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22 de mar. de 2014

Negar o Espírito Santo

O Espírito Santo é o terceiro membro da Trindade. Ele é um Deus. Possui um papel vital: que é o de testificar sobre o Pai e o Filho (I Coríntios 12:3; 3 Néfi 28:11; Éter 12:41). Quando o Espírito Santo presta testemunho, o faz de maneira tão pungente e marcante que não pode ser posto em dúvida. O Presidente Joseph Fielding Smith ensinou:

“Falando ao espírito do homem, o Espírito de Deus tem o poder de comunicar-lhe a verdade com muito mais eficiência e de forma a ser muito mais bem compreendida do que se ela fosse comunicada por contato pessoal até mesmo com seres celestiais. Por meio do Espírito Santo, a verdade é incutida nas próprias fibras e nos nervos do corpo, de maneira a não ser esquecida.” (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph Fielding Smith, pg. 193)

Tal conhecimento – revelado por um Deus – se recusado poderá ter como consequência um pecado imperdoável.

O Senhor Jesus Cristo ensinou: “Portanto, eu vos digo: Todo o pecado e blasfêmia se perdoará aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada aos homens[1]. E, se qualquer disser alguma palavra contra o Filho do homem, ser-lhe-á perdoado; mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste século nem no futuro.” (Mateus 12:31-32)

Aqueles que ouviram este ensinamento provavelmente não o entenderam completamente (assim como muitos hoje, que leem essas palavras, não o entendem). Os escribas e fariseus que acusavam Jesus de expulsar demônios pelo poder do Diabo atentavam, na ocasião da passagem acima, contra o Criador e Redentor do mundo – mas não contra o Espírito Santo. Portanto, poderiam ser perdoados. Não obstante, se blasfemassem contra o Espírito santo não seriam perdoados “nem neste século nem no futuro”.

Alma, ao explicar a seu filho rebelde sobre as terríveis consequências de se quebrar a lei da Castidade, fornicando com uma prostituta, disse: “Não sabes, meu filho, que essas coisas são uma abominação à vista do Senhor? Sim, mais abomináveis que todos os pecados, salvo derramar sangue inocente ou negar o Espírito Santo? Pois eis que, se negares o Espírito Santo, uma vez que tenha estado em ti, e tiveres consciência de que o negas, eis que isto é um pecado imperdoável; sim, e todo aquele que assassinar contra a luz e o conhecimento de Deus não obterá facilmente o perdão; sim, meu filho, afirmo-te que não lhe será fácil obter perdão.” (Alma 39:5-6)

Pedro também falou sobre aqueles que cometem o pecado imperdoável: “Estes são fontes sem água, nuvens levadas pela força do vento, para os quais a escuridão das trevas eternamente se reserva. Porque, falando coisas mui arrogantes de vaidades, engodam com as concupiscências da carne, e com dissoluções, aqueles que se estavam afastando dos que andam em erro, prometendo-lhes liberdade, sendo eles mesmos servos da corrupção. Porque de quem alguém é vencido, do tal faz-se também servo. Porquanto se, depois de terem escapado das corrupções do mundo, pelo conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, forem outra vez envolvidos nelas e vencidos, tornou-se-lhes o último estado pior do que o primeiro. Porque melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça, do que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado. Deste modo sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao seu próprio vômito, e a porca lavada ao espojadouro de lama.” (2 Pedro 2:17-22)

Em Doutrina e Convênios o Senhor deu um entendimento ampliado sobre o que significa negar o Espírito Santo: “A blasfêmia contra o Espírito Santo, que não será perdoada no mundo nem fora do mundo, é cometer assassinato derramando sangue inocente e consentir em minha morte[2] depois de terdes recebido meu novo e eterno convênio, diz o Senhor Deus; e aquele que não guarda esta lei, de modo algum poderá entrar para a minha glória, mas será condenado, diz o Senhor.” (D&C 132:27)

Tendo essas escrituras em mente aprendemos o seguinte:

- Uma pessoa só é capaz de negar o Espírito Santo, se, como Alma ensinou, (1) ter recebido anteriormente o Espírito Santo e, depois, (2) conscientemente o negar. Alma usou propositalmente a palavra “consciência” – frisando que uma pessoa precisa ter um grau  elevado de conhecimento e discernimento espiritual.

- (1) Receber o Espírito Santo significa, como Pedro ensinou, escapar das corrupções do mundo, pelo poder da Expiação. Em outras palavras significa vencer o mundo por meio do “novo e terno convênio” do evangelho. Assim, nas passagens que tratam do pecado imperdoável, o sentido de “receber o Espírito Santo” extrapola o significado de participar da ordenança de confirmação, após o batismo com água. Também é muito mais do que sentir ou desfrutar dos dons do Espírito, ou receber um testemunho do evangelho. Receber o Espírito Santo é receber a plenitude do testemunho do Espírito por ter sido fiel no cumprimento dos mandamentos – é conhecer os mistérios de Deus, inclusive o “mistério da divindade” (D&C 93:27, Alma 12:10, D&C 19:10. D&C 76:94). Significa vencer pela fé e ser selados pelo Santo Espírito da promessa que o Pai derrama sobre todos os que são justos e fiéis. É adentrar na Igreja do Primogênito (D&C 76:53-54). Essa pessoa, que recebe a palavra mais segura e profecia (D&C 131:5) – ou recebe o “chamado e eleição” – é santificada. Entretanto, como o Livro de Mandamentos adverte, “existe também a possibilidade de que um homem caia da graça e aparte-se do Deus vivo” (D&C 20:32).

- (2) Negar o Espírito sem dúvida engloba o pecado (em sentido estrito) de blasfemar. Todavia, a mera maledicência – ainda que extremamente ofensiva – não constitui o pecado imperdoável. Pedro ensinou que aqueles que negam o Espírito são servos da corrupção, servos do diabo. Eles deliberadamente se desviaram do santo mandamento de Deus. Entre seus atos iníquos encontram-se a linguagem mentirosa, vaidosa e enganadora – que, com sutileza e cuidado, leva muitos inocentes a cair. Assim verificamos que as pessoas que cometem este pecado. O Salvador, em revelação moderna, ampliou o entendimento do que significa negar o Espírito, pois disse que significa “cometer assassinato derramando sangue inocente e consentir em minha morte depois de terdes recebido meu novo e eterno convênio[3].”. Em outra revelação é dito que “todos os que conhecem o meu poder e dele foram feitos participantes; e que se deixaram vencer pelo poder do diabo e negaram a verdade e desafiaram o meu poder—Estes são os filhos de perdição, de quem eu digo que melhor lhes fora nunca terem nascido; Pois são vasos de ira, condenados a sofrer a ira de Deus com o diabo e seus anjos na eternidade; Sobre os quais eu disse que não há perdão neste mundo nem no mundo vindouro—Tendo negado o Santo Espírito, depois de havê-lo recebido, e tendo negado o Filho Unigênito do Pai; tendo-o crucificado dentro de si e tendo-o envergonhado abertamente.” (D&C 76:31-35). Como consequência de tal pecado eles “irão para o lago de fogo e enxofre com o diabo e seus anjos—[e serão] os únicos sobre quem a segunda morte terá qualquer poder; Sim, em verdade, os únicos que não serão redimidos no devido tempo do Senhor depois de terem sofrido a sua ira.” (D&C 76:36-38).

A seguinte citação do Élder Bruce R. McConkie resume bem o que foi explicado acima:

"O cometimento do pecado imperdoável consiste em crucificar em si mesmo o Filho de Deus e envergonhá-lo abertamente. (Hebreus 6:4-8; D&C 76:34-35) Para cometer um crime imperdoável, o homem precisa receber o evangelho, adquirir, por revelação do Espírito Santo, o conhecimento absoluto da divindade de Cristo, e então negar 'o novo e eterno convênio mediante o qual foi santificado, chamando-o (o convênio) de coisa ímpia e ofendendo o Espírito da graça'. Portanto, comete assassínio, consentindo na morte do Senhor, isto é, tendo conhecimento perfeito da verdade, rebela-se abertamente e coloca-se em posição na qual crucificaria Cristo, sabendo perfeitamente que era Filho de Deus. Cristo é, assim, crucificado e envergonhado abertamente. (D&C 132:27.) (Mormon Doctrine, pg. 816-817.)


Negar o Espírito Santo

Requisitos
1º Receber o Espírito Santo
Significa receber um testemunho pungente do Terceiro membro da Trindade e tornar-se um eleito de Deus. Quer dizer ser santificado ou receber a palavra mais segura de profecia, após ter guardado os mandamentos.

2º Negar o Espírito Santo conscientemente
Significa crucificar o Salvador em seu coração e recusar sua Palavra após recebê-la em sua plenitude (derramando sangue inocente) e envergonhar Cristo abertamente, induzindo (inclusive por meio de palavras falsas) a si mesmo e outros a pecar e afastar-se de Deus.
Consequências
- Raiva, tristeza, maldade e infelicidade – são os sentimentos que sobejam no coração dos filhos da perdição.
- Morte Espiritual (que significa ser afastado de Deus e da salvação para toda eternidade). Trata-se de um estado de infelicidade e terror perpétuo.
Quem cometeu este pecado?
Lúcifer e um terço das hostes dos céus; Caim, e outros que negaram conscientemente o Filho, após terem-no recebido pelo poder e dom do Espírito Santo.
Teria Judas Iscariotes negado o Espírito Santo?
Judas, Serém, Corior, Davi – são personagens que pecaram gravemente – mas que não há uma declaração explicita do Senhor sobre sua condição espiritual. Profetas dos últimos dias afirmaram que Judas, por exemplo, não teria cometido o pecado imperdoável, pois não havia recebido a plenitude do Espírito Santo na ocasião (“Doutrina do Evangelho” – Joseph F. Smith). Davi, caiu de sua exaltação, mas herdará sua porção – em um reino de glória (D&C 132:39). Deve-se ter cuidado de julgar esses personagens porque não se conhece todas as circunstancias que os envolviam – e o julgamento final pertence somente a Deus
Blasfemar contra o Espírito Santo é negá-lo?
Embora várias passagens das escrituras usem a palavra “blasfêmia” ao referirem-se ao pecado imperdoável, “negar o Espírito Santo” exige mais do que desrespeitar verbalmente Deus e sua obra. As palavras são sementes para atos perversos – e as molas da iniquidade, todavia, blasfemar contra o Espírito Santo é uma expressão genérica que indica agir em desacordo com os ensinamentos do Espírito – depois de tê-los recebido da maneira mais clara e sagrada possível.





[1] Deve-se esclarecer que o Senhor é plenamente capaz, devido a seu sacrífico eterno – chamado Expiação – de perdoar todos os homens – e liberta-los de todo tipo de pecado. Todavia, os que “negam o Espírito Santo” usam seu livre-arbítrio de modo a recusar a graça do Messias. Eles colocam-se propositalmente em um lugar em que a misericórdia não pode alcança-los. Assim como Lúcifer e um terço das hostes do céu, eles se tornam opositores de tudo que é bom, justo e verdadeiro. Tornam-se filhos da perdição. E não lhes resta mais sacrífico pelos pecados (Hebreus 10:26). Assim, o pecado imperdoável só é imperdoável porque o pecador escolhe conscientemente que não irá se arrepender, e não porque a Expiação seja ineficaz. Os que pecam para morte tornam-se “vasos de ira” – e tão profundo é seu ódio para com a retidão, que lhes é impossível voltar atrás, confessar-se a Deus e mudar. Eles podem até sentir pesar, ranger os dentes e sofrer pelos seus erros – como certamente acontecerá com todos os filhos da Perdição, mais cedo ou mais tarde – mas tal angustia profunda passa longe de ser a “tristeza segundo Deus que opera o arrependimento”.
[2] As escrituras às vezes usam a frase "derramar sangue inocente" com referência à atitude daqueles que se encontram nesta condição. O Presidente Joseph Fielding Smith explicou que o ato de derramar sangue inocente não se restringe a tirar a vida de pessoas inocentes, mas também inclui tentar destruir a palavra de Deus e envergonhar a Cristo abertamente. Os que conhecem a verdade, depois combatem os servos autorizados de Jesus Cristo, estão lutando contra o Senhor, e assim são culpados do seu sangue. "Derramar sangue inocente, conforme ensinam as escrituras, significa consentir na morte de Jesus Cristo e envergonhá-lo abertamente." (Smith, Answers to Cospel Questions, voI. I, pg. 68.)
[3] O Élder Charles W. Penrose afirmou o seguinte, acerca do grau em que tal pessoa se toma cheia do espírito de Satanás: "Os que o seguiram (a Satanás) e assim se tomaram cheios de seu espírito, que é o espírito de destruição, em oposição ao espírito que produz vida, passam a pertencer ao diabo. O espírito do assassínio entra em seus corações, e eles estão dispostos a tirar a vida do próprio Filho de Deus, se por acaso ele surgisse vivo em seu caminho." (Conference Report, outubro de 1911, pg. 51)

30 de mai. de 2012

Amor Verdadeiro


                 Alguns dizem que o amor verdadeiro é aquele que perdura até o fim. Mas esse não é o amor verdadeiro! O Amor de verdade persevera além do fim - ele dura para sempre. Isso não pode ser plenamente entendido, a menos que seja ensinado por aqueles que são chamados por Deus[1]. O casamento para toda eternidade no Templo - o selamento entre homem e mulher e filhos - é um claro exemplo de um tipo amor, um amor verdadeiro, que pode crescer para Vida Eterna caso os membros da família se esforcem para "viver de toda palavra que sai da boca de Deus". Esse tipo de amor, o amor divino[2], é chamado de caridade nas escrituras. E é definido como "o puro amor de Cristo". Esse amor é aperfeiçoado e também aperfeiçoa outros atributos - como fé e esperança. Esse amor "nunca falha".
                Como Paulo disse: "Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria. E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria." E depois ele, Paulo define o verdadeiro amor: "O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;
Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; (...)Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor.  (I Coríntios 13:1-8, 13, em algumas versões a palavra "amor" foi adequadamente substituída pela palavra "caridade")
                Morôni explicou essas mesmas coisas dizendo:
                "E a caridade é sofredora e é benigna e não é invejosa e não se ensoberbece; não busca seus interesses, não se irrita facilmente, não suspeita mal e não se regozija com a iniqüidade, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. De modo que, meus amados irmãos, se não tendes caridade, nada sois, porque a caridade nunca falha. Portanto, apegai-vos à caridade, que é, de todas, a maior, porque todas as coisas hão de falhar— Mas a caridade é o puro amor de Cristo e permanece para sempre; e para todos os que a possuírem, no último dia tudo estará bem." (Morôni 7:45-47)
                O Presidente Dieter F. Uchtdorf  esclareceu que "o divino amor de Deus transforma ações comuns em atos extraordinários de serviço. O divino amor é motivo pelo qual simples palavras se transformam em escrituras sagradas. O divino amor é o ingrediente que transforma a obediência relutante aos mandamentos de Deus em dedicação abençoada e consagração." Ele também disse que o "amor é a luz orientadora que ilumina a senda do discípulo e enche nossa caminhada diária de vida, significado e assombro. O amor é a medida de nossa fé, a inspiração de nossa obediência e o verdadeiro ponto culminante de nossa condição de discípulos. O amor é o caminho do discípulo." ("O Amor de Deus", Conferência Geral, Outubro de 2009, http://www.lds.org/conference/talk/display/0,5232,89-2-1118-7,00.html)

                Como desenvolver esse tipo de amor? Morôni responde como podemos começar: "Portanto, meus amados irmãos, rogai ao Pai, com toda a energia de vosso coração, que sejais cheios desse amor que ele concedeu a todos os que são verdadeiros seguidores de seu Filho, Jesus Cristo" (Morôni 7:48). Duas coisas, que são dois requisitos, revelam-se nessa passagem para desenvolvermos caridade. Primeiro devemos rogar ao Pai. Isso significa que reconhecemos que o amor verdadeiro é um dom que vem Dele. Devemos orar com "toda energia" de nosso coração. Coração é símbolo de sentimento - mas também é símbolo de disposição e vontade. Assim, "coração" significa aquele desejo que nos leva a agir para obter o que queremos. E isso se liga ao segundo requisito: seguir Jesus Cristo.
                Para desenvolver o verdadeiro amor devemos pedir ao Pai e seguir o Filho. Pedir e seguir com "toda energia" - toda intensidade, fé e obras. Néfi perguntou: "poderemos nós seguir a Jesus se não estivermos dispostos a guardar os mandamentos do Pai?" (2 Néfi 31:10). Então ele respondeu com seu testemunho: "Portanto, meus amados irmãos, sei que, se seguirdes o Filho com todo o coração, agindo sem hipocrisia e sem dolo diante de Deus, mas com verdadeira intenção, arrependendo-vos de vossos pecados, testemunhando ao Pai que estais dispostos a tomar sobre vós o nome de Cristo pelo batismo—sim, seguindo vosso Senhor e vosso Salvador à água, segundo a sua palavra, eis que então recebereis o Espírito Santo; sim, então vem o batismo de fogo e do Espírito Santo (...). Sei por isso que, a menos que o homem persevere até o fim, seguindo o exemplo do Filho do Deus vivente, não poderá ser salvo (...) Deveis, pois, prosseguir com firmeza em Cristo, tendo um perfeito esplendor de esperança e amor a Deus e a todos os homens. Portanto, se assim prosseguirdes, banqueteando-vos com a palavra de Cristo, e perseverardes até o fim, eis que assim diz o Pai: Tereis vida eterna." (1 Néfi 31:10, 13, 20)
                Néfi revelou que para seguirmos Cristo precisamos fazer convênios com Ele, obedecer a Seus Mandamentos, estudar as escrituras (ele diz, banquetear-se com as palavras de Cristo), ter um "perfeito esplendor de esperança e amor a Deus e a todos os homens", e perseverar até o fim da provação mortal. Tudo isso faz com que nos qualifiquemos para desenvolver um amor divino. Trata-se de um processo, que talvez dure uma vida inteira. O amor começa a germinar quando nos dispomos a seguir a Deus e fazemos um convênio batismal com Ele para atestar isso. Como bênção por segui-lo recebemos o "Consolador, que nos enche de esperança e perfeito amor, amor que se conserva pela diligência na oração até que venha o fim, quando todos os santos habitarão com Deus" (Morôni 8:26).
                O Presidente Dieter F. Uchtdorf  ensinou: "Como “Deus é amor”, quanto mais nos achegarmos a Ele, mais intenso se tornará o amor que sentimos. Mas, como existe um véu que separa esta mortalidade de nosso lar celeste, precisamos buscar no Espírito aquilo que é imperceptível aos olhos mortais.
Os céus, às vezes, podem parecer distantes, mas as escrituras dão-nos esperança: “E buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes com todo o vosso coração”.
                Contudo, buscar a Deus com todo o coração implica em muito mais do que simplesmente fazer uma oração ou proferir algumas palavras convidando Deus a estar presente em nossa vida. “Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos.” Podemos fazer grande alarde do fato de conhecermos a Deus. Podemos proclamar publicamente que O amamos. No entanto, se não obedecermos a Ele, tudo será em vão, porque “Aquele que diz: Eu conheço-o, e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade”.
                Aumentamos nosso amor por nosso Pai Celestial e demonstramos esse amor colocando nossos pensamentos e ações em conformidade com a palavra de Deus. Seu puro amor sempre nos orienta e nos incentiva a tornar-nos mais puros e santos. Inspira-nos a andar em retidão — não por medo ou obrigação, mas pelo desejo sincero de tornar-nos mais semelhantes a Ele porque O amamos. Ao fazê-lo, vamos “nascer de novo (…), sendo limpos por sangue, sim, o sangue [do] Unigênito; para que [sejamos] santificados de todo pecado e [desfrutemos] as palavras da vida eterna neste mundo e a vida eterna no mundo vindouro, sim, glória imortal”.
                Meus queridos irmãos e irmãs, não desanimem se, às vezes, tropeçarem. Não se sintam deprimidos nem percam as esperanças por não se sentirem dignos de ser discípulos de Cristo em todos os momentos. O primeiro passo para andar em retidão é simplesmente tentar. Precisamos tentar acreditar. Tentem aprender as coisas de Deus: leiam as escrituras, estudem as palavras de Seus profetas modernos e decidam escutar o Pai e fazer as coisas que Ele nos pede. Tentem e continuem tentando até que aquilo que parece difícil se torne possível — e aquilo que parece meramente possível se torne hábito, uma parte real de vocês." ("O Amor de Deus", Conferência Geral, Outubro de 2009, http://www.lds.org/conference/talk/display/0,5232,89-2-1118-7,00.html)

                Mas afinal, porque desenvolver um amor divino? Alguns classificam a caridade como fraqueza, como uma compaixão que leva a recusa do homem forte, valente, instintivo e natural. Alguns vêem o amor de Deus como uma piada ou uma maneira de se alienar ou de ser alienado. Bem, para os que não sabem a diferença entre alienação e conversão e para os que preferem as bases frágeis do ceticismo e ateísmo realmente acho difícil que me compreendam aqui. Todavia, ao olharem àqueles que desfrutam do amor de Deus, esses céticos no amor de Deus sentirão o desejo de obter essas coisas. Os frutos do verdadeiro amor são os mesmos frutos do Espírito Santo: "gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança " (Gálatas 5:22). Uma pessoa cheia do amor de Deus abençoa, primeiro a si mesma, vivendo com a consciência limpa; depois abençoa sua família[3] - trazendo segurança, alegria, honestidade, boas-obras, perdão, gratidão, humildade, etc.; depois abençoa os vizinhos, comunidade, país e o mundo[4]: "Um homem cheio de amor de Deus não fica contente em abençoar apenas sua família, mas estende a mão para o mundo inteiro, ansioso por abençoar toda a humanidade.” (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph Smith, pg. 448).
                Nesses dias em que o amor dos homens esfriou devido a iniquidade (Mateus 24:12), a luxuria[5] procura obscurecer o verdadeiro amor. Todavia, os frutos da luxúria são exatamente os opostos ao do amor. Um mundo honesto, puro, limpo, moral, digno e seguro só pode ser alcançado pelo amor. Não o mero amor fraternal, nem o momentâneo amor sexual - mas tão somente pelo amor real, o amor verdadeiro - o amor de Deus - a caridade - que inclui todo o tipo de amor e bênção - e é a maior virtude.


[1] Para citar um exemplo, o Élder Parley P. Pratt disse:“Foi Joseph Smith quem me ensinou a valorizar o carinhoso relacionamento de pai e mãe, marido e mulher; irmão e irmã, filho e filha. Foi com ele que aprendi que a esposa do meu coração pode ser unida a mim para toda esta vida e por toda a eternidade; e que as refinadas emoções e afetos que nos aproximaram um do outro emanaram da fonte do divino amor eterno. Foi com ele que aprendi que podemos cultivar esses afetos e fazer com que cresçam e aumentem para toda a eternidade; e o resultado de nossa união eterna será uma descendência tão numerosa quanto as estrelas do céu ou as areias da praia. (...) Eu já havia amado, mas não sabia por quê. Mas então amei com uma pureza, uma intensidade de sentimentos elevados e exaltados que ergueram minha alma acima das coisas transitórias deste mundo abjeto e a expandiu como o oceano. (...) Em resumo, agora posso amar com o espírito e também com entendimento” (Autobiography of Parley P. Pratt, comp. Parley P. Pratt Jr. (1938), pg. 297–298).
[2] O amor divino é exemplificado em três passagens das escrituras que gosto muito: "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" (João 3:16); Pois pode uma mulher esquecer o filho que está amamentando e deixar de sentir compaixão do filho de suas entranhas? Sim, pode esquecer; eu, porém, não te esquecerei, ó casa de Israel. Eis que te tenho gravada nas palmas de minhas mãos; teus muros estão continuamente diante de mim" (1 Néfi 21:15-16, e também Isaías 49:15-16 - o amor de Deus supera o amor materno); "Assim que apareceu, senti-me livre do inimigo que me sujeitava. Quando a luz pousou sobre mim, vi dois Personagens cujo esplendor e glória desafiam qualquer descrição, pairando no ar, acima de mim. Um deles falou-me, chamando-me pelo nome, e disse, apontando para o outro: Este é Meu Filho Amado. Ouve-O!" (Joseph Smith História 1:17 - Deus nos conhece pelo nome e responde nossas orações!)
[3] Não é preciso falar muito sobre os frutos do amor na família. Eles são melhor compreendidos quando exemplificados pelos servos de Deus em suas próprias famílias. Imagine um marido que demonstra afeto e carinho por sua esposa, tratando-a como rainha - que maior lição pode ensinar a seus filhos sobre o valor de uma esposa e mãe? E uma mãe, que não dorme até que o filho rebelde esteja em segurança no lar? E um irmão que, ao notar a doença atingir o outro, ora, jejua e faz companhia - desprendendo-se de seus próprios interesses? Todos esses exemplos refletem o amor de Deus. São exemplo vistos no lar.
[4] O Presidente Dieter F. Uchtdorf  disse: "Uma vez que o amor é o grande mandamento, ele deve estar no centro de tudo e de todas as coisas que fazemos em nossa própria família, em nossos chamados da Igreja e em nosso trabalho. O amor é o bálsamo que cura as feridas nos relacionamentos pessoais e familiares. É o elo que une famílias, comunidades e nações. O amor é o poder que promove amizades, tolerância, civilidade e respeito. É a força que sobrepuja a discórdia e o ódio. O amor é o fogo que aquece nossa vida com alegria inigualável e esperança divina. O amor deve transparecer em nossas palavras e ações." ("O Amor de Deus", Conferência Geral, Outubro de 2009, http://www.lds.org/conference/talk/display/0,5232,89-2-1118-7,00.html)
[5] O Élder Jeffrey R. Holland advertiu: Se pararmos de ficar aparando os galhos do problema e atacarmos mais diretamente a raiz da árvore, certamente encontraremos a luxúria esgueirando-se furtivamente ali. Luxúria é uma palavra repulsiva e, para mim, um tema sem dúvida repugnante de abordar, mas há um bom motivo pelo qual em algumas tradições ela é considerada a mais mortal dos “sete pecados capitais”.
Por que a luxúria é um pecado tão “mortal”? Além do impacto espiritualmente destrutivo que tem sobre a alma, acho que é um pecado porque macula o mais elevado e santo relacionamento que Deus nos concede na mortalidade: o amor que um homem e uma mulher sentem um pelo outro e o desejo que o casal tem de gerar filhos em uma família planejada para ser eterna. Alguém disse que o verdadeiro amor deve incluir o conceito de permanência. O amor verdadeiro perdura, mas a luxúria muda tão rapidamente quanto o virar de uma página de material pornográfico ou a olhada para outro objeto potencial de satisfação que passa pela pessoa, seja homem ou mulher. O amor verdadeiro é algo que nos deixa totalmente entusiasmados, tal como o que sinto por minha mulher. Queremos proclamá-lo do alto do telhado. Mas a luxúria caracteriza-se pela vergonha e pelo segredo e é quase patologicamente clandestino: quanto mais tarde da noite e escuro for, melhor; com tranca dupla na porta, por via das dúvidas. O amor nos leva instintivamente a estender a mão para Deus e para outras pessoas. A luxúria, por outro lado, afasta-se de tudo o que é divino, venerando a autoindulgência. O amor vem de braços e coração abertos. A luxúria vem apenas com um apetite insaciável.
Esses são apenas alguns dos motivos pelos quais a corrupção do verdadeiro significado do amor — seja em nossa imaginação ou com outra pessoa — é tão destrutiva. Ela destrói o que vem logo depois de nossa fé em Deus, ou seja, a fé que temos naqueles a quem amamos. Abala os pilares de confiança sobre os quais edificamos nosso amor atual ou futuro, e leva muito tempo para reconquistar essa confiança, depois de perdida. Se o problema se tornar suficientemente sério, seja em âmbito pessoal, como no caso de um membro da família, ou público, como no caso de governantes eleitos, de líderes empresariais, de astros da mídia e ídolos esportivos, bem logo o local edificado para abrigar uma sociedade moralmente responsável ostentará a placa “terreno baldio” ("Não dar mais lugar ao Inimigo de Minha Alma", Conferência Geral de Abril de 2010, http://www.lds.org/general-conference/2010/04/place-no-more-for-the-enemy-of-my-soul?lang=por).

31 de dez. de 2011

Como o Espírito pode estar em todos os lugares?

Pergunta original: "Eu tenho outra pergunta ...Como o Espirito Santo consegue estar em todos os lugares ao mesmo tempo se ele é um espirito de forma de um homem(1 NF 11:11)?"



O Manual Princípios do Evangelho ao falar dos atributos do Espírito Santo simplesmente diz: "O Espírito Santo é um membro da Trindade (ver I João 5:7; D&C 20:28). Ele é um “personagem de Espírito” (D&C 130:22). Pode estar somente em um local de cada vez, mas Sua influência pode estar em todos os lugares ao mesmo tempo." ("O Espírito Santo", página 32).
                Recebi esse ensinamento ainda como menino, e o exemplo que me foi dado para que eu compreendesse  (o qual guardo até hoje) foi o do sol. O magnífico astro que dá vida e luz é a apenas um - e esta no centro de nosso sistema solar. Sua influência e calor, todavia, são sentidos por todos os planetas e astros menores de nosso sistema - além disso sua luz percorre a imensidão do espaço.
                Assim também é o Espírito Santo. Ele é apenas um personagem - que tem a forma de um homem, como você disse em sua pergunta, mas cujo poder e glória se irradiam por todo universo.
                É evidente que como seres finitos e imperfeitos a compreensão de coisas eternas e perfeitas é deficiente. Não sabemos exatamente como a luz do Espírito Santo pode inundar o mundo - mas de fato isso acontece. Não saber tudo não é problema. Mesmo os maiores cientistas não conseguem explicar a gravidade. Eles reconhecem sua existência e força e podem usá-la de diversas maneiras, mas não a entendem completamente. Semelhantemente não podemos explicar tudo sobre o Espírito Santo - mas isso não nos induz a pensar que Ele não existe ou que a doutrina de seu poder e dom é falsa. Vemos em nossa própria vida manifestações que sua influência é real.
                Houve uma ocasião, quando eu estava no CTM como missionário (e essa é uma experiência muito sagrada para mim) em que eu e meu distrito sentimos o poder do Espírito Santo de uma forma tão poderosa que nos cerrou a boca de modo que não podíamos falar -e encheu nossa alma de alegria - de maneira que vertemos lágrimas. Pareceu-me que era o mesmo que aconteceu com os nefitas no tempo de Benjamim - porque também havíamos acabado de ouvir um excelente discurso (Mosias 4:20). A sala estava iluminada - e eu bem que poderia descrever que estávamos rodeados por fogo - porque o calor e a luz eram supremos.
                Essa foi uma terna misericórdia. Uma confirmação, como os filhos de Mosias tiveram, de que o Senhor estaria conosco em nossas missões (Alma 17:10-12; 26:27). Em dado momento fui inspirado a dizer - e disse, embora com certa dificuldade - que o Espírito Santo estava ali. E estava, e todos sabíamos disso perfeitamente - porque perfeitamente o sentíamos.
                Em muitas outras ocasiões senti o poder do Espírito poderosamente. Seus dons e frutos estiverem e estão comigo e com os santos de Deus. E assim permanecerão, dês de que sejamos dignos Dele. E quão grato sou por tudo isso!
                O Espírito Santo é um Deus - é membro da Trindade. Ele conhece todas as coisas e pode estar em todos os lugares - Ele também pode não estar - pois quando usamos nossa arbítrio para escolher as trevas o Espírito se afasta. Que maravilhoso é tudo isso!
                 
                A maioria dessas declarações devem ser entendidas pela fé. Fé não é um perfeito conhecimento - mas é um conhecimento baseado na esperança. Dia virá em que o próprio Deus será por nós compreendido, caso tenhamos esperança. Mas até lá devemos aceitar algumas verdades pela fé - porque se não, preciosas bênçãos deixarão de nos ser concedidas.
               
                Para aprender mais sobre o Espírito Santo leia as escrituras. Veja o Guia de Estudo Para as Escrituras "Espírito Santo" - onde há uma lista com passagens que falam sobre o Espírito Santo. O estudo do Guia Sempre Fiéis "Espírito Santo" e o Manual Pregar Meu Evangelho Capítulo 4 é muito útil - sendo que esses são recursos usados pelos missionários ao ensinar. Há também uma infinidade de discursos e artigos no site da Igreja. Basta acessar o site e digitar na barra de busca "Espírito Santo".

17 de fev. de 2011

João Batista

João Batista nasceu seis meses antes de seu primo, Jesus Cristo. Foi um nascimento milagroso. Zacarias e Isabel, pais de João Batista eram idosos e não tinham filhos. O registro não é claro se era Isabel ou Zacarias quem não podia ter filhos. O fato é que quando Zacarias teve uma visão do anjo Gabriel anunciando-lhe um filho duvidou que teria um filho, por ser velho (Lucas 1:18-20); e Isabel sua mulher ao engravidar disse que o Senhor atentara para ela "para destruir [seu] opróbrio entre os homens" (Lucas 1:25).

Por revelação os Zacarias sabia que o nome de seu filho deveria ser João (Lucas 1:13). Há muitos séculos antes Isaías profetizara: "Voz que clama no deserto: preparei o caminho do Senhor; endireitai no ermo a vereda a nosso Deus" (Isaías 40:3, Lucas 3:4, Mateus 3:3). Malaquias também falou do mensageiro Elias que como mensageiro prepararia o caminho do Senhor (Malaquias 3:1).
Leí também aprendera que um profeta surgiria para preparar o caminho do Senhor:
"Sim, ele iria clamar no deserto: Preparai o caminho do Senhor e endireitai suas veredas, pois há entre vós um que não conheçais e ele é mais poderoso do que eu, a quem não sou digno de desatar a correia das alparcas. E muito falou meu pai sobre isso. E disse meu pai que ele batizaria em Betabara, além do Jordão; e disse que ele batizaria com água; que ele batizaria o Messias com água. E depois de haver batizado o Messias com água, ele reconheceria e testificaria haver batizado o Cordeiro de Deus que iria tirar os pecados do mundo" (1 Néfi 10:8-10).

Néfi também teve a mesma visão de seu pai e testificou: "E eu olhei e vi o Redentor do mundo, de quem meu pai falara; e vi também o profeta que prepararia o caminho diante dele. E o Cordeiro de Deus aproximou-se e foi batizado por ele; e depois que ele foi batizado, vi o céus se abrirem e o Espírito Santo descer do céu e repousar sobre ele na forma de uma pomba" (1 Néfi 11:27).
Quando Gabriel apareceu a Zacarias lhe disse que muitos se alegrariam com o nascimento de João, que ele seria grande, que seria cheio do Espírito Santo dês do ventre da mãe (pois havia sido preordenado a essa grande missão), que converteria muitos dos filhos de Israel e teria a virtude de Elias para preparar um povo bem disposto (Lucas 1:14-17).
Quando João tinha oito dias de idade, na ocasião da circuncisão, Zacarias, cheio do Espírito Santo profetizou sobre seu filho: "E tu, ó menino, serás chamado profeta do Altíssimo, porque hás de ir ante a face do Senhor, a preparar os seus caminhos; para dar ao povo conhecimento da salvação, na remissão dos seus pecados" (Lucas 1:76-77). Neste mesmo dia um anjo apareceu e ordenou a criança para seu grande oficio de precursor (D&C 84:28).
Não temos muita informação sobre a infância e juventude de João. Seu pai se tornou um mártir - sendo assassinado no Templo (Mateus 23:35 e Lucas 11:51) - por não contar onde escondera João na grande matança das criancinhas ordenada por Herodes (Mateus 2:16). João cresceu no deserto. É dito que ele cresceu e se robusteceu em espírito. "E esteve nos desertos até o dia em que havia de mostrar-se a Israel" (Lucas 1:80).
As escrituras indicam que João vivia a lei do nazireado. Os nazireus eram homens reservados para missões especiais que tinham uma alimentação peculiar e uma aparência diferenciada (Números 6:1-22). O Élder Bruce R. McConkie disse que João "veio com a rigidez dos nazireus" aos judeus (Doctrinal New Testament Commentary, 1:263). Viver como nazireu o ajudaria a concentrar-se me sua importante missão.
Quando tinha cerca de trinta anos começou seu ministério - que teve grande repercussão: "então ia ter com ele Jerusalém e toda Judéia, e toda província adjacente ao Jordão" (Mateus 3:5). A pregação de João tinha três temas e propósitos principais. Primeiro, clamar arrependimento aos iníquos judeus - principalmente ao fariseus e saduceus, que com hipocrisia julgavam-se superiores por serem descendência de Abraão (Mateus 3:7-10).
Segundo, batizar todos os que se arrependessem de seus pecados.
Terceiro, preparar o caminho do Senhor Jesus Cristo - preparando o coração dos filhos de Israel e batizando o Filho de Deus.
João cumpriu com perfeição esses três propósitos de seu ministério mortal. O Salvador Jesus Cristo disse sobre ele: "Pois eu vos digo que, entre os nascidos de mulher, não há nenhum maior do que João" (Lucas 7:28). O profeta Joseph Smith explicou essa escritura:
"Em que sentido João era considerado como um dos maiores profetas? Sua grandiosidade não poderia ter-se baseado em seus milagres (Ver João 10:41).
Primeiro. Foi-lhe confiada a missão divina de preparar o caminho diante da face do Senhor. A quem foi confiada tamanha responsabilidade antes ou depois dele? A ninguém.
Segundo. Foi-lhe confiada a importante missão de batizar o Filho do Homem, e isso foi exigido de suas mãos. Quem mais teve a honra de fazer isso? Quem mais teve tamanho privilégio e glória? Quem mais conduziu o Filho de Deus às águas do batismo e teve o privilégio de ver o Espírito Santo descendo sob a forma de pomba, ou no sinal da pomba, em testemunho dessa ministração? (...)
Terceiro. João, naquela época, era o único administrador legal dos assuntos do reino que havia na Terra e possuía as chaves do poder. Os judeus tinham que obedecer a suas instruções ou seriam condenados, por sua própria lei; e o próprio Cristo cumpriu toda a justiça sendo obediente à lei que Ele dera para Moisés no monte e assim a magnificou e a honrou, em vez de destruí-la. O filho de Zacarias tomou as chaves, o reino, o poder e a glória dos judeus, pela unção sagrada e decreto do céu e esses três motivos fazem dele o maior profeta já nascido de uma mulher."
Quando João Batista reconheceu o Messias prometido instou seus discípulos a seguirem aquele do qual ele não era digno de desatar a correia das alparcas (João 1:25-29, 35-37, 3:22-36; Atos 1:21-22). Ele disse referindo-se ao ministério do Senhor Jesus Cristo: "é necessário que ele cresça e que eu diminua" (João 3:30).
Quando João foi preso enviou alguns discípulos para confirmarem a divindade de Cristo - para que eles, os discípulos de João tivessem contato com o Homem de Santidade, e por si mesmos soubessem quem era o Senhor (Lucas 7:18-23).
João morreu cruelmente, sendo decapitado por denunciar o pecado (Marcos 6:14-29). Entretanto, ele foi exaltado. Em 15 de maio de 1829 apareceu como ser ressurreto e restaurou as chaves do Sacerdócio de Aarão (D&C 13).