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12 de mar. de 2013

Paradoxos do Evangelho


Um recente discurso de Élder Bednar me faz ponderar sobre a imensa sabedoria de Deus e nossa incredulidade e ignorância. Muito do que o Senhor faz nos parece estranho (Isaías 28:21, D&C 95:4, 101:95). Isso porque os pensamentos Dele são maiores que os nossos (Isaías 55:8-9). Listei alguns "paradoxos" do evangelho - verdades que nos parecem contraditórias. Deixei alguns paradoxos sem explicação, no final, para ponderação dos leitores.
1.       Somos menos que o pó da Terra. Somos a maior e mais gloriosa criação de Deus.
               O Presidente Dieter F. Uchtdorf disse: "Mas mesmo que o homem nada seja, enche-me de admiração e reverência pensar que “o valor das almas é grande à vista de Deus”. Embora possamos olhar para a vastidão do Universo e dizer: “Que é o homem, em comparação com a glória da criação?” Deus mesmo disse que nós somos a razão pela qual Ele criou o Universo! Sua obra e glória — o propósito deste Universo magnífico — é salvar e exaltar a humanidade.8 Em outras palavras, a vasta extensão da eternidade, as glórias e os mistérios do espaço e tempo infinitos foram todos criados para benefício de mortais comuns como eu e vocês. Nosso Pai Celestial criou o Universo para que pudéssemos alcançar nosso potencial como Seus filhos e filhas.
               Este é um paradoxo do homem: comparado com Deus, o homem não é nada; ainda assim, somos tudo para Deus. Embora comparados ao cenário da criação infinita possamos parecer nada, temos uma centelha do fogo eterno ardendo dentro de nosso peito. Temos a incompreensível promessa de exaltação — mundos sem fim — ao nosso alcance. E é o grande desejo de Deus ajudar-nos a alcançá-la." ("Você é importante para Deus", A Liahona, Novembro de 2011, pg. 20)

2.       Deus não depende de nós. Deus precisa de nós.
               O Salvador falou desse paradoxo: "Digo-vos que, se estes se calarem, as próprias pedras clamarão." (Lucas 19:40). Esse princípio se aplica para explicar que, embora Deus se agrade quando O invoquemos, Ele é perfeitamente desvinculado de nossos atos - e pode "crescer em glória" sem nossa participação. João Batista disse ao orgulhosos judeus: " E não presumais, de vós mesmos, dizendo: Temos por pai a Abraão; porque eu vos digo que, mesmo destas pedras, Deus pode suscitar filhos a Abraão." (Mateus 3:9).
               O presidente Brigham Young ensinou: "O Senhor é perfeitamente independente. Ele recebeu sua glória e reina de modo supremo e onipotente. O Senhor não depende de vós ou de mim. Se todos nós apostatássemos e fôssemos para o inferno, tal fato em nada acrescentaria ou diminuiria sua glória. Ele deploraria a tolice que fizemos em nos desviar dos santos mandamentos e permitir que a ira do todo poderoso recaísse sobre nós. Os céus chorariam por nossa causa, mas ainda assim o Senhor possuiria sua glória, e não estaríamos trabalhando em seu beneficio. Em beneficio de quem estamos trabalhando? De nós mesmos." ("Deidade", Discursos de Brigham Young, pg. 23)
               Entretanto, por ser nosso Pai Amado, Ele precisa de nós - de cada um de nós. Nessa perspectiva de amor e misericórdia, onde a Expiação foi realizada por cada um (D&C 19:16), lembramos que o "valor das almas é grande a vista de Deus (D&C 18:10), e que ele permite que Sejamos seus servos para que nós mesmos sejamos abençoados.
               Falando as irmãs, a irmã Virginia U. Jensen, que serviu na Presidência da Sociedade de Socorro da Igreja, disse: "Somos mulheres do convênio, mulheres que reconheceram a verdade, aceitaram o evangelho de Jesus Cristo e fizeram convênios com o Senhor de segui-Lo e fazer Sua vontade. Ele precisa de nós - de cada uma de nós - para fazermos nossa parte no trabalho de levar a efeito a Sua grandiosa obra entre os filhos dos homens. Precisamos da Sociedade de Socorro, e ela precisa de nós." (Conferência Geral, outubro de 1998, Reunião Geral da Sociedade de Socorro)
               O Élder José L. Alonso, dos Setenta, explicou: "Temos uma responsabilidade e uma grande oportunidade. Há muitos que precisam, mais uma vez, experimentar o doce sabor da felicidade e da alegria por meio da atividade na Igreja. Essa felicidade vem pelo recebimento das ordenanças, da realização de convênios sagrados e do cumprimento deles. O Senhor precisa de nós para ajudá-los. Façamos a coisa certa, no momento certo, sem demora." (A Liahona, Novembro de 2011, pg. 15)
               O Élder Mark E. Petersen, que serviu no Quorum dos Doze Apóstolos, disse: "Ele [Jesus Cristo] é o Filho de Deus. É divino. Foi enviado ao mundo por um decreto dos céus. Nós somos Seus representantes, Suas testemunhas, e Ele depende de nosso trabalho, para que o mundo acredite que Deus O enviou, e assim talvez muitos viverão Seu evangelho e serão salvos." (“The Image of a Church Leader”, Ensign, agosto de 1980, pg. 5–8).


3.       Quem achar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a sua vida, por amor de Cristo, achá-la-á.
               O Élder David B. Haight, que serviu como membro do Quorum dos Doze Apóstolos, ensinou: "Lembro a vocês que o Salvador ensinou, conforme registrado em Mateus, que "quem achar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a sua vida, por amor de mim, achá-la-á". (Mateus 10:39) Alguns estudiosos e outros já pensaram: "Isso é um paradoxo. É provavelmente uma tradução errada. Não faz muito sentido". Está muito claro em minha mente, e espero que esteja na sua, que ao vivermos no mundo materialista, na Babilônia em que vivemos hoje, ao vermos o que acontece no mundo, quer leiamos as notícias da seção econômica, da seção de política ou de qualquer outra, podem perceber e sentir que encontramos força e achamos as respostas para as nossas dificuldades e nossos problemas ao darmos ouvidos à voz do profeta, do profeta de Deus sobre a Terra.
               Nessa afirmativa do Salvador, vemos que ao vivermos num mundo materialista só estamos preocupados com o lado materialista da vida. Pensamos em tudo o que podemos acumular para nós mesmos. Não estamos pensando nos outros nem estamos vivendo de modo a ajudar outros a viver num plano superior. O Senhor está dizendo que quando se encontra a vida que Ele exemplifica perde-se a vida centrada em si mesmo: "e quem perder a sua vida, por amor de mim (...)" Quando estamos preocupados em fazer algo para outra pessoa e quando estamos pensando em partilhar o evangelho ou ajudar alguém a ir para um plano superior, moral ou fisicamente, quando estamos fazendo algo para outra pessoa e partilhando algo com ela, estamos ajudando essa pessoa, estamos indo em seu auxílio. É nisso que encontramos a vida da qual o Salvador fala, encontramos as bênçãos eternas, as bênçãos celestiais, as bênçãos do templo, todas as bênçãos que podemos ter advindas de termos uma família amorosa." ("Apoio aos profetas", Conferência Geral, Sessão da Tarde de Sábado, Outubro de 1998)
               O Presidente James E. Faust ensinou: "Um dos paradoxos da vida é que uma pessoa que aborda tudo com a atitude o-que-eu-ganho-com-isso, pode conseguir dinheiro, propriedades e terra, mas ao final perderá a satisfação e a felicidade que sente uma pessoa que compartilha seus talentos e dons generosamente com outros.
Quero testificar que o maior e melhor serviço a ser desempenhado por qualquer um de nós é o realizado a serviço do Mestre. Nas diversas atividades de minha vida nenhuma foi mais recompensadora ou benéfica do que aceitar os chamados de serviço desta Igreja. Cada um deles é diferente. Cada um deles traz uma bênção separada. A maior realização na vida vem de se prestar serviço a outros e não ficar obcecado com “o que eu ganho com isso”. ("O que eu ganho com isso?", A Liahona, Novembro de 2002, pg. 22)

4.       Os primeiros serão os últimos e os últimos serão os primeiros.
               O profeta Néfi explicou esse paradoxo: "E chegará o tempo em que ele [Deus] se manifestará a todas as nações, tanto aos judeus como aos gentios; e depois de haver-se manifestado aos judeus e também aos gentios, ele manifestar-se-á aos gentios e também aos judeus; e os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos." (1 Néfi 13:42).
               Em Éter 13:9-12 Morôni explica: "E haverá um novo céu e uma nova Terra; e serão como os antigos, exceto que os antigos morreram e todas as coisas se tornaram novas. E vem então a Nova Jerusalém; e bem-aventurados os que nela habitam, porque são aqueles cujas vestes são branqueadas por meio do sangue do Cordeiro; e são aqueles que são contados com os remanescentes da semente de José, que eram da casa de Israel. E então vem também a antiga Jerusalém; e bem-aventurados são os seus habitantes, porque terão sido lavados no sangue do Cordeiro; e são os que foram dispersos e coligados das quatro partes da terra e dos países do norte e participarão do cumprimento do convênio feito por Deus com seu pai Abraão. E quando sucederem estas coisas, cumprir-se-á a escritura que diz que há os que foram primeiros, que serão últimos; e há os que foram últimos, que serão primeiros."
               Os detalhes a respeito dessa coligação invertida não estão todos revelados. O Senhor disse: "Lembrai-vos, porém, de que aos homens não são dados todos os meus juízos; e assim como as palavras saíram de minha boca, assim serão cumpridas, para que os primeiros sejam os últimos e para que os últimos sejam os primeiros em todas as coisas que eu criei pela palavra de meu poder, que é o poder de meu Espírito." (D&C 29:30).
               Há outro significado desse paradoxo. O Senhor disse: "Em verdade vos digo que vós, que me seguistes, quando, na regeneração, o Filho do homem se assentar no trono da sua glória, também vos assentareis sobre doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel. E todo aquele que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou terras, por amor de meu nome, receberá cem vezes tanto, e herdará a vida. Porém, muitos primeiros serão os derradeiros, e muitos derradeiros serão os primeiros." (Mateus 19:28-30). Assim vemos que aqueles que são considerados os últimos pelo mundo, por serem pacíficos seguidores do Senhor, serão os primeiros para Deus, na eternidade.
              
Outros paradoxos do evangelho para você ponderar:

5.       Os que possuem posições elevadas devem ser servos; o Filho foi Homem foi servo.
6.       O mais glorioso e obediente Filho de Deus sofreu mais do que o pior dos pecadores
7.       A fé para ser curado e a fé para não ser curado
8.       Quanto mais aprendemos mais percebemos que sabemos pouco
9.       Toda tragédia é uma nova oportunidade; toda dificuldade é uma bênção
10.   O Senhor nos da fraqueza para que nos tornemos fortes.

27 de dez. de 2011

Como escapar da imundice do mundo?


                Na internet não é raro, infelizmente, se deparar acidentalmente com uma imagem pornográfica, mensagens maliciosas, ideias falsas e anticristãs e todo tipo de lascívia. A televisão é cheia de peçonha mortal. São raros os programas que não desprezam o bem, a moral e a religião verdadeira. Outros meios de comunicação – como revistas, livros e jornais também promovem o relativismo, a adoração aos falsos deuses (o deus do corpo perfeito, o deus do dinheiro, o deus da gratificação e reconhecimento social, o deus da autoindulgência, etc.). Com astutos ardis, os meios de comunicação em massa maculam a pureza da verdade e envenenam a mente. Devagar, eles induzem seus espectadores a chamarem o bem de mal e o mal de bem. Muitas vezes estes canais são instrumento de Satanás para maximizar a iniquidade – e fazer com que o amor na Terra esfrie. Infelizmente o caminho sugerido por esses meios de comunicação estão em total oposição à felicidade.
Com tanta maldade e iniquidade neste mundo como podemos escapar do mal? Como podemos nos proteger contra a poluição espiritual que nos cerca?
Certamente não é isolando-nos do mundo. O Senhor mesmo orou: “Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal” (João 17:15). Devemos estar no mundo sem ser do mundo!
Visto que não podemos nos cercar dentro de um muro devemos achar uma maneira de nos revestir da “armadura de Deus”. Podemos fazer isso e precisamos fazer isso.
Como?

1º Cumprindo o seu dever. Quando estamos cumprindo diligentemente nosso dever seremos protegidos contra o poder do demônio. O presidente George Albert Smith disse: “Seu primeiro dever é saber o que o Senhor deseja e, depois, pelo poder e pela força de Seu santo sacerdócio, magnificar seu chamado na presença de seus companheiros de tal forma que as pessoas terão prazer em segui-lo” (George Albert Smith, Conference Report, abril de 1942, p. 14; ver também Thomas S. Monson, A Liahona, maio de 2005, p. 54.). Não apenas o cumprimento do dever religioso nos protege, mas também o cumprimento de nossos deveres familiares, civis, educacionais e profissionais. Um marido que honra e sustenta a esposa, dificilmente cederá à influência do maligno de, por exemplo, enriquecer por meios ilícitos. Um jovem que se dedica para tirar as melhores notas na escola não cederá a pressão da mídia e amigos mundanos para cometer libertinagens.


2º Estudando diariamente as escrituras. Esse é um dos deveres que temos. As escrituras fazem-nos vestir a armadura de Deus. Essa armadura não é nada mais do que uma investidura de conhecimento que nos vem por revelação. É por meio do conhecimento da verdade que vestiremos do capacete da salvação, da espada do Espírito, do escudo da fé, da couraça da retidão e do cinto da virtude. Não sei de ninguém que estude as escrituras diariamente com seriedade e espírito de oração que tenha cometido grandes erros e apostatado da Igreja.

3º Orando Sempre. “Sempre” denota uma constância tal que nos permite uma comunicação interrupta com Deus. Evidentemente não fazemos isso ficando 24 horas de joelhos. Durante o dia, mantemos uma oração no coração – conversando com Nosso Pai e o agradecendo. Ocasionalmente durante o dia cantamos hinos e recitamos escrituras. De manhã, de noite e antes das refeições oramos agradecendo e pedindo. A oração de um justo pode muito em seus efeitos (Tiago 5:16).

4º Seguindo os profetas. Devemos seguir os profetas 100%. A obediência seletiva cria buracos na nossa armadura espiritual – de modo que o adversário acha frestas e injeta seu veneno mortal pro elas – fazendo-nos morrer lentamente. Devemos ouvir com o coração aberto e aplicar em nossa vida o que os profetas dizem. O que o presidente Monson pediu na última conferência? Como você esta se saindo com relação a esses pedidos? Acesse esse link para se lembrar:http://lds.org/general-conference/sessions/2011/10?lang=por ; e depois coloque em prática o que ouvir. Os atalaias enxergam o perigo muito antes. Se atendermos a sua voz não cairemos. Isto é certo.

5º Arrependendo-se imediata e completamente. Como cometemos erros e pecamos precisamos do poder de Cristo para purificar-nos. O dom do arrependimento precisa ser usado. O arrependimento significa mudança. Precisamos mudar como vemos, falamos, sentimos e interagimos. Precisamos desenvolver os atributos de Cristo. Para arrependermo-nos precisamos reconhecer que erramos – e para tal precisamos ser humildades – depois precisamos confessar, consertar, abandonar e guardar os mandamentos. Satanás quer que pensemos que o arrependimento é impossível. Ele mente – é o Pai da mentira. Podemos nos arrepender e ser perdoados completamente. Se tivermos o espírito de arrependimento tornar-nos-emos dignos da companhia do Espírito Santo e seremos protegidos.

6º Fazer, lembrar e cumprir os convênios com Deus. Os convênios possuem uma força extraordinária. Satanás é limitado. Ele não pode ultrapassar os limites estabelecidos por Deus. Quando os filhos de Deus fazem convênios são selados contra o mal. Não significa que não serão tentados – mas que receberão forças, que terão direito a companhia de anjos, que terão o santo sacerdócio para os curar e os salvar, que terão as promessas de exaltação confirmadas, que terão o poder e a bênção de ordenar em nome de Jesus que as montanhas e mares de movam de uma lado para o outro. Fazer convênios, lembrar do que assumimos e colocar em prática são apenas uma maneira diferente de dizer que estamos aprendendo nossos deveres e aplicando-os da melhor maneira que podemos. Há uma luz e força que envolve o povo do convênio e Satanás sabe disso – e se enfurece com isso. Seu grande esforço concentra-se em não permitir que os filhos de Deus façam convênios, se lembre deles ou os cumpra. A felicidade da família é o centro do propósito dos convênios de Deus. É por isso que Satanás quer destruir e menosprezar a importância dos convênios com Deus. Ele vai destruir a felicidade e a família ao destruir os convênios. Mas nós não permitiremos isso. Vamos honrar nossos compromissos com Deus e desse modo seremos protegidos e guiados. Somos seus povo e temos direito a Sua bênção.

7º Ajudar o próximo. Quando ajudamos o próximo ajudamos a nós mesmos. Não sei exatamente como isso acontece. Mas de fato acontece. Essa é uma das melhores maneiras de cumprimos nosso dever e ao mesmos tempo sermos protegidos. Se quisermos vencer a depressão, por exemplo, devemos ajudar os pobres e carentes. Se quisermos aprender mais sobre Cristo devemos pregá-lo. Se quisermos que os outros nos amem, devemos amar mais. Enfim, se quisermos ser resguardados, devemos servir. Servimos nosso próximo de muitas maneiras. Pode ser ajudando-o em alguma tarefa rotineira, pode ser doando alimento, pode ser ouvindo um amigo aflito, pode ser pregando o evangelho. Ao servir desse modo generoso seremos servos de Deus, estaremos cercados de luz celestial e protegeremos nosso próximo. Lembrem-se que onde há luz não há trevas. Porque a luz repele as trevas. E luz se apega a luz – até o dia perfeito.

8º Ouvir os que vieram antes de nós. Quando damos ouvidos a nossos pais, lideres e irmãos mais velhos somos protegidos - porque tornamo-nos sábios. O Élder Balard falou sobre isso numa conferência geral: http://lds.org/general-conference/2009/04/learning-the-lessons-of-the-past?lang=por

17 de mar. de 2011

Como Melhorar o Estudo Pessoal das Escrituras

Meu estudo das escrituras esta monótono. Não esta sendo como antes. Na missão meu estudo era cheio de vigor e Espírito. Mas agora, parece que nunca aprendo algo novo. Como tornar o Estudo das Escrituras diário uma experiência sagrada e bem-sucedida?


Talvez sua pergunta ou problema não seja exatamente a mesma transcrita acima, mas se seu estudo do evangelho não esta sendo como você gostaria, esta carecendo de vigor espiritual, então talvez o que escrevi abaixo possa ser útil.
Primeiro precisamos (1) entender a importância do estudo das escrituras. O Senhor ordenou que examinássemos as escrituras diligentemente (João 5:39, D&C 1:37, 1 Néfi 10:17-19, 3 Néfi 23:1). Devemos (2) ter um horário reservado, todo dia para estudar o evangelho (Eclesiastes 3:1-8). Estudar o evangelho é mais do que meramente ler uma parte das obras-padrão. Daí, porque, às vezes nosso estudo é vazio. Não compreendemos, e nada fazemos a não ser ler. Mas deveríamos (3) orar, ler, ponderar e convidar o Senhor para nos ensinar (D&C 9:7-8).
Algo que sempre me ajuda é estudar o evangelho com (4) uma pergunta em mente. Na maioria das vezes escrevo essa pergunta, e durante a leitura das escrituras medito sobre ela (D&C 138:5, 11; 1 Néfi 11:1-2). Em muitas ocasiões me prendo em um único versículo. (5) Não precisamos ter pressa de ler. Sei que a primeira vez que lemos o Livro de Mórmon por exemplo é bom que o leiamos rapidamente, para termos uma visão geral do texto. Mas o estudo mais eficaz é um processo cauteloso, onde a analise espiritual exige tempo.
Ajuda quando (6) escrevemos o que aprendemos, pois assim mostramos que somos gratos pelo que o Senhor nos revela, e que estamos desejosos de receber mais. Por causa do uso correto de nosso arbítrio, o Senhor nos dá mais revelações. Um Estudo vigoroso é um estudo em que o Espírito Santo esta presente. (7) Não devemos ter medo de perguntar qualquer coisa ao Senhor. Ele tem poder para responder todas as perguntas. E sei que ele responde. Às vezes a resposta é encontrada num versículo, às vezes numa citação dos profetas, às vezes o Senhor revela por sonho, visão ou ministração de anjo e às vezes só diz: "meu filho, você entenderá isso mais tarde - deixe esse assunto para depois". De qualquer maneira um estudo com fé, sempre gera poder. E uma das manifestações mais recorrentes do poder de Deus durante o estudo é a revelação. Entretanto muitas vezes há um tempo entre a pergunta e a resposta, para que possamos exercer fé e ser provados.
Além de tudo isso, podemos estudar o evangelho (8) procurando ajudar nossos alunos, familiares ou liderados - um estudo guiado pelo dom da caridade sempre aumentará o conhecimento.
Haverá ocasiões em que não teremos vontade de estudar ou orar. Mas devemos fazê-lo mesmo assim. Se escolhermos (9) estudar mesmo quando não temos vontade perceberemos que o Espírito substituirá a preguiça e a má vontade gradualmente. E no final de nosso estudo sentiremos que fizemos o certo. Com o tempo, o estudo das escrituras se tornará delicioso.
Quanto mais (10) aplicarmos a nossa vida o que aprendemos (agindo com retidão) mais nosso estudo se tornará melhor, pois estaremos mais próximos de Deus. E quanto mais próximos de Deus, mas conhecimento adquirimos.
Por último quero dizer que cada um de nós é responsável por achar um método de aprendizado. Alguns estudo por tópicos, outros por seqüência. Alguns escrevem muito outros pouco, alguns analisam as escrituras por temas e relacionam versículos e outros mais modestamente apenas fazem uma marca na palavra-chave do versículo. Cada um de nós deve achar a maneira melhor de aprendermos. Muitos dos (11) profetas nos dão conselhos sobre como melhorar. Devemos estar atentos a eles e dispostos a fazer melhor.
O guia Pregar meu Evangelho, no capítulo 2, dá excelentes dicas de como melhorar o estudo. O uso de mapas, referências e a dica de que devemos estudar numa mesa ou escrivaninha e remover toda e qualquer distração são apenas alguns dos recursos lá mencionados. Convido todos a estudarem aquele capítulo e procurarem onde melhorar. Um bom serão, discurso ou livro não substituem o estudo pessoal das escrituras. Há certas coisas que o Senhor só irá nos dizer se nos propulsemos a estudar sua palavra diligentemente em particular. Alguns dizem que não tem tempo para estudar as escrituras, e outros o fazem de mau vontade, apenas para dizerem a si mesmos ou aos outros que estudam sempre. Esses dois tipos de pessoas nunca aprenderão os mistérios de Deus. (12) Mesmo que tenhamos pouco tempo em uma rotina difícil, devemos buscar primeiro o reino de Deus e sua justiça. Então, o Senhor, que entende nossas limitados e dificuldade, não nos deixará sozinhos, e teremos um estudo vigoroso, andando em novidade de vida.

Como Melhorar o Estudo Pessoal das Escrituras?

Meu estudo das escrituras esta monótono. Não esta sendo como antes. Na missão meu estudo era cheio de vigor e Espírito. Mas agora, parece que nunca aprendo algo novo. Como tornar o Estudo das Escrituras diário uma experiência sagrada e bem-sucedida?


Talvez sua pergunta ou problema não seja exatamente a mesma transcrita acima, mas se seu estudo do evangelho não esta sendo como você gostaria, esta carecendo de vigor espiritual, então talvez o que escrevi abaixo possa ser útil.

Primeiro precisamos (1) entender a importância do estudo das escrituras. O Senhor ordenou que examinássemos as escrituras diligentemente (João 5:39, D&C 1:37, 1 Néfi 10:17-19, 3 Néfi 23:1). Devemos (2) ter um horário reservado, todo dia para estudar o evangelho (Eclesiastes 3:1-8). Estudar o evangelho é mais do que meramente ler uma parte das obras-padrão. Daí, porque, às vezes nosso estudo é vazio. Não compreendemos, e nada fazemos a não ser ler. Mas deveríamos (3) orar, ler, ponderar e convidar o Senhor para nos ensinar (D&C 9:7-8).

Algo que sempre me ajuda é estudar o evangelho com (4) uma pergunta em mente. Na maioria das vezes escrevo essa pergunta, e durante a leitura das escrituras medito sobre ela (D&C 138:5, 11; 1 Néfi 11:1-2). Em muitas ocasiões me prendo em um único versículo. (5) Não precisamos ter pressa de ler. Sei que a primeira vez que lemos o Livro de Mórmon por exemplo é bom que o leiamos rapidamente, para termos uma visão geral do texto. Mas o estudo mais eficaz é um processo cauteloso, onde a analise espiritual exige tempo.

Ajuda quando (6) escrevemos o que aprendemos, pois assim mostramos que somos gratos pelo que o Senhor nos revela, e que estamos desejosos de receber mais. Por causa do uso correto de nosso arbítrio, o Senhor nos dá mais revelações. Um Estudo vigoroso é um estudo em que o Espírito Santo esta presente. (7) Não devemos ter medo de perguntar qualquer coisa ao Senhor. Ele tem poder para responder todas as perguntas. E sei que Ele responde. Às vezes a resposta é encontrada num versículo, às vezes numa citação dos profetas, às vezes o Senhor revela por sonho, visão ou ministração de anjo e às vezes só diz: "meu filho, você entenderá isso mais tarde - deixe esse assunto para depois". De qualquer maneira um estudo com fé sempre gera poder. E uma das manifestações mais recorrentes do poder de Deus durante o estudo é a revelação. Entretanto muitas vezes há um tempo entre a pergunta e a resposta, para que possamos exercer fé e ser provados.

Além de tudo isso, podemos estudar o evangelho (8) procurando ajudar nossos alunos, familiares ou liderados - um estudo guiado pelo dom da caridade sempre aumentará o conhecimento.

Haverá ocasiões em que não teremos vontade de estudar ou orar. Mas devemos fazê-lo mesmo assim. Se escolhermos (9) estudar mesmo quando não temos vontade perceberemos que o Espírito substituirá a preguiça e a má vontade gradualmente. E no final de nosso estudo sentiremos que fizemos o certo. Com o tempo, o estudo das escrituras se tornará delicioso.

Quanto mais (10) aplicarmos a nossa vida o que aprendemos (agindo com retidão) mais nosso estudo se tornará melhor, pois estaremos mais próximos de Deus. E quanto mais próximos de Deus, mas conhecimento adquirimos.

Por último quero dizer que cada um de nós é responsável por achar um método de aprendizado. Alguns estudam por tópicos, outros por seqüência. Alguns escrevem muito, outros pouco; alguns analisam as escrituras por temas e relacionam versículos e outros mais modestamente apenas fazem uma marca na palavra-chave do versículo. Cada um de nós deve achar a maneira melhor de aprendermos. Muitos dos (11) profetas nos dão conselhos sobre como melhorar nosso estudo. Devemos estar atentos a eles e dispostos a fazer melhor.

O Guia Pregar meu Evangelho, no capítulo 2, dá excelentes dicas de como melhorar o estudo. O uso de mapas, referências e a dica de que devemos estudar numa mesa ou escrivaninha e remover toda e qualquer distração são apenas alguns dos recursos lá mencionados. Convido todos a estudarem aquele capítulo e procurarem onde melhorar. Um bom serão, discurso ou livro não substituem o estudo pessoal das escrituras. Há certas coisas que o Senhor só irá nos dizer se nos propulsemos a estudar sua palavra diligentemente em particular. Alguns dizem que não tem tempo para estudar as escrituras, e outros o fazem de mau vontade, apenas para dizerem a si mesmos ou aos outros que estudam sempre. Esses dois tipos de pessoas nunca aprenderão os mistérios de Deus. (12) Mesmo que tenhamos pouco tempo em uma rotina difícil, devemos buscar primeiro o reino de Deus e sua justiça. Então, o Senhor, que entende nossas limitados e dificuldade, não nos deixará sozinhos, e teremos um estudo vigoroso, andando em novidade de vida.

5 de nov. de 2010

Hermenêutica Teológica

O Senhor Jesus Cristo disse: “Examinai as escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam” (João 1:39). O que quer dizer examinar? Recorrendo a um dicionário você vai encontrar os seguintes significados: inspecionar, atender, investigar minuciosamente, estudar, meditar a respeito de algo, observar, apurar, provar e verificar. Então, para que examinemos as escrituras devemos estar prontos para fazer mais do que uma leitura casual de uma passagem. Examinar é ler, ponderar, orar e, depois, aplicar a escritura a vida pessoal, familiar e social.


Percebi pelo menos cinco razões para examinar as escrituras: (1) o Senhor ordenou isso: “eis que vos digo que deveis examinar estas coisas. Sim, ordeno-vos que examineis estas coisas diligentemente” (3 Néfi 23:1); (2) para que conheçamos Jesus Cristo: “Eis que te digo que nenhum dos profetas escreveu nem profetizou sem ter falado sobre este Cristo” (Jacó 7:11); (3) para que possamos saber o que em breve se sucederá: “Examinai estes mandamentos, porque são verdadeiros e fiéis; e as profecias e as promessas neles contidas serão todas cumpridas” (D&C 1:37); (4) para que conheçamos nossa responsabilidade: “E falamos de Cristo, regozijamo-nos em Cristo, pregamos a Cristo, profetizamos de Cristo e escrevemos de acordo com nossas profecias, para que nossos filhos saibam em que fonte procurar a remissão de seus pecados” (2 Néfi 25:26); e (5) para que tenhamos vida eterna: “vós cuidais ter nelas a vida eterna” (João 1:39).

Portanto, dá para se ver a importância do estudo da palavra de Deus. Sem um exame atento corremos o risco de perder a vida eterna! E a vida eterna é tudo o que queremos: felicidade sem fim.

Há aquele conto, muito usado pelos oradores e professores da Igreja, sobre três homens que morreram e foram à porta do céu. Lá encontraram um mensageiro na porta. Tal ser perguntou ao primeiro homem: “você conhece Jesus Cristo?” A resposta imediata foi: “sim, eu o sei quem ele é – estudei a Bíblia de capa a capa”. O Mensageiro disse: “esta bem, vá para aquele lugar ali abaixo” – e apontou na direção pelo qual o homem deveria ir, e este se foi satisfeito. O segundo homem se aproximou, então: “o senhor conhece Jesus Cristo?” A resposta foi: “Sim, estudei as escrituras, guardei os mandamentos, servi o próximo – eu o conheço!” O Mensageiro apontou para esquerda e disse “esta bem, vá para lá”, e o homem se foi contente. O terceiro homem se aproximou. O mensageiro lhe indagou chamando-lhe pelo nome: “Conheces Jesus Cristo?”, pelo que o homem caiu de joelhos no chão e, chorando, disse: “Senhor meu e Deus meu!” Ele reconheceu que aquele mensageiro era, na verdade, o próprio Senhor e Salvador Jesus Cristo. Este entrou no céu, a direita do Senhor.

O conto ilustra bem não só a importância de reconhecer Cristo quando morrermos, mas de estudarmos e aplicarmos as escrituras para que possamos conhecê-lo. O primeiro homem tinha lido as escrituras, e o segundo havia lido e aparentemente se esforçado um pouco mais. Mas nenhum dos dois havia se transformado com a palavra de Deus, razão pela qual não puderam reconhecer o Salvador. Também há uma outra lição, que faço questão de ressaltar: quanto mais conhecemos o Salvador, mais próximos ficamos Dele – o que foi ilustrado pelo fato que o primeiro homem foi chamado de “você”, o segundo de “o senhor” e o terceiro pelo seu próprio nome.

Visto a importância das palavras de Deus, não é de se negar a grande importância da interpretação. A interpretação escriturística, ou a hermenêutica teológica é vital para cumprirmos o mandamento de examinar as escrituras. Interpretar significa aclarar, dar o significado, fazer entender, traduzir e exprimir a idéia.

Interpretar as escrituras pode não ser algo tão fácil. Mas é algo que fazemos o tempo todo – mesmo durante uma mera leitura. Quando lemos: “No princípio criou Deus os céus e a terra” (Gênesis 1:1) interpretamos os caracteres que formam palavras no idioma que usamos, e transformamos o significante em significado. Isso é interpretar: relacionar o símbolo com o seu significado. Captamos a mensagem de acordo com nosso conhecimento enciclopédico e nosso conhecimento espiritual. A maior parte dos leitores interpretará essa passagem da seguinte maneira: “No princípio – começo, no início – Deus – que é o Ser Supremo – criou, ou seja, fez, os céus – que é um lugar acima da terra – e a terra – que é um lugar abaixo dos céus.” É fácil recorrer a essa interpretação lingüística com um dicionário. Basta achar o significado das palavras e substituí-las por sinônimos.

Se recorrermos a comparação escriturística com outras passagens poderemos compreender melhor esse versículo. Há mais dois relatos da criação nas obras-padrão, na Pérola de Grande Valor:

“E ENTÃO o Senhor disse: Desçamos. E eles desceram no princípio; e eles, isto é, os Deuses, organizaram e formaram os céus e a Terra” (Abraão 4:1).

“E ACONTECEU que o Senhor falou a Moisés, dizendo: Eis que eu te revelo o que concerne a este céu e a esta Terra; escreve as palavras que eu digo. Eu sou o Princípio e o Fim, o Deus Todo-Poderoso; por meio de meu Unigênito eu criei estas coisas; sim, no princípio criei o céu e a Terra sobre a qual estás” (Moisés 2:1)

Aprendemos com a simples comparação de relatos que havia mais de um Deus que criou os céus e a terra. Vemos que o Pai criou através de seu Unigênito. E que criar significa organizar e formar e não necessariamente fazer aparecer do nada ou fazer surgir algo novo, que antes não existia. Se aplicarmos a interpretação enciclopédica após a comparação acharemos nossos significados que poderão aumentar nossa visão dos versículos.

Podemos ainda, por meio de guias, dicionários bíblicos e outros recursos, aplicar uma outra espécie de interpretação, que é a interpretação histórico-cultural. Podemos descobrir quem foi Moisés, o que a palavra Deus significava para os hebreus. O que quer dizer Unigênito, etc.

Ainda poderíamos aplicar a interpretação histórico-lingüística que nos faria entender o valor correto ou aproximado de cada termo usado na passagem. Indo um pouco além poderíamos unir o método de comparação entre passagens e comparar o texto estudado com o mesmo texto numa outra língua. Novos e interessantes sentidos são descobertos neste processo.

A comparação não se resume a traçar paralelos entre as obras-padrão, da língua própria ou de outra, antiga ou moderna. A comparação pode ser usada com as escrituras vivas – que saem da boca dos profetas atuais. Quando o profeta interpreta uma escritura ou passagem podemos ter certeza que seu sentido é aquele. O único cuidado que devemos ter é o de estar recebendo a mensagem certa. Porque como se sabe muito bem ao estudar comunicação – nem sempre o receptor recebe a mensagem que o emissor transmitiu – devido a falhas surgidas nas fases desse processo.

Mas não é tão complicado quanto parece. Deus fala de modo claro e simples, de uma forma que o homem finito e decaído possa entender. Sim, ele fala com “evidente humildade, como um homem fala com outro, em [nossa] própria língua” (Éter 12:39). Entretanto, Deus nunca é simplório. Suas palavras são simples mas poderosas, pois penetram na alma humana, ou seja, tem capacidade de afetar o corpo e o espírito do homem (D&C 11:2).

O mandamento de pedir, buscar e bater é o mesmo mandamento de orar e vigiar – é um convite a revelação feito pelo próprio Senhor. É uma das promessas mais repetidas em todas as escrituras[1]. Pedir implica em humilhar-se perante Deus e desejar acreditar (Alma 32:24-28). Buscar significa ponderar, ter um coração sincero e real intenção (Morôni 10:4). Bater deduz o pagamento do preço da revelação – a prova da fé (Éter12:6, D&C 9:7).


[1] Para citar algumas: Mateus 7:7; Lucas 11:9; 3 Néfi 14:7; 3 Néfi 27:29; D&C 4:7; D&C 49:26; D&C 88:63.

2 de mai. de 2010

Busca, Arbítrio e Justiça de Deus

Todos os homens buscam alegria. A procura da felicidade é um anseio fundamental, uma premissa vital de todos os homens em todos os lugares: “Adão caiu para que os homens existissem e os homens existem para que tenham alegria” (2 Néfi 2:25). Existimos – e isso é um fato inquestionável. Procuramos felicidade – e isso é um fato intrínseco a própria existência. Nós vivemos buscando felicidade: isso nos motiva a viver. Achar alegria infinita é o propósito da existência.


Deixando de lado a filosofia de homens – que desprezo por serem tão insuficiente quanto um sedento que sonha que bebe, mas acorda e esta ainda com sede (2 Néfi 27:3) – usarei da verdade para provar a importância de minhas palavras.

A verdade e liberdade.
A verdade é o conhecimento das coisas como foram, como são e como serão (Jacó 4:13, D&C 93:24). A verdade é Cristo (Enos 1:26, Alma 5:48, João 1:17). A verdade nos liberta (João 8:32): Cristo nos liberta! (João 8:36; 2 Néfi 9:19, 25- 26) O conhecimento da verdade (conhecimento de Cristo – de sua obra e glória), e aplicação desse conhecimento –que é sabedoria – é o que leva o homem a ter vida eterna, felicidade eterna (2 Néfi 2:27-28; D&C 42:61).

Todos nós buscamos liberdade e verdade – pois elas nos conduzem a alegria, a Deus. O propósito de vivermos e de toda criação é proporcionar alegria a Deus e a seus filhos (Moisés 1:39).

A verdade se encontra explicita nas escrituras sagradas (Helamã 15:7; 2 Timóteo 3:15-17). Elas serão a base para esse estudo. As escrituras falam de Cristo (João 5:39), regozijam-se em Cristo, pregam a Cristo e profetizam de Cristo; elas foram escritas para que procuremos a remissão de nossos pecados (2 Néfi 25:26). “E a remissão de pecados trás mansidão; e a mansidão e a humildade resultam na presença do Espírito Santo, o Consolador, que nos enche de esperança e perfeito amor, amor que se conserva pela diligência na oração até que venha o fim, quando todos os santos habitarão com Deus” (Morôni 8:26).

Habitar com Deus, como já expliquei, é ter infinita felicidade (Mosias 2:41). Essa alegria vem pelo viver digno (D&C 51:19). Ensinou o Salvador: “Se guardardes meus mandamentos, permanecereis no meu amor (...). tenho-vos dito isso para que minha alegria permaneça em vós, e vossa alegria seja completa.” (João 15:10-11)

Eis o maior axioma: o propósito da vida é usar o arbítrio o qual fomos investidos para escolhermos ter alegria. O arbítrio é a faculdade, vontade e o poder de escolher, ou “a habilidade e privilégio que Deus nos concede de escolhermos e agirmos por nós mesmos” (Arbítrio, GEE).


Justiça de Deus.

A Justiça de Deus é o conjunto de leis eternas que Deus segue . Essa Justiça estabeleceu as condições do arbítrio, e as sanções para as comissões e omissões dos seres que agem (1 Néfi 15:30, 2 Néfi 9:26, D&C 107:84, Romanos1:16-18, 28 e 32). A Justiça de Deus não pode ser negada, ela sempre existirá: “Se disserdes que não há lei, direis também que não há pecado. E se disserdes que não há pecado, direis também que não há retidão. E não havendo retidão, não há felicidade. E não havendo retidão, nem felicidade, não haverá castigo nem miséria. E se essas coisas não existem, não existe Deus. E se não existe Deus nós também não existimos nem a Terra; pois não poderia ter havido criação nem para agir nem para receber a ação; portanto todas as coisas inevitavelmente teriam desaparecido.” (2 Néfi 2:13). O profeta testificou ainda: “E agora, meus filhos, digo-vos estas poucas coisas para vosso proveito e instrução; pois existe um Deus e ele criou todas as coisas, tanto os céus como a Terra e tudo que neles há, tanto as coisas que agem como as que recebem a ação.” (2 Néfi 2:14)

Há duas grandes divisões na eternidade: coisas que agem e coisas que recebem a ação. As que agem são os filhos de Deus, e as que recebem a ação são as demais inteligências ou criações. No principio todos os filhos de Deus eram iguais, ou se achavam no mesmo nível de espiritualidade (Alma 13:5). Contudo com a dádiva do arbítrio permitiu-se o progresso, a felicidade e a retidão. Também se abriu caminho para a estagnação, infelicidade e pecado (Alma 42:16). Isso pôde acontecer por que Deus estabeleceu leis.

Sem leis não há ordem, e Deus é um Deus de ordem (D&C 132:8). Aplicando as palavras de uma revelação, que fala da organização do sacerdócio, para o contexto que estamos abordando: “ninguém estará isento da justiça e das leis de Deus, para que todas as coisas sejam feitas em ordem e com solenidade perante ele, de acordo com a verdade e justiça” (D&C 107:84).

A Justiça de Deus é o ordenamento de todas as coisas visíveis e invisíveis. As escrituras revelam que se Deus negar sua justiça, Deus deixa de ser Deus (Alma 42:13, 22). Por isso a obediência é a primeira, ou seja, o mais importante princípio dos céus: “Há uma lei, irrevogavelmente decretada nos céus, antes da fundação do mundo, na qual todas as bênçãos se baseiam – e quando recebemos uma bênção de Deus, é por obediência à lei na qual ela se baseia” (D&C 130:20-21).

Se hierarquizássemos as leis da Justiça Divina as mais importantes seriam os princípios. Os princípios são verdades fundamentais e simples que “incluem doutrinas, mandamentos, ordenanças e preceitos” (Manual do Casamento Eterno, pg. IX – prefácio). Os princípios são imutáveis e se aplicam as mais diversas situações. Eles sempre serão válidos.

Aqueles que obedecem às leis e princípios são abençoados, aqueles que não obedecem são amaldiçoados. Essa obediência ou desobediência só é possível por que possuímos o arbítrio (D&C 104: 42, Alma 3:18-19; Deuteronômios 11:26-29).

Brigham Young disse:“As leis eternas pelas quais o Senhor e todos os outros existem nas eternidades dos Deuses decretaram que se deve conseguir o consentimento de todas as criaturas para que o Senhor possa governar perfeitamente.” (DBY, pg. 65) As coisas que recebem a ação ou as criações que não são filhos de Deus, obedecem ao Senhor por que Ele é Deus – e vive toda a lei.

Percebemos que, no relato da Criação do mundo, os deuses ordenaram aos elementos e eles se organizaram (Abraão 4). “E os Deuses vigiaram aquelas coisas que eles haviam ordenado, até elas obedecerem” (Abraão 4:18, itálicos adicionados).

Torna-se evidente que as inteligências possuem arbítrio. Ainda que esse arbítrio não seja o mesmo que os filhos de Deus, pois há coisas que agem e outras que recebem a ação (2 Néfi 214) . O pó da Terra sempre obedece à voz de seu Criador (Mosias 2:25; Helamã 12:7-8). As seguintes escrituras sugerem o arbítrio de todas as criações:

“Toda verdade é independente para agir por si mesma na esfera em que Deus a colocou, como também toda inteligência; caso contrário, não há existência” (D&C 93:30). Essa escritura mostra que a existência é intimamente ligada ao arbítrio.

“E também, em verdade vos digo que a Terra vive a lei de um reino celestial, porque cumpre o propósito de sua criação e não transgride a lei” (D&C 88:25). Ora, se a Terra obedece é porque tem capacidade de obedecer.

“E havia diante do trono como que um mar de vidro, semelhante ao cristal. E no meio do trono, e ao redor do trono, quatro animais cheios de olhos, por diante e por detrás” (Apocalipse 4:6). Joseph Smith recebeu mais luz sobre esse assunto em Doutrina e Convênios 77:2-4 (itálicos adicionados):

“[Pergunta:] O que devemos entender pelos quatro animais mencionados no mesmo versículo? [Resposta:] São expressões figurativas empregadas por João, o Revelador, para descrever o céu, o paraíso de Deus, a felicidade do homem e dos animais e dos répteis e das aves do ar; o que é espiritual sendo à semelhança daquilo que é material; e aquilo que é material, à semelhança do que é espiritual; o espírito do homem à semelhança de sua pessoa, como também o espírito do animal e de todas as outras criaturas que Deus criou.”

“[Pergunta:] Os quatro animais limitam-se aos próprios animais ou representam classes ou ordens? [Resposta:] Limitam-se a quatro animais, individualmente, os quais foram mostrados a João para representar a glória das classes dos seres na ordem ou esfera de criação que lhes foi destinada, no gozo de sua felicidade eterna.”

“[Pergunta:] O que devemos entender pelos olhos e asas dos animais? [Resposta:] Seus olhos representam luz e conhecimento, isto é, eles são cheios de conhecimento; e suas asas representam poder para mover-se, para agir, etc.”

Os animais, em sua esfera, são cheios de conhecimento e são capazes de agir. Assim como as demais inteligências.

“A todos os reinos se deu uma lei. E há muitos reinos; pois não existe espaço em que não haja reino; e não existe reino em que não haja espaço, seja um reino maior ou um reino menor. E a todo reino é dada uma lei; e toda lei também tem certos limites e condições” (D&C 88:36-38). O universo, ou melhor, a obra de Deus é muito maior do que pensamos. As eternas leis e os diversos reinos (que podemos entender como as diversas dimensões, condições ou esferas) possuem seres inteligentes que possuem leis maiores ou menores e são capazes de reconhecê-las e obedecê-las.

Não entraremos mais no mérito do arbítrio de todas as inteligências, pela simples razão de que Deus decidiu não revelar muito sobre esse assunto. Usaremos a classificação de Leí dizendo que há coisas que agem (Deus e seus filhos) e outras que recebem a ação das coisas que agem (são as demais inteligências). Nada diremos sobre a possibilidade de desobediência de uma inteligência que não seja um filho espiritual de Deus, nem especularemos sobre se é possível Deus deixar de ser Deus – não mais do que dizem as escrituras. O pó sempre obedece a Deus, porque Deus sempre honra sua posição (Abraão 3:18-19; Moisés 7:48-49, 56, 58, 61-62; Helamã 12:6-21; Mórmon 9:19; 2 Néfi 2:13-14; Alma 42:13-, 22-23, 25, 30).

Arbítrio.
Aqueles que possuem arbítrio são agentes, pois agem: tomam decisões. Falamos aqui dos filhos de Deus.

As condições para a existência do arbítrio são: (1) todos (os agentes) podem escolher: investidura de capacidade para decidir (inteligência ou luz e verdade reveladas); (2) só um lado (de dois) pode ser escolhido: há opostos e há incapacidade de escolha simultânea entre eles; (3) todos devem e querem escolher, e neutralidade é uma escolha; (4) toda escolha gera conseqüências, toda ação corresponde a uma reação; (5) impossibilidade de alterar as conseqüências da escolha: o efeito irremediável; (6) há escolhas de pouca relevância e triviais, mas ainda assim geram conseqüências – escolha entre o bom e o bom ou entre o mau e o mau; (7) As conseqüências afetam o resultado final: levando a alegria eterna ou tristeza eterna – responsabilidade do agente pelo fim; (8) e por mais que haja pressão de se fazer escolhas há responsabilidade advinda da investidura – ninguém pode coagir alguém em última instância a agir: inexistência de compulsão.

Um rápido vislumbre sobre as condições de existência do dom do arbítrio mostrarão os aspectos mais importantes do Plano de Salvação de Deus.

1- Todos podem escolher: Todos os filhos de Deus são investidos com o arbítrio. Esse privilégio foi-lhes dado antes de nascerem nessa Terra, e viverem na mortalidade. Esse poder de escolha é que possibilita os homens adquirirem conhecimento e crescerem. Sem o arbítrio os filhos gerados por Deus não podem se tornar como Ele, possuindo a Vida Eterna, alegria eterna. Porque sem o poder de decidir não podem obedecer às leis; e sem a obediência a Justiça de Deus não há bênção.

Deus nos criou para que fossemos como Ele. As escrituras revelam que Seu propósito é levar os homens a exaltação. Exaltação é a condição de vida de Deus : Deus é um homem exaltado. Além Dele ser Todo-Poderoso é nosso Pai Celestial e nos ama. Por nós amar deseja concede-nos tudo que tem. Mas só pode fazê-lo, como já foi demonstrado, de acordo com a Divina Justiça.

Por essa simples e grandiosa razão investiu-nos com o arbítrio: para que escolhêssemos o certo para sermos abençoados para sempre.

Deus nós deu o arbítrio em uma ocasião passada, na pré-mortalidade. Esse arbítrio gerou diferenças entre os filhos de Deus, que a principio eram todos iguais – porque uns preferiam luz e verdade e outros não. Alguns progrediram muito, outros, nem tanto. Assim pode Deus escolher os nobres e grandes que nasceriam nessa Terra para serem governantes (Abraão 3:22-23).

Sabendo que as escolhas erradas poderiam ser feitas por seus filhos, Deus providenciou a Misericórdia, para salvar o arbítrio de seus filhos. A Misericórdia vem por meio de Cristo, que foi enviado a Terra para possibilitar que os homens sejam exaltados. Sem Cristo o arbítrio não existiria. Isso é verdade ao entendermos que sem Cristo não haveria opção de redenção, vida e liberdade. Daí a correta conclusão de que a verdade nós libertará. Porque sem Cristo a morte e o inferno exigiriam os filhos de Deus – que falham, pecam, e não tem poder de redimirem-se sozinhos.

A Misericórdia de Deus não pode roubar a Justiça, mas pode satisfazê-la. Um pecador deve pagar por seus erro, diz a Justiça. Não obstante, a misericórdia diz que um pecador não precisa pagar por seu erro se um outro o fizer. Cristo, o mediador, sofreu pelos pecadores, para que não precisassem receber a punição da Justiça. O entendimento da doutrina Justiça e Misericórdia é o ponto chave do plano de redenção. É também a mais importante doutrina para compreender o amor do Pai, a Expiação de Jesus Cristo e a santificação de seus filhos. É sobre essa doutrina que basicamente tratarei no decorrer desse estudo. Por ora, basta saber que Deus nos deu o arbítrio e concedeu meios de sempre desfrutarmos desse dom, por sua misericórdia.

Antes de nascer fizemos escolhas. Nesta vida fazemos escolhas, e se passarmos no teste mortal continuaremos a fazê-las. Não há ninguém, exceto as criancinhas e alguns filhos de Deus excepcionais (que não tem capacidade de discernimento) que não saibam suficiente para escolher. “Pois eis que o Espírito de Cristo é dado a todos os homens, para que eles possam distinguir o bem do mal” (Morôni 7:16). O Espírito de Cristo é a Luz de Cristo – uma influência que parte de Cristo e preenche todo o espaço. Todos os que nascem possuem a luz de Cristo. Uma das manifestações dessa luz é a consciência. Assim todos são responsáveis pelos seus atos.

2- Só um lado (de dois) pode ser escolhido. Há opostos. Sem opostos não há escolha. Deve existir o bem e o mal, a verdade e a mentira, o certo e o errado, o prazer e a dor, a alegria e a tristeza. “Porque é necessário que haja uma oposição em todas as coisas. Se assim não fosse, (...) não haveria retidão nem iniqüidade nem santidade nem miséria nem bem nem mal. Portanto é preciso que todas as coisas sejam compostas em uma; pois se fossem um só corpo, deveriam permanecer como mortas, não tendo vida nem morte, nem corrupção nem incorrupção, nem felicidade nem miséria, nem sensibilidade nem insensibilidade.” (2 Néfi 2:11)

3- Todos devem e querem escolher. Os homens foram colocados em condição de agir: “os homens são livres segundo a carne; e todas as coisas que necessitam lhes são dadas. E são livres para escolher a liberdade e a vida eterna por meio do grande Mediador de todos os homens, ou para escolherem o cativeiro e a morte, de acordo com o cativeiro e o poder do diabo (...)” (2 Néfi 2:27). Ou escolhemos a liberdade e a vida eterna ou o cativeiro e a morte. Não há como não escolher.

Vemos que há dois grandes poderes: o de Deus e o do diabo. Há dois grandes mestres, constantemente nos convidando a segui-los. Não podemos seguir a Deus e ao diabo: “Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há de odiar um e amar o outro ou há de apegar-se a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamon.” (Mateus 6:24). Ou escolhemos um ou outro.

A neutralidade é possível apenas quando não há conhecimento – onde não há lei, não há pecado. “E onde nenhuma lei é dada não há castigo; e onde não há castigo não há condenação; e onde não há condenação as misericórdias do Santo de Israel têm poder sobre eles, por causa da expiação; porque são libertados pelo poder dele.” (2 Néfi 9:25)

Quando há conhecimento não há campo neutro. Ou servimos a Deus ou ao diabo. Mesmo a inércia ou a ociosidade é uma escolha, no caso uma escolha diabólica.

Todos querem escolher. Naturalmente o homem defende e anela por liberdade, prazer e alegria. O elemento “busca” foi adicionado a todos os agentes. Assim como todos são livres, assim também todos buscam liberdade, conhecimento, alegria ou poder. Portanto aspiram escolher.

4- Toda ação corresponde a uma reação. Ao fazermos uma escolha geramos uma conseqüência. Nas palavras de Paulo: “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará vida eterna” (Gálatas 6:7-8).

Uma pessoa que escolhe fumar terá problemas de saúde como conseqüência. Por mais que haja tratamentos médicos destinados a amenizar essas conseqüências, a conseqüência correspondente nunca deixará de existir.

Em outras palavras, uma escolha errada sempre produzirá maldição, e uma escolha certa sempre produzirá bênção. Evidentemente isso esta de acordo com a Justiça de Deus.

Se a misericórdia for levada em consideração, ainda assim as conseqüências do pecado não deixam de existir. Se alguém peca pode não receber a penalidade, por que Cristo, o mediador que concede misericórdia, foi penalizado em seu lugar. Nesse caso, a conseqüência do pecado foi transferida. Essa transferência acorre por causa da Expiação e das leis e ordenanças do evangelho, que serão demonstradas nos próximos capítulos.

Como vivemos juntos – vários seres que agem convivem – as escolhas de uns podem afetar a outros. De fato, as escolhas e conseqüências determinaram o tipo de mundo que vivemos e que viveremos.

Como vivemos num estado preparatório, algumas escolhas não surtirão efeito imediato. Na verdade não há lei que diga que toda ação corresponda a uma instantânea reação. A misericórdia acha espaço nessa brecha e concede um período para transferirmos as conseqüências de nossas más escolhas à Cristo. O tempo, que não existe para Deus, mas é medido pelos homens, é uma terna misericórdia que nos dá chance de escapar das garras da justiça pelas condições do Evangelho.

Por exemplo, um assassino e adúltero pode desfrutar de relativa paz e prosperidade terrena – sem ter que pagar pelos seus pecados enquanto estiverem no caminho – sem sofrer as conseqüências de suas más escolhas. Mas essas conseqüências os alcançarão e todos terão que pagar até o último senine (3 Néfi 12:25-26). Esse pagamento não será apenas por seus delitos, mas por terem recebido bênçãos sem merecerem. Terá um efeito ex tunc (retroativo).

5- O efeito é irremediável. Toda escolha gera conseqüências, e essas atingirão sua medida. É impossível impedir que um pecador seja punido. É impossível negar a um justo que seja abençoado. O trabalhador é digno de seu salário.

As não são conseqüências são impassíveis de mudança, pois elas podem deixar de existir para alguém (pecador) e ser transferidas (por meio das leis e ordenanças do evangelho) a outro (Cristo). Entretanto (os efeitos das escolhas) não deixam de existir – são transportados.

Como foi dito, por estarmos num estado de provação os efeitos das escolhas podem não chegar no tempo que julgamos ser adequados. E também os efeitos negativos, de escolhas alheias podem interferir em algum grau no arbítrio de outros. Por exemplo, um homem que intencionalmente fere outro deixando-o paraplégico, privará esse homem de desfrutar algumas escolhas e conseqüências que teria se não sofresse. Se esse homem ferido fosse um pai de filhos pequenos não poderia mais praticar esportes com eles. Deve-se imediatamente lembrar que por causa da Justiça de Deus e de Sua grande Misericórdia, o homem que sofreu o acidente terá o privilégio de brincar com seus filhos num tempo futuro se for fiel ou ao menos será recompensado por sua dor.

As prováveis interferências no arbítrio – como um homem ser escravizado – fazem parte do Plano de Deus. Catástrofes, adversidades, tribulações, provações de todos os tipos nos compelem a escolher – na verdade, sem as provas de arbítrio seria impossível seu exercício pleno.

Os efeitos de nossas escolhas e de outros, entrelaçadas, possibilitam o progresso e bem-estar, bem como a desgraça e a infelicidade.

6- Há escolhas de pouca relevância e triviais. Escolher uma peça de roupa de cor diferente pode ser uma escolha tão insignificante para um resultado final, como obter a exaltação ou a condenação, que podemos ser tentados a não considerar essa condição do arbítrio. Mas mesmo as escolhas pequenas são relevantes: “Podes supor que isso seja tolice de minha parte; mas eis que te digo que é por coisas pequenas e simples que as grandes são realizadas” (Alma37:6).

A peça de roupa de determinada cor pode ser carregada de um valor superior em relação à outra. Uma mesma peça de roupa pode ser moral ou socialmente bem aceita, enquanto outra, por ser de outra cor pode ser reprovada. Uma escolha pequena pode gerar conforto ou constrangimento.

Além disso, e mais importante, se a peça de roupa for indiscreta, revelando partes intimas os efeitos da escolha da pessoa que a usa serão negativos – gerarão um pecado. Assim uma escolha tão pequena pode gerar um resultado final muito grande: ser para sempre afastada da presença de Deus.

Conclui-se que as escolhas pequenas nem sempre são triviais – muitas vezes são vitais. Escolher pensar em algo pode ser determinante para a exaltação ou condenação: “Lembrai-vos que ter mente carnal e morte e ter mente espiritual é vida eterna” (2 Néfi 9:39).

Em suma há dois tipos de pequenas escolhas: escolhas, que embora diferentes gerem o mesmo resultado, e escolhas pequenas que geram resultados diferentes.

7- Responsabilidade do agente pelo fim: Os efeitos das escolhas são acumulativos, e em dado momento da existência contabilizarão um fim. Há dois resultados principais no fim do estado em que nos encontramos: salvação e condenação. Apesar de existir vários reinos de glória, e vários graus de salvação em cada reino, salvação sem exaltação é condenação – pois todos aqueles que não forem ao mais alto grau, estarão em desvantagem aos que obterem Vidas Eternas (D&C 132:4).

Aqueles que têm o arbítrio são suficientemente responsáveis pelo seu próprio fim, mas não são plenamente responsáveis. Explico. Se formos considerados dignos, por causa do bom uso do arbítrio, seremos salvos – mas não por nós mesmos, e sim “por meio dos méritos e misericórdia e graça” do Salvador Jesus Cristo (2 Néfi 2:8). Cristo dá a misericórdia, sem ela, as conseqüências de nossos erros exigiriam uma condenação proporcional. Mas para aqueles que fazem o que Ele pede, sua graça é suficiente (2 Néfi 25:23).

Vale fixar que Cristo só aplicará plenamente seu sangue expiatório aqueles que perseverarem até o fim. Cristo é quem diz quando é o fim. Isso significa que as conseqüências finais para as más escolhas só poderão deixar de existir quando as exigências da misericórdia estiverem sendo satisfeitas – quando Ele achar que está bom. As exigências para a Misericórdia são claras e simples: fé no Senhor Jesus Cristo, arrependimento, batismo por imersão, dom do Espírito Santo e perseverança até o fim (Alma 11:41). As exceções para o cumprimento desses requisitos são: as criancinhas com menos de oito anos de idade e os mentalmente incapazes.

Um caso deve ser entendido: certo homem, que procurava fazer o bem e cumpria suas obrigações, que Deus o tinha por justo e santo, acidentalmente matou uma pessoa. Ele terá que se defender perante as leis dos homens. Supúnhamos que sua defesa não foi convincente, e ele foi preso. O fim para este bom homem é o cativeiro – ele é responsável por esse fim?

Não. Não há carma, nem destino. Analisemos corretamente, já que nesse exemplo podemos saber mais no que nossos olhos são capazes de enxergar. Percebemos que o homem que matou é inocente a vista de Deus, e mesmo que sofra agravantes injustamente – e que morra na prisão como malfeitor – o seu fim ainda não ocorreu. O fim não vem com a morte. No Julgamento final esse homem receberá seu galardão. As injustiças serão corrigidas e Ele será indenizado pela Misericórdia de Cristo. O mesmo vale para o homem que morreu no exemplo – ele ainda será responsável pelo fim, mesmo que algumas oportunidades foram-lhe negadas pelo acidente. Todos são responsáveis pelo fim, independentemente de quem sejam e do que fazem e das pressões e circunstâncias esperadas ou não.

8- Ninguém pode coagir alguém em última instância a agir.

Um caso extremo: um assaltante aponta a arma para a cabeça de um individuo. A lei dos homens dirá, que o assaltante esta compelindo a vitima a fazer o que ele ordenar (sair de um carro, efetuar um saque em dinheiro, assinar um contrato, etc.). Mas no fundo não há verdadeira coação. O homem tem escolha: obedecer ao assaltante ou não. Se ele recusar o assaltante morrerá.

O exemplo de três virgens martirizadas, mencionadas na Perola de Grande Valor, que se recusaram a negar o verdadeiro Deus, mostra que nem a ameaça de morte as obrigou a fazer uma escolha (Abraão 1:11-12).

Mesmo que as circunstâncias sejam tais que digamos que não tínhamos escolha – sempre, neste estado terreno, temos escolhas.

É verdade que um viciado em drogas tenderá a agir de determinada maneira a manter seu vicio. Mas se ele escolher parar com aquilo poderá parar. E quando for curado, por Cristo, mesmo que haja pressão social ou diabólica para que volte a usar drogas poderá não escolher fazê-lo.

Há correntes filosóficas, morais e religiosas que defendem que não há arbítrio e outras que dizem que alguns dos pontos apresentados aqui não são verdadeiros. Sinceramente eu desprezo seus argumentos.

As escrituras revelam que temos o arbítrio e que viemos a essa Terra fazer escolhas e que ninguém esta previamente destinado a se tornar um Deus ou um diabo. Embora existam diferentes pontos de vista, e as tendências e mutações devam ser levadas em consideração quando falamos em decisões, creio que delineei os aspectos mais importantes sobre a realidade do poder de escolha que cada um de nós desfruta.

Não preciso provar, mais do que já expus, que as afirmações acima são verdadeiras. Eu poderia recorrer a mais exemplos e me aprofundar mais no tema, mas esse não é o objetivo desse estudo. Cada leitor poderá fazer tal julgamento por si mesmo.

7 de abr. de 2010

Como Vencer a Tentação e o Pecado - 3 Néfi 18

Neste capítulo Jesus ensina como vencer a tentação e o pecado. Creio que suas palavras são tão validas para os a nefitas que o ouviram pessoalmente quanto para nós, pois Ele expressamente disse que os nefitas haviam ido a ele e sentido pessoalmente “e da mesma forma [deviam fazer] ao mundo”, convidando-os a achegarem-se a Cristo (3 Néfi 18:25).
O sacramento é o primeira arma contra a tentação e o mal. O propósito do sacramento foi ensinado pelo Senhor: comemos o pão em lembrança do corpo de Cristo – ao lembrarmos de Cristo testificamos ao Pai de nossa disposição de seguir os mandamentos – esse desejo convida o Espírito (3 Néfi 18:6-7); tomamos a água para cumprir os mandamentos – também testificamos a Deus sobre nossa disposição de seguir o Filho, que derramou seu sangue expiatório por nós - temos assim direito ao Espírito constantemente (3 Néfi 18:10-11). Além disso, quando tomamos dignamente o sacramento estamos edificando na Rocha do Redentor “que é um alicerce seguro”: o sacramento nos protege do inferno, o mal e as adversidades da vida (3 Néfi 18:12-13, Helamã 5:12).
A segunda arma contra a tentação e o mal é guardar os mandamentos (3 Néfi 18:14). Em provérbios 16:3 lemos: “Confia ao Senhor as tuas obras, e teus pensamentos serão estabelecidos.” Temos que tomar cuidado com nossos pensamentos, palavras e obras e guardar os mandamentos para não perecer (Mosias 4:30). A mente carnal é morte, e a mente espiritual é vida eterna 92 Néfi 9:39). Aquele que guarda os mandamentos é sustentado por Deus (1 Néfi 17:3) e salvo (1 Néfi 22:31). Alguns dos mandamentos são: adorar a Deus, e somente Ele, santificar o dia do Senhor, amar o próximo, não mentindo, roubando e guardando a lei da castidade (Êxodo 20:3-17; Marcos 12:30-31).
A terceira arma apresentado pelo Senhor contra o mal é vigiar e orar. Vigiar é estar atento, ser capaz de receber e seguir as revelações de Deus. Inclui orar individualmente e em família (3 Néfi 18:18-21), jejuar (Isaías 58:6-11), permanecer em lugares santos (D&C 45:32, 87:8), estudar as escrituras (João 5:39) e seguir os profetas (Jacó 4:6).
Onde tomamos o sacramento e aprendemos os mandamentos? Num lugar de adoração. Esse é a quarta forma de nos defendermos do mal: se reunir com freqüência para aprender e adorar (3 Néfi 18:22). Fazer obra missionária é a quinta arma eficaz contra a tentação e o mal (3 Néfi 18:22-25). Cristo é o exemplo e é a luz que seus seguidores levantarão. O exemplo e o convite são as ferramentas mais eficazes da obra missionária.
O Senhor Jesus Cristo concluiu suas palavras a multidão dizendo que “todo aquele que quebrar este mandamento ficará sujeito a cair em tentação” (3 Néfi 18:25). O Senhor deu-nos a receita de como vencer o mal, se a seguirmos teremos vida eterna.