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3 de nov. de 2012

A Salvação é Gratuita?


                "A salvação é gratuita" (2 Néfi 2:4) - afirmou o patriarca Leí próximo da hora de sua morte. Como o Presidente Dieter F. Uchtdorf disse a "proximidade do dia final da mortalidade geralmente produz uma clareza de pensamentos e proporciona entendimento e perspectiva." As pessoas abrem seu coração. (http://www.lds.org/general-conference/2012/10/of-regrets-and-resolutions?lang=por). Assim, sabendo que, pelo contexto das escrituras, Leí era um homem coerente, digno e lúcido - sua sinceridade não pode ser refutada: ainda mais no seu último suspiro em que aconselhava sua família no caminho da felicidade. Ele esta dizendo o que realmente queria dizer: a salvação era gratuita!
                Mas o que significa a salvação ser gratuita? O Guia de Estudo Para as Escrituras (GEE) explica que há dois significados para palavra "salvação". O primeiro é a salvação física e o segundo é a salvação espiritual. Salvos da morte física todos os que nascem nesta Terra serão - pois como Paulo explicou "assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo." (I Coríntios 15:22). É o poder da Expiação, comumente chamado de graça, que todos homem receberá um corpo imortal e incorruptível, independentemente de seu estado espiritual de retidão. Como Alma explicou a seu filho, " o plano de restauração é imprescindível à justiça de Deus; pois é necessário que todas as coisas sejam restauradas em sua própria ordem. Eis que é imprescindível e justo, de acordo com o poder e ressurreição de Cristo, que a alma do homem seja restituída a seu corpo e que, ao corpo, sejam restituídas todas as suas partes" (Alma 41:2). Ele disse também: "A alma será restituída ao corpo e o corpo, à alma; sim, e todo membro e junta serão restituídos ao seu corpo; sim, nem mesmo um fio de cabelo da cabeça será perdido, mas todas as coisas serão restauradas na sua própria e perfeita estrutura" (Alma 40:23).
                "Toda pessoa também pode ser salva da morte espiritual pela graça de Deus, mediante fé em Jesus Cristo, a qual se manifesta numa vida de obediência às leis e ordenanças do evangelho e de serviço a Cristo." (http://www.lds.org/scriptures/gs/salvation.t2?lang=por&letter=s). Essa salvação não é gratuita. Ela exige compromisso, exige dedicação, exige sacrifício, exige, na realidade, consagração. É por isso que as escrituras dizem que devemos operar nossa salvação com temor (Filipenses 2:12) e agir segundo cremos (Mosias 4:10). Todavia, o julgo do Senhor é suave e seu fardo leve (Mateus 11:30).
                Muitas vezes a palavra "salvação" é usada em sentido amplo, significando e abrangendo os dois tipos de salvação (física e espiritual) - e portanto a máxima salvação: a exaltação. A exaltação é a salvação no Reino Celestial de Deus, que significa herdar "o mais elevado estado de felicidade e glória dentro do reino celestial." (http://www.lds.org/scriptures/gs/exaltation?lang=por). É nesse sentido que D&C 6:13 diz que não há maior dom que a salvação, o que na verdade significa que a exaltação é o maior dom. Interpreta-se assim especialmente devido a outras passagens, tais como D&C 14:7 e Romanos 6:23.
                Nessa última passagem de Romanos diz que "o dom gratuito de Deus é a vida eterna" (Romanos 6:23). A Vida Eterna é literalmente gratuita para aqueles que morrem sem lei, como as criancinhas (Morôni 8:12, 17, 22 e D&C 137:10). Mas para os que tem lei (as doutrinas, os mandamentos, etc.) a salvação é gratuita no sentido simbólico de que nosso esforço é realmente pequeno para se obter uma dádiva tão grandiosa quanto a vida eterna. Como o Senhor ilustrou: "Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu Senhor" (Mateus 25:21). "Sobre pouco foste fiel" significa que houve necessidade de alguma obra de retidão - ainda que pequena comparada a recompensa. Isso esta de acordo com a Justiça e Misericórdia de Deus, assunto abordado pelo profeta Alma em Alma 41:-42.
                A ideia de uma salvação gratuita precisa ser entendida no contexto do evangelho para não dar vazão à interpretações errôneas tais como a justificação pecados: "E muitos também dirão: Comei, bebei e diverti-vos; não obstante, temei a Deus—ele justificará a prática de pequenos pecados; sim, menti um pouco, aproveitai-vos de alguém por causa de suas palavras, abri uma cova para o vosso vizinho; não há mal nisso. E fazei todas estas coisas, porque amanhã morreremos; e se acontecer de sermos culpados, Deus nos castigará com uns poucos açoites e, ao fim, seremos salvos no reino de Deus." (2 Néfi 28:8).Essa doutrina falsa zomba de um Deus justo.  Aqueles que pensam assim "serão lançados no inferno!" (2 Néfi 28:15).

12 de set. de 2012

A Árvore da Vida


               Quando Deus criou a Terra, plantou um Jardim à oriente do Éden para que o homem e a mulher desfrutassem do privilégio de sua presença por um tempo. Neste Jardim animais de todo tipo foram trazidos a Adão e ele os nomeou (Gênesis 2:20). Também havia todo tipo de vegetação, pelo qual deduzimos que Adão também as denominou. Duas árvores especiais foram colocadas no Jardim. Deus chamou uma de árvore do conhecimento do bem e do mal, e outra de árvore da vida (Gênesis 2:8-9). Leí ensinou que às duas árvores eram vitais para que o homem exercesse arbítrio e iniciasse a mortalidade (2 Néfi 2:15-16). A árvore da vida, como o próprio nome sugere concedia imortalidade. E a árvore do conhecimento do bem e do mal possuía um fruto proibido, que se comido, transformaria os corpos vivificados pelo espírito em corpos mortais, de sangue. Adão e Eva podiam comer livremente da árvore da vida, mas não podiam comer da Árvore do bem e do mal. Eles desobedeceram a Deus e se tornaram mortais. Se comessem do fruto da árvore da vida na ocasião de sua transgressão se tornariam imortais, mas impuros - e seriam afastados para sempre da presença de Deus, sem possibilidade de redenção. É por isso que Deus colocou querubins e uma espada flamejante para impedir que Adão e Eva estendessem a mão e vivessem para sempre em seus pecados. Foi concedido um tempo de arrependimento. Quando o homem estivesse pronto, poderia provar do fruto da Árvore da Vida e desfrutar, com um corpo imortal, da presença de Deus (Alma 42:5, 8 - a leitura do capítulo todo é fortemente recomendada).
                Quando Leí teve uma visão do Plano de Salvação viu uma árvore a qual Néfi chamou de Árvore da Vida (1 Néfi 15:36). Essa Árvore possuía frutos brancos e deliciosos que enchiam o corpo e o espírito de alegria intensa (1 Néfi 8:11-12). Néfi, que teve a mesma visão que Leí (seu pai), aprendeu que o significado dessa árvore era o amor de Deus (1 Néfi 11:21-22, 25). A Árvore da Vida portanto é símbolo da Expiação de Jesus Cristo.
                Assim, a Árvore da Vida representa a santificação advinda do poder do Salvador, porque é pelo sangue de Cristo que somos santificados (Moisés 6:60). Essa santificação elimina a culpa e a dor, enche a alma de alegria e salva e exalta os filhos de Deus (Helamã 3:35). É possível, porém, que aqueles que provaram desse fruto se envergonhem de Cristo e caiam da graça e apertem-se do Deus vivo, por caminhos desconhecidos (1 Néfi 8:28, 33).
                Por todas essas considerações verificamos que só comemos o fruto da árvore da vida quando vencemos. E só vencemos depois de ter percorrido o caminho estreito e apertado, no meio da névoa de escuridão (1 Néfi 8:23-24, 30). Comer o fruto é receber a palavra mais segura de profecia - que é ter a exaltação confirmada (D&C 131:5). Como a barra de ferro é a palavra de Deus (1 Néfi 11:25) e o caminho estreito e apertado são os convênios e ordenanças[1], nosso empenho em agarrar com firmeza a barra de ferro e caminhar com resolução nos conduz tão somente ao chamado e eleição (GEE "Vocação e Eleição"). Isso deixa claro o que João quis dizer em Apocalipse 2:7: "Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao que vencer, dar-lhe-ei a comer da árvore da vida, que está no meio do paraíso de Deus."



[1] O caminho estreito e apertado é o casamento, disse o Presidente Harold B. Lee (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Harold B. Lee, pg. 111). Antes do casamento no Templo, entretanto, há outros convênios e ordenanças. O primeiro é o batismo. Por isso chamamos o batismos de primeiro convênio ou a porta (2 Néfi 31:17). Podemos resumir os requisitos para salvação, que formam o caminho estreito e apertado, da seguinte maneira: (1) fé em Jesus Cristo e (2) arrependimento, (3) batismo, (4) recebimento do dom do Espírito Santo (batismo de fogo) e perseverança até o fim. Perseverar até o fim é (5) receber o sacerdócio (somente os homens), (6) casar-se no Templo e (7) continuar a guardar os mandamentos até que o Senhor nos justifique, santifique e nos sele para exaltação. O casamento sem a perseverança é vão, pois o Santo Espírito da Promessa retirará o selo aprovador e não haverá validade por conta da iniquidade.

7 de jun. de 2010

Os Mistérios de Deus e a Doutrina Profunda

Gostaria de sugerir uma diferença entre os Mistérios de Deus e a doutrina profunda. Nas aulas da Igreja, e nas conversas sobre o evangelho às vezes encontramos a expressão doutrina profunda. Ela sempre esta associada há algo pouco conhecido, pouco citado nos discursos das autoridades gerais, e bem pouco mencionado nas obras-padrão. Não encontramos a expressão doutrina profunda nas escrituras. Mas encontramos mistérios de Deus (1 Néfi 10:19) ou segredo de Deus (Amós 3:7).
O Guia de Estudo das Escrituras define mistérios de Deus como “verdades espirituais que só podem ser conhecidas por revelação” (GEE Mistérios de Deus). A doutrina profunda pode ser entendida como os dogmas ocultos e secretos que poucos conhecem ou entendem.

Qual a diferença entre mistérios de Deus e Doutrina profunda?
Os mistérios de Deus só são conhecidos por revelação. A doutrina profunda é encontrada por especulação. Não é fácil conhecer os mistérios de Deus – há necessidade de limpeza de mãos e pureza de coração (tanto as obras da fé quanto as intenções do coração devem ser justas).
É razoavelmente fácil desvendar-se as doutrinas profundas – basta curiosidade, imaginação e extremo anseio por algo misterioso. Os mistérios de Deus sempre edificam (D&C 6:11), as doutrinas profundas sempre causam contendas e divergências de opiniões (Helamã 11:22-23). Os mistérios de Deus emanam, como o nome sugere, de Deus. Mas as doutrinas profundas são quase sempre meias-verdades – escrituras puras corrompidas com filosofias de homens. A doutrina profunda é motivada por Satanás, porque causa erro (3 Néfi 11:28-29). É uma das ferramentas de quem pratica artimanha sacerdotal (2 Néfi 26:29). Os mistérios de Deus são essenciais para exaltação. Eles são conhecidos somente se Deus permitir ao que exercita fé, faz boas obras sem cessar, se arrepende e ora com real intenção (Alma 26:22). Eles são revelados pelo Santo Espírito de Deus (D&C 90:14, D&C 121:45-46) – raramente são mencionados nas escrituras e na fala dos profetas – porque estes são instrumentos para se obter os mistérios. Eles não estão disponíveis no mundo (Jacó 4:8, D&C 42:65, Mateus 13:11). Entretanto muito desses mistérios são reservados aos santos que sobem à Casa de Deus (D&C 105:12, 18; 110). Lá é ensinado o caminho para perfeição, o mistério da Divindade (D&C 19:10; 84:19-22).
Quero dar alguns exemplos de doutrina profunda: “O que vem a ser, e qual a diferença entre curelons e cumons?”; “Qual a temperatura de um corpo celestial?”; “Adão tinha umbigo?”; “Onde esta a espada de Labão?”
Embora essas perguntas sejam interessantes e até instigantes, as repostas não são essenciais para exaltação, nem edificarão os atributos de Cristo necessários para viver com Deus. Os mistérios de Deus são verdades preciosas muito mais recompensadoras, por exemplo:
“Como posso assegurar minha vida eterna ao lado de Deus?”; “Qual o significado dos símbolos do sacerdócio?”; “Como a Expiação pode ajudar-me neste momento de extrema dificuldade?”; “Quem é o Espírito Santo e como ele pode revelar-me tal verdade?”
Os mistérios de Deus sempre conduzem a ação justa. Eles sempre nos tornam mais parecidos com Deus. Devemos buscá-los. Mas não é útil buscar conhecer doutrinas profundas que causarão bagunça na mente e apostasia no coração.
Gosto muito da história da conversa entre Cristo e a mulher Samaritana em João 4. Lá há uma clara distinção entre uma doutrina profunda e um mistério de Deus. A mulher, reconhecendo que Jesus tinha dons especiais quis saber onde ela deveria adorar: se em Jerusalém ou em sua própria terra (João 4:19-20). Aquela questão já causara muitos alardes e confusão entre judeus e samaritanos. Cristo propôs algo muito mais importante: o Pai estava buscando os verdadeiros adoradores. Este mistério ele viera revelar. Tão logo Jesus falou sobre o Pai, que era Espírito, ou se importava com as coisas do Espírito – era espiritual (João 4:21-24), ela disse: “Eu sei que o Messias (que se chama o Cristo) vem; quando ele vier nos ensinará tudo” (João 4:25). Jesus Cristo revelou que ele era Jeová e o messias prometido (João 4:26). A revelação daquele mistério gerou a conversão e não a contenda. Os mistérios levam às águas vivas (João 4:14). E aquele tipo de mistério podia ser divulgado. Há outros que não o devem.

Como aprender os mistérios de Deus e qual sua importância?
“É dado a muitos conhecer os mistérios de Deus; é-lhes, porém, absolutamente proibido divulgá-los, a não ser a parte de sua palavra que ele concede aos filhos dos homens de acordo com a atenção e diligência que lhe dedicam. E, portanto, aquele que endurecer o coração receberá a parte menor da palavra; e o que não endurecer o coração, a ele será dada a parte maior da palavra, até que lhe seja dado conhecer os mistérios de Deus, até que os conheça na sua plenitude. E aos que endurecerem os corações, a eles será dada a menor parte da palavra, até que nada saibam a respeito de seus mistérios; e serão daí escravizados pelo diabo e levados por sua vontade à destruição. Ora, é isto o que significam as correntes do inferno” (Alma 12:9-11).
Os mistérios de Deus levam a vida eterna (D&C 6:7). Deixar de aprendê-los é o mesmo que deixar-se ser amarrado por Satanás (2 Néfi 1:21-27).
É preciso ter a confiança de Deus. Ele é misericordioso e deseja revelar seus mistérios a seus filhos (D&C 76:5-10). De fato, ele o faz abundantemente. Todavia há requisitos. Se um mistério for revelado sem que os requisitos sejam atingidos não há benção – há maldição (Jacó 4:14). Se recebêssemos todos os mistérios com nossa mente finita, neste instante, apostataríamos – pois não podemos suportar tudo agora (D&C 50:40, 78:18, 136:37). O Senhor se revela linha sobre linha, preceito sobre preceito (2 Néfi 28:30). Quando ele o faz exige que seu segredo seja mantido em sigilo (Alma 12:9). Isso para que haja salvação, em vez de condenação (João 16:12). Seu segredo é para os que o temem (Provérbios 3:32). Esse conhecimento é essencial para vida eterna e felicidade sem fim (D&C 11:7, 42:61; 2 Néfi 9:43).
Aprendemos esses mistérios tendo um desejo forte (Alma 29:4, Salmos 37:4, 1 Néfi 10:19). Pedindo com real intenção (Moroni 10:3-5). Guardando os mandamentos (D&C 63:23). Tendo paciência para aguardar a resposta e esperança de que um dia receberemos o entendimento. Vigiando e orando (3 Néfi 18:15), ou em outras palavras, prestando atenção à revelação, estando em espírito de oração. Freqüentando lugares santos. Sendo gratos e humildes. Pedindo mais. Examinando com diligência as obras-padrão (João 3:39, Alma 17:2-3) e palavras dos profetas vivos (Mosias 2:9). Também atentar para as interações com as pessoas e com a Criação. Não revelando o que já recebemos a menos que o Espírito indique (ver também D&C 88: 49-86).

“Que poder deterá os céus? Seria tão inútil o homem estender seu braço débil para deter o rio Missouri em seu curso ou fazê-lo ir correnteza acima, como o seria impedir que o Todo-Poderoso derramasse conhecimento do céu sobre a cabeça dos santos dos últimos dias” (D&C 121:33).
A vida eterna é conhecer a Deus e a Jesus Cristo (João 17:3). Esse conhecimento vem por revelação. Satanás esforçasse muito para que a comunicação sagrada seja interrompida. Ele cria desvios e distrações para que os mistérios não nós sejam revelados. Se não entendermos a verdade seremos aprisionadas por ele. Se nos contentarmos em conclusões especulativas pecaremos. É muito melhor, como Joseph Smith disse, olhar para o céu e compreender em cinco minutos, mais do que tudo o que foi escrito sobre o assunto.
Eu sei que há mistérios ocultos e sagrados.Sei disso, porque já recebi alguns deles. Evidentemente eu não os revelo neste blog! Nem ouso comentar sobre eles nas aulas e conversas. Às vezes, por inspiração de Deus eu os compartilho – e eles sempre edificam. Nessas ocasiões freqüentemente recebo mais deles. Sei como recebê-los. Não há nada que o Senhor não saiba. Tão logo eu esteja pronto compreenderei tudo, tal como Ele. E nessa ocasião terei Vida Eterna. Sei disso.