Uma das formulas mais importantes para se compreender é: Crença + Ação = Poder. A crença é a própria fé. A ação é a prova da fé e o poder é manifestação da graça divina em milagres, sinais, testemunhos e bênçãos. Eu poderia escrever essa formula de outro modo: “fé + obras = milagre” ou “acreditar + agir = conhecer” ou “sentir + fazer = saber”. Todas querem dizer o mesmo.
A primeira parte da formula vem quando entramos em contato com a palavra de Deus, por que “a fé é pelo ouvir” (Romanos 10:17). Depois de considerar a palavra de Deus devemos exercitar nossas faculdades – dando lugar à palavra em nosso coração (Alma 32:27). Como o coração é o símbolo da vontade e disposição do homem (GEE Coração), dar lugar a palavra de Deus no coração significa agir conforme a palavra recebida. Em outras palavras significa guardar os mandamentos. Ou a ter real intenção. Vemos isso no relato de Joseph Smith. Ele pediu a Deus revelação e agiu – foi a bosque orar, um lugar previamente escolhido, ajoelho-se, com a intenção de perguntar a qual Igreja deveria se unir. Se Deus falasse a Joseph: a Igreja católica é a certa, ele seria padre! Se Deus falasse é a metodista: ele seria pastor! Ele iria fazer algo a respeito da resposta. Isso é real intenção. É por isso a revelação veio. Não recebemos o poder, senão agirmos ou em outras palavras: não recebemos testemunho senão antes da prova da fé (Éter 12:6).
A passividade não leva a revelação, pois a prova da fé é comumente um período de tempo em que andamos no escuro, sem ter perfeito conhecimento, mas um grande desejo de aprender, fazer e mudar. A fé não é um conhecimento perfeito. Mas pode vir a tornar-se um conhecimento perfeito. A crença leva a fé em Cristo, que direciona a esperança Nele, que leva a ação justa (caridade), que por sua vez conduz ao poder de Deus (santificação) que aponta para vida eterna.
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9 de dez. de 2010
5 de nov. de 2010
Hermenêutica Teológica
O Senhor Jesus Cristo disse: “Examinai as escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam” (João 1:39). O que quer dizer examinar? Recorrendo a um dicionário você vai encontrar os seguintes significados: inspecionar, atender, investigar minuciosamente, estudar, meditar a respeito de algo, observar, apurar, provar e verificar. Então, para que examinemos as escrituras devemos estar prontos para fazer mais do que uma leitura casual de uma passagem. Examinar é ler, ponderar, orar e, depois, aplicar a escritura a vida pessoal, familiar e social.
Percebi pelo menos cinco razões para examinar as escrituras: (1) o Senhor ordenou isso: “eis que vos digo que deveis examinar estas coisas. Sim, ordeno-vos que examineis estas coisas diligentemente” (3 Néfi 23:1); (2) para que conheçamos Jesus Cristo: “Eis que te digo que nenhum dos profetas escreveu nem profetizou sem ter falado sobre este Cristo” (Jacó 7:11); (3) para que possamos saber o que em breve se sucederá: “Examinai estes mandamentos, porque são verdadeiros e fiéis; e as profecias e as promessas neles contidas serão todas cumpridas” (D&C 1:37); (4) para que conheçamos nossa responsabilidade: “E falamos de Cristo, regozijamo-nos em Cristo, pregamos a Cristo, profetizamos de Cristo e escrevemos de acordo com nossas profecias, para que nossos filhos saibam em que fonte procurar a remissão de seus pecados” (2 Néfi 25:26); e (5) para que tenhamos vida eterna: “vós cuidais ter nelas a vida eterna” (João 1:39).
Portanto, dá para se ver a importância do estudo da palavra de Deus. Sem um exame atento corremos o risco de perder a vida eterna! E a vida eterna é tudo o que queremos: felicidade sem fim.
Há aquele conto, muito usado pelos oradores e professores da Igreja, sobre três homens que morreram e foram à porta do céu. Lá encontraram um mensageiro na porta. Tal ser perguntou ao primeiro homem: “você conhece Jesus Cristo?” A resposta imediata foi: “sim, eu o sei quem ele é – estudei a Bíblia de capa a capa”. O Mensageiro disse: “esta bem, vá para aquele lugar ali abaixo” – e apontou na direção pelo qual o homem deveria ir, e este se foi satisfeito. O segundo homem se aproximou, então: “o senhor conhece Jesus Cristo?” A resposta foi: “Sim, estudei as escrituras, guardei os mandamentos, servi o próximo – eu o conheço!” O Mensageiro apontou para esquerda e disse “esta bem, vá para lá”, e o homem se foi contente. O terceiro homem se aproximou. O mensageiro lhe indagou chamando-lhe pelo nome: “Conheces Jesus Cristo?”, pelo que o homem caiu de joelhos no chão e, chorando, disse: “Senhor meu e Deus meu!” Ele reconheceu que aquele mensageiro era, na verdade, o próprio Senhor e Salvador Jesus Cristo. Este entrou no céu, a direita do Senhor.
O conto ilustra bem não só a importância de reconhecer Cristo quando morrermos, mas de estudarmos e aplicarmos as escrituras para que possamos conhecê-lo. O primeiro homem tinha lido as escrituras, e o segundo havia lido e aparentemente se esforçado um pouco mais. Mas nenhum dos dois havia se transformado com a palavra de Deus, razão pela qual não puderam reconhecer o Salvador. Também há uma outra lição, que faço questão de ressaltar: quanto mais conhecemos o Salvador, mais próximos ficamos Dele – o que foi ilustrado pelo fato que o primeiro homem foi chamado de “você”, o segundo de “o senhor” e o terceiro pelo seu próprio nome.
Visto a importância das palavras de Deus, não é de se negar a grande importância da interpretação. A interpretação escriturística, ou a hermenêutica teológica é vital para cumprirmos o mandamento de examinar as escrituras. Interpretar significa aclarar, dar o significado, fazer entender, traduzir e exprimir a idéia.
Interpretar as escrituras pode não ser algo tão fácil. Mas é algo que fazemos o tempo todo – mesmo durante uma mera leitura. Quando lemos: “No princípio criou Deus os céus e a terra” (Gênesis 1:1) interpretamos os caracteres que formam palavras no idioma que usamos, e transformamos o significante em significado. Isso é interpretar: relacionar o símbolo com o seu significado. Captamos a mensagem de acordo com nosso conhecimento enciclopédico e nosso conhecimento espiritual. A maior parte dos leitores interpretará essa passagem da seguinte maneira: “No princípio – começo, no início – Deus – que é o Ser Supremo – criou, ou seja, fez, os céus – que é um lugar acima da terra – e a terra – que é um lugar abaixo dos céus.” É fácil recorrer a essa interpretação lingüística com um dicionário. Basta achar o significado das palavras e substituí-las por sinônimos.
Se recorrermos a comparação escriturística com outras passagens poderemos compreender melhor esse versículo. Há mais dois relatos da criação nas obras-padrão, na Pérola de Grande Valor:
“E ENTÃO o Senhor disse: Desçamos. E eles desceram no princípio; e eles, isto é, os Deuses, organizaram e formaram os céus e a Terra” (Abraão 4:1).
“E ACONTECEU que o Senhor falou a Moisés, dizendo: Eis que eu te revelo o que concerne a este céu e a esta Terra; escreve as palavras que eu digo. Eu sou o Princípio e o Fim, o Deus Todo-Poderoso; por meio de meu Unigênito eu criei estas coisas; sim, no princípio criei o céu e a Terra sobre a qual estás” (Moisés 2:1)
Aprendemos com a simples comparação de relatos que havia mais de um Deus que criou os céus e a terra. Vemos que o Pai criou através de seu Unigênito. E que criar significa organizar e formar e não necessariamente fazer aparecer do nada ou fazer surgir algo novo, que antes não existia. Se aplicarmos a interpretação enciclopédica após a comparação acharemos nossos significados que poderão aumentar nossa visão dos versículos.
Podemos ainda, por meio de guias, dicionários bíblicos e outros recursos, aplicar uma outra espécie de interpretação, que é a interpretação histórico-cultural. Podemos descobrir quem foi Moisés, o que a palavra Deus significava para os hebreus. O que quer dizer Unigênito, etc.
Ainda poderíamos aplicar a interpretação histórico-lingüística que nos faria entender o valor correto ou aproximado de cada termo usado na passagem. Indo um pouco além poderíamos unir o método de comparação entre passagens e comparar o texto estudado com o mesmo texto numa outra língua. Novos e interessantes sentidos são descobertos neste processo.
A comparação não se resume a traçar paralelos entre as obras-padrão, da língua própria ou de outra, antiga ou moderna. A comparação pode ser usada com as escrituras vivas – que saem da boca dos profetas atuais. Quando o profeta interpreta uma escritura ou passagem podemos ter certeza que seu sentido é aquele. O único cuidado que devemos ter é o de estar recebendo a mensagem certa. Porque como se sabe muito bem ao estudar comunicação – nem sempre o receptor recebe a mensagem que o emissor transmitiu – devido a falhas surgidas nas fases desse processo.
Mas não é tão complicado quanto parece. Deus fala de modo claro e simples, de uma forma que o homem finito e decaído possa entender. Sim, ele fala com “evidente humildade, como um homem fala com outro, em [nossa] própria língua” (Éter 12:39). Entretanto, Deus nunca é simplório. Suas palavras são simples mas poderosas, pois penetram na alma humana, ou seja, tem capacidade de afetar o corpo e o espírito do homem (D&C 11:2).
O mandamento de pedir, buscar e bater é o mesmo mandamento de orar e vigiar – é um convite a revelação feito pelo próprio Senhor. É uma das promessas mais repetidas em todas as escrituras[1]. Pedir implica em humilhar-se perante Deus e desejar acreditar (Alma 32:24-28). Buscar significa ponderar, ter um coração sincero e real intenção (Morôni 10:4). Bater deduz o pagamento do preço da revelação – a prova da fé (Éter12:6, D&C 9:7).
Percebi pelo menos cinco razões para examinar as escrituras: (1) o Senhor ordenou isso: “eis que vos digo que deveis examinar estas coisas. Sim, ordeno-vos que examineis estas coisas diligentemente” (3 Néfi 23:1); (2) para que conheçamos Jesus Cristo: “Eis que te digo que nenhum dos profetas escreveu nem profetizou sem ter falado sobre este Cristo” (Jacó 7:11); (3) para que possamos saber o que em breve se sucederá: “Examinai estes mandamentos, porque são verdadeiros e fiéis; e as profecias e as promessas neles contidas serão todas cumpridas” (D&C 1:37); (4) para que conheçamos nossa responsabilidade: “E falamos de Cristo, regozijamo-nos em Cristo, pregamos a Cristo, profetizamos de Cristo e escrevemos de acordo com nossas profecias, para que nossos filhos saibam em que fonte procurar a remissão de seus pecados” (2 Néfi 25:26); e (5) para que tenhamos vida eterna: “vós cuidais ter nelas a vida eterna” (João 1:39).
Portanto, dá para se ver a importância do estudo da palavra de Deus. Sem um exame atento corremos o risco de perder a vida eterna! E a vida eterna é tudo o que queremos: felicidade sem fim.
Há aquele conto, muito usado pelos oradores e professores da Igreja, sobre três homens que morreram e foram à porta do céu. Lá encontraram um mensageiro na porta. Tal ser perguntou ao primeiro homem: “você conhece Jesus Cristo?” A resposta imediata foi: “sim, eu o sei quem ele é – estudei a Bíblia de capa a capa”. O Mensageiro disse: “esta bem, vá para aquele lugar ali abaixo” – e apontou na direção pelo qual o homem deveria ir, e este se foi satisfeito. O segundo homem se aproximou, então: “o senhor conhece Jesus Cristo?” A resposta foi: “Sim, estudei as escrituras, guardei os mandamentos, servi o próximo – eu o conheço!” O Mensageiro apontou para esquerda e disse “esta bem, vá para lá”, e o homem se foi contente. O terceiro homem se aproximou. O mensageiro lhe indagou chamando-lhe pelo nome: “Conheces Jesus Cristo?”, pelo que o homem caiu de joelhos no chão e, chorando, disse: “Senhor meu e Deus meu!” Ele reconheceu que aquele mensageiro era, na verdade, o próprio Senhor e Salvador Jesus Cristo. Este entrou no céu, a direita do Senhor.
O conto ilustra bem não só a importância de reconhecer Cristo quando morrermos, mas de estudarmos e aplicarmos as escrituras para que possamos conhecê-lo. O primeiro homem tinha lido as escrituras, e o segundo havia lido e aparentemente se esforçado um pouco mais. Mas nenhum dos dois havia se transformado com a palavra de Deus, razão pela qual não puderam reconhecer o Salvador. Também há uma outra lição, que faço questão de ressaltar: quanto mais conhecemos o Salvador, mais próximos ficamos Dele – o que foi ilustrado pelo fato que o primeiro homem foi chamado de “você”, o segundo de “o senhor” e o terceiro pelo seu próprio nome.
Visto a importância das palavras de Deus, não é de se negar a grande importância da interpretação. A interpretação escriturística, ou a hermenêutica teológica é vital para cumprirmos o mandamento de examinar as escrituras. Interpretar significa aclarar, dar o significado, fazer entender, traduzir e exprimir a idéia.
Interpretar as escrituras pode não ser algo tão fácil. Mas é algo que fazemos o tempo todo – mesmo durante uma mera leitura. Quando lemos: “No princípio criou Deus os céus e a terra” (Gênesis 1:1) interpretamos os caracteres que formam palavras no idioma que usamos, e transformamos o significante em significado. Isso é interpretar: relacionar o símbolo com o seu significado. Captamos a mensagem de acordo com nosso conhecimento enciclopédico e nosso conhecimento espiritual. A maior parte dos leitores interpretará essa passagem da seguinte maneira: “No princípio – começo, no início – Deus – que é o Ser Supremo – criou, ou seja, fez, os céus – que é um lugar acima da terra – e a terra – que é um lugar abaixo dos céus.” É fácil recorrer a essa interpretação lingüística com um dicionário. Basta achar o significado das palavras e substituí-las por sinônimos.
Se recorrermos a comparação escriturística com outras passagens poderemos compreender melhor esse versículo. Há mais dois relatos da criação nas obras-padrão, na Pérola de Grande Valor:
“E ENTÃO o Senhor disse: Desçamos. E eles desceram no princípio; e eles, isto é, os Deuses, organizaram e formaram os céus e a Terra” (Abraão 4:1).
“E ACONTECEU que o Senhor falou a Moisés, dizendo: Eis que eu te revelo o que concerne a este céu e a esta Terra; escreve as palavras que eu digo. Eu sou o Princípio e o Fim, o Deus Todo-Poderoso; por meio de meu Unigênito eu criei estas coisas; sim, no princípio criei o céu e a Terra sobre a qual estás” (Moisés 2:1)
Aprendemos com a simples comparação de relatos que havia mais de um Deus que criou os céus e a terra. Vemos que o Pai criou através de seu Unigênito. E que criar significa organizar e formar e não necessariamente fazer aparecer do nada ou fazer surgir algo novo, que antes não existia. Se aplicarmos a interpretação enciclopédica após a comparação acharemos nossos significados que poderão aumentar nossa visão dos versículos.
Podemos ainda, por meio de guias, dicionários bíblicos e outros recursos, aplicar uma outra espécie de interpretação, que é a interpretação histórico-cultural. Podemos descobrir quem foi Moisés, o que a palavra Deus significava para os hebreus. O que quer dizer Unigênito, etc.
Ainda poderíamos aplicar a interpretação histórico-lingüística que nos faria entender o valor correto ou aproximado de cada termo usado na passagem. Indo um pouco além poderíamos unir o método de comparação entre passagens e comparar o texto estudado com o mesmo texto numa outra língua. Novos e interessantes sentidos são descobertos neste processo.
A comparação não se resume a traçar paralelos entre as obras-padrão, da língua própria ou de outra, antiga ou moderna. A comparação pode ser usada com as escrituras vivas – que saem da boca dos profetas atuais. Quando o profeta interpreta uma escritura ou passagem podemos ter certeza que seu sentido é aquele. O único cuidado que devemos ter é o de estar recebendo a mensagem certa. Porque como se sabe muito bem ao estudar comunicação – nem sempre o receptor recebe a mensagem que o emissor transmitiu – devido a falhas surgidas nas fases desse processo.
Mas não é tão complicado quanto parece. Deus fala de modo claro e simples, de uma forma que o homem finito e decaído possa entender. Sim, ele fala com “evidente humildade, como um homem fala com outro, em [nossa] própria língua” (Éter 12:39). Entretanto, Deus nunca é simplório. Suas palavras são simples mas poderosas, pois penetram na alma humana, ou seja, tem capacidade de afetar o corpo e o espírito do homem (D&C 11:2).
O mandamento de pedir, buscar e bater é o mesmo mandamento de orar e vigiar – é um convite a revelação feito pelo próprio Senhor. É uma das promessas mais repetidas em todas as escrituras[1]. Pedir implica em humilhar-se perante Deus e desejar acreditar (Alma 32:24-28). Buscar significa ponderar, ter um coração sincero e real intenção (Morôni 10:4). Bater deduz o pagamento do preço da revelação – a prova da fé (Éter12:6, D&C 9:7).
[1] Para citar algumas: Mateus 7:7; Lucas 11:9; 3 Néfi 14:7; 3 Néfi 27:29; D&C 4:7; D&C 49:26; D&C 88:63.
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