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14 de nov. de 2012

Casamento entre tribos diferentes


Recebi a seguinte pergunta: "Quando eu, mulher da Igreja, me casar - serei adotada à tribo de meu marido independentemente de pertencer já a outra tribo de Israel?"

                Creio que a pergunta é sumamente pertinente para aqueles que compreendem um pouco das bênçãos de se pertencer à Casa de Israel. Portanto esforçar-me-ei para responder apropriadamente.
                Primeiro julgo ser importante entender o que é a Casa de Israel e como somos abençoados por pertencermos a uma das tribos.

Vida Pré-Mortal
                Tudo começa na vida pré-mortal.  Lá, foi a ocasião onde Abraão e muitos outros "mesmo antes de nascerem (...) receberam suas primeiras lições no mundo dos espíritos e foram preparados para nascer no devido tempo do Senhor, a fim de trabalharem em sua vinha para salvação da alma dos homens" (D&C 138:56). Eles eram os "nobres e grandes" que foram preordenados a missões especificas na mortalidade (Abraão 3:22-23). Nesse primeiro estado o Altíssimo distribuiu as heranças às nações e dividiu os filhos de Adão uns dos outros, estabelecendo os termos dos povos, conforme o número dos filhos de Israel. Isso porque "a porção do SENHOR é o seu povo; Jacó é a parte da sua herança."  (Deuteronômio 32:8-9).Em outras palavras, algumas bênção especiais estariam reservadas ao povo do Senhor, que no caso seria descendente de Jacó.
                Depois que a Terra foi criada e Adão e Eva foram expulsos do Jardim, Deus fez convênio com Adão e sua semente (Moisés 6:50-68). Esse convênio chamava-se Evangelho de Jesus Cristo e consistia no Plano de Salvação: por meio da fé em Jesus Cristo, do sincero arrependimento, do batismo pro imersão, do recebimento do Dom do Espírito Santo e da perseverança até o fim - os homens poderiam nascer de Deus - sendo santificados por meio da Expiação de Jesus Cristo. Isso esta muito bem explicado em Moisés 6 e outra escrituras.

Eleição
                Há um conceito que precisa ser entendido antes de prosseguirmos. É o da eleição. O Guia de Estudo Para as Escrituras (GEE) explica, no verbete "Eleição": "Baseando-se na dignidade pré-mortal, Deus escolheu os que seriam a descendência de Abraão e a casa de Israel e se tornariam o povo do convênio (Deut. 32:7–9; Ef. 1:4; Abr. 2:9–11). Tais pessoas recebem bênçãos e deveres especiais, a fim de abençoarem todas as nações do mundo (Rom. 11:5–7; I Ped. 1:2; Al. 13:1–5; D&C 84:99). Todavia, mesmo os eleitos devem ser chamados e escolhidos nesta vida, para que alcancem a salvação."
                Contudo, é preciso compreender que "houve muitos, antes dos dias de Abraão, que foram chamados segundo a ordem de Deus, sim, segundo a ordem de seu Filho" (Helamã 8:18). Adão, Enoque, Noé, o irmão de Jarede e muitíssimos mais foram "chamados e escolhidos" para serem herdeiros da salvação.
                Adão, pro exemplo, se tornou um eleito devido sua retidão - bem como sua semente (D&C 107:55). O que significa ser um eleito? Significa ser escolhido, significa ser separado. Refere-se a tornar-se filho de Cristo - e por meio da graça divina um herdeiro do Reino Celestial de Deus."Eleitos são aqueles que amam a Deus de todo o seu coração e vivem de maneira agradável aos olhos dele. Os que vivem como seus discípulos, um dia serão escolhidos pelo Senhor como seus filhos eleitos" (GEE "Eleitos"). Somos escolhido para salvação pelo Senhor quando recebemos a palavra mais segura de profecia (D&C 131:5). 
                Pode-se dizer que todos os homens que nasceram, nascem e nascerão nesta Terra são eleitos - porque escolheram seguir o Plano de Deus na vida pré-mortal. Não obstante, devemos confirmar nossa eleição nesse segundo estado (via terrena). De fato, "eis que agora é o tempo e o dia de vossa salvação" (Alma 34:31). Devemos procurar fazer cada vez mais firme o nosso chamado e eleição; porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçaremos. Porque assim nos será amplamente concedida a entrada no reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo." (II Pedro 1:10-11). O chamado e eleição significa obter "a certeza de exaltação" (GEE "Vocação e Eleição"). Para obter tal garantia precisamos ser justificados e santificados - ter mãos limpas e um coração puro - só assim adentraremos o lugar santíssimo, veremos a face de Deus e seremos a sua geração (Salmos 24:3-6; D&C). O processo pode demorar a vida inteira, pois é preciso abandonar todos os nossos pecados, ir à Cristo,  invocar Seu nome e obedecer a Sua voz, guardando os Seus mandamentos (D&C 93:1). Um homem precisa deixar as coisas desse mundo e buscar a de um melhor, e aprender a valiosa lição sobre os poderes do céu (D&C 121:34-46). Nesse processo não só deixamos de praticar o mal, mas vencemos (por meio do poder do Salvador) nossas fraquezas e o desejo de fazer o errado. Um homem que chega nesse nível não é perfeito, mas tem um "perfeito esplendor de esperança e amor a Deus e a todos os homens" e recebeu a garantia do Pai de que terá Vida Eterna (2 Néfi 31:20). Essa garantia pode ser recebida no estado mortal. Lemos que Jacó, um jovem, foi "redimido por causa da justiça do teu Redentor" (2 Néfi 2:3). Lemos que Alma, um idoso, recebeu o convênio da vida eterna (Mosias 26:20). E se alguém argumentar que Jacó e Alma eram profetas, podemos lembrar de Êmer "viu o Filho da Retidão e regozijou-se e rejubilou-se em seu dia; e morreu em paz" (Éter 9:22). Na realidade, ao estudar as escrituras concluímos que "houve muitos, e grande foi o seu número, que foram purificados e entraram no descanso do Senhor seu Deus" (Alam 13:12).
                É possível que um homem caia da graça,após receber tal dádiva, sendo escolhido para Vida Eterna, e aparte-se do Deus vivo? (D&C 20:32) Sim! Caim foi um exemplo. (Moisés 5:24). Portanto, até os santificados (eleitos) devem ficar atentos (D&C 20:34).
                Deus quer salvar todos os seus filhos. Todos são, nesse sentido eleitos para salvação. A confirmação dessa eleição, todavia, nem sempre chegará na mortalidade. Alguns a receberão no mundo dos espíritos - porque apenas lá poderão se preparar adequadamente. Isso acontece porque nem todos ouvirão de Jesus Cristo e terão a oportunidade de segui-lo nesta esfera terrena.Daí a importância da obra vicária.

Noé e seu filhos
                Adão e os patriarcas guardaram os mandamentos, mas nem todos os seus filhos os fizeram. Enoque e Sião foram transladados porque a iniquidade na Terra era tamanha que precisaram ser removidos para que o dilúvio purificasse o planeta. Quando Noé e sua família saíram da arca, Jafé, Sem e Cão (os três filhos de Noé, Gênesis 6:10) e suas respectivas famílias começaram a povoar novamente a Terra. A descendência de Noé foi abençoada e tinham o privilégio de tornarem-se eleitos. Todavia, em um acontecimento confuso (devido as más traduções), Noé abençoou Sem e Jafé e amaldiçoou Cão e sua semente: "Alargue Deus a Jafé, e habite nas tendas de Sem; e seja-lhe Canaã por servo." (Gênesis 9:27).
                Genericamente podemos dizer que de Jafé provém os gentios: um povo grande em número; um povo que receberiam as bênçãos do evangelho pela descendência de Sem. Evidentemente esse não é o único sentido da palavra gentio. Mas basicamente gentil é quem não pertence ao povo do convênio. Sem e sua descendência se tornaram um povo eleito. Deus fez com que os profetas e santos preordenados nascessem na linhagem de Sem. Esses deveriam ajudar os outros homens a entrarem e habitarem nas "tendas" de Sião.
                Cão, especialmente seu filho Canaã, foi amaldiçoado. Para sua semente foram negadas as bênçãos do sacerdócio e da plenitude da Casa de Deus (Abraão 1:21-23, 25-27).

Abraão, Isaque e Jacó.
                Nos últimos dias, devido as chaves de Elias (não Elias, o profeta - D&C 110:12) - a maldição que recaiu sobre a descendência de Cão poderia ser removida e o evangelho mais uma vez poderia ser desfrutado em sua plenitude por todos os povos - independentemente da origem. Isso aconteceu especificamente devido a aparição de um mensageiro no Templo de Kirtland. Ele foi identificado como Elias. Todavia, sabemos que ele era Gabriel ou Noé - porque Elias muitas vezes é usado como um título e não um nome próprio (GEE "Elias"); e também por revelação.
                Noé abençoou Sem. Sem abençoou Abraão. Apesar de não ser confirmado, há muitas indicações de que Sem seja Melquisedeque (ver Manual do Aluno do Instituto Curso do Velho Testamento - Curso 301, pg. 65). Se for assim, o próprio Sem "era sacerdote do Deus Altíssimo" que "abençoou a Abrão, dizendo: bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, o Criador dos céus e da terra!" (Gênesis 14:18-19). As promessas de eleição foram confirmadas, mais tarde pelo próprio Deus: "Meu nome é Jeová e conheço o fim desde o princípio; portanto minha mão estará sobre ti. E farei de ti uma grande nação e abençoar-te-ei sobremaneira e engrandecerei o teu nome entre todas as nações; e serás uma bênção para tua semente depois de ti, para que em suas mãos levem este ministério e Sacerdócio a todas as nações; E abençoá-las-ei por meio de teu nome; pois todos os que receberem este Evangelho serão chamados segundo o teu nome e contados como tua semente; e levantar-se-ão e abençoar-te-ão como seu pai; E abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti (isto é, em teu Sacerdócio) e em tua semente (isto é, teu Sacerdócio), pois faço-te a promessa de que este direito continuará em ti e em tua semente depois de ti (isto quer dizer a semente literal, ou seja, a semente do corpo), serão abençoadas todas as famílias da Terra, sim, com as bênçãos do Evangelho, que são as bênçãos de salvação, sim, de vida eterna." (Abraão 2:8-11).
                O conjunto de promessas que Abraão fez e recebeu é chamado de Convênio Abraamico.Nada mais é que o Evangelho de Jesus Cristo em Sua Plenitude - contendo todos os convênios e ordenanças do sacerdócio - dês do batismo até o Casamento Eterno, como ensinando por Adão, Enoque e Noé. Todavia, Abraão recebeu deveres e promessas especiais - ele teria direito a determinadas porções de terra, seus filhos homens deveriam ser circuncidados no oitavo dia para seus pais se lembrassem que o convênio seria válido tão somente se houvesse cumprimento dos mandamentos - e o primeiro deveria ser o batismo aos oito anos de idade. (GEE "Circuncisão", ver também Tradução de Joseph Smith de Gênesis 17).
                Por motivos não completamente compreendidos por nós, Deus escolheu Isaque, em vez de Ismael (Isaque era filho de Sara, Ismael de Agar, uma serva) - e o convênio se perpetuou para semente de Isaque. De igual maneira, o convênio em sua plenitude foi renovado com Jacó, e não com Esaú (pois vendeu sua primogenitura e casou fora do convênio) - ambos filhos de Isaque. Os descendentes de Ismael receberam grandes bênçãos - assim como os descendentes de Esaú - e não sabemos se gozavam do sacerdócio, e se gozaram pro quanto tempo. O fato é que as bênçãos plenas permaneceram sobre a família de Jacó. Em outras palavras, o Convênio foi renovado com Jacó. Tanto é que o Senhor mudou o nome dele para Israel (GEE "Jacó", Israel").
                Jacó teve duas esposas e duas concubinas. Teve doze filhos homens. Seus filhos se multiplicaram e por isso, a descendência desses homens, é chamada de doze tribos de Israel. São estas as doze tribos: Rúben, Simeão, Levi, Judá, Issacar e Zebulom (filhos de Jacó e Léia); Dã e Naftáli (filhos de Jacó e Bilha); Gade e Aser (filhos de Jacó e Zilpa); José e Benjamim (filhos de Jacó e Raquel) (Gên. 29:32–30:24; 35:16–18).
                A descendência de Jacó era a semente eleita. Eles seriam salvos e deveriam ajudar os outros filhos do Pai a serem salvos também.

Três conceitos: todos, retidão e adoção.
                Nesse ponto é importante compreender três conceitos.
                Todos. Como o Senhor "convida todos a virem a ele e a participarem de sua bondade; e não repudia quem quer que o procure, negro e branco, escravo e livre, homem e mulher; e lembra-se dos pagãos; e todos são iguais perante Deus, tanto judeus como gentios" (2 Néfi 26:33, itálico adicionado) deseja salvar todos. Esse foi, afinal, o propósito da Expiação: "E ele [Cristo] vem ao mundo para salvar todos os homens, se eles derem ouvidos a sua voz; pois eis que ele sofre as dores dos homens, sim, as dores de toda criatura vivente, tanto homens como mulheres e crianças, que pertencem à família de Adão. E ele sofre isto para que todos os homens ressuscitem, para que todos compareçam diante dele no grande dia do julgamento. E ordena a todos os homens que se arrependam e sejam batizados em seu nome, tendo perfeita fé no Santo de Israel, pois do contrário não poderão ser salvos no reino de Deus. E se não se arrependerem, não acreditarem em seu nome, não forem batizados em seu nome nem perseverarem até o fim, serão condenados, pois o Senhor Deus, o Santo de Israel, disse-o." (2 Néfi 9:21-24, itálicos adicionados). O Senhor quer todos, e não uns poucos.
                Em Apocalipse 7:9-15, João viu uma multidão de santificados. Essa multidão de eleitos "ninguém a podia contar" devido a seu grande número. Tal fato destrói todo argumento pessimista que Deus salvará apenas uns poucos homens em seu reino. E acaba com a errônea ideia deque há apenas uma estirpe eleita para salvação, porque a multidão que João viu era composta de homens e mulheres, de todas as nações, tribos, povos e línguas."
                É verdade que nas dispensações do passado o proselitismo era bem restrito (pelo que lemos). Mas Quando Cristo veio a Terra deixou o claro mandamento: "Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado" (Marcos 16:15-16). O Senhor permitiu que as bênçãos plenas fossem estendidas ao gentios na época de Pedro (Atos 10), e a todos os homens em nossa época (ver Declaração Oficial 2). A salvação esta ao alcance de todos.
                Retidão. As condições da salvação no Reino Celestial - da eleição, portanto - são simples: viver de toda palavra que provém da boca de Deus. O Senhor ordenou-nos que guardássemos seus mandamentos. Ele explicou quais eram esse mandamentos: "Acontecerá que aquele que se arrepender e for batizado em meu nome será satisfeito; e, se perseverar até o fim, eis que eu o terei por inocente perante meu Pai no dia em que eu me levantar para julgar o mundo. E aquele que não perseverar até o fim será cortado e lançado no fogo, de onde não mais voltará, em virtude da justiça do Pai. E esta é a palavra que ele deu aos filhos dos homens. E por esta razão ele cumpre as palavras que proferiu; e não mente, mas cumpre todas as suas palavras. E nada que seja imundo pode entrar em seu reino; portanto, nada entra em seu descanso, a não ser aqueles que tenham lavado suas vestes em meu sangue, por causa de sua fé e do arrependimento de todos os seus pecados e de sua fidelidade até o fim. Ora, este é o mandamento: Arrependei-vos todos vós, confins da terra; vinde a mim e sede batizados em meu nome, a fim de que sejais santificados, recebendo o Espírito Santo, para comparecerdes sem mancha perante mim no último dia. Em verdade, em verdade vos digo que este é o meu evangelho; e sabeis o que deveis fazer em minha igreja; pois as obras que me vistes fazer, essas também fareis; porque aquilo que me vistes fazer, isso fareis; Portanto, se fizerdes essas coisas, bem-aventurados sois, porque sereis levantados no último dia." (3 Néfi 27:16-22).
                Se formos retos seremos contatos com o povo Dele, mas se não formos retos, não sermos contados. Néfi foi quem melhor explicou isso: "Pois eis que vos digo que todos os gentios que se arrependerem são o povo do convênio do Senhor; e todos os judeus que não se arrependerem serão lançados fora, porque o Senhor não faz convênios a não ser com os que se arrependem e acreditam em seu Filho, que é o Santo de Israel." (2 Néfi 30:2). Assim, se o povo de Israel pecar, será destituído.
                Adoção. Aqueles que não são descendentes de Abraão, ainda sim são filhos de Deus. Para que sejam merecedores das bênçãos do evangelho e venham a ser exaltados precisam guardar os mandamentos. O GEE explica no verbete "Adoção": "A pessoa que não é da linhagem israelita torna-se membro da família de Abraão e da casa de Israel tendo fé em Jesus Cristo, arrependendo-se, sendo batizada por imersão e recebendo o Espírito Santo (2 Né. 31:17–18; D&C 84:73–74; Abr. 2:6, 11)."
                Aprendemos que quando uma pessoa que não é descente de Abraão se batiza é como se seu próprio sangue mudasse - e ela se torna coligada a Israel e herdeira das promessas de salvação da Casa de Abraão.
                Os descendentes literais de Abraão precisam guardar os mandamentos. Sua ascendência peculiar de nada lhes servirá se suas obras forem más. Isso deixou claro João Batista ao confrontar os orgulhosos fariseus (Mateus 3:9).

A Dispersão e a Coligação de Israel
                Quando Israel saiu do Egito, por intermédio do profeta Moisés e adentrou na Terra Prometida, com Josué - as tribos receberam porções especificas de herança. O mapa ao lado demonstra as fronteiras de cada tribo. Com o passar dos anos, devido a iniquidade, os israelitas se dividiram em dois reinos: o Reino do Norte (que passou a ser chamado Israel ou Efraim) e o Reino do Sul (que foi chamado de Judá, por que era a principal tribo). Vários homens e mulheres do Reino do Norte migraram para o Reino do Sul, porque o Reino do Norte entrou em declínio espiritual (II Crônicas 11:12-17, 15:9). O Reino de Israel acabou sendo destruído e 10 tribos foram levadas cativas para o norte. Elas se tornaram perdidas.
                Como bem lembrou Neemias, Moisés havia profetizado: "Se vós transgredirdes, eu vos espalharei por entre os povos" (Neemias 1:8, ver também Deuteronômios 28:25, 37 e 64).O Senhor sacudiu a Casa de Israel entre todas as nações (Amós 9:9).
                O GEE informa: "O Senhor dispersou e fez padecer as doze tribos de Israel, em virtude de sua iniquidade e rebeldia. Entretanto o Senhor também usou esta dispersão do povo escolhido entre as nações de todo o mundo para abençoar essas nações." (Israel - Dispersão de Israel). Lá também é explicado: "A casa de Israel será coligada nos últimos dias, antes da vinda de Cristo. O Senhor reúne os de seu povo, Israel, quando estes o aceitam e guardam os seus mandamentos" (Israel - Coligação de Israel).
                A obra missionária é a obra de coligação. Quando um converso aceita o batismo aceita entrar na família de Abraão e receber às bênçãos de Abraão. No momento do batismo esse converso ratifica sua descendência ou é adotado à família de Abraão, e portanto, é Coligado. O converso também é reconhecido como herdeiro de uma das tribos de Israel. Normalmente é através de uma bênção patriarcal (ver GEE "Benção Patriarcal) que a linhagem é revelada.
                Cada tribo possui bênçãos e deveres comuns e específicos. Os comuns são: guardar os mandamentos, e os específicos são revelados nas escrituras (talvez esse artigo seja de interesse: http://lucasmormon.blogspot.com.br/2012/03/as-tribos-de-israel.html), bênçãos patriarcais e por revelação pessoal. Sabemos que Efraim e Manassés possuem um papel importante nos últimos dias. A eles cabe pregar o evangelho e liderar a Coligação de Israel, primeiro entre os gentios, depois entre os judeus. Mais sobre esse assunto poderá ser tratado adiante. Para não me alongar passemos ao cerne da questão: o casamento entre as tribos.
                O Manual do Aluno do Instituto do Curso do Velho Testamento (Curso 301) possui uma ótima citação, a qual reproduzo: "Ao iniciar o estudo da expansão da linha do convênio, lembre-se de uma coisa. Muitas vezes temos a tendência de generalizar o conceito do que significa um povo do convênio e da herança religiosa recebida por certos grupos de pessoas . Por exemplo, nossa tendência é pensar que os árabes são descendentes de Ismael e Esaú , os judeus descendentes de Judá, os índios americanos e do Pacífico Sul descendentes de Lamã, e assim por diante . De certa forma tais declarações são verdadeiras, porém , através de séculos de casamentos inter-raciais e de conversão ao convênio , a " linhagem sanguínea pura" (um termo impossível de corresponder à realidade) dos diversos ancestrais misturou-se amplamente. Sem dúvida, durante um período de cerca de quatro mil anos, os descendentes de Isaque contraíram matrimônio com os descendentes de Ismael e de outras raças da linhagem de Abraão . Temos conhecimento de que, depois que as dez tribos foram levadas ao cativeiro ,o termo judeu foi usado num sentido nacionalista (com o significado de ser um membro do reino de Judá) e não apenas no sentido tribal (com a conotação de ser um descendente de Judá, filho de Jacó) . Por conseguinte, Leí, que era da tribo de Manassés (Alma 1 0:3), e Ismael e suas filhas , que eram de Efraim, eram judeus, isto é, viviam em Judá.
                No Livro de Mórmon, o termo lamanita é usado no sentido espiritual (significando alguém que apostatou da verdade), bem como para designar os descendentes de Lamã (4 Néfi 1 :38). Um exemplo mais recente de miscigenação sanguínea ocorreu na época em que uma nação inteira, no oitavo século D. C., se converteu ao judaísmo . A maior parte do reino dos khazars, no que conhecemos como Rússia, adotou a religião judaica (veja Encyclopedia Judaica, verbete "Khazars " , Vol . X, pp . 944-47). Muitos judeus modernos da Europa, traçam sua linhagem até os khazars, que antes de 740 D. C. eram gentios .
                Os negros africanos da Etiópia afirmam ser descendentes de Davi , devido ao casamento do rei Salomão com a rainha de Sabá (veja I Reis 10:1-1 3; Encydopedia Judaica, verbete "Etiópia" , VaI. V I , p . 943). Assim sendo, é provável que o sangue de Israel tenha-se espalhado até mesmo pela África.
                Embora hoje em dia existam grupos raciais que poderiam ser considerados predominantemente membros da casa de Israel, ou gentios, é quase certo que o sangue dessas duas linhas possa ser encontrado na maioria dos povos da terra. O mais importante é que o fato de se pertencer ao povo de Israel , ou de ser uma pessoa do convênio, envolve tanto a fidelidade como a linhagem sanguínea. Portanto , como Néfi declarou, são o arrependimento e fé no Unigênito de Israel que determinam se o indivíduo pertence ao convênio (2 Néfi 30:2), um conceito que também foi ensinado por Paulo (Romanos 2:28-29). Em outras palavras, embora a linhagem sanguínea seja um fator significativo, em um indivíduo, a fidelidade ou a falta dela, é o que realmente conta." ("O Convênio continua com Isaque e Jacó", pg. 81)

A Israel Primitiva
                Na Antiga Israel Moisés não proibiu o casamento de um homem que pertencesse a uma tribo com uma mulher que pertencesse a outro, mas criou uma legislação que não o incentivava (Números 36). Isso aconteceu especialmente por razões possessórias. Diferente era o caso de casamentos com pessoas não-israelitas - esse era proibido por questões espirituais (Deuteronômios 7:3-4).
                Explicando sobre Números 36, capítulo que fala sobre o casamento entre as tribos o Manual do Aluno do Instituto do Curso do Velho Testamento (Curso 301), na página 211, diz: "Aqui Moisés trata de um problema prático com que Israel se defrontaria ao iniciar a conquista de Canaã. Tão logo fosse determinada a divisão da terra segundo as tribos, as famílias de cada uma delas deveriam obter uma terra de herança. Se fosse concedido um pedaço de terra a uma mulher solteira, e ela se casasse com um membro de outra tribo, o que provavelmente era bastante comum, então a sua propriedade também passaria a ser de seu marido. Desse modo, outra tribo obteria um pedaço da terra designada pelo Senhor e Moisés à tribo original. Tal situação não ocorreria quando os homens se casassem fora de suas tribos, pois a propriedade ainda permaneceria com a mesma tribo. Moisés e os anciãos previram os problemas potenciais que surgiriam , e criaram uma legislação estabelecendo que as terras de herança não poderiam passar de uma tribo para outra."
                Mais adiante na História de Israel vemos que os israelitas se misturam bastante. Dois exemplos: (1) os filhos de Leí (descendentes de Manassés) casaram-se com as filhas de Ismael (descendentes de Manassés); (2) os filhos de Elimeleque  e Noemi, que eram judeus, casaram-se com Rute e Orfa - moabitas (Rute 1:2-4).
                Devido a um desentendimento (narrado em Juízes 20), as tribos de Israel evitaram casar-se com os descendentes de Benjamim. Essa proibição caiu por terra em 15 de Av de 2487 (na contagem judia). Essa data é comemorada até hoje entre os judeus como se fosse um "dia dos namorados" - embora essa não seja a melhor expressão, pois nesse dia também são lembrados outros episódios de Israel (como a destruição do Templo).

A Israel Moderna e no Milênio
                A Israel de hoje consiste em um povo que preparará o Reino do Messias. Quando Cristo voltar a pedra que esta rolando, vista por Daniel, encherá toda a Terra. Israel será estabelecida não só na Palestina, mas em toda a Terra. Assim, cada tribo será distribuída no mundo inteiro.
                A Coligação espiritual prossegue sem necessidade de uma coligação física em um único lugar. O mandamento de "estender bem as tuas estacas" (Isaías 54:2) esta em vigor - e a Terra inteira será abençoada com representantes da Casa de Israel. No final a Terra inteira será um Reino Celestial (GEE "Terra") - e a herança dos eleitos.

Porque somos adotados ou reconhecidos em uma tribo especifica de Israel?
                Como já falei recebemos certas responsabilidades e certos privilégios ao adentrarmos em uma tribo da Casa de Israel. A maioria dos membros da Igreja hoje são descendentes de Efraim e Manassés  - ou são adotados a uma dessas duas tribos. Isso porque Efraim recebeu a responsabilidade de conduzir ou presidir a Coligação em ambos os lados do véu.
                Efraim recebeu a primogenitura de Israel (I Crôn. 5:1–2; Jer. 31:9). Nos últimos dias essa tribo tem o privilégio e responsabilidade de portar o sacerdócio, levar ao mundo a mensagem do evangelho restaurado e levantar um estandarte a fim de reunir a Israel dispersa (Isa. 11:12–13; 2 Né. 21:12–13). Os filhos de Efraim coroarão de glória os que retornarem dos países do norte nos últimos dias (D&C 133:26–34).Manassés ajudará neste trabalho.
                Encontrar pessoas de outras tribos é raro. Esse é um dos motivos porque as escrituras que dispomos falam mais de Efraim e Manassés - e de sua missão de coligar e construir Sião.
                Se um membro da Igreja pertencer a outra tribo que não seja Efraim e Manassés possui a responsabilidade de, obedecendo Efraim (que estará sempre a testa nesta dispensação) ajudar na coligação de Israel.
                Outras bênçãos especificas são compreendidas, como já falei, por revelação pessoal.

Respondendo a questão.
                Falei tudo isso para responder a uma questão tão curta! Pois é, o contexto era importante. Agora permita-me resumir:
1- Deus ama seus filhos e quer abençoá-los
2- Ele escolheu um povo para derramar suas preciosas bênçãos
3- Esse povo precisa ser fiel, e ajudar outros povos a receberem as mesmas bênçãos
4- O povo escolhido é a descendência de Abraão, através de Isaque e Jacó
5- Jacó teve 12 filhos, as 12 tribos de Israel
6- Quando uma pessoa aceita o evangelho e se batiza passa a fazer parte da família de Abraão - e é adotada ou reconhecida como membro de uma das tribos de Israel.
7- Descobrimos qual tribo pertencemos quando recebemos nossa bênção patriarcal
8- Pertencer a uma tribo significa ter direito a certas bênçãos e receber certas responsabilidades.
                Agora a resposta: Como a questão do casamento era uma regra pontual e especifica da Israel Antiga, essa regra não prevalece hoje (primeiro, porque Israel esta dispersa e não coligada como na antiguidade -e nem restrita a Palestina; segundo, a lei de Moisés foi cumprida no Meridiano dos Tempos).
                Como, no Milênio herdaremos (ou seja, nós, os filhos de Abraão) toda a Terra, não há de se falar em legislação territorial para o casamento entre as tribos. Além disso, sentimentos mesquinhos e de superioridade racial ou tribal não estarão presentes no Milênio, pelo que se faz desnecessário uma regulamentação como existia na lei mosaica.
                A tribo de seu marido é a tribo do seu marido - e ele receberá promessas e bênçãos da tribo a qual pertence. Se a sua tribo for diversa, você receberá deveres e direitos de sua respectiva tribo - a fim de cumprir seu papel na mortalidade.
                Meu pai é de Manassés, minha mãe de Efraim. É razoável que minha mãe deixe de ser efraimita para ser "transferida" para Manassés, por ter escolhido se casar com meu pai? E se ela se cassasse com outro homem da mesma tribo - Efraim? Então não haveria problema? Mas há algum problema afinal? Estamos nós nos tempos de Moisés? Vivemos nos na Palestina? Estamos coligados em um único lugar e recebemos nossa propriedade como herança perpétua na terra da Promissão?
                Minha mãe entrou (seja por adoção ou não) para Efraim quando foi batizada - e o Patriarca, algum tempo depois, lhe abençoou. Nessa ocasião ele, o Patriarca, reconheceu e declarou qual tribo minha mãe já fora adotada. Uma mudança na tribo só seria possível, no meu entendimento, por uma nova ordenança do evangelho. Alguns pensam que o casamento no Templo é essa ordenança. Mas não conheço escritura ou revelação que sustente tal tese. O casamento no templo não tem o condão de alterar a tribo.
                Acredito que recebemos certos deveres e talentos segundo a presciência de Deus que não serão alterados a menos que haja iniquidade. Ademais, uma bênção dada (e adentrar numa tribo de Israel é uma grande bênção) não pode ser revogada - salvo se for por iniquidade.Isso esta de acordo com a Justiça de Deus (D&C 130:20-21).
                A Casa de Deus é uma casa de ordem (D&C 88:119). Quando um patriarca declara a tribo, a pessoa é reconhecida como parte daquela tribo e não perde tal privilégio (salvo se pecar gravemente). Enquanto estivermos na Terra "temos uma obra a executar" (Morôni 9:6), e por isso mesmo precisamos das responsabilidades e direitos de uma tribo especifica. Mas quando nosso trabalho cessar o mesmo não será verdade.
                Evidentemente quando formos exaltados seremos todos participantes do dom celestial e as distinções (inclusive tribais) cessarão. Na realidade isso acontecerá quando Sião for plenamente estabelecida (4 Néfi 1:3).
                Tem também outra coisa: ao ressuscitarmos o sangue deixará de existir, e consequentemente nossa ligação sanguínea, mesmo a ligação por adoção a alguma tribo, cessará. Resistirão, porém, os convênios e os laços familiares selados no Templo pelo Santo Espírito da Promessa. Uma linha de eleitos de Adão até o último homem justo será formada e uma corrente familiar será estabelecida. Todos serão como o Pai - e herdarão tudo o que Ele possui.
                No Reino Celestial - e a propósito, no Casamento Celestial - homem e mulher são sempre iguais, ou em outras palavra, homem e mulher terão deixado sua ascendência mortal e serão "ambos uma só carne" (Gênesis 2:24).

                Finalmente: os eleitos são eleitos, não importando as tribos a qual pertencem enquanto vivem no breve período mortal; os eleitos são eleitos, não importando as diversidades de ministério e as diferentes responsabilidades na Vinha do Senhor que recebam nesta vida; os eleitos são eleitos - e continuarão a sê-lo mesmo que membros próximos de sua própria família sejam de tribos diferentes - porque isso no final não importará (é algo que importa para este tempo, sob certas circunstâncias que comentei).
                Assim a resposta a pergunta - "quando eu, mulher da Igreja, me casar - serei adotada à tribo de meu marido independentemente de pertencer já a outra tribo de Israel?" - é NÃO.

5 de fev. de 2012

Afinal, há uma pessoa eleita para casar-se comigo? Há alguém ideal preordenado para mim?

                Antes de dizer sim, não ou talvez é adequado verificar nas escrituras e nos ensinamentos dos profetas algo sobre o tema.
                Adão e Eva foram chamados para tornarem-se os primeiros pais da raça humana. Adão, portanto, foi preordenado a casar-se com Eva - e Eva, respectivamente, foi preordenada a casar-se com Adão! Então há um caso nas escrituras em que há um "eleito" para o casamento. Mas há outros casos também semelhantes. Por exemplo: Ester. Ela foi preordenada a salvar seu povo (Ester 4:14). E como ela salvaria seu povo? Casando-se com Assuero e interpondo-se entre um decreto e seus povo.
                A família de Leí precisava ir à Terra prometida - mas não sozinhos. A família de Ismael foi junto - e as filhas de Ismael casaram-se com os filhos de Leí e Zorã. Se não acontecesse isso não haveria Livro de Mórmon, de certo modo, portanto, os casamentos foram pré-determinados. E há outros casos, mas não muitos, pelo que tenho lido. O que me permite concluir que o conceito de ter um "futuro cônjuge eleito" é uma exceção e não uma regra.
                Apenas em casos muito peculiares e especiais Deus predetermina casamentos. E mesmo nesses casos há respeito ao arbítrio - porque Deus não compele ninguém a fazer uma escolha - ainda mais uma escolha tão importante quanto o casamento.
                Para encerrar o assunto eis uma excelente declaração do Presidente Dieter F. Uchtdorf: "Sei que isso pode ser uma decepção para alguns de vocês, mas não acredito que haja somente uma pessoa ideal para vocês. Acho que me apaixonei por minha esposa, Harriet, desde a primeira vez que a vi. Mesmo assim, se ela tivesse decidido se casar com outro, acredito que eu teria conhecido outra pessoa e me apaixonado por ela.  Sinto-me eternamente grato por isso não ter acontecido, mas não creio que ela fosse minha única chance de felicidade nesta vida, nem eu tampouco para ela."
                Ele também aconselhou: "Há pessoas que não se casam porque sentem que falta uma certa “magia” no relacionamento. Suponho que ao dizerem “magia”, refiram-se à centelha da atração. Apaixonar-se é um sentimento maravilhoso, e eu jamais os aconselharia a casar com alguém que não amem. No entanto — e isso é outra coisa que às vezes é difícil de aceitar — essa centelha de magia precisa ser constantemente cultivada. Quando a magia perdura num relacionamento é porque o casal fez com que isso acontecesse, e não porque ela surgiu misticamente por meio de alguma força cósmica.
                Falando com franqueza, chega a dar trabalho. Para que qualquer relacionamento sobreviva, os dois lados precisam trazer consigo sua própria magia e usá-la para manter o amor. Embora eu já tenha dito que não acredito em uma alma gêmea única e exclusiva, sei o seguinte: depois que você se compromete a casar, seu cônjuge se torna sua alma gêmea, e é seu dever e responsabilidade esforçar-se todos os dias para manter as coisas assim. Depois que assumimos o compromisso, a busca por uma alma gêmea chega ao fim. Nossos pensamentos e ações deixam de ser de procurar e passam a ser de criar.
                Mas e os que perdem a esperança de encontrar um companheiro eterno? Em primeiro lugar, não desistam. Participem das atividades, conheçam pessoas e façam tudo o que puderem. Sei que sair com alguém pode ser penoso. Rejeição é uma das coisas mais dolorosas que podemos sentir. Podem acreditar, sei como é. Eu me apaixonei pela Harriet muito antes de ela se apaixonar por mim.
                Mas isso não me impediu de agir, de modo algum. Encontrei maneiras de estar no mesmo lugar em que ela estava. Quando eu distribuía o sacramento na Igreja, eu dava um jeito de levá-lo para a família dela. Fazia tudo o que podia para impressioná-la, mas acho que ela me considerava um pouquinho imaturo. A centelha simplesmente não existia para ela. Cheguei a perder a esperança de convencê-la de que poderíamos ser algo mais do que amigos.
                Então, fui embora, alistei-me na força aérea e viajei para o outro lado do mundo para fazer um curso de piloto nos Estados Unidos.  Foi só quando voltei para a Alemanha, depois de terminar meu treinamento como piloto de caça — vários anos depois de tê-la conhecido — que aquela bela jovem olhou para mim e disse as palavras mágicas que eu tanto ansiara por ouvir: “Você amadureceu desde a última vez que o vi”. Agi rapidamente depois disso, e em poucos meses casei-me com a mulher que eu  já amava havia tanto, tanto tempo.
                Portanto, não desistam, irmãos e irmãs.  Só por terem sido rejeitados uma ou duas vezes, ou três ou quatro, ou algumas centenas de vezes, não percam a esperança. Irmãos, o segredo para encontrar a garota de seus sonhos é procurar conhecer muitas moças e, quando se apaixonarem e sentirem que é a coisa certa, pedi-la em casamento. Se ela disser que não, continue a procurar e a orar até finalmente levar a jovem certa para o altar do templo. Simplesmente não desistam."

5 de out. de 2010

Quem nós julgará no último dia? Como será o julgamento final? Como podemos nos preparar?

O Pai deu ao Filho todo Juízo (João 5:22). Cristo é o Juiz dos vivos e dos mortos (Atos 10:42 e Moises 6:57). Ele julgará todas as nações no grande e último dia (Isaías 2:4). Entretanto, chamará outros para o ajudarem neste trabalho. Os Doze apóstolos que ele escolheu, com exceção de Judas Iscariotes, que o traiu (outro foi colocado em seu lugar) julgarão toda Casa de Israel (Mateus 19:28, Lucas 22:30, D&C 29:12). Os Doze apóstolos nefitas serão julgados pelos Doze de Jerusalém, entretanto eles julgarão os descendentes de Leí (1 Néfi 12:9-10, Mórmon 3:18-19). Os Doze apóstolos de nossa época nos julgarão. Os detalhes desse grande julgamento não nós foi revelado.

Sabemos que esses líderes que nos julgarão usarão o Livro de Vida (D&C 128:7) – registro mantido nos céus, que possui todas as boas e más obras, bons e maus desejos, pensamentos de luz e trevas, oportunidades aproveitadas ou negligenciadas, injustiças cometidas ou recebidas, e palavras de amor ou de ódio de uma pessoa. A palavra “livro” foi usada nas escrituras, pois é a melhor palavra para descrever esse tipo de registro. Todavia, certamente este relato, que é perfeito e que contém todos os detalhes da vida e suas circunstancias, é mais que um calhamaço de papéis onde os anjos escrevem com uma pena. É mais potente que o melhor dos computadores que o homem pode criar. Imagino que se pudéssemos ler esse livro teríamos uma perfeita noção do que aconteceu em dado momento, veríamos os fatos de um episodio pelos olhos da pessoa que esta sendo julgada, veríamos suas intenções e seu propósito, veríamos as outras pessoas daquela situação e suas intenções, poderíamos ver as coisas invisíveis ao olho natural, como os espíritos de luz e trevas, teríamos um perfeita noção da capacidade, criação e entendimento daquela pessoa.
Cristo não é só o juiz, mas também nosso advogado junto ao Pai (D&C 45:3). Ele só será o advogado daqueles que exercerem fé me Seu nome, se arrependerem se seus pecados, forem batizados, receberem o dom do Espírito Santo e perseverarem até o fim, ou daquele que morreram como criancinhas e dos que não tiveram oportunidade de conhecer a verdade do evangelho. Aqueles que não forem fieis serão riscados do Livro da Vida (Apocalipse 20:15).
Outros registros serão também usados no julgamento (Apocalipse 20:12). Os livros da Terra serão levados como prova dos atos realizados na provação. Entre esses livros encontramos os diários pessoais, as placas de escrituras, os registros da Igreja e todo relato feito pelos homens bons e maus.
Nossa mente armazena nossa história, bem como nosso espírito. Tais livros – o livro de nossa mente e espírito – serão abertos no último dia. Além de tudo isso, Cristo pode convocar testemunhas para depor contra ou a favor de alguém (Morôni 10:27).

É importante lembrarmos que chegará o dia que teremos que prestar contas neste Grande Julgamento Final. Essa lembrança nós faz viver da maneira que devemos viver, conscientes de nosso dever para com Deus. Não obstante, a prestação de contas não precisa acontecer apenas no Grande e Último Dia e o resultado do julgamento não precisa esperar até o Grande e Último Dia (Pregar Meu Evangelho pg. 161).
Alguns homens adquiriram a certeza de que teriam exaltação. Na realidade adquiriram uma condição de seres exaltados na mortalidade (Mórmon 2:19). Eles confirmaram o seu Chamado e Eleição (GEE “Vocação e eleição”). Outros adquiriam uma condição de filhos da perdição, o que significa que não tem nenhuma opção de salvação (Moisés 5:24). Em outras palavras podemos definir agora qual será o resultado do julgamento. Tanto Caim como Mórmon serão ainda julgados no Grande e Último Dia. Entretanto, foi enquanto estavam na carne, isto é, na mortalidade, que souberam o resultado de seu julgamento final.
O que quero deixar claro é que nós podemos adiantar o resultado julgamento final. Na verdade somos incentivados a fazê-lo (II Pedro 1). Quando recebemos a palavra mais segura de profecia teremos certeza de nossa exaltação (D&C 132:5), sendo santificados pelo sangue (Moisés 1:60). Todavia é possível que um homem caia da graça e aparte-se do Deus vivo e torne-se servo do diabo (D&C 20:32). Aquele resultado então é revogado pelo Santo Espírito da Promessa e a pessoa é condenada as Trevas.

A melhor forma de se preparar para o julgamento final é guardando os mandamentos. O Salvador ensinou:
“Quando, pois vier o Filho do homem na sua glória, e todos os anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória; e diante dele serão reunidas todas as nações; e ele separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos; e porá as ovelhas à sua direita, mas os cabritos à esquerda.
Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai. Possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo; porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me acolhestes; estava nu, e me vestistes; adoeci, e me visitastes; estava na prisão e fostes ver-me.
Então os justos lhe perguntarão: Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? ou com sede, e te demos de beber? Quando te vimos forasteiro, e te acolhemos? ou nu, e te vestimos? Quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos visitar-te?
E responder-lhes-á o Rei: Em verdade vos digo que, sempre que o fizestes a um destes meus irmãos, mesmo dos mais pequeninos, a mim o fizestes.
Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o Diabo e seus anjos; porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber; era forasteiro, e não me acolhestes; estava nu, e não me vestistes; enfermo, e na prisão, e não me visitastes.
Então também estes perguntarão: Senhor, quando te vimos com fome, ou com sede, ou forasteiro, ou nu, ou enfermo, ou na prisão, e não te servimos? Ao que lhes responderá: Em verdade vos digo que, sempre que o deixaste de fazer a um destes mais pequeninos, deixastes de o fazer a mim. E irão eles para o castigo eterno, mas os justos para a vida eterna. (Mateus 25:31-46)

Que possamos lembrar sempre daquele “glorioso dia, quando a justiça será administrada aos justos”(2 Néfi 9:46) e “a misericórdia [ser-nos-á] restituída novamente; a justiça [ser-nos-á] restituída novamente; um julgamento justo [ser-nos-á] restituído novamente; e novamente [seremos] recompensado com o bem” (Alma 41:14). Que prestemos contas diariamente a Deus em oração, arrependendo-nos e nos santificando, porque diz virá em que estaremos diante do Grande Jeová – e será um dia terrível para os iníquos e glorioso para os juntos. Que nos lembremos desse dia e vivamos como Deus espera.
Ver também “Princípios do Evangelho” pg. 279 e “Juízo Final” GEE.