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23 de abr. de 2012

Empatia


            Aprendi recentemente algo sobre os convênios que fiz com o Senhor. Aprendi que quando eu desejei "entrar no rebanho de Deus e ser [chamado como membro de] seu povo; e sendo que [estive disposto] a carregar os fardos uns dos outros, para que [ficassem] leves; Sim, e [estive disposto] a chorar com os que choram; sim, e consolar os que necessitam de consolo e servir de [testemunha] de Deus em todos os momentos e em todas as coisas e em todos os lugares em que [me encontrasse], mesmo até a morte; para que [fosse redimido] por Deus e [contado junto] com os da primeira ressurreição, para que [tivesse] a vida eterna" (Mosias 18:8-9) - assumi o compromisso de sofrer! Isso mesmo. Afinal como eu choraria com os que chorassem e consolaria os que necessitavam de consolo se não passasse por experiências semelhantes ou iguais a de meus irmãos? Como desenvolver empatia sem nunca passar por provas de grande sofrimento?
            Bem, alguns hão de dizer que podemos aprender as grandes lições da vida por revelação. Verdade é que o Espírito sabe todas as coisas, e podemos aprender muito por revelação. A graça da Expiação compensa quando as experiências estão além ou aquém de nosso alcance e somos investido com um conhecimento superior ao nosso. Mas lembrem-se de que o sábio Deus, não privou nem mesmo o Imaculado Unigênito do sofrimento. Na realidade, o próprio Jesus decidiu e escolheu por si mesmo sofrer - preferindo aprender por experiência própria - a fim de desenvolver verdadeira empatia por nós. Lembrem-se também que fazia parte do Plano virmos a Terra e sermos provados na carne, usando nosso arbítrio, podemos desfrutar de experiências pessoais (Abraão 3:25).
            Se quisermos cumprir nossos convênios e herdar um lugar à mão direita de Deus precisamos de empatia. E a empatia vem pela agonia, provação, tribulação, tristeza e sofrimento pessoal. As dores fazem parte da jornada mortal. E são, na realidade, um de seus aspectos principais.
            A empatia pelo próximo nos conduz a empatia para com Deus. Como andar como Deus sem seguir-lhe primeiramente os passos? E como seguir os passos de do Salvador, sem passar por algum tipo de privação ou dificuldade?  Deve ser pensando nessas coisas que Pedro escreveu:
            "Porque é coisa agradável, que alguém, por causa da consciência para com Deus, sofra agravos, padecendo injustamente. (...) Porque para isto sois chamados; pois também Cristo padeceu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigais suas pisadas" (I Pedro 2:19, 21, itálicos adicionados).

            Obviamente o propósito do sofrimento não se resume ao desenvolvimento de empatia. Muitos sofrem por causa de seus próprios pecados. Alguns sofrem para desenvolver outros atributos que os qualificarão para vida eterna. Outros sofrem por causa do mau uso do arbítrio alheio. Há vários motivos - muitos dos quais desconhecidos pelo homem finito. Mas não tenho dúvida, que um dos motivos principais pelo qual um santo dos últimos dias, que fez sagrados convênios com Deus, sofre é para desenvolver empatia. Sim, para que se aperfeiçoe, chegue a unidade da fé (sentindo e compreendendo verdadeiramente o próximo, se tornando uno em sentimento e determinação) e ao conhecimento do Filho de Deus (adquirindo o que Jacó nos instou a buscar em Jacó 4:12), e se torne homem ou mulher perfeito - "â medida da estatura completa de Cristo" (Efésios 4:11-13).
            Ao entender essas coisas, imaginei que alguém poderia retrucar: "Mas quando me batizei na Igreja não me disseram que estava assumindo mais sofrimento! Eu não pedi para ser recusado, rejeitado, perseguido, traído, acusado, discriminado, angustiado e atribulado!" Essa pessoa pode sentir-se como aquela que assina um contrato que lhe parece muito bom, sem perceber, no entanto, as letras miúdas do mesmo, que lhe trariam algum desconforto caso fossem conhecidas a princípio. Mas meus caros, há sofrimento para os que fazem convênios e para os que não fazem. Todos são iguais neste aspecto. Todos passam por sofrimentos. Todavia, os que fizeram convênios, e são chamados santos, podem fazer como que os sofrimentos passem por eles e os transforme, como ensina Élder Maxwell em uma das citações abaixo. Escolhamos, portanto, sofrer o quanto Deus quiser que soframos, pois " todas essas coisas [nos] servirão de experiência e serão para o [nosso] bem" (D&C 122:7).


Declarações sobre empatia:

                É um dos requisitos para se tornar um homem de Deus. Explicando sobre as características que moldam um homem de poder, o Élder H. Burke Perteson disse que conhecimento puro, mencionado em Doutrina e Convênios 121:42, se demonstra quando o homem "evita as meias-verdades e procura demonstrar empatia."

                É uma das coisas que os pais precisam ensinar a seus filhos. O Presidente David O. McKay declarou: "Se os pais falham em ensinar obediência aos filhos, se não são obedecidos no lar, então a sociedade o exigirá e conseguirá. Portanto, é melhor educar um filho no lar ensinando obediência com bondade, empatia e compreensão do que deixá-lo para que seja brutalmente disciplinado pelos meios que a sociedade imporá, se essa obrigação não for cumprida no lar". (The Responsibility of Parents to Their Children, p. 3.)”

                Falando sobre as "personalidades diferentes, bem como os diversos graus de energia, interesses, saúde, talentos e oportunidades", a irmã Irmã Patricia T. Holland que serviu na Presidência Geral das Moças, disse que "existem muitas coisas que podem ser partilhadas, mas uma coisa é necessária para nossa união: a empatia e compaixão do Filho de Deus."("'Uma coisa necessária': tornar-nos mulheres com mais fé em Cristo"; Manual do Curso do Casamento Eterno, pg. 369).

                Contando sobre seu pai, o presidente Kimball disse: "“Meu pai enfrentou muitas tristezas e enfermidades e teve que superar muitas dificuldades. Tudo isso serviu apenas para torná-lo uma pessoa mais forte e fazer com que sentisse maior empatia pelo próximo.

                É um dos atributos de liderança no evangelho: "A longanimidade é algo mais profundo do que a simples paciência. Exige um sentimento de empatia e a compreensão de que cada pessoa é diferente das outras. Alguns talvez não consigam compreender um conceito ou princípio; outros talvez não concordem e por isso necessitem de persuasão; e outros, por sua vez, talvez tenham falta de motivação. O líder longânimo está mais interessado em desenvolver e treinar almas do que em terminar mais rapidamente um trabalho ou de alguma outra maneira, ou por meio de outras pessoas." ("Lição 2: Honrar o arbítrio daqueles que lideramos", Princípios de liderança Manual do Professor, pg. 8)

                O Élder Neal A. Maxwell ensinou que a empatia faz parte de perseverar até o fim: “Parte do processo de perseverar bem consiste em sermos suficientemente humildes em meio a nosso sofrimento para aprendermos com nossas experiências relevantes. Em vez de simplesmente passarmos por essas coisas, elas precisam passar por nós, de modo a santificar todas essas experiências para nosso bem. Da mesma forma, nossa empatia é eternamente enriquecida ao consolarmos e auxiliarmos aqueles que estão passando por ‘todas essas coisas’ que podem dar-nos experiências e que são para o nosso bem”. (D&C 122:7) (The Neal A. Maxwell Quote Book, 1997, p. 101)

                O Élder Orson F. Whitney teve um sonho onde viu o Salvador no Monte das Oliveiras, sofrendo por nossas dores e pecados. Ele contou sobre o efeito daquela visão do Senhor: "Jamais me esquecerei a grande impressão que Sua dor deixou em mim. Comecei a chorar por pura empatia pelo Seu sofrimento. Senti todo o meu coração entregar-se a Ele; senti que teria morrido por Ele ou feito qualquer coisa que Ele me pedisse" (“Y.M.M.I.A. Annual Conference”, Contributor, setembro de 1895, pp. 667–668.)

                O presidente Brigham Young exortou os pais, especialmente os que criam filhos pequenos: "Pode-se ver, ouvir e testemunhar muitas ocasiões em que há discórdia entre os filhos—alguns de vocês passam por essa experiência e outros não. Vou dizer-lhes algumas palavras a respeito e sua vida futura, de modo que não tenham filhos briguentos, que vivam em discórdia. O primeiro passo é serem vocês mesmos de boa índole. Jamais percam a calma ou fiquem mal-humorados. (…) Eles têm tanta vitalidade que seus ossos quase não doem com o esforço que fazem. Possuem tanta energia —vida, vigor e atividade, que precisam usá-los. Por isso as crianças brigam umas com as outras. Não percam a calma e procurem sempre usar empatia para entendê-los e acalmá-los. Sejam brandos e afáveis. (DBY, pp. 209–210)

                "Quando o Presidente Grant falava da tristeza que sentimos por ocasião da morte de um ente querido, ele falava com uma empatia nascida da experiência pessoal. Além de seu filho Heber,
seis outros membros de sua família imediata precederam-no na morte. Quando ele tinha nove dias de idade, perdeu o pai. Em 1893, sua esposa Lucy morreu aos 34 anos depois de lutar durante três anos contra uma doença grave. A morte de Daniel Wells Grant, seu único outro filho homem, aos cinco anos de idade, ocorreu dois anos depois. Em 1908, pouco depois de o Presidente Grant e sua esposa Emily terminarem uma missão na Europa, Emily morreu de câncer de estômago. Um ano depois, a mãe de Grant faleceu. Em 1929, onze anos depois de ser designado Presidente da Igreja, sua filha Emily morreu aos 33 anos de idade." ("Consolo na hora da morte", Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Heber J. Grant, pg. 43)

                A empatia permitiu que o Presidente Joseph F. Smith escrevesse a seu amigo: "Foi com profundo pesar que fiquei sabendo do falecimento de seu bebê em sua casa. Sei o que você está sentindo, pois eu próprio tive de passar pelo mesmo tipo de experiência amarga enquanto estava lá. Quis escrever-lhe, mas avaliando sua situação por mim mesmo, resolvi não fazê-lo. Nessas circunstâncias, eu me sentiria mais propenso a procurar um refúgio distante, tranqüilo e solitário, em que tivesse a companhia apenas de Deus,e nesse lugar,sozinho,dar vazão a meus sentimentos e minha dor, tendo somente Deus por testemunha. (…) O tempo, e apenas o tempo, esse grande bálsamo das feridas, seria capaz de tocar minha alma, e creio que sem dúvida você sente o mesmo. Mas passada a dolorosa angústia inicial do pesar, quando a alma tiver sido tranqüilizada pelo tempo e pelo destino, então uma palavra oportuna pode tocar a terna corda da amizade que flui de um coração para outro na empatia da dor. O Senhor realmente sabe o que é melhor, e sabemos que os inocentes que foram chamados da Terra tão pouco depois de terem chegado, ainda imaculados dos sórdidos elementos deste mundo decaído, retornam a Ele de quem vieram, puros e santos, redimidos desde o princípio pelo sacrifício Daquele que disse:“Dos tais é o reino dos céus”.Minha mais sincera e fervorosa oração é: Ó Deus, ajuda-me a viver de modo a ser digno de reunir-me a meus inocentes filhos em seu lar contigo" ("Salvação das Criancinhas", Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph F. Smith, pg. 134)

                Élder Robert J. Whetten, que serviu nos Setenta ensinou: "Todos nós vivemos um dia depois do outro e cada um de nós, todos os dias, a despeito de nossa idade ou condições, depara-se com diferentes escolhas no que tange ao nosso relacionamento com outras pessoas. Ao nos esquecermos um pouco de nós mesmos e desenvolvermos empatia para servir aos outros, seremos refinados e ensinados pelo Espírito e compreenderemos o que Paulo quis dizer ao declarar: "Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé ( . . . )". Nossa solidariedade, quando oferecida liberalmente aos outros, transformar-se-á em amor divino e acarretará uma mudança em nós de maneira que "quando ele aparecer, [seremos] como ele (...)". ("Verdadeiros Seguidores", Conferência Geral Outubro de 1999)

                O Élder Neal A. Maxwell disse: "De modo singular em Sua Expiação, Jesus “desceu abaixo de todas as coisas, no sentido de que compreendeu todas as coisas (...)”. (D&C 88:6; ver também D&C 122:8) Quão profunda e imensa deve ter sido essa descida ao desespero! Ele fez isso para salvar-nos e para compreender o sofrimento humano. Portanto, não devemos ressentir-nos com as experiências que podem ensinar-nos a desenvolver ainda mais a nossa empatia. (Ver Alma 7:11-12) Um coração indolente não é aceitável, tampouco um coração ressentido. Para participarmos plenamente da “comunicação de suas aflições” é preciso que aceitemos tudo que é exigido do verdadeiro discípulo. (Filip. 3:10; ver também I Coríntios 1:9). Além disso, Jesus não apenas tomou sobre Si os nossos pecados para expiá-los, mas também nossas enfermidades, dores e sofrimentos. (Alma 7:11–12; Mat. 8:17.) Portanto, Ele conhece pessoalmente tudo por que passamos e como estender-nos Sua perfeita misericórdia — e também como socorrer-nos. Sua agonia é ainda mais assombrosa ao pensarmos que Ele pisou no lagar “sozinho”. (D&C 133:50) Às vezes o Deus do Céu chora (Ver Moisés 7:28.) Assim, podemos pensar na agonia da infinita Expiação de Jesus e no que o Pai sentiu por Seu Filho e por nós. Não há uma escritura que explique claramente o que Deus realmente sentiu, mas não há como deixarmos de imaginar o que Ele deve ter sentido em relação ao sofrimento de Seu Filho." ("Lavrar com Esperança", A Liahona, Julho de 2001, pg. 74).

                O Élder Maxwell ensinou também: "A atitude de serenidade espiritual de Jesus permitia-Lhe tratar a todos com atenção individualizada e empatia, embora a maior parte de Sua missão messiânica se tenha cumprido no curto e atarefado período de três anos (...)
                Jesus tinha empatia pelas pessoas mesmo em Sua agonia no Getsêmani e na cruz. Ele restaurou uma orelha cortada. Cuidou para que Sua mãe, Maria, recebesse apoio do Apóstolo João. Deu esperanças de um futuro melhor para um ladrão que sofria. ("Sabedoria e Ordem", A Liahona, Dezembro de 2001, pg. 22).
                Em outra ocasião o Élder Maxwell reafirmou sua convicção: "Nosso conhecimento da perfeita empatia que Jesus tem por nós, individualmente, ajuda-nos imensamente a suportar
nossos vários tipos de dor (...)
                Jesus compreende totalmente! Sua empatia é perfeita! Ele sabe como ajudar-nos! (...)
                Presto-lhes meu testemunho do esplendor e da realidade da grande e gloriosa Expiação. Louvo a Jesus por suportar tudo o que Ele suportou e por descer abaixo de todas as coisas para compreender todas as coisas. Louvo ao Pai por tudo o que Ele passou ao ver Seu Primogênito, Seu Amado, Seu Unigênito, em quem Ele tanto Se alegrava, sofrer tudo o
que Jesus sofreu. Louvo ao Pai por essa divina empatia e por tudo o que Ele suportou e experimentou naquele momento." ("Testificando da Grande e Gloriosa Expiação", A Liahona, abril de 2002, pg. 7-12).
                Falando sobre como ajudar os membros novos o Presidente Henry B. Eyring disse: "Precisamos ouvir aos membros novos com compreensão e empatia. Isso também exige dons espirituais, já que nossas experiências raramente poderão se comparar às deles. Não é suficiente dizer: “Eu compreendo, sei como você se sente”, a menos que seja verdade. Mas o Salvador sabe. Ele está preparado para ajudá-los a serem amigos que compreendem até mesmo aqueles que acabaram de conhecer, se pedirem com fé. Antes que Ele nascesse, os profetas sabiam o que Ele faria para poder ajudá-los a serem amigos por Ele" (pg. 31, Julho de 2002).

                Élder Lynn A . Mickelsen, dos Setenta, disse: "Mas se estivermos certos, e eles estiverem errados? Não deveríamos expor a todos a nossa situação para que eles julguem se fomos nós que erramos? O Senhor deixou bem clara a Sua instrução referente a esse dilema. Não temos o direito de julgar. Não é nossa responsabilidade examinar o argueiro, porque a trave em nosso próprio olho obstrui a nossa capacidade de enxergar. Sempre existe o outro lado da moeda. É preciso empatia, o dom de sentir o que os outros sentem e compreender o que estão passando. A empatia é um fruto natural da caridade. Ela estimula e amplia a nossa capacidade de servir. Empatia não é pena; é compreensão e preocupação. Ela é a base da verdadeira amizade. A empatia leva-nos ao respeito e abre a porta do ensino e aprendizado. Os índios sioux compreendiam esse grande princípio, ao orar: “Grande Espírito, ajuda-me a nunca julgar outra pessoa sem que antes eu tenha caminhado duas semanas em seus mocassins”. ("A Expiação, o Arrependimento e a Roupa Suja", A Liahona, Novembro de 2003, pg. 12).

                A irmã Gayle M. Clegg, que serviu na Presidência Geral da Primária, explicou: "As palavras empatia e compaixão têm raízes em palavras latinas e gregas que significam “sofrer com”. Empatia significa ver com os olhos de outra pessoa, identificando-se com ela e compreendendo por que ela se sente ou age da maneira que o faz. Ter compaixão faz com
que desejemos ajudar a pessoa a sentir-se melhor porque compreendemos o que ela está sofrendo." ("Ensinar nossos filhos a aceitar as diferenças", A Liahona, Junho 2004, pg. 39).

                Marleen S. Williams, que é Professora Associada de Psicologia, Universidade Brigham Young, explicou sobre "Aprender a lidar com as mágoas e perdas e seguir em frente pode fortalecer-nos. Quando você consegue reconhecer e superar os sentimentos dolorosos, desenvolve capacidades emocionais, espirituais e psicológicas que podem ajudá-lo em outras áreas de sua vida. Sua capacidade de desenvolver empatia pode aumentar quando você se familiariza com o pesar." (A Liahona, Outubro de 2004).

                “Nossos jovens precisam de amor e atenção, e não de indulgência”, ensinou o Presidente Benson. “Eles precisam de empatia e compreensão, não de indiferença, por parte do pai e da mãe. Eles precisam do tempo dos pais. Os ensinamentos bondosos da mãe e seu amor e confiança no filho ou filha adolescente podem literalmente salvá-los de um mundo iníquo.” “Elogiem mais seus filhos do que os corrijam”, aconselhou ele. “Elogiem-nos até pelas menores realizações. (...) Incentivem seus filhos a procurá-los (...) com seus problemas e dúvidas, ouvindo-os todos os dias." (“The Honored Place of Women”, Ensign, novembro de 1981, pg. 107)

                "Nossa jornada na vida nos proporciona muitas experiências especiais que se tornam blocos de sustentação para a nossa fé e testemunho. Essas experiências chegam a nós das mais variadas formas e em épocas imprevisíveis. Podem ser eventos marcantes e espirituais ou momentos esclarecedores. Algumas experiências virão na forma de grandes desafios e provações difíceis que testam nossa capacidade de lidar com eles. Qualquer que seja a experiência, cada uma nos proporciona a chance de crescer espiritualmente, adquirir mais sabedoria e, em muitos casos, servir aos outros com mais empatia e amor. Como declarou o Senhor ao Profeta Joseph Smith para restaurar-lhe a confiança durante um dos seus momentos de provação mais significativos na cadeia de Liberty: “Todas essas coisas te servirão de experiência e serão para o teu bem” (D&C 122:7)" ("Experiências Especiais", A Liahona, Maio de 2008, pg. 11)

                Élder Alexander B. Morrison, que serviu nos Setenta, disse: "Se quisermos comunhão com as aflições de Cristo (ver Filipenses 3:10), precisamos pagar o preço de nos empenharmos de todo o coração para conhecê-Lo e imitá-Lo. Esse preço pode de fato envolver sofrimento, mas a isso se devem somar a compaixão, a empatia, a paciência, a humildade e a disposição de sujeitar a nossa vontade à de Deus." (A Liahona, Junho de 2008, pg. 38)

                O Élder Marlin K. Jensen, dos Setenta, ensinou: "Podemos encontrar grande consolo na capacidade que Cristo tem de identificar-Se com nossas próprias experiências pessoais — uma característica conhecida como empatia. O registro do ministério de Cristo está repleto de demonstrações de empatia e bondade para com as pessoas que eram diferentes." (A Liahona, Agosto de 2010, pg. 42).

22 de mai. de 2010

Alma 56:16 - Abatidos Física e Espiritualmente

“Sim, e achavam-se abatidos física e espiritualmente, porque haviam guerreado valorosamente durante o dia e trabalhado durante a noite para conservar suas cidades; e assim haviam sofrido grandes aflições de todo tipo.”
Aqueles que estão abatidos fisicamente muito provavelmente terão seus espíritos afligidos. Pensem em alguém que está desnutrido e desidratado há muitos dias: esta pessoa não vai querer ouvir uma mensagem do evangelho – por mais glorioso que o Espírito seja – ela vai querer água e comida.
Essas necessidades físicas são tão fortes em nosso estado mortal, que o Senhor nos deu a lei do Jejum para aprendermos a controlar nosso corpo, apetites e paixões (GEE Jejum). Os desejos da carne podem ser dominados até que possamos dizer como Jesus que a nossa comida é fazer a vontade de Deus (João 4:34).
Uma das lições mais importantes que podemos aprender na mortalidade é dominar o tabernáculo que nos foi dado. Se conseguirmos fazê-lo, ele se tornará um templo do Espírito de Deus e crescerá, na ressurreição, na mesma proporção de nosso espírito – tornando-se belo e forte para Deus (I Coríntios 3:16-18; II Coríntios 4: 8-18).
Ainda neste estado podemos nos desenvolver a tal ponto que as aflições da carne – como a fome, a sede e o cansaço não possam impedir nosso espírito de agir. Mesmo aflitos podemos realizar muito. Vemos exemplos desses nas escrituras. A fome, sede e cansaço não fizeram Néfi murmurar, mas o fizeram ir atrás de alimento (1 Néfi 16:16-32). Após jejuar quarenta dias e quarenta noites – e estar muito debilitado fisicamente, o Salvador venceu Satanás e suas tentações (Mateus 4:1-11). Os homens do acampamento de Sião padeceram muito, e embora alguns murmurassem, muitos resistiram às pressões físicas e tornaram-se líderes na Igreja (História da Igreja na Plenitude dos Tempos, p. 141-151)
Vemos assim que as dificuldades da carne podem aproximar uma pessoa de Deus ou afastá-la Dele. A diferença reside na escolha individual. Certo é que Deus não dará uma tentação acima do que podemos suportar (I Coríntios 10:13).

5 de mai. de 2010

EXPIAÇÃO

Vou investigar a parte mais importante do plano de Deus: a Expiação de Jesus Cristo. Tal averiguação é certamente a mais difícil de se tratar. Não que a Expiação de Jesus Cristo não possa ser suficientemente compreendida por qualquer mortal penitente, pois o Espírito pode nós ensinar que “além dele não há Salvador algum” e pode nós mostrar sua grande sabedoria e maravilhosos caminhos. A dificuldade consiste em explicar a “extensão de sua obra” a qual “ninguém pode descobrir” (D&C 76:1-2, itálicos adicionados).

De fato esse é um mistério de Deus, que nossa mente finita não pode suportar, exatamente porque a Expiação foi infinita. Como Alma disse há muitos mistérios, que permanecem ocultos, e que somente Deus conhece (Alma 40:3). A escritura a seguir expressa o que tento dizer:
“E este é o evangelho, as alegres novas, que a voz do céu nos testificou— Que ele veio ao mundo, sim, Jesus, para ser crucificado pelo mundo e para tomar sobre si os pecados do mundo e para santificar o mundo e purificá-lo de toda iniqüidade; Para que, por intermédio dele, fossem salvos todos os que o Pai havia posto em seu poder e feito por meio dele; Ele que glorifica o Pai e salva todas as obras de suas mãos, exceto os filhos de perdição, que negam o Filho depois que o Pai o revelou.”
“Portanto ele salva todos exceto esses, os quais irão para o castigo infinito, que é castigo sem fim, que é castigo eterno, para reinar com o diabo e seus anjos na eternidade, onde seu bicho não morre e o fogo é inextinguível, o que é seu tormento— E homem algum conhece o seu fim nem seu lugar nem seu tormento; Nem foi revelado nem é nem será revelado ao homem, exceto àqueles que dele forem feitos participantes; Contudo eu, o Senhor, mostro-o em visão a muitos, mas imediatamente torno a encerrá-la; Portanto seu fim, sua largura, altura, profundidade e miséria eles não compreendem, nem homem algum, a não ser os que são ordenados a essa condenação” (D&C 76:40-48, itálicos adicionados).
Para nós, Cristo sofreu de uma forma incompreensível. Ele sofreu como um filho da perdição. Ele “subiu ao alto, como também desceu abaixo de todas as coisas, no sentido de que compreendeu todas as coisas, para que fosse em tudo e através de todas as coisas, a luz da verdade” (D&C 88:6). De fato Ele “compreende todas as coisas” (D&C 88:41). Aqueles que se tornarem filhos da perdição entenderão o que Ele passou ao beber a “taça amarga” (Marcos 14:36, Alma 40:26, D&C 19:15-19). Os que forem exaltados como deuses também entenderão plenamente a expiação, pois estarão cheios de luz e o “corpo que é cheio de luz compreende todas as coisas” (D&C 88:67).
Enquanto na mortalidade, não podemos compreender a totalidade da Expiação. Dia virá em que a entenderemos (D&C 130:8-10). Para que isso ocorra temos que hoje buscar diligentemente entender o sacrifício de Cristo, mesmo que sua plenitude seja inexplicável a nós. Pois quanto mais O entendemos mais próximos ficaremos Dele e da exaltação (D&C 131:6). Devemos crescer linha sobre linha, preceito sobre preceito (2 Néfi 28:30) até que tenhamos um conhecimento perfeito (2 Néfi 9:14).
Talvez fosse isso que Paulo quisesse dizer ao orar pelos antigos efésios pedindo que estivessem “arraigados e fundados em amor” para que pudessem “perfeitamente compreender, com todos os santos, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade” e “conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus.”
Entretanto, não irei explicar tudo o que um ser mortal é capaz de entender sobre o sacrifício de Cristo. O motivo é simples: há muitas coisas que Jesus fez “e se cada uma das quais fosse escrita, cuido que nem ainda o mundo todo poderia conter os livros que se escrevessem” (João 21:25). Além disso, cada um deve sentir-se responsável em buscar o Senhor por si só (Atos 17:27, D&C 37:4).
Basta a escritura que se segue para perceber a magnitude do assunto: “todas as coisas têm sua semelhança e todas as coisas são criadas e feitas para prestar testemunho de mim, tanto as coisas [temporais] como as coisas que são espirituais; coisas que estão acima nos céus e coisas que estão na Terra e coisas que estão dentro da terra, tanto acima como abaixo: todas as coisas prestam testemunho de mim.” (Moisés 6:63, Alma 30:41-44).
O céu, o mar, os animais, os fósseis, as sementes, as estrelas e toda criação; a videira, a candeia, o templo, o maná e todos os símbolos das escrituras; a cobra de metal, a rocha ferida, Isaque no monte Moriá, os profetas santos como prefiguração do Messias; e até tudo o que existe nas escrituras, no testemunho, no que vemos, sentimos, ouvimos e percebemos – tudo, visível ou invisível – testifica do Cristo, pré-mortal, moral e ressurreto e mais especificamente sobre sua missão de expiar toda a Criação.
O Plano de Deus inclui três grandes eventos: Criação, Queda e Expiação. Esses três “pilares da eternidade”, como Elder Bruce R. McConkie os chama, por serem pontos fundamentais do Plano, estão intimamente inter-relacionados. Sua ligação é tal que se não houver um não pode haver outro. Ou seja, se não houvesse Criação, não haveria Queda; e se Adão não caísse, Jesus Cristo seria completamente desnecessário.
A queda de Adão e Eva afastou toda criação que conhecemos da presença de Deus. Os homens foram afastados tanto física como espiritualmente de sua presença. Portanto duas mortes acometeram todos os que vieram a gozar do Segundo Estado: a morte física e a morte espiritual (Alma 42:9, Moisés 6:48). Cristo veio a Terra com a expressa missão de vencer tanto uma morte como outra (I Coríntios 15:21-23, 2 Néfi 9:12). Ele era o único com poder de fazer isso por ser pré-ordenado para essa missão (I Pedro 1:20), por ser filho Unigênito do Pai (João 1:14, 3:16), e por ser perfeito – sem pecados (Mosias 14:9).
A palavra Expiação significa reconciliar. Expiação é o sacrifico de Jesus Cristo, que inclui seu sofrimento no Jardim do Éden, o injusto julgamento, a ida até Gólgota, a morte na cruz e finalmente a gloriosa ressurreição (GEE Expiação). A Expiação de Jesus Cristo: (1) é o ponto mais importante do Evangelho; (2) é o fato mais transcendental de toda criação; (3) é o maior poder que existiu, existe ou existirá; (4) é infinita e eterna; (5) proporciona a divina Misericórdia (graça); e (6) é o elemento essencial para salvação e exaltação de toda criação.

A Expiação é o ponto mais importante do Evangelho. O Evangelho de Jesus Cristo foi resumido por seu autor:
“Eis que vos dei o meu evangelho e este é o evangelho que vos dei—que vim ao mundo para fazer a vontade de meu Pai, porque meu Pai me enviou. E meu Pai enviou-me para que eu fosse levantado na cruz; e depois que eu fosse levantado na cruz, pudesse atrair a mim todos os homens, a fim de que, assim como fui levantado pelos homens, assim sejam os homens levantados pelo Pai, para comparecerem perante mim a fim de serem julgados por suas obras, sejam elas boas ou más— E por esta razão fui levantado; portanto, de acordo com o poder do Pai, atrairei todos os homens a mim para que sejam julgados segundo suas obras.”
“E acontecerá que aquele que se arrepender e for batizado em meu nome, será satisfeito; e se perseverar até o fim, eis que eu o terei por inocente perante meu Pai no dia em que eu me levantar para julgar o mundo. E aquele que não perseverar até o fim será cortado e lançado no fogo, de onde não mais voltará, em virtude da justiça do Pai.”
“E esta é a palavra que ele deu aos filhos dos homens. E por esta razão ele cumpre as palavras que proferiu; e não mente, mas cumpre todas as suas palavras. E nada que seja imundo pode entrar em seu reino; portanto nada entra em seu descanso, a não ser aqueles que tenham lavado suas vestes em meu sangue, por causa de sua fé e do arrependimento de todos os seus pecados e de sua fidelidade até o fim.”
“Ora, este é o mandamento: Arrependei-vos todos vós, confins da Terra; vinde a mim e sede batizados em meu nome, a fim de que sejais santificados, recebendo o Espírito Santo, para comparecerdes sem mancha perante mim no último dia. Em verdade, em verdade vos digo que este é o meu evangelho (...)”

A Expiação é o fato mais transcendental de toda criação. Em Alma 7:7, o profeta nefita ensina “que muitas coisas estão para vir”, mas “há uma coisa mais importante que todas as outras – pois eis que não [estava] longe o tempo em que o Redentor [viveria e estaria] no meio de seu povo”.
Leí disse o quanto seria importante tornar a Expiação conhecida aos habitantes da Terra “para que saibam que nenhuma carne pode habitar na presença de Deus a menos que seja por meio dos méritos e misericórdia e graça do Santo Messias, que dá sua vida (...) e toma-a novamente” (2 Néfi 2:8).
De fato, não houve e nunca haverá acontecimento de maior relevância e transcendência.

A Expiação é o maior poder que existiu, existe ou existirá.
Paulo disse: “Porque estou certo que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o provir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que esta em Cristo Jesus nosso Senhor” (Romanos 8:38-39).

A Expiação de Jesus Cristo é a maior expressão de caridade.
“A caridade nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; (...) Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e a caridade, estes três, mas o maior destes é a caridade” (I Coríntios 13:8-13, em algumas traduções a palavra “caridade” foi substituída por “amor”).
Morôni entendia isso e pode ensinar: “meus amados irmãos, se não tendes caridade, nada sois, porque a caridade nunca falha. Portanto, apegai-vos à caridade, que é, de todas, a maior, porque todas as coisas hão de falhar – Mas a caridade é o puro amor de Cristo e permanece para sempre; e para todos os que a possuírem, no último dia tudo estará bem” (Morôni 7:45-46).
Não há dor que a expiação não cure, não há pecado que ela não perdoe e não há injustiça que não concerte. Tudo que foi desfeito e refeito. Tudo que é destruído é reconstruído. O poder capacitador e restaurador, o poder justificador e santificador – são expressões do poder misericordioso que vem pela Expiação.
O poder da expiação é presente, e pode ser invocado agora. Também tem efeitos no passado e no futuro. A Expiação, por exemplo, elimina a culpa passada do pecado, concede sustento atual com dons espirituais e garante uma ressurreição entre os justos no futuro.
A expiação possibilita a fé no passado, a caridade no presente e a esperança no futuro. Temos fé em Cristo porque Ele nos amou primeiro e morreu por nós. Agimos dignamente, exercendo amor para, que por meio de seu sangue possamos voltar a viver com Deus em felicidade infinita – ai reside nossa esperança (I João 4:17-21).
Temos esperança por causa da Expiação. Temos fé porque Cristo morreu por nós. E temos caridade, porque é impossível agradar a Deus e merecer a misericórdia sem esse divino atributo:
“E novamente, meus amados irmãos, gostaria de falar-vos sobre a esperança. Como podeis alcançar a fé a não ser que tenhais esperança? E o que é que deveis esperar? Eis que vos digo que deveis ter esperança de que, por intermédio da expiação de Cristo e do poder da sua ressurreição, sereis ressuscitados para a vida eterna; e isto por causa da vossa fé nele, de acordo com a promessa. Portanto, se um homem tem fé, ele tem que ter esperança; porque sem fé não pode haver qualquer esperança. E novamente, eis que vos digo que ele não pode ter fé nem esperança sem que seja manso e humilde de coração. Sem isso sua fé e esperança são vãs, porque ninguém é aceitável perante Deus, a não ser os humildes e brandos de coração; e se um homem é humilde e brando de coração e confessa, pelo poder do Espírito Santo, que Jesus é o Cristo, ele precisa ter caridade; pois se não tem caridade, nada é; portanto ele precisa ter caridade. (...) Portanto, meus amados irmãos, rogai ao Pai, com toda a energia de vosso coração, que sejais cheios desse amor que ele concedeu a todos os que são verdadeiros seguidores de seu Filho, Jesus Cristo; que vos torneis os filhos de Deus; que quando ele aparecer, sejamos como ele, porque o veremos como ele é; que tenhamos esta esperança; que sejamos purificados, como ele é puro. Amém.” (Morôni 7:40-44, 48).

A Expiação é Infinita e Eterna.
O alcance da Expiação extrapola a realidade temporal e espacial. A expiação tem efeito a todas as criações anteriores e todas as posteriores de Deus.
Disse Alma: “nada pode haver, a não ser uma expiação infinita, que seja suficiente para os pecados do mundo” (Alma 34:12). Jacó ensinou: “é necessário que haja uma expiação infinita—porque se a expiação não fosse infinita, esta corrupção não poderia revestir-se de incorrupção” (2 Néfi 9:7).
A Expiação é Eterna por que foi um Deus Eterno (Moisés 7:35), que era e é de eternidade em eternidade (D&C 20:17), que desceu abaixo de todas as coisas.
Jeová disse: “Eis que eu sou aquele que foi preparado desde a fundação do mundo para redimir meu povo. Eis que eu sou Jesus Cristo. Eu sou o Pai e o Filho. Em mim toda a humanidade terá vida e tê-la-á eternamente, sim, aqueles que crerem em meu nome; e eles tornar-se-ão meus filhos e minhas filhas” (Éter 3:14). Seu sacrifício é infinito e eterno por que os efeitos de sua expiação são infinitos e eternos.

A Expiação proporciona a divina Misericórdia (graça).
“Todas as coisas hão de falhar” disse Morôni (Morôni 7:46). De fato, todas as coisas são passiveis de falha exceto a caridade – que é o maior atributo. É, portanto, a maior virtude e o maior poder, como já demonstrado.
Sem caridade ninguém pode satisfazer a Justiça de Deus. Isso porque é a caridade de Cristo, manifesta em Sua Expiação, que concede a Divina Misericórdia. Nas palavras de Paulo os atos de serviço abnegado a fé extraordinária de nada servem sem a caridade (I Coríntios 13).
Alma ensinou sobre a Justiça e Misericórdia de modo muito claro a seu filho rebelde:
“E agora lembra-te, meu filho, de que, se não fosse pelo plano de redenção (deixando-o de lado), assim que eles morressem sua alma se tornaria miserável, sendo afastada da presença do Senhor. E não havia meio de resgatar os homens desse estado decaído que o homem trouxera sobre si, em virtude de sua própria desobediência.”
“Portanto, de acordo com a justiça, o plano de redenção não poderia ser realizado senão em face do arrependimento dos homens neste estado probatório, sim, neste estado preparatório; porque, a não ser nestas condições, a misericórdia não teria efeito, pois destruiria a obra da justiça. Ora, a obra da justiça não poderia ser destruída; se o fosse, Deus deixaria de ser Deus. E assim vemos que toda a humanidade se encontrava decaída e estava nas garras da justiça; sim, da justiça de Deus que a condenara a ser afastada de sua presença para sempre.”
“Ora, o plano de misericórdia não poderia ser levado a efeito se não fosse feita uma expiação; portanto o próprio Deus expia os pecados do mundo, para efetuar o plano de misericórdia, para satisfazer os requisitos da justiça, a fim de que Deus seja um Deus perfeito, justo e também um Deus misericordioso.”
“Ora, o arrependimento não poderia ser concedido aos homens se não houvesse um castigo tão eterno como a vida da alma, estabelecido em oposição ao plano de felicidade, também tão eterno como a vida da alma. Ora, como poderia um homem arrepender-se, se não houvesse pecado? Como poderia ele pecar, se não houvesse lei? E como poderia haver lei, a não ser que houvesse castigo?”
“Ora, um castigo foi fixado e foi dada uma lei justa que trouxe o remorso de consciência ao homem. Ora, se não tivesse sido dada uma lei—que, se um homem assassinasse, deveria morrer—teria ele medo de morrer, se assassinasse?”
“E também, se não tivesse sido dada lei alguma contra o pecado, os homens não teriam medo de pecar. E se não tivesse sido dada a lei, que poderia a justiça ou mesmo a misericórdia fazer se os homens pecassem, uma vez que não teriam direito sobre a criatura?”
“Mas foi dada uma lei e fixado um castigo e concedido um arrependimento, arrependimento esse que é reclamado pela misericórdia; do contrário, a justiça reclama a criatura e executa a lei e a lei inflige o castigo; e se assim não fosse, as obras da justiça seriam destruídas e Deus deixaria de ser Deus.”
“Deus, porém, não deixa de ser Deus e a misericórdia reclama o penitente; e a misericórdia advém em virtude da expiação: e a expiação efetua a ressurreição dos mortos: e a ressurreição dos mortos devolve os homens à presença de Deus; e assim são restituídos a sua presença para serem julgados de acordo com suas obras, segundo a lei e a justiça.”
“Pois eis que a justiça exerce todos os seus direitos e a misericórdia também reclama tudo quanto lhe pertence; e assim ninguém, a não ser o verdadeiro penitente, é salvo.”
“Acaso supões que a misericórdia possa roubar a justiça? Afirmo-te que não; de modo algum. Se assim fosse, Deus deixaria de ser Deus. E assim Deus realiza seus grandes e eternos propósitos, que foram preparados desde a fundação do mundo. E assim ocorre a salvação e a redenção dos homens e também sua destruição e miséria.” (Alma 42:11-26)
Em resumo pode-se afirmar que a Misericórdia advinda da expiação tem efeito para os que se arrependem.
A Graça de Cristo é o poder capacitador que advém da Expiação. Porque todos pecamos a graça de Cristo compensa nossas falhas, faltas e incapacidades. Somos salvos pela graça (2 Néfi 10:24, Atos 15:11), mas somente depois de tudo que pudermos fazer (2 Néfi 25:23).

A Expiação é o elemento essencial para salvação e exaltação de toda criação.
A Expiação abençoa a toda criação. Mesmo os que se tornarem filhos da perdição nesta vida, terão, após este estado, um corpo ressurreto graças à expiação. Todos os animais e todos os elementos desta Terra serão ressurretos e glorificados graças ao sacrifício de Cristo (Moisés 7:48, 58-61). A expiação salva e exalta tudo e todos, exceto os da Perdição (D&C 76:43):
“A tua misericórdia, Senhor está nos céus, e a tua fidelidade chega até as mais excelsas nuvens. A tua justiça é como as grandes montanhas; e os teus juízos são um grande abismo [ali caem os que praticam a iniqüidade; cairão, e não se poderão levantar]. Senhor tu conservas os homens e os animais” (Salmos 36:5-6, 12).

A Expiação concederá um julgamento final aos filhos de Deus (Alma 41:2-3; 3 Néfi 27:14)
A expiação também salvará e exaltará os homens que morrerão crianças ou não tiveram conhecimento da verdade durante a mortalidade, mas aceitariam o evangelho (Mosias 3:16, 21; Morôni 8:10; D&C 137:7-10).
A Expiação poderá exaltar os outros homens (isto é, todos os que não morrem como criancinhas) se as condições da misericórdia forem satisfeitas. Elas são apresentadas por Jacó ao falar de Cristo:
“E ele vem ao mundo para salvar todos os homens, se eles derem ouvidos a sua voz; pois eis que ele sofre as dores dos homens, sim, as dores de toda criatura vivente, tanto homens como mulheres e crianças, que pertencem à família de Adão.”
“E ele sofre isto para que todos os homens ressuscitem, para que todos compareçam diante dele no grande dia do julgamento. E ordena a todos os homens que se arrependam e sejam batizados em seu nome, tendo perfeita fé no Santo de Israel, pois do contrário não poderão ser salvos no reino de Deus. E se não se arrependerem, não acreditarem em seu nome, não forem batizados em seu nome nem perseverarem até o fim, serão condenados, pois o Senhor Deus, o Santo de Israel, disse-o” (2 Néfi 9:21-24, itálicos adicionados).
Os requisitos são claros: “E nada que seja imundo pode entrar em seu reino; portanto nada entra em seu descanso, a não ser aqueles que tenham lavado suas vestes em meu sangue, por causa de sua fé e do arrependimento de todos os seus pecados e de sua fidelidade até o fim. Ora, este é o mandamento: Arrependei-vos todos vós, confins da Terra; vinde a mim e sede batizados em meu nome, a fim de que sejais santificados, recebendo o Espírito Santo, para comparecerdes sem mancha perante mim no último dia” (3 Néfi 27: 19-20).
Mais simples e claro ainda são as palavras do Salvador na ocasião em que se apresentou aos nefitas pela primeira vez: “E os que crerem em mim e forem batizados, esses serão salvos; e eles são os que herdarão o reino de Deus. E os que não crerem em mim e não forem batizados, serão condenados” (3 Néfi 11:33-34).

Eu sei que isso é verdade.

28 de abr. de 2010

Ser um Líder

Aqueles que não forem líderes não entrarão no Reino Celestial de Deus. A exaltação é para os líderes – para os reis e sacerdotes do Deus altíssimo (D&C 76:56-58, ver também D&C 76:50-70). Os outros irão para outros reinos de glória. Explicarei essa declaração e mostrarei a importância de adquirirmos os atributos do Salvador, a fim de sermos líderes capazes para adentramos onde Ele, que é Rei dos Reis e Senhor dos Senhores (I Timóteo 6:15) esta com o Governante Supremo de Todo Universo – nosso bom Pai Celestial.
O Senhor declarou a Adão e Eva ao criá-los e casá-los para toda eternidade: “E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra. E criou Deus o homem à sua imagem: à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra.” (Gênesis 1:26-28) Dominar e sujeitar indicam a responsabilidade dada ao homem de presidir e comandar. Este é um mandamento e requisito para ser semelhante a Deus. Fomos criados a semelhança do Filho de Deus – se quisermos ser tão perfeitos quanto nosso Pai que esta nos céus (Mateus 5:48), devemos ser como Ele. Deus é o Supremo líder de toda Criação. Seu desejo é dar-nos tudo que Ele possui – mesmo o maior dom: que é a vida eterna (D&C 45:5, 8).
Nosso Pai Celestial sempre será o Pai de nossos espíritos, e, portanto, nosso líder. Ambicionar seu lugar foi o pecado de Lúcifer, que, embora fosse um dos grandes na vida pré-mortal cobiçou a glória do Pai, e foi expulso por negar o Espírito Santo (D&C 29:36; 76:25-35).
As famílias e o sacerdócio apresentam dois tipos de liderança. Ambos são importantes para o crescimento e progresso de todo filho de Deus.
Na santíssima Trindade temos Nosso Pai Celestial, como líder e governante Todo-Poderoso. Jeová, que é Jesus Cristo, é nosso irmão mais velho, e não apenas por ser o Primogênito, mas por ser o Unigênito do Pai – Escolhido e Ungido como Redentor, ocupa a posição de nosso líder, abaixo apenas de Eloim. O Espírito Santo é um Deus, assim como o Pai e o Filho, e sua posição é abaixo do Filho. Os três Deuses formam a Trindade, que é o quorum do sacerdócio mais elevado – a presidência de toda criação (GEE “Trindade”).
Por nos amar, o Pai estabeleceu um meio de voltarmos à presença Dele, sendo semelhantes a Ele. Ele enviou-nos a Terra, e fez-nos esquecer sua face divinal e todas as experiências pré-mortais com a intenção de, por meio de certas experiências, sermos achados dignos da vida eterna. Em seu Plano de Salvação ordenou que os homens nascessem em famílias, à semelhança da ordem celeste. Adão e Eva foram casados no Éden e receberam como mandamento “crescer e multiplicar e encher a Terra”. Quando os filhos de Adão nasceram isto era a semelhança da família dos céus. Assim como Abel tinha um Pai Celestial, tinha um pai mortal; assim como Adão era um pai terreno, Eloim era um Pai espiritual (Sempre Fiéis, “Plano de Salvação”, pg. 134-137; Moisés 5:1-12 e 6:1-12).


Fomos ensinados por revelação antiga e moderna que a família foi ordenada por Deus (Família: Proclamação ao Mundo; Sempre Fiéis, “Família”, pg. 83-85) . Deus vive em família e deseja que todos o façam. Costuma-se dizer que a salvação é individual, mas élder Nelson, do Doze, nos lembrou que a exaltação, que é a salvação no mais alto grau de glória, é um assunto de família (A Liahona, Maio de 2008, “Salvação e Exaltação”, Élder Russel M. Nelson, pg. 7-10). Não é de se admirar, portanto, que Satanás, que não tem mais família, e não pode formar família, deseje ardentemente destruir toda família de Deus, tanto neste, como do outro lado do véu.
Há, basicamente, três tipos de liderança: a liderança no lar, a liderança no sacerdócio e a liderança em sentido amplo. A liderança no lar é a chefia dentro de uma família. A liderança no sacerdócio é uma responsabilidade sagrada para aqueles que portam o poder de Deus. A liderança em sentido amplo abrange todos os outros tipos de liderança: a liderança secular, a lideranças de Satanás, a liderança em grupos, tribos, partidos, Estados, etc.
Muitas vezes os três tipos de liderança se relacionam. Nosso Pai Celestial lidera todos os seus filhos em todos os sentidos. Mesmo que não reconheçam ou não desejem isso, o Pai controla e sujeita até mesmo o Diabo (D&C 121:4, Jó 1:7-12) – fato demonstrado com clareza – porque o demônio não pode nos tentar além do que Deus julgue prudente suportarmos (I Coríntios 10:13).

O maior chamado de liderança é exercido no lar (Reunião Mundial de Liderança, 11 de Fevereiro de 2006, “Uma Solene Responsabilidade de Amar e Cuidar uns Dos Outros”, Élder L. Tom Perry, pg.9). Ser um pai e uma mãe, avó e avó é uma bênção enorme. Os atributos desenvolvidos nos laços familiares podem guiar a vida eterna.
Da maneira perfeita, todos os pais seriam também portadores do sacerdócio de Melquisedeque. Assim os dois tipos de liderança que capacitam para vida eterna estariam em todas as famílias da Terra.
Todavia, devido à maldade e mal uso de seu arbítrio, o homem, imperfeito e natural causou tristeza, separação e apostasia. Deus sabia que isso se daria, por isso, conhecendo muito bem seus filhos, selecionou, antes de nascermos “nobres e grandes’ para serem governantes nessa esfera mortal (Abraão 3:22-23).
Esses bons espíritos pré-mortais forma escolhidos tanto para chefiar famílias como para atuar como mordomos na Vinha do Senhor. Jesus Cristo é o Deus que apareceu aos profetas e é o Criador desse e de outros mundos (GEE “Jeová”). Ele é o Primeiro. O Pai lhe deu todas as coisas. Ele é o verbo do Pai e realiza tudo de acordo com a vontade do Pai (João 1:1-18).
Adão, que é Miguel, é o príncipe desta Terra, e o Ancião de dias. Depois do Salvador ele é primeiro em autoridade. Ele é o primeiro pai, e o primeiro após Cristo, líder de todas as Inteligências (GEE “Miguel”). Noé vem em seguida – ele é o anjo Gabriel. Como grande patriarca é nosso pai, pois todos vieram de um de seus três filhos. Ele também possui grande proeminência nos céus (GEE “Noé”).
Não se sabe exatamente quem vem depois, mas Joseph Smith, Moisés, Leí, Enoque, Abraão e todos os chefes de dispensações estavam no grande conselho dos céus. Eles lideram de forma exemplar suas famílias na Terra e guiaram muitas outras famílias à exaltação. Por meio deles todos neste mundo, e no vindouro foram ou serão abençoados. Verdadeiramente todas as famílias serão abençoadas no nome e convênio que o Pai fez com eles (“Esta Geração Receberá Minha Palavra por Teu Intermédio”, Élder Bruce R. McConkie, www.rsc.byu.edu/portugues).


Na liderança do sacerdócio existe responsabilidade e prestação de contas, na liderança no lar também. Não há liderança efetiva sem posições, não há posições sem obediência, e não há obediência sem o arbítrio.
Cristo é o cabeça e é o rei (I Coríntios 11:3, Helamã 13:38, Apocalipse 1:5). Seus discípulos são seus servos, membros de seu corpo ou seus filhos. Sem submissão não há obediência, sem obediência à retidão não há arbítrio verdadeiro.
No modelo ideal no reino de Deus o profeta preside e lidera. No lar ideal o pai é patriarca do lar e preside e lidera. No reino de Deus o profeta presidente sempre tem outros profetas como conselheiros ou consultores. No lar, o pai tem como conselheira, companheira e adjutora a esposa e mãe de seus filhos. Há um sistema de liderança no reino de Deus – apóstolos, pastores, mestres, evangelistas, etc. (Regra de Fé nº 6). Nas famílias da antiga Israel, o filho homem mais velho era o primogênito que tinha vantagens em comparação aos demais. Na atualidade, os países cristãos não costumam distinguir os filhos – dando importância maior a um ou a outro. Na família ideal os filhos são iguais, entretanto, na falta do pai ou da mãe, o mais velho assume a responsabilidade do lar. Na Igreja, quando o presidente é desobrigado ou morre, outro é colocado em seu lugar. Na família fiel não há substitutos. Se um pai se ausentar, em viajem, missão, emprego ou morte, a mãe assumira a liderança, mesmo que tenha um filho que possua o sacerdócio maior em sua casa.
Um filho que se casa deve deixar o “pai e a mãe” e se apegar a sua mulher, para serem “ambos uma só carne” (Gênesis 2:23-23). Isso significa que ele deve constituir sua própria família e começar a ser um líder independente do seu pai. Evidentemente isso não significa que não possa pedir conselhos de seu pai, mãe, sogro ou sogra. Moisés, mesmo sendo o líder espiritual de toda a casa de Israel, e sendo um pai e marido honrado, aceitou o conselho de seu sogro (Êxodo 18:13-24).
As mordomias no reino de Deus são passageiras, mas as mordomias no lar não precisam ser. Por meio dos poderes do sacerdócio um pai pode continuar sendo pai eternamente. O mesmo se da com a posição de mãe. Nunca haverá desobrigação desse santo chamado para os que viverem no Reino Celestial. Não obstante, os que não se acharem dignos de viver a lei de um reino celestial tornar-se-ão solteiros e separados, sem vínculo familiar, permanecendo como Filhos de Deus, mas sem o privilegio de serem eles próprios pais e mães, reis e rainhas, sacerdotes e sacerdotisas, deuses e deusas (D&C 132:7, 17).
Nem todos servirão como bispo, e também nem todas as mulheres justas serão mães. Todavia a igreja esta organizada de maneira tal, que todos os seus membros podem ter oportunidades de serviço e liderança. E todas as oportunidades que os justos não têm nesta vida serão dadas a eles com abundancia, se forem sempre fieis, na Exaltação.


Jesus Cristo é o exemplo perfeito de liderança, tanto no lar como no Reino de Deus. Vendo o seu exemplo e seguindo-o, todos podem se tornar melhores líderes.
Por meio do Salvador aprendemos grandes lições de liderança, e uma das maiores é: para ser um líder eficaz deve-se ser um discípulo eficaz. Foi-me revelado, pelo Santo Espírito de Deus, que minha capacidade de liderar depende de minha capacidade de seguir. Deve ser por isso que Cristo ensinou que seguia o Pai, e fazia conforme Ele mandava (João 5:19). Tão fiel era o Salvador em seguir o Pai, que Ele o Pai eram e são um – em todos os sentidos, exceto na forma física, no corpo – ou seja, são seres distintos e separados (João 10:30, D&C 130:22). Aqueles que querem ser melhores líderes na igreja e no lar devem pensar, sentir e agir como Cristo pensaria, sentiria e agiria. Pode parecer difícil ao verificarmos a magnitude do mandamento e nossa pequenez. Todavia somos filhos de Deus e temos, por meio da Expiação de Cristo um poder imenso de fazer tudo o que nos for pedido. Podemos começar com o mandamento principal: amar a Deus sobre todas as coisas (Mateus 22:35-36). Amar é servir. Portanto, se amamos a Deus o servimos obedecendo a seus mandamentos (Mosias 5:13, João 14:15). O segundo mandamento é amar o próximo (Mateus 22:37). Do mesmo modo se amarmos o próximo o serviremos (Mosias 2:17). O amor é coisa principal (I Coríntios 13) e se focarmos nele todo resto se encaixará e receberemos revelação para sermos líderes de sucesso. NÃO HÁ OUTRA MANEIRA DE SERMOS BEM SUCEDIDOS COMO LÍDERES, A NÃO SER ESTA: RECEBER E SEGUIR AS REVELAÇÕES DE DEUS. A oração, o estudo das escrituras, o cumprimento dos chamados na Igreja, a freqüência as reuniões da Igreja, o recebimento de ordenanças para nós e para os falecidos aumenta nossa capacidade de liderar, pois todas essas coisas nos levam para mias próximo da luz. E o corpo que é cheio de luz compreende todas as coisas. E quem compreende todas as coisas se torna como Deus, e Deus é um líder perfeito.
Uma outra lição importante é que não buscamos cargos no reino. No corpo de Cristo todos são membros importantes, e um não pode dizer a um outro que é desnecessário – pois todos são valiosos. Na família cada um tem seu papel e importância. Todos devem desejar ser pais ou mães em Sião, mas não devem desejar ter um cargo especifico na Igreja. Os que ambicionam chamados são orgulhosos e podem cair. Na Igreja não importa onde se serve, mas como se faz. Tanto um apóstolo como um diácono são amados por Deus e terão a mesma recompensa se, e somente se, permanecerem fieis até o fim.
O dever de todo líder é ser uma bênção. Isso acontece mais rápido quando os liderados percebem que o exemplo de seu líder corresponde com seus ensinamentos.
Um bom líder sabe delegar. Ele sabe que seus liderados podem cometer erros, mas confia neles e não teme fazer convites que acabarão fortalecendo a fé que eles têm. Às vezes os seguidores não produzirão os resultados esperados, mas seu sacrifício será mais importante que seu crescimento.
Os bons líderes repreendem. Mas SOMENTE quando movidos pelo Espírito Santo. E LOGO EM SEGUIDA mostram um amor maior. Às vezes será necessário um castigo, por amor. No caso dos pais o castigo pode ser simplesmente uma demonstração de decepção, em vez de flagelos físicos. As palavras e atos de um líder sempre elevam, mesmo na repreensão. Esses líderes não permitem que seus seguidores aprendam por experiência própria que iniqüidade nunca foi felicidade, mas antes advertem do perigo. Respeitam, não obstante, o arbítrio de seus seguidores. Os pais levam em consideração a idade e maturidade de seus filhos. Por isso não permitem que uma criança faça uma escolha errada, só porque quer fazê-la. Eles a impedem, pois ainda não pode escolher por conta própria. O arbítrio vem do conhecimento e os bons pais ensinam, esclarecem e advertem. Eles também entendem que a Justiça não pode ser negada e que a Misericórdia deve estar à disposição dos arrependidos.
Os bons líderes não buscam fama, prestigio e poder. Eles não fazem artimanhas sacerdotais ou combinações secretas. Eles são humildes, respeitosos e os primeiros a servir. Eles são lembrados com honra ou não – mas são sempre aprovados a vista de Deus. Importam-se mais com o que Deus pensa, pois sabem que prestarão contas sobre sua liderança – do que com que o mundo pensa.
Um bom líder gera bons frutos. E esses frutos se tornam líderes.
Há muitas outras qualidades dos líderes que aprendemos das escrituras e dos exemplos vivos, próximos ou distantes. Devemos aprender deles, pois precisamos melhorar como líderes no lar e na Igreja. A vida eterna é para os líderes excelentes, como Cristo.


Sei que essas coisas são verdadeiras. Cristo foi o exemplo perfeito de liderança tanto na família como na Igreja. Sua expiação permite que todos sejam líderes aprovados por Deus.

7 de abr. de 2010

Moisés 6:59-60: NASCER DE NOVO

Nossa vinda à mortalidade ocorre pelo nascimento. Deixando de lado a polêmica sobre quando se inicia a vida mortal , consideraremos a concepção como o nascimento mortal, o inicio do segundo estado e do tempo de provação (GEE Mortalidade). Há três elementos presentes no nascimento mortal: água, sangue e espírito. Eles são elementos reais e necessários para que ocorra o nascimento. Sem sangue nenhum mortal vive, pois a vida esta no sangue (Levítico 17:11, 14). Do mesmo modo, sem a água ninguém é concebido: pois há água presente na formação do feto, por exemplo, na placenta da gestante. Sem que o espírito pré-mortal entre no corpo não há vida, pois “o espírito e o corpo formam a alma do homem” (D&C 88:15). A morte ocorre com a saída do espírito do corpo (GEE Morte Física). O segundo nascimento é um símbolo do primeiro. É chamado de novo nascimento: nascimento por que os mesmos elementos – água, sangue e espírito – estão presentes; e novo porque (1) vem pelo Novo e Eterno convênio do evangelho; (2) muda o estado anterior (semelhante à mudança que ocorreu do estado pré-mortal para o mortal); (3) purifica, justifica e santifica – tornando a criatura inocente como uma criancinha, por isso é também chamado de nascimento espiritual. Ao virmos para Terra tornamo-nos afastados de Deus, tanto fisicamente quanto espiritualmente, por causa da Queda e da fraqueza humana: “Por que Adão caiu, existimos; e pela sua queda veio a morte; e fomos feitos participantes de miséria e desgraça; Eis que Satanás veio para o meio dos filhos dos homens e tentou-os para que o adorassem; e os homens tornaram-se carnais, sensuais e diabólicos e encontram-se afastados da presença de Deus. Mas Deus fez saber a nossos pais que todos os homens devem arrepender-se. E ele chamou nosso pai Adão com sua própria voz, dizendo: Eu sou Deus; eu fiz o mundo e os homens antes que existissem na carne. E ele também lhe disse: Se te voltares para mim e deres ouvidos a minha voz e creres e te arrependeres de todas as tuas transgressões e fores batizado, sim, na água, em nome de meu Filho Unigênito, que é cheio de graça e verdade, que é Jesus Cristo, o único nome que será dado debaixo do céu mediante o qual virá a salvação aos filhos dos homens, receberás o dom do Espírito Santo, pedindo todas as coisas em seu nome; e tudo o que pedires te será dado. (Moisés 6:48-52, itálicos adicionados) Desde Adão o evangelho tem sido ensinado. Aqueles que o aceitam plenamente nascem de novo: “Aí se começou a dizer entre o povo que o Filho de Deus expiara o pecado original, de modo que os pecados dos pais não podem recair sobre a cabeça dos filhos, pois estes são limpos desde a fundação do mundo.” “E o Senhor falou a Adão, dizendo: Visto que teus filhos são concebidos em pecado, quando eles começam a crescer, concebe-se o pecado em seu coração e eles provam o amargo para saber apreciar o bom. E a eles é dado distinguir o bem do mal, de modo que são seus próprios árbitros; e dei-te outra lei e mandamento.” “Portanto ensina a teus filhos que todos os homens, em todos os lugares, devem arrepender-se, ou de maneira alguma herdarão o reino de Deus, porque nenhuma coisa impura pode ali habitar ou habitar em sua presença; pois, no idioma de Adão, Homem de Santidade é seu nome e o nome de seu Unigênito é Filho do Homem, sim, Jesus Cristo, um justo Juiz, que virá no meridiano dos tempos.” “Portanto dou-te o mandamento de ensinares estas coisas liberalmente a teus filhos, dizendo: Por causa da transgressão vem a queda, queda essa que traz a morte; e sendo que haveis nascido no mundo pela água e sangue e espírito que eu fiz e assim vos haveis transformado de pó em alma vivente, do mesmo modo tereis de nascer de novo no reino do céu, da água e do Espírito, sendo limpos por sangue, sim, o sangue de meu Unigênito; para que sejais santificados de todo pecado e desfruteis as palavras da vida eterna neste mundo e a vida eterna no mundo vindouro, sim, glória imortal; Pois pela água guardais o mandamento, pelo Espírito sois justificados e pelo sangue sois santificados” (Moisés 6:54-60, itálicos adicionados). As muitas doutrinas expostas nestes versículos serão a base para os próximos capítulos. Algumas delas já forma comentadas. O que deve ficar claro é o conteúdo simbólico do evangelho, mais especificamente de suas ordenanças. Há razões para os ritos do evangelho serem como são. Evidentemente não nos foi revelado tudo sobre o assunto , mas as escrituras e os profetas explicam que o sacerdócio é uma maneira que permite o povo “saber como esperar pelo seu Filho para receber a redenção” (Alma 13:2): “Ora, essas ordenanças foram instituídas dessa maneira para que, por meio delas, o povo pudesse ter esperança no Filho de Deus, sendo um símbolo de sua ordem, ou melhor, sendo sua ordem; e isto para que pudessem esperar dele a remissão de seus pecados, a fim de entrarem no descanso do Senhor” (Alma 13:16, itálicos adicionados). A ordenança do batismo, por exemplo, é simbólica. O batismo é uma parte essencial do nascimento simbólico no reino dos céus. O batismo e todas as outras ordenanças “têm sua semelhança e todas as coisas são criadas e feitas para prestar testemunho de [Cristo], tanto as coisas [temporais] como as coisas que são espirituais; coisas que estão acima nos céus e coisas que estão na Terra e coisas que estão dentro da terra e coisas que estão embaixo da terra, tanto acima como abaixo: todas as coisas prestam testemunho de [Cristo]” (Moisés 6:63). As ordenanças não podem ser compreendidas se apenas vistas superficialmente. Cada ordenança de salvação será estuda com cuidado mais adiante. O ritual de purificação do leproso da lei mosaica continha igualmente os elementos do nascimento (água, espírito e sangue): “Esta será a lei do leproso no dia da sua purificação: será levado ao sacerdote, E o sacerdote sairá fora do arraial, e o examinará, e eis que, se a praga da lepra do leproso for sarada então o sacerdote ordenará que por aquele que se houver de purificar se tomem duas aves vivas e limpas, e pau de cedro, e carmesim, e hissopo. Mandará também o sacerdote que se degole uma ave num vaso de barro sobre águas vivas, E tomará a ave viva, e o pau de cedro, e o carmesim, e o hissopo, e os molhará, com a ave viva, no sangue da ave que foi degolada sobre as águas correntes. E sobre aquele que há de purificar-se da lepra espargirá sete vezes; então o declarará por limpo, e soltará a ave viva sobre a face do campo. E aquele que tem de purificar-se lavará as suas vestes, e rapará todo o seu pêlo, e se lavará com água; assim será limpo; e depois entrará no arraial, porém, ficará fora da sua tenda por sete dias; E será que ao sétimo dia rapará todo o seu pêlo, a sua cabeça, e a sua barba, e as sobrancelhas; sim, rapará todo o pêlo, e lavará as suas vestes, e lavará a sua carne com água, e será limpo.” “E o sacerdote tomará do sangue da expiação da culpa, e o porá sobre a ponta da orelha direita daquele que tem de purificar-se e sobre o dedo polegar da sua mão direita, e no dedo polegar do seu pé direito. Também o sacerdote tomará do logue de azeite, e o derramará na palma da sua própria mão esquerda. Então o sacerdote molhará o seu dedo direito no azeite que está na sua mão esquerda, e daquele azeite com o seu dedo espargirá sete vezes perante o SENHOR; E o restante do azeite, que está na sua mão, o sacerdote porá sobre a ponta da orelha direita daquele que tem de purificar-se, e sobre o dedo polegar da sua mão direita, e sobre o dedo polegar do seu pé direito, em cima do sangue da expiação da culpa; E o restante do azeite que está na mão do sacerdote, o porá sobre a cabeça daquele que tem de purificar-se; assim o sacerdote fará expiação por ele perante o SENHOR.” “E o sacerdote oferecerá o holocausto e a oferta de alimentos sobre o altar; assim o sacerdote fará expiação por ele, e será limpo” (Levítico 14:2-9, 12-16, 20). O leproso se raspava para ficar semelhante a um recém-nascido. Vencer a lepra era, na época, como nascer outra vez, pois a lepra era uma praga mortal. O óleo simboliza a pureza e o Espírito de Deus (I Samuel 16:13; GEE Óleo). A ave morta representa o Deus altíssimo expiando pelas impurezas, à ave livre representa a liberdade proveniente do sacrifício de Cristo – sua expiação e ressurreição. O ritual do leproso e toda lei de Moisés é um símbolo de Cristo, da purificação advinda pela Expiação (2 Néfi 11:4; Alma 25:15-16). Água, Sangue e Espírito também são símbolos da Trindade – o quórum do sacerdócio que preside o universo: “Porque três são os que testificam no céu: o Pai, a Palavra (que é Cristo), e o Espírito Santo; e estes três são um. E três são os que testificam na terra: o Espírito, e a água e o sangue; e estes três concordam num” (I João 5:7-8). A própria Expiação também contém os elementos eternos Água, Sangue e Espírito. A água encontramos, não só como substancia essencial contida no sangue de Cristo derramado dês do Getsêmani até o sepultamento, mas quando um soldado lhe furou o lado e água e sangue saíram-lhe (João 19:24). Vemos sangue na Expiação em todos os momentos, pois o sangue é que fez a expiação pela culpa (Levítico 17:11). O sangue esta presente no Jardim, onde foi vertido da maneira mais dolorosa – saindo por cada poro (Lucas 22:44; Mosias 3:7; D&C 19:18). E no injusto julgamento, na agonizante tortura e por fim no Gólgota, onde o Salvador entregou o espírito (João 19; Mateus 26:52-70, 27) O elemento espírito está presente, por exemplo, na frase de Jesus na Cruz ao consumar sua obra: “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito!” (Lucas 23:46). Evidentemente Cristo não nasceu de novo na ocasião da Expiação. Ele nasceu como nós, de uma mãe mortal, passou pelo véu do esquecimento, foi batizado, recebeu o Espírito Santo e todas as ordenanças do evangelho. Mas diferente de nós Ele já era perfeito e santo antes de nascer na Terra (Deuteronômio 18:13), e continuou santo na mortalidade (Mosias 14:9). Mesmo que fosse, enquanto mortal “pouco menor que os anjos” (Hebreus 2:9), readquiriu toda glória que possuía antes do mundo existir (João 17:5). O nascimento espiritual de Cristo ocorreu na pré-mortalidade. O papel de Cristo era possibilitar a nós, seres imperfeitos, que nos tornássemos como Ele – santos sem mácula (3 Néfi 12:48; Morôni 10:33). O nascimento mortal é natural, sem ser necessário um rito sacerdotal. O nascimento espiritual precisa de cerimônias. O nascimento mortal ocorre num período temporal semelhante aos homens – em nove meses há um nascimento. Já o espiritual pode ocorrer nesta vida, depois da morte ou nunca acontecer. A despeito das diferenças demonstradas, e muitas outras, entre os dois nascimentos, o símbolo perde o sentido se tirado de seu contexto. Água, Espírito e Sangue estão presentes nos dois nascimentos. Mergulhado no útero da mãe, o feto nascerá num certo período de tempo. Imerso nas águas batismais o converso dá inicio a uma nova vida espiritual. O espírito pré-mortal acomoda-se no corpo do bebê no momento certo, formando uma alma (D&C 88:15). Semelhantemente o Espírito Santo é recebido como dom e companhia constante. Tal como o espírito pré-mortal não se separa do corpo mortal, se não com a morte, também o Espírito Santo não se aparta do justo, a não ser com o pecado – que conduz a morte espiritual. Sangue corre nas veias do feto, alimentando a mortalidade. Sangue expiatório é aplicado no converso limpando-o de suas transgressões e pecados, purificando-o e santificando-o. É importante salientar que o nascimento espiritual acontece somente depois do recebimento de todos os elementos – água, espírito e sangue – e não antes. É verdade que podemos dizer que alguém que foi recentemente batizado nasceu de novo. Mas isso não é senão uma expressão que deduz um compromisso maior . Os que foram batizados apenas iniciaram seu nascimento no reino de Deus. Porque a conversão, que é o nascer de novo, é mais um processo do que um evento. Na realidade, o nascer de novo é um processo com vários eventos. Esses eventos são ocasiões onde convênios são firmados. Esses convênios muitas vezes são acompanhados de cerimônias: são as ordenanças do evangelho. Não obstante, o recebimento das ordenanças não necessariamente faz com que alguém nasça de novo. Para nascer de novo há necessidade de ser santificado. As obras (ordenanças) por si só não garantem o novo nascimento. Assim como um feto, que passa por todas as etapas da gestação e na concepção está perfeitamente formado não necessariamente nascerá vivo; também o converso que não realizou mudanças suficientes – isto é, não se despojou do homem natural, não se tornou como uma criancinha, não guardou os mandamentos, não foi justificado ou não foi santificado não pode nascer de novo. O processo de nascer de novo recebe vários nomes nas escrituras: despojar-se do homem natural (Mosias 3:19), tornar-se como uma criancinha (3 Néfi 11:37-38), justificação e santificação (Moisés 6:60), aperfeiçoar-se por meio de Cristo Jesus (Efésios 4:12-13 e Hebreus 10:14), andar com Deus (Alma 53:21, Gênesis 6:9), ser um com Deus (João 17:11, 21), etc. O processo de nascer de novo começa com o contato com a palavra de Deus e a fé em Jesus Cristo e termina com o chamado e eleição (2 Pedro 1:10), que é quando vencemos o mundo: “Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo, é nascido de Deus; e todo aquele que ama ao que o gerou também ama ao que dele é nascido. Nisto conhecemos que amamos os filhos de Deus, quando amamos a Deus e guardamos os seus mandamentos. Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos; e os seus mandamentos não são pesados. Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé. Quem é que vence o mundo, senão aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus? Este é aquele que veio por água e sangue, isto é, Jesus Cristo; não só por água, mas por água e por sangue. E o Espírito é o que testifica, porque o Espírito é a verdade.” “Porque três são os que testificam no céu: o Pai, a Palavra, e o Espírito Santo; e estes três são um. E três são os que testificam na terra: o Espírito, e a água e o sangue; e estes três concordam num” (I João 5:1-8). Jesus Cristo disse que quem não nascer de novo não pode entrar no Reino dos céus. O Reino dos céus é o que buscamos. Ele explicou a Nicodemos, um fariseu, que o nascimento espiritual inclui o batismo e o dom do Espírito Santo. Mas não só isso, pois disse que Ele fora enviado para santificar o mundo dando sua vida. Quando Nicodemos indagou como era possível aquilo, Jesus repreendeu aquele membro do sinédrio dizendo: “Tu és mestre de Israel, e não sabes isto? (...) Se vos falei de coisas terrestres, e não crestes, como crereis, se vos falar das celestiais?” (João 3:1-21). Assim muitos, mesmo entre os membros da verdadeira Igreja não sabem a respeito do processo de nascer de novo. E mesmo aqueles que conhecem ainda podem aprender mais. Assim que pudermos conhecer as coisas celestiais, elas nos serão ensinadas. Porque quem receber e obedecer receberá mais (2 Néfi 28:30), até receber tudo (D&C 88:49). O Senhor ordenou que essas coisas fossem pregadas liberalmente entre os filhos dos homens (Moisés 6:58-60).

Resumo do Plano Eterno de Deus

Tentarei resumir a doutrina mais importante, que é a doutrina Expiação de Jesus Cristo e sua aplicação na vida pessoal, que é a doutrina da Santificação. Eu o farei em um página. (Espero conseguir!)
A primeira coisa que se deve entender é que as doutrinas da Expiação e da Santificação, justamente por serem as mais importantes do Plano de Deus, estão em todas as obras-padrão, em todos os sermões dos profetas e em todas as orações dos justos. É uma doutrina é vital! E todos podem encontrá-las, pois estão em toda parte.
A doutrina é muito simples. Quando compreendida e aplicada leva à vida eterna, que é o maior dom de Deus (D&C 14:7). Entretanto, o mero reconhecimento da existência dessas doutrinas não tem a força necessária para efetuar a exaltação. Deve-se não apenas conhecer, mas viver. Ninguém é salvo em ignorância. O "saber", todavia, é apenas parte, porque até o Demônio, que tem um grande conhecimento,  foi condenado às trevas exteriores, por não ser sábio o suficiente para aplicar esse conhecimento. Os demônios creem e estremecem (Tiago 2:19), mas sua crença não gera a fé verdadeira no evangelho de Jesus Cristo, que é o poder para salvação (Romanos 1:16).
A doutrina da santificação pode ser resumida da seguinte maneira: Cremos que os primeiros princípios e ordenanças do evangelho são: fé no Senhor Jesus Cristo, arrependimento, batismo por imersão para remissão dos pecados, imposição das mãos para o dom do Espírito Santo, recebimento do Santo Sacerdócio, concessão da Investidura sagrada, Casamento para todo tempo e eternidade, confirmação do chamado e eleição e perseverança até o fim. Cremos que a humanidade será exaltada em obediência as leis e ordenanças do evangelho (2 Néfi 9:21-25). Mas cremos que essas leis e ordenanças seriam obras mortas se Cristo não tivesse vindo a Terra e realizado um sacrifício infinito e eterno. Se ele não realizasse a Expiação ninguém poderia ser salvo, nem exaltado (GEE "Expiação"). A Expiação é o sacrifício de Deus pelas Suas criações e pelos filhos do Pai Celestial. Esse sacrifício incluiu dor, angustia mental, física e espiritual maior do que todas as dores de todo o tempo e de toda a existência.
Deus criou a Terra, colocou nela o homem e deu-lhes mandamentos. A obediência como primeira lei foi dada para que o homem ao obedecer fosse feliz. Deus também instituiu o sacrifício de animais como símbolo de que Ele mesmo, Deus, iria um dia, se sacrificar pelo mundo (GEE "Sacrifício"). O evangelho é de Cristo. Todas as ordenanças do evangelho apontam para Cristo, pois são símbolos dele (1 Néfi 11:14). Todos os convênios e leis do evangelho (que é o plano de salvação) apontam para Cristo (Moisés 6:63). Quando essas leis são obedecidas nos transformam em "criaturas novas" - nos tornamos filhos de Deus, semelhantes a Ele. Os atributos de Cristo são adquiridos à medida que vivemos as leis e ordenanças e andamos como Cristo andou.
Jesus Cristo veio a Terra para ser o exemplo perfeito. Se o seguirmos acharemos paz e vida eterna. Satanás opõem-se a Deus. Ele não deseja a felicidade dos homens, mas a miséria e desgraça, por isso tenta os homens a não obedecer a Deus; viver segundo uma verdade relativa, e não aceitar a verdade absoluta de Deus; mudar as leis, ordenanças e convênios do evangelho; enfurecer-se contra o que é bom, buscar os prazeres da carne, ser sensual e diabólico; e encherem o coração de orgulho e maldade e desprezar o que vem do alto. Com esses objetivos, o adversário usa suas táticas diabólicas para enganar e destruir (GEE "Satanás"). Deus, em sua bondade enviou a Terra profetas, apóstolos, pastores, símbolos, convênios, amigos, o maravilho poder e dom do Espírito Santo, anjos e muitos outros dons e bênçãos para ajudar seus filhos a acharem e trilharem o caminho da perfeição.
Como nascemos na Terra pela água, sangue e espírito, assim, simbolicamente, temos que nascer de novo. Nascer de Deus é o mesmo processo conhecido como despojar-se do homem natural, tornar-se uma nova criatura, tornar-se como um criancinha, tomar sobre si o nome de Cristo, andar com Deus, processo de justificação e santificação e conversão. Todos esses nomes são títulos do mesmo processo de santificação. No reino de Deus nascemos quando somos batizados (água), recebemos o Espírito Santo (espírito) e toda plenitude da expiação (sangue). Pela água guardamos o mandamento – sendo obediente a toda palavra que procede de Deus. Pelo espírito somos justificados – pois o Espírito Santo da promessa sela os atos e convênios firmados com Deus e nos limpa, por meio de seu fogo purifica-nos, tornando-nos justos diante do Pai. O sangue de Cristo, derramado por misericórdia, santifica-nos. Santifica-nos ao dar graça após fazermos tudo ao nosso alcance para salvarmos a nós e ao próximo.
Esse sangue permite que desenvolvamos os atributos de Cristo – humildade, fé, esperança, caridade, etc. – para que sejamos a medida da estatura de Cristo, para sermos participantes da natureza divina, para obtermos conhecimento de Deus (2 Pedro 1).
Para aqueles que vencerem o mundo, e forem limpos pelo sangue do Cordeiro a promessa é que Deus revelará sua face. Ao conhecermos como também somos conhecidos e recebermos o direito de entrar na Igreja do Primogênito, sendo julgados dignos pelas testemunhas especiais de entrar no reino celestial - teremos nos tornados cheios de amor, esperança e fé. Teremos nos tornado semelhantes a Deus, que tem amor infinito. Se houver queda neste nível abençoado a maldição é para morte – e trevas exteriores será o destino destes miseráveis. Mas se houver permanência fiel e constante e perfeição por meio da graça haverá glória imortal e vidas eternas.
Todas as coisas apontam para Expiação. Tudo é um símbolo de Sua ordem. Aqueles que forem escolhidos tornar-se-ão filhos e herdeiros legais, reis e rainhas, sacerdotes e sacerdotisas. Aqueles que entenderem parte ou plenamente o que eu disse estão no caminho seguro que levará a vida eterna.
Este é o plano e a doutrina. E todas as outras coisas se ramificam dessas verdades restauradas por Joseph Smith, o profeta da Restauração. Ouvir e desejar são os primeiros passos e receber a palavra mais segura de profecia, enquanto perseverar é o último e grande passo para entrar na Vida Eterna. Jesus Cristo é o caminho, a verdade e a vida, e ninguém vai ao Pai – para saciar a busca que todos temos de paz e felicidade – se não por Ele. Ele é a luz e a vida do mundo. E eu presto testemunho que isso é verdade. Em nome de Jesus Cristo, amém.

Lucas Guerreiro