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23 de jul. de 2010

Ensinamentos de 1 e 2 Néfi: O que é Revelação?

Néfi não dá um conceito de revelação, mas ensina tanto em seu registro sobre ela, que podemos extrair uma definição simples e clara: revelação é a comunicação sagrada que Deus tem com seus filhos. Neste sentido quando precisamos falar com Deus oramos, e quando Deus quer falar conosco revela sua vontade.
A oração e a revelação estão claramente expressas no seguinte versículo:
“E aconteceu que eu, Néfi, sendo muito jovem, embora de grande estatura, e tendo também grande desejo de saber dos mistérios de Deus, clamei, portanto, ao Senhor; e eis que ele me visitou e enterneceu meu coração, de maneira que acreditei em todas as palavras que meu pai dissera; por esta razão não me revoltei contra ele, como meus irmãos” (1 Néfi 2:16). Nesta ocasião, Néfi estava orando numa situação critica: que determinaria o futuro seu e de sua família – ele precisava saber se seu pai tinha razão em sair de Jerusalém, de sua confortável e bela casa, deixando amigos e parentes, para adentrar um deserto perigoso e cruel. Comumente buscamos revelação em momentos de necessidade. Felizmente o Senhor sempre esta disponível – sempre ouve nossas orações. Como falou o Presidente Boyd K. Packer: “Aprenda a orar. Ore sempre. Ore na mente e no coração. Ore de joelhos. A oração é sua chave pessoal para o céu. A fechadura está do seu lado do véu” (“Oração e Inspiração”, Conferência Geral, outubro de 2009).
Quando Néfi mostrou “grande desejo” de conhecer os mistérios de Deus e depois clamou, era como se usasse a chave da qual falou o Presidente Packer e permitisse que Deus lhe revelasse algo. Os mistérios de Deus são verdades espirituais dadas por revelação (GEE “Mistério de Deus”). Aprendemos muito com esse versículo. Primeiro que a revelação pode ser dada aos inexperientes – Néfi era jovem. Aprendemos sobre o desejo sincero – o qual indica a fé necessária para que a comunicação aconteça. Também verificamos que quando Deus nos visita com uma revelação ele o faz, na maior parte das vezes, com um enternecimento de coração – a revelação é mais sentida do que apercebida pelos sentidos físicos – como a visão ou a audição. Esse sentimento é um fruto do Espírito Santo, que, no caso de Néfi o ajudou a não se revoltar e murmurar como faziam seus irmãos mais velhos. Também o permitiu compartilhar seu testemunho com sua família (1 Néfi 2:17).
A revelação pode vir de muitas maneiras. Néfi cita diversas. Ele começa seu registro contando sobre duas grandes revelações que seu pai teve. Na primeira, Leí viu um grande pilar de fogo (1 Néfi 1:6). Essa manifestação extraordinária é semelhante ao evento em que Moisés viu a Sarça Ardente e Joseph Smith viu um pilar de Luz. É uma manifestação típica, podemos dizer, daqueles que são chamados para grandiosos trabalhos de salvação no inicio de uma dispensação. Depois Leí foi para casa. Curiosamente foi para cama (1 Néfi 1:7). Ensinando-nos que as visões da eternidade retiram a força – causam fadiga física. Então Leí teve uma outra revelação, um sonho, pois estava “dominado pelo Espírito” (1 Néfi 1:8). Com esse sonho Leí entendeu as coisas que os profetas entendem muito bem: a verdade do que era, do que foi e do que será. E com investidura, não só de conhecimento, mas de autoridade, começou a pregar e a profetizar – a sua família e a seu povo (1 Néfi 1:16, 18). Como Leí era um profeta, a revelação de Deus fluía através dele. Ele se tornara um canal vivo de revelação – um oráculo da vontade de Deus. Todavia, o iníquo povo de Jerusalém não lhe deu ouvidos (1 Néfi 1:19).
Até aqui aprendemos pelo menos três formas de revelação: a visão, o sonho e os ensinamentos dos profetas vivos. A visão ocorre quando nossos sentidos físicos estão despertos, e os sonhos quando estamos inconsciente. Às vezes a manifestação não permite distinguir se é um sonho ou visão (1 Néfi 8:2) – se no corpo ou fora do corpo (II Coríntios 12:2-3) – pois a revelação é tão real e tangível que a distinção se torna obsoleta.
Um profeta é um homem chamado por Deus, que tem a devida autoridade para pregar. Tal profeta prega sempre a respeito de Cristo e sempre adverte com relação à iniqüidade. Reconhecemos um profeta pelos seus frutos (Mateus 7:15-20). Os frutos são os resultados que se mostram. Se o profeta é uma testemunha especial do Salvador e se ele fala a verdade, e não mente, então é um profeta verdadeiro. Todavia não é apenas e somente por observação que verificamos se um profeta é verdadeiro. A melhor maneira é orar a respeito do profeta, perguntando a Deus se ele é um profeta verdadeiro. Creio que assim é a melhor forma, por que aprendemos pelas escrituras que muitos viram os profetas fazendo milagres, e não os reconheceram como servos de Deus (Helamã 10:13). E se os reconheceram não quiseram segui-los, porque preferiam a luz ás trevas.
A revelação pode vir ainda por meio de ministração de anjos. Néfi recebeu tal dádiva (1 Néfi 1:14). Objetos sagrados podem conceder revelação – como a Liahona, no caso da família de Leí, (1 Néfi 16:10) ou o Urim e Tumim, no caso de Joseph Smith. A revelação pode vir por uma voz apercebida pelos ouvidos físicos ou uma voz na mente. Ela pode vir no coração, sendo um sentimento e impressão que indicarão uma ação.

29 de abr. de 2010

1 Néfi 15:27 - Não observou a Imundíce

Interessante a frase de Néfi a seus irmãos, ao explicar o sonho de seu pai-profeta: “sua mente estava tão absorvida com outras coisas que não observou a imundície da água.” (1 Néfi 15:27)

Três coisas, ao menos, são ensinadas nesta frase: (1º) Os justos não dão importância à imundice; (2º) Os justos estão tão envolvidos nas coisas da retidão que não tem tempo para considerar a imundice; (3º) a mente pode considerar as “outras coisas” ou a água poluída, e se escolhe observar uma, acaba se tornando ignorante a respeito de outra.
Os profetas de Deus sabem tão bem a respeito das coisas da retidão, quanto das iniqüidades do mundo. Um homem defendeu o profeta Néfi, filho de Helamã:
“Deixai este homem em paz, porque é um bom homem; e as coisas que declara certamente acontecerão, a não ser que nos arrependamos; Sim, eis que todos os castigos que ele nos anunciou cairão sobre nós; porque sabemos que ele não disse senão a verdade sobre nossas iniqüidades. E eis que são muitas; e ele sabe tão bem das coisas que nos acontecerão quanto de nossas iniqüidades. Sim, e eis que se ele não fosse profeta, não poderia haver testificado a respeito dessas coisas.” (Helamã 8:7-9)
Os profetas sabem tão bem sobre a retidão quanto sobre as iniqüidades dos homens. Todavia eles preferem falar de prevenção e de arrependimento em vez de pecado e morte.
Alma, o filho, ordenou a Helamã que preservasse os registros jareditas ocultos. É evidente que Helamã conhecia as iniqüidades dos jareditas, pois tinha acesso a esses registros, mas foi proibido de deixar com que qualquer um soubesse sobre seu conteúdo (Alma 37:27). Os profetas compreendem a extensão e gravidade dos pecados – não porque cometeram tais falhas, mas porque lhes foi revelado. O corpo que é cheio de luz compreende todas as coisas. Ademais se eles não soubessem dos perigos espirituais e materiais não poderiam advertir-nos.
Embora Leí e Néfi viram o rio de águas impuras e soubessem que ele era uma representação do horrível inferno (1 Néfi 15:29), não desejaram aprender muito dele. Aprendi por revelação que aqueles que procuram compreender as trevas ficarão cheios de trevas e não compreenderão a luz. Os que procuram a luz compreenderão a luz e, conseqüentemente terão as dimensões das trevas.
Os assuntos e métodos do demônio não interessam aos justos. Os fiéis permanecem separados do mundo e não tocam em suas coisas imundas. Porque perder tempo olhando para o rio poluído, se podemos contemplar as águas vivas, sim, a árvore da vida? Não é muito melhor deixar o rio e desconsiderar os risos de Babilônia a fim de evitar a tentação de se perder por caminhos desconhecidos ou cair na iniqüidade?
Embora os justos saibam que a iniqüidade vem aumentando e que Satanás tem poder sobre esse mundo mal, eles colocam suas mente bons pensamentos. Não ficam desanimados e desmotivados pela imundice. Não ficam curiosos observando o rio, e se aproximando de sua margem perigosa. Enchem a mente de boas músicas e revelações. São rápidos em retirar qualquer pensamento pecaminoso do palco da mente, e são lentos em ponderar e meditar as escrituras sagradas. Não há tempo para refletir coisas que não tem valor. Em termos mais práticos, ver as novelas de hoje transmitidas tela televisão é o mesmo que olhar para um oceano de iniqüidades. Nossa mente se enche de pornografia, orgulho, maus tratos, perversão e vaidade. O mesmo se dá com os outros meios de comunicação, ver, pensar, ou participar de qualquer iniqüidade é lavar-se com águas mais impuras do que o Rio Tiete. Se houver permanência neste rio conspurcado a morte espiritual é certa!
É evidente que não podemos negligenciar um rio imundo. Devemos verificar sua existência. Ele é real e é perigoso. Mas não queremos saber nada mais sobre ele. Preferimos a luz. Não queremos ver ou saber sobre “Big Brother” – queremos ver e saber coisas que nos levarão para felicidade.
Não podemos escolher simultaneamente olhar para o rio e olhar para a árvore da vida. Se nossa atenção estiver na árvore estaremos seguros, se estiver no rio afundaremos nas trevas. Alguns querem ser estrábicos – e olhar para a árvore e para o rio ao mesmo tempo. Mas verdadeiramente isso é impossível. Não podemos servir a Deus e a Mamon (Mateus 6:24). Não há como ver pornografia na internet e depois desejarmos o Espírito Santo para ensinar com poder nos púlpitos da Igreja. A sujeira advinda da luxúria do rio visto por Leí espanta para muito longe o suave e doce Espírito de Deus. Mesmo umas gotas do rio sujo – uma olhada pecaminosa, um toque perverso ou um pensamento ocioso, podem nos desqualificar para entrada no Reino de Deus, caso não nos arrependamos. Essas não são palavras duras aos justos (1 Néfi 16:1-3). Que possamos olhar e viver (Alma 33:21-23).