Obrigado pelos comentários. Eles acrescentaram muito ao que escrevi. Quanto à decisão de cada um de votar em branco ou a de votar nulo, minha opinião é que cada pessoal que goza do sufrágio universal (direito de votar e de ser votado) deva exercer com responsabilidade seus direitos, votando da maneira que quiserem, em quem quiserem, ou votando em branco, ou anulando seu voto.
Só quero esclarecer que da mesma forma que há diferentes tipos de ministério, mas o Senhor é o mesmo (1 Coríntios 12:5), há diferentes tipos de governo secular sob a bênção de Deus. Devemos lembrar que a diversidade faz parte da Criação (Gênesis 1). Embora busquemos a unidade com Deus – pensarmos, agirmos e tornarmo-nos como Ele – devemos lembrar que ser como Deus não significa excluir o conjunto de peculiaridades, características e dons diversos que cada um têm. A perfeição respeita a diversidade. Evidentemente essa diversidade se dá sob os mesmos princípios, valores e leis divinas.
Somos diferentes e isso é divino! Quem teve dois presidentes de Estaca, ou dois presidentes de missão notou que ambos pensavam de modo diferente, agiam de modo diferente, mas buscavam o mesmo Deus e realizavam o mesmo: trazeiam pessoas a Cristo. Eles realizaram muito, de diferentes maneiras. Assim, irmãos, penso não ser apropriado deixar a decisão do voto somente nas mãos de Deus e anular nossa responsabilidade. Devemos, como falei anteriormente, analisar bem a questão usando todos os meios lícitos que nos forem possíveis (levando a questão política muito a sério), orar a Deus para que tenhamos revelação neste empenho, e então votar. É possível (na verdade, é muito possível) que Deus (assim como sua Igreja) seja neutro com relação ao voto que daremos. Isso se dá por que Ele confia em nossa decisão, em nosso arbítrio. Creio do fundo do coração, que se fizermos tudo que esta ao nosso alcance para escolhermos bem, e depois orarmos com real intenção, ele NÃO nos permitirá escolher candidatos que trarão más conseqüências ao povo de Deus. Todavia, não acho que ele se envolverá ativamente, dando pareceres para um ou outro candidato.
Votar nulo é uma manifestação possível e estou muito inclinado a assim proceder, porque penso o mesmo que meus amigos que postaram seus comentários (da postagem anterior) e porque ainda não defini se votarei em alguém. Também estou ansioso para o milênio, como a Isabela disse. Acho que não precisaremos votar nulo na era milenar!
Para finalizar, desejo deixar claro que a opinião sobre em quem votar (ou em quem não votar) é pessoal. É semelhante a outras escolhas pessoais: com quem devo casar, ou qual profissão devo escolher. Embora muitas decisões o Senhor se envolva (principalmente nas questões que afetam a eternidade), é bem provável que ele não tem um candidato favorito e que não deseja ardentemente o voto nulo. Temos inteira responsabilidade por nosso sufrágio e prestaremos conta por ele. Mas uma questão pessoal, no fundo, deve ser resolvida por nós mesmos e não por terceiros, mesmo que esse terceiro seja Deus – claro, com a bênção, proteção e inspiração de Deus, que sempre esta disposto a nos guiar.
Sendo redundante, mas apenas para não correr o risco de ser mal compreendido, esclareço com a citação do élder Oaks:
“[Uma pessoa pode ter] o forte desejo de ser conduzida pelo Espírito do Senhor
Mas(...) insensatamente estender esse desejo ao ponto de desejar ser conduzida
em todas as coisas. O desejo de ser conduzido pelo Senhor é um ponto forte,
mas precisa ser acompanhado do entendimento de que nosso Pai Celestial deixa
muitas decisões para nossa própria escolha pessoal. As decisões pessoais são
uma das fontes de crescimento pelas quais precisamos passar na mortalidade.
As pessoas que tentam passar todas as decisões para o Senhor e pedem revelação
em todas as suas escolhas logo se encontrarão em uma situação na qual irão orar
por orientação e não a receberão. Por exemplo: É provável que aconteçam inúmeras
situações em que as escolhas sejam triviais ou qualquer escolha seja aceitável.
Devemos estudar as coisas em nossa mente, usando o poder de raciocínio que o
Senhor colocou dentro de nós. Depois disso, devemos orar por orientação e agir
de acordo com o que recebermos. Se não recebermos orientação, devemos agir
de acordo com o que julgarmos ser melhor. As pessoas que insistem em buscar
orientação por revelação nos assuntos que o Senhor não decidiu dirigir-nos pode
criar uma resposta a partir de suas próprias fantasias ou preconceitos, ou até
receber resposta por meio de revelação falsa”. (“Nossos Pontos Positivos Podem
Causar Nossa Ruína”, A Liahona, maio de 1995, pp. 13–14)
Além disso irmãos, Deus esta no controle de todas as coisas. Um país maravilhoso como o Brasil, segundo os líderes da Igreja, onde o evangelho é tão bem recebido, será um potência mundial (e já esta se tornando). Não creio que o frágio e débio braço da carne consiga impedir as bênçãos de Deus para o Brasil. Em outras palavras, seja Dilma, seja Serra, seja Marina, seja Plínio, ou não seja nenhum desses - o Brasil prosperará! Isso não é desculpa para votar em qulaquer um ou deixar de analizar as questões politicas.
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20 de set. de 2010
18 de set. de 2010
As multidões estão sempre certas?
Um amigo me falou que a voz do povo é a voz de Deus. No presente momento do Brasil, encontramo-nos em época de eleições. Por isso a conclusão desse amigo é que um certo candidato que tem, segundo as pesquisas, maior intenção de voto para presidência, é o melhor preparado. Ele usou a seguinte escritura a seu favor:
“Ora, não é comum a voz do povo desejar algo contrário ao que é direito; mas é comum a minoria do povo desejar o que não é direito; portanto observareis e tereis isto por lei---resolver vossos negócios de acordo com a voz do povo. (Mosias 29:26)
A escritura é verdadeira. Entretanto a consideração deste amigo foi um equivoco. Devemos aplicar a escritura as situações de nossa vida, mas não podemos tirar um versículo de seu contexto e defender um ponto de vista. Isto é insensatez. Afinal, qualquer teoria e opinião pode ser defendida com as escrituras. Satanás usa escrituras mescladas com mentiras para enganar os homens.
Aquele meu amigo esqueceu do versículo seguinte de Mosias 29:
“E, se chegar o tempo em que a voz do povo escolher iniqüidade, então os julgamentos de Deus recairão sobre vós; sim, então será o tempo em que ele vos visitará com grande destruição, assim como tem, até agora, visitado esta terra.”
O Rei Mosias, um santo profeta, estava falando a seu povo, e não ao povo brasileiro. Verdade é que o principio ensinado pode ser aplicado a nós. As maiorias tendem a desejar o que é melhor para o povo. Mas, como esse profeta explicou, podem haver ocasiões em que a voz do povo quer iniqüidade – a maioria quer iniqüidade, porque se afastaram de Deus.
Foram as multidões que crucificaram o Filho de Deus. Foram as multidões que assassinaram Joseph Smith. Leí viu uma multidão no grande e espaço edifício que representava o mundo iníquo (1 Néfi 8, 11). As multidões desse mundo gemem sob o peso do pecado – e se não fosse pela oração dos justos, tal como Amonia, seriam destruídos (Alma 10:22). Os servos de Deus sempre foram, e até Cristo voltar, sempre serão, a minoria (1 Néfi14:12).
Agora, dizer que só porque nas pesquisas um candidato tem mais pontos e por isso é o candidato melhor preparado, visto que a voz do povo é a voz de Deus, e que tal doutrina esta nas escrituras, é absurdo, como demonstrei.
Para votarmos devemos considerar mais do que a opinião popular. Assim como para definirmos valores e acharmos princípios. Ouvir a voz das multidões fará com que uma pessoa seja levada pelo vento de uma para outra parte, até ser destruída moralmente e espiritualmente. Usemos os poderes de raciocino e observação. Levantemos dados e analisemos. Sejamos atentos para os comentários, debates, propostas, pesquisas, etc. E oremos a Deus para escolhermos bem.
“Ora, não é comum a voz do povo desejar algo contrário ao que é direito; mas é comum a minoria do povo desejar o que não é direito; portanto observareis e tereis isto por lei---resolver vossos negócios de acordo com a voz do povo. (Mosias 29:26)
A escritura é verdadeira. Entretanto a consideração deste amigo foi um equivoco. Devemos aplicar a escritura as situações de nossa vida, mas não podemos tirar um versículo de seu contexto e defender um ponto de vista. Isto é insensatez. Afinal, qualquer teoria e opinião pode ser defendida com as escrituras. Satanás usa escrituras mescladas com mentiras para enganar os homens.
Aquele meu amigo esqueceu do versículo seguinte de Mosias 29:
“E, se chegar o tempo em que a voz do povo escolher iniqüidade, então os julgamentos de Deus recairão sobre vós; sim, então será o tempo em que ele vos visitará com grande destruição, assim como tem, até agora, visitado esta terra.”
O Rei Mosias, um santo profeta, estava falando a seu povo, e não ao povo brasileiro. Verdade é que o principio ensinado pode ser aplicado a nós. As maiorias tendem a desejar o que é melhor para o povo. Mas, como esse profeta explicou, podem haver ocasiões em que a voz do povo quer iniqüidade – a maioria quer iniqüidade, porque se afastaram de Deus.
Foram as multidões que crucificaram o Filho de Deus. Foram as multidões que assassinaram Joseph Smith. Leí viu uma multidão no grande e espaço edifício que representava o mundo iníquo (1 Néfi 8, 11). As multidões desse mundo gemem sob o peso do pecado – e se não fosse pela oração dos justos, tal como Amonia, seriam destruídos (Alma 10:22). Os servos de Deus sempre foram, e até Cristo voltar, sempre serão, a minoria (1 Néfi14:12).
Agora, dizer que só porque nas pesquisas um candidato tem mais pontos e por isso é o candidato melhor preparado, visto que a voz do povo é a voz de Deus, e que tal doutrina esta nas escrituras, é absurdo, como demonstrei.
Para votarmos devemos considerar mais do que a opinião popular. Assim como para definirmos valores e acharmos princípios. Ouvir a voz das multidões fará com que uma pessoa seja levada pelo vento de uma para outra parte, até ser destruída moralmente e espiritualmente. Usemos os poderes de raciocino e observação. Levantemos dados e analisemos. Sejamos atentos para os comentários, debates, propostas, pesquisas, etc. E oremos a Deus para escolhermos bem.
1 de set. de 2010
Nesta época de eleições algumas considerações sobre o evangelho e a política parecem-me adequadas. De fato, há muitas confusões sobre o tema e um esclarecimento se faz necessário.
“NÓS cremos que os governos foram instituídos por Deus em benefício do homem; e que ele considera os homens responsáveis por seus atos em relação aos mesmos, tanto na formulação de leis como em sua execução, para o bem e segurança da sociedade.”
“Cremos que nenhum governo pode existir em paz a não ser que tais leis sejam feitas e mantidas invioladas, de modo a garantir a todo indivíduo o livre exercício de consciência, o direito e domínio de propriedade e a proteção da vida.”
“Cremos que todos os governos requerem necessariamente representantes e magistrados civis para executar suas leis; e devem-se procurar e apoiar pessoas para administrar a lei com eqüidade e justiça, pela voz do povo, caso se trate de uma república, ou pela vontade do soberano.”
“Cremos que a religião foi instituída por Deus; e que os homens são responsáveis perante ele e somente ele, por seu exercício, a menos que suas opiniões religiosas os levem a infringir os direitos e a liberdade de outrem; não cremos, porém, que as leis humanas tenham o direito de interferir na prescrição de regras de adoração para oprimir a consciência dos homens nem de ditar formas de devoção pública ou particular; cremos que o magistrado civil deve reprimir o crime, mas jamais controlar consciências; deve castigar delitos, mas nunca suprimir a liberdade da alma.”
“Cremos que todos os homens têm a responsabilidade de suster e apoiar o governo do lugar em que residem, desde que protegidos em seus direitos inerentes e inalienáveis pelas leis de tal governo; e que o motim e a rebelião são inadequados a todo cidadão assim protegido e devem ser punidos de acordo; e que todos os governos têm o direito de estabelecer leis que, a seu ver, sejam mais adequadas para assegurar os interesses públicos; ao mesmo tempo, contudo, mantendo sagrada a liberdade de consciência.”
“Cremos que todo homem deve ser respeitado em sua posição, governantes e magistrados como tais, sendo nomeados para proteção dos inocentes e punição dos culpados; e que todos os homens devem respeito e deferência às leis visto que, sem elas, a paz e a harmonia seriam suplantadas pela anarquia e pelo terror; as leis humanas foram instituídas com o propósito expresso de regular nossos interesses como indivíduos e nações, entre um homem e outro; e as leis divinas foram dadas pelo céu, para prescrever regras sobre assuntos espirituais, para fé e adoração, devendo o homem dar contas de ambas a seu Criador.”
"Cremos que governantes, estados e governos têm o direito e a responsabilidade de promulgar leis para a proteção de todos os cidadãos no livre exercício de suas crenças religiosas; mas não cremos terem eles o direito, por justiça, de privar os cidadãos desse privilégio nem de rejeitá-los por suas opiniões, enquanto mostrarem consideração e reverência pelas leis e suas opiniões religiosas não incentivarem motins nem conspirações.”
“Cremos que a perpetração de um crime deve ser punida de acordo com a natureza do delito; que o homicídio, a traição, o roubo, o furto e a violação da paz geral, em todos os aspectos, devem ser punidos de acordo com sua criminalidade e sua má influência entre os homens, pelas leis do governo sob o qual o delito tiver sido cometida; e para a paz e tranqüilidade públicas, todos os homens devem usar sua habilidade para entregar os transgressores das boas leis ao castigo.”
“Não cremos ser justo misturar influência religiosa com governo civil, o que faz com que uma sociedade religiosa seja favorecida e outra, restrita em seus privilégios espirituais; e os direitos individuais de seus membros, como cidadãos, sejam negados.”
“Cremos que todas as sociedades religiosas têm o direito de lidar com seus membros, em caso de conduta inadequada, de acordo com as regras e os regulamentos dessas sociedades; desde que tal ação se limite à participação e posição da pessoa na sociedade a que pertença; mas não cremos ter qualquer sociedade religiosa autoridade para julgar os homens quanto a seu direito a propriedade ou à vida; para confiscar-lhes os bens deste mundo, ou para pô-los em perigo de vida ou de danos físicos ou para infligir-lhes qualquer castigo físico. Podem, apenas, excomungá-los de sua sociedade e negar-lhes participação.”
“Cremos que todos os homens devem apelar para as leis civis a fim de conseguir reparação de todas as injúrias e agravos, quando se lhes infligirem maus-tratos pessoais ou infringirem-se seus direitos à propriedade ou reputação, onde existirem leis para protegê-los; mas cremos que todos os homens são justificados por se defenderem e defenderem seus amigos e seus bens e o governo de ataques ilegais e de violações de direitos cometidos por qualquer pessoa, quando não se puder apelar de imediato às leis nem se puder obter auxílio.”
“Cremos ser justo pregar o evangelho às nações da Terra e exortar os justos a salvarem-se da corrupção do mundo; mas não cremos ser correto interferir na vida dos escravos nem pregar-lhes o evangelho nem batizá-los contra a vontade e o desejo de seus senhores, nem envolver-se com eles ou influenciá-los de qualquer forma, de modo a torná-los descontentes com sua situação nesta vida, pondo assim em risco vidas humanas; tal interferência cremos ser ilegal e injusta e perigosa para a paz de todo governo que permita a escravidão de seres humanos.”
Fico impressionado com a sabedoria de Joseph Smith ao escrever tal sessão. Na verdade, não foi Joseph quem criou essas crenças – foi o próprio Deus. Ele as ditou ao profeta.
Nessa declaração aprendemos que não misturamos influencia religiosa com influencia política. Não usamos as capelas para exercer nosso sufrágio universal: expondo nosso pareceres políticos e desejando votos a nosso favor ou de outrem. Somos livres para expressar nosso opinião, mas devemos fazê-lo fora da igreja. Especialmente os líderes. Houve uma experiência desgostosa para Igreja:
“Durante todo esse árduo processo de reconciliação [Utah se tornando Estado], as discórdias e mal entendidos a respeito das questões políticas continuaram existindo entre os membros da Igreja. Até mesmo algumas Autoridades Gerais foram afetadas, pois alguns faziam campanha pelas medidas políticas e candidatos democratas e outros pelos republicanos. A questão política chegou ao auge quando em 1895, o Élder Moses Thatcher, do Quórum dos Doze Apóstolos, aceitou a nomeação do partido democrata para ser senador por Utah e o Élder B. H. Roberts, do Primeiro Conselho dos Setenta, concorreu a um cargo no congresso pelo mesmo partido. Eles sofreram medidas disciplinares por terem aceitado a nomeação sem consultarem primeiro seus líderes da Igreja. Nenhum deles foi eleito.
Em abril de 1896, as Autoridades Gerais publicaram uma declaração formal, conhecida como a lei política da Igreja ou o Manifesto Político. Ele salientava a separação entre a igreja e o estado, bem como a intenção da Igreja de não interferir nos direitos políticos de qualquer de seus cidadãos.
A declaração acrescentava ainda que para continuar havendo paz e boa vontade em Utah, era desaconselhável que os líderes mais importantes da Igreja “aceitassem cargos políticos ou empregos que os desviassem ou afastassem do cumprimento de seus deveres religiosos, sem antes consultar e obter a aprovação de seus associados e daqueles que os presidem”.
A princípio, B.H. Roberts achou que o documento restringia seus direitos e recusou-se a assiná-lo. Depois que as outras Autoridades Gerais conversaram com ele, oraram com ele e procuraram fazê-lo compreender, ele por fim assinou o documento. O Élder Moses Thatcher, apesar de esforços semelhantes terem sido feitos por ele, ainda assim recusou-se a colocar sua assinatura no documento. Por esse motivo, ele foi desobrigado do Quórum dos Doze, apesar de manter sua condição de membro da Igreja. O Manifesto Político continuou a ser o padrão que rege as atitudes da Igreja com respeito à política.”
Fica claro pelas escrituras que o Senhor deseja que não nos envolvamos na política. Na verdade devemos nos envolver ativamente – elegendo bons governantes e, se desejarmos, concorrendo a cargos políticos. Todavia, é de vital importância que não usemos nossa influencia religiosa (cargo na Igreja, por exemplo), para obter votos – e nem é adequado fazer campanha em lugares de adoração.
Seremos responsáveis perante Deus pelo exercicio de nosso sufrágio universal. Que possamos escolher bem os líderes da comunidade e orar para que eles façam boas escolhas. A mão da providência é invisível, mas tem o controle de tudo e todos. Confiemos em Deus, e depois aguardemos com extrema segurança o Reino que destruirá todos os outros.
Deus deseja ser nosso governante e líder. Entretanto deu-nos o arbítrio. Ele também quer que aprendamos a liderar e ser deuses como Ele. No sistema mais perfeito, o profeta seria o sumo sacerdote presidente da Igreja e do mundo – cuidando de todos os assuntos por revelação. O Reino de Deus teria importância espiritual e secular. Não obstante, devido à fraqueza humana, Deus permitiu que outros sistemas de governo se operassem. Deus se regozija quando há um líder bom como o Rei Mosias, mas certamente se entristece quando um iníquo líder, como o Rei Noé, leva o povo a muita iniqüidade (Mosias 23:7-13).
Deus trabalha com os homens de acordo com sua fé. Por ora permite que haja muitos tipos de governos. Dia virá, entretanto, que o Salvador reinará pessoalmente sobre a Terra. Enquanto esse dia não chega, Ele ordenou a seu povo que se submetessem a autoridade dos governantes, e, se possível, escolhessem bons líderes (Pregar Meu Evangelho pg. 82)
Joseph Smith escreveu por inspiração a sessão 134 de doutrina e Convênios, que fala não só sobre a opinião formal da Igreja, mas também é a própria vontade do Senhor a respeito dos governos humanos:
“Cremos que nenhum governo pode existir em paz a não ser que tais leis sejam feitas e mantidas invioladas, de modo a garantir a todo indivíduo o livre exercício de consciência, o direito e domínio de propriedade e a proteção da vida.”
“Cremos que todos os governos requerem necessariamente representantes e magistrados civis para executar suas leis; e devem-se procurar e apoiar pessoas para administrar a lei com eqüidade e justiça, pela voz do povo, caso se trate de uma república, ou pela vontade do soberano.”
“Cremos que a religião foi instituída por Deus; e que os homens são responsáveis perante ele e somente ele, por seu exercício, a menos que suas opiniões religiosas os levem a infringir os direitos e a liberdade de outrem; não cremos, porém, que as leis humanas tenham o direito de interferir na prescrição de regras de adoração para oprimir a consciência dos homens nem de ditar formas de devoção pública ou particular; cremos que o magistrado civil deve reprimir o crime, mas jamais controlar consciências; deve castigar delitos, mas nunca suprimir a liberdade da alma.”
“Cremos que todos os homens têm a responsabilidade de suster e apoiar o governo do lugar em que residem, desde que protegidos em seus direitos inerentes e inalienáveis pelas leis de tal governo; e que o motim e a rebelião são inadequados a todo cidadão assim protegido e devem ser punidos de acordo; e que todos os governos têm o direito de estabelecer leis que, a seu ver, sejam mais adequadas para assegurar os interesses públicos; ao mesmo tempo, contudo, mantendo sagrada a liberdade de consciência.”
“Cremos que todo homem deve ser respeitado em sua posição, governantes e magistrados como tais, sendo nomeados para proteção dos inocentes e punição dos culpados; e que todos os homens devem respeito e deferência às leis visto que, sem elas, a paz e a harmonia seriam suplantadas pela anarquia e pelo terror; as leis humanas foram instituídas com o propósito expresso de regular nossos interesses como indivíduos e nações, entre um homem e outro; e as leis divinas foram dadas pelo céu, para prescrever regras sobre assuntos espirituais, para fé e adoração, devendo o homem dar contas de ambas a seu Criador.”
"Cremos que governantes, estados e governos têm o direito e a responsabilidade de promulgar leis para a proteção de todos os cidadãos no livre exercício de suas crenças religiosas; mas não cremos terem eles o direito, por justiça, de privar os cidadãos desse privilégio nem de rejeitá-los por suas opiniões, enquanto mostrarem consideração e reverência pelas leis e suas opiniões religiosas não incentivarem motins nem conspirações.”
“Cremos que a perpetração de um crime deve ser punida de acordo com a natureza do delito; que o homicídio, a traição, o roubo, o furto e a violação da paz geral, em todos os aspectos, devem ser punidos de acordo com sua criminalidade e sua má influência entre os homens, pelas leis do governo sob o qual o delito tiver sido cometida; e para a paz e tranqüilidade públicas, todos os homens devem usar sua habilidade para entregar os transgressores das boas leis ao castigo.”
“Não cremos ser justo misturar influência religiosa com governo civil, o que faz com que uma sociedade religiosa seja favorecida e outra, restrita em seus privilégios espirituais; e os direitos individuais de seus membros, como cidadãos, sejam negados.”
“Cremos que todas as sociedades religiosas têm o direito de lidar com seus membros, em caso de conduta inadequada, de acordo com as regras e os regulamentos dessas sociedades; desde que tal ação se limite à participação e posição da pessoa na sociedade a que pertença; mas não cremos ter qualquer sociedade religiosa autoridade para julgar os homens quanto a seu direito a propriedade ou à vida; para confiscar-lhes os bens deste mundo, ou para pô-los em perigo de vida ou de danos físicos ou para infligir-lhes qualquer castigo físico. Podem, apenas, excomungá-los de sua sociedade e negar-lhes participação.”
“Cremos que todos os homens devem apelar para as leis civis a fim de conseguir reparação de todas as injúrias e agravos, quando se lhes infligirem maus-tratos pessoais ou infringirem-se seus direitos à propriedade ou reputação, onde existirem leis para protegê-los; mas cremos que todos os homens são justificados por se defenderem e defenderem seus amigos e seus bens e o governo de ataques ilegais e de violações de direitos cometidos por qualquer pessoa, quando não se puder apelar de imediato às leis nem se puder obter auxílio.”
“Cremos ser justo pregar o evangelho às nações da Terra e exortar os justos a salvarem-se da corrupção do mundo; mas não cremos ser correto interferir na vida dos escravos nem pregar-lhes o evangelho nem batizá-los contra a vontade e o desejo de seus senhores, nem envolver-se com eles ou influenciá-los de qualquer forma, de modo a torná-los descontentes com sua situação nesta vida, pondo assim em risco vidas humanas; tal interferência cremos ser ilegal e injusta e perigosa para a paz de todo governo que permita a escravidão de seres humanos.”
Fico impressionado com a sabedoria de Joseph Smith ao escrever tal sessão. Na verdade, não foi Joseph quem criou essas crenças – foi o próprio Deus. Ele as ditou ao profeta.
Nessa declaração aprendemos que não misturamos influencia religiosa com influencia política. Não usamos as capelas para exercer nosso sufrágio universal: expondo nosso pareceres políticos e desejando votos a nosso favor ou de outrem. Somos livres para expressar nosso opinião, mas devemos fazê-lo fora da igreja. Especialmente os líderes. Houve uma experiência desgostosa para Igreja:
“Durante todo esse árduo processo de reconciliação [Utah se tornando Estado], as discórdias e mal entendidos a respeito das questões políticas continuaram existindo entre os membros da Igreja. Até mesmo algumas Autoridades Gerais foram afetadas, pois alguns faziam campanha pelas medidas políticas e candidatos democratas e outros pelos republicanos. A questão política chegou ao auge quando em 1895, o Élder Moses Thatcher, do Quórum dos Doze Apóstolos, aceitou a nomeação do partido democrata para ser senador por Utah e o Élder B. H. Roberts, do Primeiro Conselho dos Setenta, concorreu a um cargo no congresso pelo mesmo partido. Eles sofreram medidas disciplinares por terem aceitado a nomeação sem consultarem primeiro seus líderes da Igreja. Nenhum deles foi eleito.
Em abril de 1896, as Autoridades Gerais publicaram uma declaração formal, conhecida como a lei política da Igreja ou o Manifesto Político. Ele salientava a separação entre a igreja e o estado, bem como a intenção da Igreja de não interferir nos direitos políticos de qualquer de seus cidadãos.
A declaração acrescentava ainda que para continuar havendo paz e boa vontade em Utah, era desaconselhável que os líderes mais importantes da Igreja “aceitassem cargos políticos ou empregos que os desviassem ou afastassem do cumprimento de seus deveres religiosos, sem antes consultar e obter a aprovação de seus associados e daqueles que os presidem”.
A princípio, B.H. Roberts achou que o documento restringia seus direitos e recusou-se a assiná-lo. Depois que as outras Autoridades Gerais conversaram com ele, oraram com ele e procuraram fazê-lo compreender, ele por fim assinou o documento. O Élder Moses Thatcher, apesar de esforços semelhantes terem sido feitos por ele, ainda assim recusou-se a colocar sua assinatura no documento. Por esse motivo, ele foi desobrigado do Quórum dos Doze, apesar de manter sua condição de membro da Igreja. O Manifesto Político continuou a ser o padrão que rege as atitudes da Igreja com respeito à política.”
Fica claro pelas escrituras que o Senhor deseja que não nos envolvamos na política. Na verdade devemos nos envolver ativamente – elegendo bons governantes e, se desejarmos, concorrendo a cargos políticos. Todavia, é de vital importância que não usemos nossa influencia religiosa (cargo na Igreja, por exemplo), para obter votos – e nem é adequado fazer campanha em lugares de adoração.
Seremos responsáveis perante Deus pelo exercicio de nosso sufrágio universal. Que possamos escolher bem os líderes da comunidade e orar para que eles façam boas escolhas. A mão da providência é invisível, mas tem o controle de tudo e todos. Confiemos em Deus, e depois aguardemos com extrema segurança o Reino que destruirá todos os outros.
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