-se de incorrupção” (2 Néfi 9:7).
A Expiação é Eterna por que foi um Deus Eterno (Moisés 7:35), que era e é de eternidade em eternidade (D&C 20:17), que desceu abaixo de todas as coisas.
Jeová disse: “Eis que eu sou aquele que foi preparado desde a fundação do mundo para redimir meu povo. Eis que eu sou Jesus Cristo. Eu sou o Pai e o Filho. Em mim toda a humanidade terá vida e tê-la-á eternamente, sim, aqueles que crerem em meu nome; e eles tornar-se-ão meus filhos e minhas filhas” (Éter 3:14). Seu sacrifício é infinito e eterno por que os efeitos de sua expiação são infinitos e eternos.

A Expiação proporciona a divina Misericórdia (graça).
“Todas as coisas hão de falhar” disse Morôni (Morôni 7:46). De fato, todas as coisas são passiveis de falha exceto a caridade – que é o maior atributo. É, portanto, a maior virtude e o maior poder, como já demonstrado.
Sem caridade ninguém pode satisfazer a Justiça de Deus. Isso porque é a caridade de Cristo, manifesta em Sua Expiação, que concede a Divina Misericórdia. Nas palavras de Paulo os atos de serviço abnegado a fé extraordinária de nada servem sem a caridade (I Coríntios 13).
Alma ensinou sobre a Justiça e Misericórdia de modo muito claro a seu filho rebelde:
“E agora lembra-te, meu filho, de que, se não fosse pelo plano de redenção (deixando-o de lado), assim que eles morressem sua alma se tornaria miserável, sendo afastada da presença do Senhor. E não havia meio de resgatar os homens desse estado decaído que o homem trouxera sobre si, em virtude de sua própria desobediência.”
“Portanto, de acordo com a justiça, o plano de redenção não poderia ser realizado senão em face do arrependimento dos homens neste estado probatório, sim, neste estado preparatório; porque, a não ser nestas condições, a misericórdia não teria efeito, pois destruiria a obra da justiça. Ora, a obra da justiça não poderia ser destruída; se o fosse, Deus deixaria de ser Deus. E assim vemos que toda a humanidade se encontrava decaída e estava nas garras da justiça; sim, da justiça de Deus que a condenara a ser afastada de sua presença para sempre.”
“Ora, o plano de misericórdia não poderia ser levado a efeito se não fosse feita uma expiação; portanto o próprio Deus expia os pecados do mundo, para efetuar o plano de misericórdia, para satisfazer os requisitos da justiça, a fim de que Deus seja um Deus perfeito, justo e também um Deus misericordioso.”
“Ora, o arrependimento não poderia ser concedido aos homens se não houvesse um castigo tão eterno como a vida da alma, estabelecido em oposição ao plano de felicidade, também tão eterno como a vida da alma. Ora, como poderia um homem arrepender-se, se não houvesse pecado? Como poderia ele pecar, se não houvesse lei? E como poderia haver lei, a não ser que houvesse castigo?”
“Ora, um castigo foi fixado e foi dada uma lei justa que trouxe o remorso de consciência ao homem. Ora, se não tivesse sido dada uma lei—que, se um homem assassinasse, deveria morrer—teria ele medo de morrer, se assassinasse?”
“E também, se não tivesse sido dada lei alguma contra o pecado, os homens não teriam medo de pecar. E se não tivesse sido dada a lei, que poderia a justiça ou mesmo a misericórdia fazer se os homens pecassem, uma vez que não teriam direito sobre a criatura?”
“Mas foi dada uma lei e fixado um castigo e concedido um arrependimento, arrependimento esse que é reclamado pela misericórdia; do contrário, a justiça reclama a criatura e executa a lei e a lei inflige o castigo; e se assim não fosse, as obras da justiça seriam destruídas e Deus deixaria de ser Deus.”
“Deus, porém, não deixa de ser Deus e a misericórdia reclama o penitente; e a misericórdia advém em virtude da expiação: e a expiação efetua a ressurreição dos mortos: e a ressurreição dos mortos devolve os homens à presença de Deus; e assim são restituídos a sua presença para serem julgados de acordo com suas obras, segundo a lei e a justiça.”
“Pois eis que a justiça exerce todos os seus direitos e a misericórdia também reclama tudo quanto lhe pertence; e assim ninguém, a não ser o verdadeiro penitente, é salvo.”
“Acaso supões que a misericórdia possa roubar a justiça? Afirmo-te que não; de modo algum. Se assim fosse, Deus deixaria de ser Deus. E assim Deus realiza seus grandes e eternos propósitos, que foram preparados desde a fundação do mundo. E assim ocorre a salvação e a redenção dos homens e também sua destruição e miséria.” (Alma 42:11-26)
Em resumo pode-se afirmar que a Misericórdia advinda da expiação tem efeito para os que se arrependem.
A Graça de Cristo é o poder capacitador que advém da Expiação. Porque todos pecamos a graça de Cristo compensa nossas falhas, faltas e incapacidades. Somos salvos pela graça (2 Néfi 10:24, Atos 15:11), mas somente depois de tudo que pudermos fazer (2 Néfi 25:23).

A Expiação é o elemento essencial para salvação e exaltação de toda criação.
A Expiação abençoa a toda criação. Mesmo os que se tornarem filhos da perdição nesta vida, terão, após este estado, um corpo ressurreto graças à expiação. Todos os animais e todos os elementos desta Terra serão ressurretos e glorificados graças ao sacrifício de Cristo (Moisés 7:48, 58-61). A expiação salva e exalta tudo e todos, exceto os da Perdição (D&C 76:43):
“A tua misericórdia, Senhor está nos céus, e a tua fidelidade chega até as mais excelsas nuvens. A tua justiça é como as grandes montanhas; e os teus juízos são um grande abismo [ali caem os que praticam a iniqüidade; cairão, e não se poderão levantar]. Senhor tu conservas os homens e os animais” (Salmos 36:5-6, 12).

A Expiação concederá um julgamento final aos filhos de Deus (Alma 41:2-3; 3 Néfi 27:14)
A expiação também salvará e exaltará os homens que morrerão crianças ou não tiveram conhecimento da verdade durante a mortalidade, mas aceitariam o evangelho (Mosias 3:16, 21; Morôni 8:10; D&C 137:7-10).
A Expiação poderá exaltar os outros homens (isto é, todos os que não morrem como criancinhas) se as condições da misericórdia forem satisfeitas. Elas são apresentadas por Jacó ao falar de Cristo:
“E ele vem ao mundo para salvar todos os homens, se eles derem ouvidos a sua voz; pois eis que ele sofre as dores dos homens, sim, as dores de toda criatura vivente, tanto homens como mulheres e crianças, que pertencem à família de Adão.”
“E ele sofre isto para que todos os homens ressuscitem, para que todos compareçam diante dele no grande dia do julgamento. E ordena a todos os homens que se arrependam e sejam batizados em seu nome, tendo perfeita fé no Santo de Israel, pois do contrário não poderão ser salvos no reino de Deus. E se não se arrependerem, não acreditarem em seu nome, não forem batizados em seu nome nem perseverarem até o fim, serão condenados, pois o Senhor Deus, o Santo de Israel, disse-o” (2 Néfi 9:21-24, itálicos adicionados).
Os requisitos são claros: “E nada que seja imundo pode entrar em seu reino; portanto nada entra em seu descanso, a não ser aqueles que tenham lavado suas vestes em meu sangue, por causa de sua fé e do arrependimento de todos os seus pecados e de sua fidelidade até o fim. Ora, este é o mandamento: Arrependei-vos todos vós, confins da Terra; vinde a mim e sede batizados em meu nome, a fim de que sejais santificados, recebendo o Espírito Santo, para comparecerdes sem mancha perante mim no último dia” (3 Néfi 27: 19-20).
Mais simples e claro ainda são as palavras do Salvador na ocasião em que se apresentou aos nefitas pela primeira vez: “E os que crerem em mim e forem batizados, esses serão salvos; e eles são os que herdarão o reino de Deus. E os que não crerem em mim e não forem batizados, serão condenados” (3 Néfi 11:33-34).

Eu sei que isso é verdade.

12 de abr. de 2010

Jesus Cristo pregou a repulsão ao progresso financeiro? Ele desprezava os ricos e incentivava seus seguidores a manterem-se pobres?



NÃO. O Salvador nunca ensinou o que alguns historiadores e teólogos dizem: o repudio ao homem justo que é rico. Um estudo mais atento as escrituras revela que o Senhor deseja que prosperemos, inclusive financeiramente. É verdade que o Velho e o Novo Testamento não são tão claros neste ponto como o Livro de Mórmon que ensina repetidamente que Deus faz os justos “prosperarem na Terra” (1 Néfi 2:20, 4:14; 2 Néfi 1:9, 20; Mosias 2:22, 12:15; Alma 45:8, 48:15; 3 Néfi 1:7, 6:4-5), e Doutrina e Convênios que explica que é da vontade do Pai dar riquezas a seus filhos enquanto na mortalidade (D&C 38:39). Entretendo, creio ser possível provar que o Salvador não era um líder carismático que pregava o total desprezo as boas coisas do mundo, nem um filosofo que se irritava com os ricos e a prosperidade. Cristo pregava que o Espiritual era superior ao material, mas que devíamos buscar o bem-estar material, tanto quanto o espiritual (Mosias 4:26, 18:29; D&C 14:11, 24:3, 77:2)
Primeiro: O Velho Testamento. devemos compreender que Jesus Cristo seguia os ensinamentos e preceitos do Velho Testamento. Na cultura hebraica ficar rico não era um pecado. Esse pensamento surgiu na Idade Média, com a tirania dos nobres e da igreja católica. Abraão era muitíssimo rico. Jacó ficou muito rico em vida. José não só prosperou mais fez o mundo em seu tempo prosperar. E Jó era um homem sumamente rico, mas perdeu tudo ao ser provado. Todavia, após passar nos testes recebeu toda sua fortuna em dobro enquanto na mortalidade. Deus lhe abençoou materialmente. Vemos que foi importante para Salomão construir o Templo de Deus da melhor maneira possível – adornando-o com materiais caros e belos. O Deus do Velho Testamento desejava que seu povo prosperasse materialmente e se tornassem poderosos na Terra. Cristo era esse Deus, e por isso acreditava no bem-estar mortal e na auto-suficiência material. Entre os dez mandamentos encontramos o de trabalhar seis dias e descansar no sétimo. Trabalhar seis dias! É importante trabalhar e prosperar!
Segundo: O nascimento na manjedoura. Embora José e Maria estavam num estábulo na noite da natividade, onde Cristo nasceu – estavam numa casa quando os magos os visitaram. O que significa que prosperaram. José trabalhava para se manter. Cristo também trabalhava com José. Havia um simbolismo por trás do lugar pobre em que Cristo nasceu. O Filho do Homem veio à mortalidade nas circunstâncias mais humildes. Ele não tinha onde reclinar a cabeça. Ele era o unigênito do Pai. Nós não o somos. E não precisamos ter filhos numa situação miserável. Mas simbolicamente nascemos nus e sem nada e quando voltarmos a presença de Deus, tendo vencido o mundo – teremos tudo, como Cristo obteve após vencer todas as coisas.
Terceiro: O Sermão da Montanha. É importante salientar que Cristo fez parte de seu discurso a um grupo específico. Esse grupo seriam os apóstolos. Foi a eles que Cristo ensinou os princípios da lei da consagração e o repúdio ao mundo. A multidão ele não deu esses mandamentos. Entretanto ele falou a todos a maneira de orar: agradecemos pelo pão de cada dia. Ora! O pão que Deus nos dá não cai do céu – como o maná – vem pelo suor de nosso rosto. Por isso esta implícita a noção de trabalho – para nos sustermos. É verdade que o Senhor ensina neste mesmo sermão a não acumular tesouros na Terra, onde a traça e ferrugem os consomem e os ladrões minam e roubam. E que é bem-aventurado o que é pobre. Mas ele esta dizendo que se tivermos o coração nas riquezas morreremos e esta dizendo que o pobre é o pobre em espírito, não necessariamente pobre material. É muito claro seu ensinamento: Buscai primeiro, o reino de Deus e sua justiça e todas as coisas – inclusive as materiais – lhe serão acrescentadas. A prioridade deve sempre ser Deus. Temos o mandamento de sermos o sal da Terra e sabor dos homens. Olhe um dos mais relevantes ensinamentos do Senhor: o sal era algo caro em sua época. Deviam seus seguidores ter um valor tal como sal. Deviam também ser a luz do mundo. Uma das formas de brilharem perante os homens certamente incluía a prosperidade e serviço o próximo com os bens que Deus lhe abençoara ou abençoaria. Quão difícil seria dar esmolas aos pobres, sendo um pobre que necessita de esmola!

Ninguém pode servir a Deus e a Mamon. Mamon significa riquezas da Terra. A raiz do mal é o orgulho. Por causa do orgulho civilizações inteiras foram destruídas. Entretanto, se tivermos Deus em nosso coração, se nossos olhos estiverem fitos Nele, e nosso corpo estiver cheio de luz, as riquezas dessa Terra – que nos serão acrescentadas naturalmente – produziremos bons frutos. De fato teremos como edificar uma casa sobre a Rocha e ajudaremos outros a fazerem o mesmo. Teremos condição de dar boas coisas a nossos filhos e compreenderemos a promessa de pedir e receber – pois ela será uma verdade para nós, e por intermédio de nós, será uma realidade para outros. O Sermão da Montanha expressa a grandiosidade de Deus - ele é Todo-Poderoso, sendo que veste a erva do campo com glória maior do que se vestiu Salomão, mostra que ele deseja nos suster, vestir e cuidar. Mas mais importante dá o divino mandamento de sermos tão perfeitos como Nosso Pai que esta nos céus. Se cremos que Deus tem tudo, porque não deveríamos procurar ter também?
Quarto: a alegação que é muito difícil um rico entrar no céu. Poderia ser interpretada da seguinte maneira: é muito difícil alguém que tem o coração nas riquezas, na idolatria, no mundo, entrar no reino dos céus – porque este é orgulhoso. Jó disse: “Eu sei que meu Redentor vive e que por fim se levantará sobre a Terra” A fé desse homem o fazia crer que ele veria Deus, viveria com Ele. Suas grandes fortunas não o impediam de progredir. O Jovem Rico, ao contrario, colocou a riqueza acima de Deus, pois não desejava consagrar tudo que possuía. O pecado não é ser rico, o pecado é ser egoísta e cobiçoso.
Quinto: daí a Cezar o que é de Cezar. Devemos cuidar dos assuntos materiais. Não devemos ser do mundo, nem ter o coração em Mamon. Entretanto devemos estar no mundo – o que significa se envolver, participar e prosperar com as coisas boas que o mundo oferece. Devemos ter como cumprir nossas responsabilidades civis e sociais.
Sexto: os seguidores de Cristo eram pobres e recusados. Nem todos. A maior parte dos seguidores de Cristo durante seu ministério mortal devem ter sido pobres. Todavia, os três reis magos eram homens de posses quando visitaram Cristo. Mateus era um publicano (o que significava ter um status bem diferente de pobre), Paulo era um membro do sinédrio. Nicodemos era um fariseu de alta reputação. Lucas era um médico bem conceituado que escreveu seus livros a Teófilo, um homem de proeminência social. José de Arimatéia era um homem rico que solicitou o corpo de Cristo. Embora Pedro seja um pescador, deve-se levar em consideração que a pesca era uma atividade lucrativa naquela época. Parece que ele tinha homens que trabalhavam para ele, além de seu irmão. O Centurião e Jairo parecem ser homens de grande posse. Todos os que seguiram Cristo foram perseguidos, fossem ricos ou pobres. Mas o preço do discipulado não significava e nunca significaria miséria, embora a pobreza pudesse vir como prova de fé.
Sétimo: A riqueza pode contribuir para o reino de Deus. Por isso o mandamento:
“Granjeai amigos com as riquezas da injustiça; para que, quando estas vos faltarem, vos recebam eles nos tabernáculos eternos” (Lucas 16:9). Sem dúvida é importante haver um local para adorar a Deus, é importante ter uma capa para doar, e uma quantia para dizimar. A Bíblia ensina que o homem deve prosperar em todos os aspectos para contribuir com a obra e glória de Deus.
As escrituras modernas ampliam todos os conceitos discutidos acima. Elas dizem que Deus deseja nosso bem-estar material, e que devemos pregar “primeiro ao rico e instruído” (D&C 58:10).

7 de abr. de 2010

Moisés 6:59-60: NASCER DE NOVO

Nossa vinda à mortalidade ocorre pelo nascimento. Deixando de lado a polêmica sobre quando se inicia a vida mortal , consideraremos a concepção como o nascimento mortal, o inicio do segundo estado e do tempo de provação (GEE Mortalidade). Há três elementos presentes no nascimento mortal: água, sangue e espírito. Eles são elementos reais e necessários para que ocorra o nascimento. Sem sangue nenhum mortal vive, pois a vida esta no sangue (Levítico 17:11, 14). Do mesmo modo, sem a água ninguém é concebido: pois há água presente na formação do feto, por exemplo, na placenta da gestante. Sem que o espírito pré-mortal entre no corpo não há vida, pois “o espírito e o corpo formam a alma do homem” (D&C 88:15). A morte ocorre com a saída do espírito do corpo (GEE Morte Física). O segundo nascimento é um símbolo do primeiro. É chamado de novo nascimento: nascimento por que os mesmos elementos – água, sangue e espírito – estão presentes; e novo porque (1) vem pelo Novo e Eterno convênio do evangelho; (2) muda o estado anterior (semelhante à mudança que ocorreu do estado pré-mortal para o mortal); (3) purifica, justifica e santifica – tornando a criatura inocente como uma criancinha, por isso é também chamado de nascimento espiritual. Ao virmos para Terra tornamo-nos afastados de Deus, tanto fisicamente quanto espiritualmente, por causa da Queda e da fraqueza humana: “Por que Adão caiu, existimos; e pela sua queda veio a morte; e fomos feitos participantes de miséria e desgraça; Eis que Satanás veio para o meio dos filhos dos homens e tentou-os para que o adorassem; e os homens tornaram-se carnais, sensuais e diabólicos e encontram-se afastados da presença de Deus. Mas Deus fez saber a nossos pais que todos os homens devem arrepender-se. E ele chamou nosso pai Adão com sua própria voz, dizendo: Eu sou Deus; eu fiz o mundo e os homens antes que existissem na carne. E ele também lhe disse: Se te voltares para mim e deres ouvidos a minha voz e creres e te arrependeres de todas as tuas transgressões e fores batizado, sim, na água, em nome de meu Filho Unigênito, que é cheio de graça e verdade, que é Jesus Cristo, o único nome que será dado debaixo do céu mediante o qual virá a salvação aos filhos dos homens, receberás o dom do Espírito Santo, pedindo todas as coisas em seu nome; e tudo o que pedires te será dado. (Moisés 6:48-52, itálicos adicionados) Desde Adão o evangelho tem sido ensinado. Aqueles que o aceitam plenamente nascem de novo: “Aí se começou a dizer entre o povo que o Filho de Deus expiara o pecado original, de modo que os pecados dos pais não podem recair sobre a cabeça dos filhos, pois estes são limpos desde a fundação do mundo.” “E o Senhor falou a Adão, dizendo: Visto que teus filhos são concebidos em pecado, quando eles começam a crescer, concebe-se o pecado em seu coração e eles provam o amargo para saber apreciar o bom. E a eles é dado distinguir o bem do mal, de modo que são seus próprios árbitros; e dei-te outra lei e mandamento.” “Portanto ensina a teus filhos que todos os homens, em todos os lugares, devem arrepender-se, ou de maneira alguma herdarão o reino de Deus, porque nenhuma coisa impura pode ali habitar ou habitar em sua presença; pois, no idioma de Adão, Homem de Santidade é seu nome e o nome de seu Unigênito é Filho do Homem, sim, Jesus Cristo, um justo Juiz, que virá no meridiano dos tempos.” “Portanto dou-te o mandamento de ensinares estas coisas liberalmente a teus filhos, dizendo: Por causa da transgressão vem a queda, queda essa que traz a morte; e sendo que haveis nascido no mundo pela água e sangue e espírito que eu fiz e assim vos haveis transformado de pó em alma vivente, do mesmo modo tereis de nascer de novo no reino do céu, da água e do Espírito, sendo limpos por sangue, sim, o sangue de meu Unigênito; para que sejais santificados de todo pecado e desfruteis as palavras da vida eterna neste mundo e a vida eterna no mundo vindouro, sim, glória imortal; Pois pela água guardais o mandamento, pelo Espírito sois justificados e pelo sangue sois santificados” (Moisés 6:54-60, itálicos adicionados). As muitas doutrinas expostas nestes versículos serão a base para os próximos capítulos. Algumas delas já forma comentadas. O que deve ficar claro é o conteúdo simbólico do evangelho, mais especificamente de suas ordenanças. Há razões para os ritos do evangelho serem como são. Evidentemente não nos foi revelado tudo sobre o assunto , mas as escrituras e os profetas explicam que o sacerdócio é uma maneira que permite o povo “saber como esperar pelo seu Filho para receber a redenção” (Alma 13:2): “Ora, essas ordenanças foram instituídas dessa maneira para que, por meio delas, o povo pudesse ter esperança no Filho de Deus, sendo um símbolo de sua ordem, ou melhor, sendo sua ordem; e isto para que pudessem esperar dele a remissão de seus pecados, a fim de entrarem no descanso do Senhor” (Alma 13:16, itálicos adicionados). A ordenança do batismo, por exemplo, é simbólica. O batismo é uma parte essencial do nascimento simbólico no reino dos céus. O batismo e todas as outras ordenanças “têm sua semelhança e todas as coisas são criadas e feitas para prestar testemunho de [Cristo], tanto as coisas [temporais] como as coisas que são espirituais; coisas que estão acima nos céus e coisas que estão na Terra e coisas que estão dentro da terra e coisas que estão embaixo da terra, tanto acima como abaixo: todas as coisas prestam testemunho de [Cristo]” (Moisés 6:63). As ordenanças não podem ser compreendidas se apenas vistas superficialmente. Cada ordenança de salvação será estuda com cuidado mais adiante. O ritual de purificação do leproso da lei mosaica continha igualmente os elementos do nascimento (água, espírito e sangue): “Esta será a lei do leproso no dia da sua purificação: será levado ao sacerdote, E o sacerdote sairá fora do arraial, e o examinará, e eis que, se a praga da lepra do leproso for sarada então o sacerdote ordenará que por aquele que se houver de purificar se tomem duas aves vivas e limpas, e pau de cedro, e carmesim, e hissopo. Mandará também o sacerdote que se degole uma ave num vaso de barro sobre águas vivas, E tomará a ave viva, e o pau de cedro, e o carmesim, e o hissopo, e os molhará, com a ave viva, no sangue da ave que foi degolada sobre as águas correntes. E sobre aquele que há de purificar-se da lepra espargirá sete vezes; então o declarará por limpo, e soltará a ave viva sobre a face do campo. E aquele que tem de purificar-se lavará as suas vestes, e rapará todo o seu pêlo, e se lavará com água; assim será limpo; e depois entrará no arraial, porém, ficará fora da sua tenda por sete dias; E será que ao sétimo dia rapará todo o seu pêlo, a sua cabeça, e a sua barba, e as sobrancelhas; sim, rapará todo o pêlo, e lavará as suas vestes, e lavará a sua carne com água, e será limpo.” “E o sacerdote tomará do sangue da expiação da culpa, e o porá sobre a ponta da orelha direita daquele que tem de purificar-se e sobre o dedo polegar da sua mão direita, e no dedo polegar do seu pé direito. Também o sacerdote tomará do logue de azeite, e o derramará na palma da sua própria mão esquerda. Então o sacerdote molhará o seu dedo direito no azeite que está na sua mão esquerda, e daquele azeite com o seu dedo espargirá sete vezes perante o SENHOR; E o restante do azeite, que está na sua mão, o sacerdote porá sobre a ponta da orelha direita daquele que tem de purificar-se, e sobre o dedo polegar da sua mão direita, e sobre o dedo polegar do seu pé direito, em cima do sangue da expiação da culpa; E o restante do azeite que está na mão do sacerdote, o porá sobre a cabeça daquele que tem de purificar-se; assim o sacerdote fará expiação por ele perante o SENHOR.” “E o sacerdote oferecerá o holocausto e a oferta de alimentos sobre o altar; assim o sacerdote fará expiação por ele, e será limpo” (Levítico 14:2-9, 12-16, 20). O leproso se raspava para ficar semelhante a um recém-nascido. Vencer a lepra era, na época, como nascer outra vez, pois a lepra era uma praga mortal. O óleo simboliza a pureza e o Espírito de Deus (I Samuel 16:13; GEE Óleo). A ave morta representa o Deus altíssimo expiando pelas impurezas, à ave livre representa a liberdade proveniente do sacrifício de Cristo – sua expiação e ressurreição. O ritual do leproso e toda lei de Moisés é um símbolo de Cristo, da purificação advinda pela Expiação (2 Néfi 11:4; Alma 25:15-16). Água, Sangue e Espírito também são símbolos da Trindade – o quórum do sacerdócio que preside o universo: “Porque três são os que testificam no céu: o Pai, a Palavra (que é Cristo), e o Espírito Santo; e estes três são um. E três são os que testificam na terra: o Espírito, e a água e o sangue; e estes três concordam num” (I João 5:7-8). A própria Expiação também contém os elementos eternos Água, Sangue e Espírito. A água encontramos, não só como substancia essencial contida no sangue de Cristo derramado dês do Getsêmani até o sepultamento, mas quando um soldado lhe furou o lado e água e sangue saíram-lhe (João 19:24). Vemos sangue na Expiação em todos os momentos, pois o sangue é que fez a expiação pela culpa (Levítico 17:11). O sangue esta presente no Jardim, onde foi vertido da maneira mais dolorosa – saindo por cada poro (Lucas 22:44; Mosias 3:7; D&C 19:18). E no injusto julgamento, na agonizante tortura e por fim no Gólgota, onde o Salvador entregou o espírito (João 19; Mateus 26:52-70, 27) O elemento espírito está presente, por exemplo, na frase de Jesus na Cruz ao consumar sua obra: “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito!” (Lucas 23:46). Evidentemente Cristo não nasceu de novo na ocasião da Expiação. Ele nasceu como nós, de uma mãe mortal, passou pelo véu do esquecimento, foi batizado, recebeu o Espírito Santo e todas as ordenanças do evangelho. Mas diferente de nós Ele já era perfeito e santo antes de nascer na Terra (Deuteronômio 18:13), e continuou santo na mortalidade (Mosias 14:9). Mesmo que fosse, enquanto mortal “pouco menor que os anjos” (Hebreus 2:9), readquiriu toda glória que possuía antes do mundo existir (João 17:5). O nascimento espiritual de Cristo ocorreu na pré-mortalidade. O papel de Cristo era possibilitar a nós, seres imperfeitos, que nos tornássemos como Ele – santos sem mácula (3 Néfi 12:48; Morôni 10:33). O nascimento mortal é natural, sem ser necessário um rito sacerdotal. O nascimento espiritual precisa de cerimônias. O nascimento mortal ocorre num período temporal semelhante aos homens – em nove meses há um nascimento. Já o espiritual pode ocorrer nesta vida, depois da morte ou nunca acontecer. A despeito das diferenças demonstradas, e muitas outras, entre os dois nascimentos, o símbolo perde o sentido se tirado de seu contexto. Água, Espírito e Sangue estão presentes nos dois nascimentos. Mergulhado no útero da mãe, o feto nascerá num certo período de tempo. Imerso nas águas batismais o converso dá inicio a uma nova vida espiritual. O espírito pré-mortal acomoda-se no corpo do bebê no momento certo, formando uma alma (D&C 88:15). Semelhantemente o Espírito Santo é recebido como dom e companhia constante. Tal como o espírito pré-mortal não se separa do corpo mortal, se não com a morte, também o Espírito Santo não se aparta do justo, a não ser com o pecado – que conduz a morte espiritual. Sangue corre nas veias do feto, alimentando a mortalidade. Sangue expiatório é aplicado no converso limpando-o de suas transgressões e pecados, purificando-o e santificando-o. É importante salientar que o nascimento espiritual acontece somente depois do recebimento de todos os elementos – água, espírito e sangue – e não antes. É verdade que podemos dizer que alguém que foi recentemente batizado nasceu de novo. Mas isso não é senão uma expressão que deduz um compromisso maior . Os que foram batizados apenas iniciaram seu nascimento no reino de Deus. Porque a conversão, que é o nascer de novo, é mais um processo do que um evento. Na realidade, o nascer de novo é um processo com vários eventos. Esses eventos são ocasiões onde convênios são firmados. Esses convênios muitas vezes são acompanhados de cerimônias: são as ordenanças do evangelho. Não obstante, o recebimento das ordenanças não necessariamente faz com que alguém nasça de novo. Para nascer de novo há necessidade de ser santificado. As obras (ordenanças) por si só não garantem o novo nascimento. Assim como um feto, que passa por todas as etapas da gestação e na concepção está perfeitamente formado não necessariamente nascerá vivo; também o converso que não realizou mudanças suficientes – isto é, não se despojou do homem natural, não se tornou como uma criancinha, não guardou os mandamentos, não foi justificado ou não foi santificado não pode nascer de novo. O processo de nascer de novo recebe vários nomes nas escrituras: despojar-se do homem natural (Mosias 3:19), tornar-se como uma criancinha (3 Néfi 11:37-38), justificação e santificação (Moisés 6:60), aperfeiçoar-se por meio de Cristo Jesus (Efésios 4:12-13 e Hebreus 10:14), andar com Deus (Alma 53:21, Gênesis 6:9), ser um com Deus (João 17:11, 21), etc. O processo de nascer de novo começa com o contato com a palavra de Deus e a fé em Jesus Cristo e termina com o chamado e eleição (2 Pedro 1:10), que é quando vencemos o mundo: “Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo, é nascido de Deus; e todo aquele que ama ao que o gerou também ama ao que dele é nascido. Nisto conhecemos que amamos os filhos de Deus, quando amamos a Deus e guardamos os seus mandamentos. Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos; e os seus mandamentos não são pesados. Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé. Quem é que vence o mundo, senão aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus? Este é aquele que veio por água e sangue, isto é, Jesus Cristo; não só por água, mas por água e por sangue. E o Espírito é o que testifica, porque o Espírito é a verdade.” “Porque três são os que testificam no céu: o Pai, a Palavra, e o Espírito Santo; e estes três são um. E três são os que testificam na terra: o Espírito, e a água e o sangue; e estes três concordam num” (I João 5:1-8). Jesus Cristo disse que quem não nascer de novo não pode entrar no Reino dos céus. O Reino dos céus é o que buscamos. Ele explicou a Nicodemos, um fariseu, que o nascimento espiritual inclui o batismo e o dom do Espírito Santo. Mas não só isso, pois disse que Ele fora enviado para santificar o mundo dando sua vida. Quando Nicodemos indagou como era possível aquilo, Jesus repreendeu aquele membro do sinédrio dizendo: “Tu és mestre de Israel, e não sabes isto? (...) Se vos falei de coisas terrestres, e não crestes, como crereis, se vos falar das celestiais?” (João 3:1-21). Assim muitos, mesmo entre os membros da verdadeira Igreja não sabem a respeito do processo de nascer de novo. E mesmo aqueles que conhecem ainda podem aprender mais. Assim que pudermos conhecer as coisas celestiais, elas nos serão ensinadas. Porque quem receber e obedecer receberá mais (2 Néfi 28:30), até receber tudo (D&C 88:49). O Senhor ordenou que essas coisas fossem pregadas liberalmente entre os filhos dos homens (Moisés 6:58-60).

Como Vencer a Tentação e o Pecado - 3 Néfi 18

Neste capítulo Jesus ensina como vencer a tentação e o pecado. Creio que suas palavras são tão validas para os a nefitas que o ouviram pessoalmente quanto para nós, pois Ele expressamente disse que os nefitas haviam ido a ele e sentido pessoalmente “e da mesma forma [deviam fazer] ao mundo”, convidando-os a achegarem-se a Cristo (3 Néfi 18:25).
O sacramento é o primeira arma contra a tentação e o mal. O propósito do sacramento foi ensinado pelo Senhor: comemos o pão em lembrança do corpo de Cristo – ao lembrarmos de Cristo testificamos ao Pai de nossa disposição de seguir os mandamentos – esse desejo convida o Espírito (3 Néfi 18:6-7); tomamos a água para cumprir os mandamentos – também testificamos a Deus sobre nossa disposição de seguir o Filho, que derramou seu sangue expiatório por nós - temos assim direito ao Espírito constantemente (3 Néfi 18:10-11). Além disso, quando tomamos dignamente o sacramento estamos edificando na Rocha do Redentor “que é um alicerce seguro”: o sacramento nos protege do inferno, o mal e as adversidades da vida (3 Néfi 18:12-13, Helamã 5:12).
A segunda arma contra a tentação e o mal é guardar os mandamentos (3 Néfi 18:14). Em provérbios 16:3 lemos: “Confia ao Senhor as tuas obras, e teus pensamentos serão estabelecidos.” Temos que tomar cuidado com nossos pensamentos, palavras e obras e guardar os mandamentos para não perecer (Mosias 4:30). A mente carnal é morte, e a mente espiritual é vida eterna 92 Néfi 9:39). Aquele que guarda os mandamentos é sustentado por Deus (1 Néfi 17:3) e salvo (1 Néfi 22:31). Alguns dos mandamentos são: adorar a Deus, e somente Ele, santificar o dia do Senhor, amar o próximo, não mentindo, roubando e guardando a lei da castidade (Êxodo 20:3-17; Marcos 12:30-31).
A terceira arma apresentado pelo Senhor contra o mal é vigiar e orar. Vigiar é estar atento, ser capaz de receber e seguir as revelações de Deus. Inclui orar individualmente e em família (3 Néfi 18:18-21), jejuar (Isaías 58:6-11), permanecer em lugares santos (D&C 45:32, 87:8), estudar as escrituras (João 5:39) e seguir os profetas (Jacó 4:6).
Onde tomamos o sacramento e aprendemos os mandamentos? Num lugar de adoração. Esse é a quarta forma de nos defendermos do mal: se reunir com freqüência para aprender e adorar (3 Néfi 18:22). Fazer obra missionária é a quinta arma eficaz contra a tentação e o mal (3 Néfi 18:22-25). Cristo é o exemplo e é a luz que seus seguidores levantarão. O exemplo e o convite são as ferramentas mais eficazes da obra missionária.
O Senhor Jesus Cristo concluiu suas palavras a multidão dizendo que “todo aquele que quebrar este mandamento ficará sujeito a cair em tentação” (3 Néfi 18:25). O Senhor deu-nos a receita de como vencer o mal, se a seguirmos teremos vida eterna.

Resumo do Plano Eterno de Deus

Tentarei resumir a doutrina mais importante, que é a doutrina Expiação de Jesus Cristo e sua aplicação na vida pessoal, que é a doutrina da Santificação. Eu o farei em um página. (Espero conseguir!)
A primeira coisa que se deve entender é que as doutrinas da Expiação e da Santificação, justamente por serem as mais importantes do Plano de Deus, estão em todas as obras-padrão, em todos os sermões dos profetas e em todas as orações dos justos. É uma doutrina é vital! E todos podem encontrá-las, pois estão em toda parte.
A doutrina é muito simples. Quando compreendida e aplicada leva à vida eterna, que é o maior dom de Deus (D&C 14:7). Entretanto, o mero reconhecimento da existência dessas doutrinas não tem a força necessária para efetuar a exaltação. Deve-se não apenas conhecer, mas viver. Ninguém é salvo em ignorância. O "saber", todavia, é apenas parte, porque até o Demônio, que tem um grande conhecimento,  foi condenado às trevas exteriores, por não ser sábio o suficiente para aplicar esse conhecimento. Os demônios creem e estremecem (Tiago 2:19), mas sua crença não gera a fé verdadeira no evangelho de Jesus Cristo, que é o poder para salvação (Romanos 1:16).
A doutrina da santificação pode ser resumida da seguinte maneira: Cremos que os primeiros princípios e ordenanças do evangelho são: fé no Senhor Jesus Cristo, arrependimento, batismo por imersão para remissão dos pecados, imposição das mãos para o dom do Espírito Santo, recebimento do Santo Sacerdócio, concessão da Investidura sagrada, Casamento para todo tempo e eternidade, confirmação do chamado e eleição e perseverança até o fim. Cremos que a humanidade será exaltada em obediência as leis e ordenanças do evangelho (2 Néfi 9:21-25). Mas cremos que essas leis e ordenanças seriam obras mortas se Cristo não tivesse vindo a Terra e realizado um sacrifício infinito e eterno. Se ele não realizasse a Expiação ninguém poderia ser salvo, nem exaltado (GEE "Expiação"). A Expiação é o sacrifício de Deus pelas Suas criações e pelos filhos do Pai Celestial. Esse sacrifício incluiu dor, angustia mental, física e espiritual maior do que todas as dores de todo o tempo e de toda a existência.
Deus criou a Terra, colocou nela o homem e deu-lhes mandamentos. A obediência como primeira lei foi dada para que o homem ao obedecer fosse feliz. Deus também instituiu o sacrifício de animais como símbolo de que Ele mesmo, Deus, iria um dia, se sacrificar pelo mundo (GEE "Sacrifício"). O evangelho é de Cristo. Todas as ordenanças do evangelho apontam para Cristo, pois são símbolos dele (1 Néfi 11:14). Todos os convênios e leis do evangelho (que é o plano de salvação) apontam para Cristo (Moisés 6:63). Quando essas leis são obedecidas nos transformam em "criaturas novas" - nos tornamos filhos de Deus, semelhantes a Ele. Os atributos de Cristo são adquiridos à medida que vivemos as leis e ordenanças e andamos como Cristo andou.
Jesus Cristo veio a Terra para ser o exemplo perfeito. Se o seguirmos acharemos paz e vida eterna. Satanás opõem-se a Deus. Ele não deseja a felicidade dos homens, mas a miséria e desgraça, por isso tenta os homens a não obedecer a Deus; viver segundo uma verdade relativa, e não aceitar a verdade absoluta de Deus; mudar as leis, ordenanças e convênios do evangelho; enfurecer-se contra o que é bom, buscar os prazeres da carne, ser sensual e diabólico; e encherem o coração de orgulho e maldade e desprezar o que vem do alto. Com esses objetivos, o adversário usa suas táticas diabólicas para enganar e destruir (GEE "Satanás"). Deus, em sua bondade enviou a Terra profetas, apóstolos, pastores, símbolos, convênios, amigos, o maravilho poder e dom do Espírito Santo, anjos e muitos outros dons e bênçãos para ajudar seus filhos a acharem e trilharem o caminho da perfeição.
Como nascemos na Terra pela água, sangue e espírito, assim, simbolicamente, temos que nascer de novo. Nascer de Deus é o mesmo processo conhecido como despojar-se do homem natural, tornar-se uma nova criatura, tornar-se como um criancinha, tomar sobre si o nome de Cristo, andar com Deus, processo de justificação e santificação e conversão. Todos esses nomes são títulos do mesmo processo de santificação. No reino de Deus nascemos quando somos batizados (água), recebemos o Espírito Santo (espírito) e toda plenitude da expiação (sangue). Pela água guardamos o mandamento – sendo obediente a toda palavra que procede de Deus. Pelo espírito somos justificados – pois o Espírito Santo da promessa sela os atos e convênios firmados com Deus e nos limpa, por meio de seu fogo purifica-nos, tornando-nos justos diante do Pai. O sangue de Cristo, derramado por misericórdia, santifica-nos. Santifica-nos ao dar graça após fazermos tudo ao nosso alcance para salvarmos a nós e ao próximo.
Esse sangue permite que desenvolvamos os atributos de Cristo – humildade, fé, esperança, caridade, etc. – para que sejamos a medida da estatura de Cristo, para sermos participantes da natureza divina, para obtermos conhecimento de Deus (2 Pedro 1).
Para aqueles que vencerem o mundo, e forem limpos pelo sangue do Cordeiro a promessa é que Deus revelará sua face. Ao conhecermos como também somos conhecidos e recebermos o direito de entrar na Igreja do Primogênito, sendo julgados dignos pelas testemunhas especiais de entrar no reino celestial - teremos nos tornados cheios de amor, esperança e fé. Teremos nos tornado semelhantes a Deus, que tem amor infinito. Se houver queda neste nível abençoado a maldição é para morte – e trevas exteriores será o destino destes miseráveis. Mas se houver permanência fiel e constante e perfeição por meio da graça haverá glória imortal e vidas eternas.
Todas as coisas apontam para Expiação. Tudo é um símbolo de Sua ordem. Aqueles que forem escolhidos tornar-se-ão filhos e herdeiros legais, reis e rainhas, sacerdotes e sacerdotisas. Aqueles que entenderem parte ou plenamente o que eu disse estão no caminho seguro que levará a vida eterna.
Este é o plano e a doutrina. E todas as outras coisas se ramificam dessas verdades restauradas por Joseph Smith, o profeta da Restauração. Ouvir e desejar são os primeiros passos e receber a palavra mais segura de profecia, enquanto perseverar é o último e grande passo para entrar na Vida Eterna. Jesus Cristo é o caminho, a verdade e a vida, e ninguém vai ao Pai – para saciar a busca que todos temos de paz e felicidade – se não por Ele. Ele é a luz e a vida do mundo. E eu presto testemunho que isso é verdade. Em nome de Jesus Cristo, amém.

Lucas Guerreiro