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19 de mar. de 2013

Justificação e Santificação - parte 1


As escrituras mencionam dois processos distintos, porém relacionados: justificação e santificação. Ser justificado é tornar-se limpo de mãos; ser santificado é tornar-se puro de coração. Somos justificados pela graça do Senhor, através do Espírito Santo. Somos também santificados pelo poder da Expiação. A Justificação ocorre quando vencemos o pecado, com obras de fé. A Santificação é maior - porque se dá quando vencemos a vontade de pecar. O Santo Espírito da Promessa pode selar nossas obras de modo que sejamos justificados perante Deus. Graças a Expiação podemos não apenas ser perdoados (sendo justificados), mas vencer os efeitos devastadores do pecado - e tornando-nos santos sem mácula (santificação). Os profetas antigos e modernos tem falado muito a respeito de (1) "ceder ao influxo do santo Espírito" e despojar-se do "homem natural" (justificação) e (2) tornar-se "santo pela Expiação de Cristo, o Senhor" (santificação) - Mosias 3:19. Justificação e Santificação são elementos do processo de conversão. É possível, porém, que sejamos justificados sem ser santificados. Daí, porque, precisamos clamar todos os dias pelo poder Expiatório, para que Cristo nos sele (Mosias 5:15).

Normalmente o processo de justificação e o de santificação ocorrem simultaneamente, de forma gradual e quase são imperceptíveis. Quando nos propomos a não pecar, e obtemos exito nesse empenho, pela graça do Senhor e pelo poder do Espírito Santo, somos justificados. Por exemplo, decidimos não ver pornografia. Nossa persistência nessa boa obra fará com que o Espírito Santo da Promessa torne a mesma aceitável ante Deus. Tornamo-nos justos. Entretanto, é necessário tirar a vontade de pecar de nosso coração. Somente pelo sangue de Cristo podemos substituir nosso desejos maus pelos bons, substituir o coração de pedra pelo de carne. Seguindo o exemplo dado, precisamos não só deixar de ver pornografia (justificação), mas deixar de desejar vê-la (santificação). Quando nos transformamos em novas criaturas - ou mudamos nosso desejos - isso acontece pelo poder da Expiação - então somos santificados.

A bênção culimante da Justificação é ser perdoado, andar sem culpa, desfrutar de dons espirituais e viver entre os santos.
A bênção culminante da santificação nesta vida é receber "a palavra mais segura de profecia" (D&C 131:5) e ver a face divinal, recebendo o Segundo Consolador (D&C 93:1, GEE "Consolador") E o maior de todos os dons de Deus, depois dessa vida mortal, para aqueles que nascerem de novo, tornarem-se como uma criancinha, subirem ao monte do Senhor limpo de mãos e com o coração puro - é a de receberem a vida eterna (D&C 6:13).

Reuni abaixo escrituras e citações que ensinam sobre a Justificação. Em outra ocasião reunirei passagens sobre a santificação.


Escrituras e citações sobre Justificação

Envergonhem-se e confundam-se à uma os que se alegram com o meu mal; vistam-se de vergonha e de confusão os que se engrandecem contra mim.
Bradem de júbilo e se alegrem os que desejam a minha justificação, e digam a minha justificação, e digam continuamente: Seja engrandecido o Senhor, que se deleita na prosperidade do seu servo.
Então a minha língua falará da tua justiça e do teu louvor o dia todo.
Salmos 35:26-28, Tradução Antiga

Envergonhem-se e confundam-se à uma os que se alegram com o meu mal; vistam-se de vergonha e de confusão os que se engrandecem contra mim.
Cantem e alegrem-se os que amam a minha justiça, e digam continuamente: O SENHOR seja engrandecido, o qual ama a prosperidade do seu servo.
E assim a minha língua falará da tua justiça e do teu louvor todo o dia.
Salmos 35:26-28, Tradução Atual

Não prosperará nenhuma arma forjada contra ti; e toda língua que se levantar contra ti em juízo, tu a condenarás; esta é a herança dos servos do Senhor, e a sua justificação que de mim procede, diz o Senhor.
Isaías 54:17, Tradução Antiga

Toda a ferramenta preparada contra ti não prosperará, e toda a língua que se levantar contra ti em juízo tu a condenarás; esta é a herança dos servos do SENHOR, e a sua justiça que de mim procede, diz o SENHOR.
Isaías 54:17, Tradução Atual

Porque os que ouvem a lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados.
Romanos 2:13, Tradução Atual

 O qual, em esperança, creu contra a esperança, para que se tornasse pai de muitas nações, conforme o que lhe fora dito: Assim será a tua descendência;  e sem se enfraquecer na fé, [Abraão]considerou o seu próprio corpo já amortecido (pois tinha quase cem anos), e o amortecimento do ventre de Sara; contudo, à vista da promessa de Deus, não vacilou por incredulidade, antes foi fortalecido na fé, dando glória a Deus, e estando certíssimo de que o que Deus tinha prometido, também era poderoso para o fazer.
Pelo que também isso lhe foi imputado como justiça. Ora, não é só por causa dele que está escrito que lhe foi imputado; mas também por causa de nós a quem há de ser imputado, a nós os que cremos naquele que dos mortos ressuscitou a Jesus nosso Senhor; o qual foi entregue por causa das nossas transgressões, e ressuscitado para a nossa justificação.
Romanos 4:18-25, Tradução Antiga

O qual, em esperança, creu contra a esperança, tanto que ele tornou-se pai de muitas nações, conforme o que lhe fora dito: Assim será a tua descendência. E não enfraquecendo na fé, [Abraão] não atentou para o seu próprio corpo já amortecido, pois era já de quase cem anos, nem tampouco para o amortecimento do ventre de Sara. E não duvidou da promessa de Deus por incredulidade, mas foi fortificado na fé, dando glória a Deus, e estando certíssimo de que o que ele tinha prometido também era poderoso para o fazer.
 Assim isso lhe foi também imputado como justiça. Ora, não só por causa dele está escrito, que lhe fosse tomado em conta, mas também por nós, a quem será tomado em conta, os que cremos naquele que dentre os mortos ressuscitou a Jesus nosso Senhor; O qual por nossos pecados foi entregue, e ressuscitou para nossa justificação.
Romanos 4:18-25, Tradução Atual

Também não é assim o dom como a ofensa, que veio por um só que pecou; porque o juízo veio, na verdade, de uma só ofensa para condenação, mas o dom gratuito veio de muitas ofensas para justificação.
 Porque, se pela ofensa de um só, a morte veio a reinar por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida por um só, Jesus Cristo.
 Portanto, assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação e vida.
 Porque, assim como pela desobediência de um só homem muitos foram constituídos pecadores, assim também pela obediência de um muitos serão constituídos justos.
Romanos 5:16-19, Tradução Antiga

E não foi assim o dom como a ofensa, por um só que pecou. Porque o juízo veio de uma só ofensa, na verdade, para condenação, mas o dom gratuito veio de muitas ofensas para justificação.
Porque, se pela ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida por um só, Jesus Cristo.
Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida.
Porque, como pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim pela obediência de um muitos serão feitos justos.
Romanos 5:16-19, Tradução Atual

E sabemos que todos os homens precisam arrepender-se e crer no nome de Jesus Cristo e adorar ao Pai em seu nome e perseverar com fé em seu nome até o fim; do contrário não podem ser salvos no reino de Deus.
 E sabemos que a justificação pela graça de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo é justa e verdadeira
D&C 20:29-30

E a lei do país, que for constitucional, que apoiar o princípio da liberdade na observância de direitos e privilégios, pertencerá a toda a humanidade e será justificável perante mim.
(...)
Contudo, vosso inimigo está em vossas mãos; e se o recompensardes de acordo com suas obras, estareis justificados; e se ele procurou tirar-vos a vida e vossa vida estiver em perigo por causa dele, vosso inimigo encontra-se em vossas mãos e estais justificados.
 (...)
Então eu, o Senhor, lhes daria um mandamento e justificaria os que saíssem para batalhar contra essa nação, língua ou povo.
(...)
Eis que isto é um exemplo para todos, diz o Senhor vosso Deus, de justificativa perante mim.
D&C 98: 5, 31, 36, 38

Que ninguém, portanto, censure meu servo Joseph, porque eu o justificarei; pois ele fará o sacrifício que exijo de suas mãos por suas transgressões, diz o Senhor teu Deus.
E também, no tocante à lei do sacerdócio: Se um homem desposar uma virgem e desejar desposar outra e a primeira der seu consentimento; e se ele desposar a segunda e elas forem virgens e não estiverem comprometidas com qualquer outro homem, então ele estará justificado; ele não pode cometer adultério, porque elas lhe foram dadas; pois ele não pode cometer adultério com o que lhe pertence e a ninguém mais.
E se dez virgens lhe forem dadas por essa lei, ele não estará cometendo adultério, porque elas lhe pertencem e lhe foram dadas; portanto ele está justificado.
D&C 132:60-62

E então recebestes espíritos que não pudestes compreender e os recebestes como se fossem de Deus; e nisto estais justificados?
Eis que vós mesmos respondereis a esta pergunta; não obstante, serei misericordioso para convosco; aquele dentre vós que for fraco, no futuro será tornado forte.
D&C 50:15-16

Portanto nisto meu servo Edward Partridge não é justificado; contudo, que se arrependa e será perdoado.
D&C 50:39

Eis que meu Espírito está sobre ti; portanto todas as tuas palavras justificarei; e as montanhas fugirão diante de ti e os rios desviar-se-ão de seu curso; e tu permanecerás em mim e eu, em ti; portanto anda comigo.
Moisés 6:34

Pois pela água guardais o mandamento, pelo Espírito sois justificados e pelo sangue sois santificados
Moisés 6:60

E os homens são ensinados suficientemente para distinguirem o bem do mal. E a lei é dada aos homens. E pela lei nenhuma carne é justificada; ou seja, pela lei os homens são rejeitados. Sim, pela lei natural foram rejeitados e também pela lei espiritual são privados daquilo que é bom; e tornam-se miseráveis para sempre.
2 Néfi 2:25

E muitos também dirão: Comei, bebei e diverti-vos; não obstante, temei a Deus—ele justificará a prática de pequenos pecados; sim, menti um pouco, aproveitai-vos de alguém por causa de suas palavras, abri uma cova para o vosso vizinho; não há mal nisso. E fazei todas estas coisas, porque amanhã morreremos; e se acontecer de sermos culpados, Deus nos castigará com uns poucos açoites e, ao fim, seremos salvos no reino de Deus.
2 Néfi 28:8

Verá a agonia de sua alma e ficará satisfeito; pelo seu conhecimento o meu servo justo a muitos justificará, porque tomará sobre si as iniquidades deles
Mosias 14:11

Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo, o justo, justificará a muitos; porque as iniquidades deles levará sobre si.
Isaías 53:11, Tradução Atual

E em verdade vos digo, como disse antes: Aquele que olhar para uma mulher para a cobiçar, ou se alguém em seu coração cometer adultério, não terá o Espírito, mas negará a fé e temerá.
(...)
E agora eis que eu, o Senhor, vos digo que não sois justificados, porque estas coisas existem entre vós.
D&C 63:16, 19

E aquele que não se arrepender de seus pecados e não os confessar, trareis perante a igreja e fareis com ele conforme vos dizem as escrituras, seja por mandamento ou por revelação.
E isso fareis para que Deus seja glorificado—não porque não os perdoais, não tendo compaixão, mas para que sejais justificados aos olhos da lei, para que não ofendais aquele que é vosso legislador.
D&C 64:12-13

E a todo reino é dada uma alei; e toda lei também tem certos limites e condições. Todos os seres que não se conformam a essas condições não são justificados.
D&C 88:38-39

Em verdade vos digo, meus amigos: Falo-vos com minha voz, sim, a voz de meu Espírito, a fim de mostrar-vos minha vontade relativa a vossos irmãos da terra de Sião, muitos dos quais são verdadeiramente humildes e procuram zelosamente adquirir sabedoria e encontrar a verdade.
Em verdade, em verdade vos digo: Bem-aventurados são eles, porque vencerão; pois eu, o Senhor, mostro misericórdia a todos os mansos e a todos os que eu quiser, para que eu seja justificado quando os levar a julgamento.
D&C 97:1-2

Cremos que todos os homens devem apelar para as leis civis a fim de conseguir reparação de todas as injúrias e agravos, quando se lhes infligirem maus-tratos pessoais ou infringirem-se seus direitos à propriedade ou reputação, onde existirem leis para protegê-los; mas cremos que todos os homens são justificados por se defenderem e defenderem seus amigos e seus bens e o governo de ataques ilegais e de violações de direitos cometidos por qualquer pessoa, quando não se puder apelar de imediato às leis nem se puder obter auxílio.
D&C 134:11

Digo-vos, pois, que de toda palavra fútil que os homens disserem, hão de dar conta no dia do juízo.  Porque pelas tuas palavras serás justificado, e pelas tuas palavras serás condenado.
Mateus 12:36-37, Tradução Antiga

Mas eu vos digo que de toda a palavra ociosa que os homens disserem hão de dar conta no dia do juízo. Porque por tuas palavras serás justificado, e por tuas palavras serás condenado.
Mateus 12:36-37, Tradução Atual

Dois homens subiram ao templo para orar; um fariseu, e o outro publicano.
 O fariseu, de pé, assim orava consigo mesmo: ó Deus, graças te dou que não sou como os demais homens, roubadores, injustos, adúlteros, nem ainda com este publicano.
 Jejuo duas vezes na semana, e dou o dízimo de tudo quanto ganho.
 Mas o publicano, estando em pé de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: ó Deus, sê propício a mim, o pecador!
 Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque todo o que a si mesmo se exaltar será humilhado; mas o que a si mesmo se humilhar será exaltado.
Lucas 18:10-14, Tradução Antiga

Dois homens subiram ao templo, para orar; um, fariseu, e o outro, publicano.
O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: O Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano.
Jejuo duas vezes na semana, e dou os dízimos de tudo quanto possuo.
O publicano, porém, estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: O Deus, tem misericórdia de mim, pecador!
Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado.
Lucas 18:10-14, Tradução Atual

Seja-vos pois notório, varões, que por este se vos anuncia a remissão dos pecados.
E de todas as coisas de que não pudestes ser justificados pela lei de Moisés, por ele é justificado todo o que crê.
Atos 13:38-39, Tradução Antiga

Seja-vos, pois, notório, homens irmãos, que por este se vos anuncia a remissão dos pecados.
E de tudo o que, pela lei de Moisés, não pudestes ser justificados, por ele é justificado todo aquele que crê.
Atos 13:38-39, Tradução Atual

Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma. (...) Vedes então que o homem é justificado pelas obras, e não somente pela fé
Tiago 2:17, 24, Tradução Atual

"Ficar isento de punição pelos pecados e ser declarado sem culpa. Uma pessoa é justificada pela graça do Salvador por meio de sua fé nele, a qual é demonstrada pelo arrependimento e obediência às leis e ordenanças do evangelho. A expiação de Jesus Cristo possibilita à humanidade arrepender-se e ser justificada ou perdoada do castigo que de outra forma receberia."
GEE "Justificação, Justificar"

                "O Presidente Stephen L. Richards deu-nos uma definição em três partes do que seria um quórum do sacerdócio. Ele disse que um quórum do sacerdócio são três coisas: “primeiro, uma classe de alunos; segundo, uma fraternidade; terceiro, uma unidade de serviço” (Conference Report, outubro de 1938, pg. 118)
                Há muitos anos, aprendi como um quórum trabalha nesses três aspectos, ao assistir a uma reunião de um grupo de sumos sacerdotes, numa pequena comunidade do sul do Wyoming. A lição daquela semana era sobre justificação e santificação. Logo no início da aula, ficou evidente que o professor estava bem preparado para instruir seus irmãos. Então, uma pergunta suscitou uma resposta que mudou todo o curso da aula.
                Respondendo àquela pergunta, um irmão comentou: “Ouvi com grande interesse o que foi apresentado na aula. Mas veio à minha mente a ideia de que a informação apresentada será esquecida em pouco tempo se não encontrarmos um meio de colocarmos em prática em nossa vida diária o que foi exposto na lição”. Daí, ele começou a propor um curso de ação.
                Na noite anterior, um cidadão da comunidade havia falecido. A esposa era membro da Igreja, embora o seu marido não tivesse sido. Aquele sumo sacerdote tinha visitado a viúva para apresentar-lhe suas condolências. Ao deixar a casa depois da visita, passou os olhos pela bela fazenda do irmão falecido. Aquele homem dedicara grande parte de sua vida e de seu trabalho para formar aquela fazenda. A alfafa estava pronta para ser cortada; os grãos em breve estariam prontos para serem colhidos. Como aquela pobre irmã conseguiria dar conta dos problemas que subitamente se abateram sobre ela? Ela precisaria de tempo para organizar a própria vida em relação às suas novas responsabilidades. Ele então propôs ao grupo que colocasse em prática o princípio que estava sendo ensinado — trabalhando com a viúva para manter sua fazenda ativa até que ela e a família encontrassem uma solução mais definitiva. O restante da reunião foi utilizado para organizar o projeto de auxílio à viúva.
                Ao sairmos da sala de aula, havia um bom sentimento entre os irmãos. Ouvi um deles comentar ao passar pela porta: “Esse projeto é justamente aquilo que precisávamos como grupo para trabalharmos juntos novamente”. Uma lição fora ensinada, uma irmandade fortalecida e um projeto de serviço organizado para ajudar uma pessoa necessitada."
Elder L. Tom Perry, "Chamados por Deus", A Liahona, Novembro de 202, pg. 7-8

                "Somente por causa da Expiação de Jesus Cristo é que existe a opção do arrependimento. É Seu infinito sacrifício que “proporciona aos homens meios para que tenham fé para o arrependimento” (Alma 34:15). O arrependimento é a condição necessária e a graça de Cristo é o poder pelo qual “a misericórdia pode satisfazer as exigências da justiça” (Alma 34:16). Nosso testemunho é este: “Sabemos que a justificação [ou o perdão dos pecados] pela graça de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo é justa e verdadeira; E sabemos também que a santificação [ou purificação dos efeitos do pecado] pela graça de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo é justa e verdadeira, para todos os que amam e servem a Deus com todo o seu poder, mente e força” (D&C 20:30–31)."
Élder D. Todd Christofferson, "A Divina Dádiva do Arrependimento", A Liahona, Novembro de 2011, pg. 38-39

                “Queridos irmãos, é algo que todos os santos devem fazer livremente a seus irmãos — amá-los e ajudá-los sempre. Para sermos justificados diante de Deus precisamos amar uns aos outros; (...) podemos amar ao nosso próximo como a nós mesmos e ser fiéis nas tribulações”.
Joseph Smith, History of the Church, volume 2, p. 229.

                "Deus ensinou essas coisas a Adão no princípio. Ele disse a Adão: “sendo que haveis nascido no mundo pela água e sangue e espírito que eu fiz e assim vos haveis transformado de pó em alma vivente, do mesmo modo tereis de nascer de novo no reino do céu, da água e do Espírito, sendo limpos por sangue, sim, o sangue de meu Unigênito; para que sejais santificados de todo pecado (…); pois pela água guardais o mandamento, pelo Espírito sois justificados e pelo sangue sois santificados” (Moisés 6:59–60). Em outras palavras, o batismo do arrependimento pela água leva ao batismo do Espírito. O Espírito traz a graça expiatória de Cristo, simbolizada por Seu sangue, tanto para justificar (ou perdoar) nossos pecados, como para nos santificar (ou limpar) dos efeitos do pecado, tornando-nos limpos e santos diante de Deus.
                As escrituras registram que “Adão clamou ao Senhor e foi arrebatado pelo Espírito do Senhor e foi levado para a água e foi mergulhado na água e foi tirado da água. E assim ele foi batizado e o Espírito de Deus desceu sobre ele; e assim ele nasceu do Espírito e foi vivificado no homem interior. E ele ouviu uma voz do céu, dizendo: Foste batizado com fogo e com o Espírito Santo (…). Eis que tu és um em mim, um filho de Deus; e assim possam todos tornar-se meus filhos [e filhas]” (Moisés 6:64–66, 68)."
Élder D. Todd Christofferson, "Nascer de Novo", A Liahona, Maio de 2008, 1° Nota de Rodapé, pg. 79

7 de jun. de 2012

Templo


                No domingo (10/06/12) o Templo de Manaus será dedicado - o que significa que se tornará um local sagrado, uma Casa de Deus. O Guia de Estudo Para as Escrituras (GEE) define o significado do Templo: "Literalmente, a casa do Senhor. O Senhor sempre ordenou a seu povo que construísse templos, edifícios sagrados nos quais os membros dignos da Igreja realizam cerimônias e ordenanças sagradas do evangelho para si próprios e em favor dos mortos. O Senhor visita seus templos, e por isso eles são os locais mais sagrados de adoração na Terra."
                Poucas pessoas entendem o significado do Templo. Para muitos o templo é sinônimo de recinto religioso - um lugar onde as pessoas praticam sua religião e adoram seu deus. Nossa própria Constituição Federal dá esse sentido amplo aos templos, ao dizer que são imunes de impostos (artigo 150, inciso V). Não culpo os constituintes ou qualquer outra pessoa por definirem templo como sinônimo de capela, mesquita, ermida, santuário, salão religioso, sinagoga, etc. - eles não compreendiam - e nem tinham como compreender a extensão, profundidade e alcance da palavra Templo. Um Templo não é um lugar comum. Não é um lugar aberto a qualquer pessoa. É um lugar reservado, separado. É, como já falei, santo. Embora, em minha religião, as capelas sejam dedicadas à Deus, e sejam consideradas lugares santos - de adoração e comunhão - os Templos são diferenciados. E deve ser assim. Há algumas coisas que só acontecem no Templo. E são tão especiais, que não saímos comentado sobre elas.
                Uma das provas de que o Templo é diferenciado é que se exige uma preparação para se entrar lá. É necessário uma recomendação. Essa recomendação é obtida após duas entrevistas - uma com o bispo (ou um de seus conselheiros) e outra com o presidente de estaca (ou um de seus conselheiros). Nessas entrevistas há perguntas sobre dignidade e fé. Caso os entrevistados não respondam apropriadamente as perguntas não poderão obter uma recomendação. O padrão para entrar no Templo é alto - porque Deus disse que nada impuro entraria em Sua Casa (1 Néfi 10:21). O desejo do Senhor, porém, é que todos os seus filhos possam ir ao Templo. Devem, porém, antes de fazê-lo, ser batizados, receber o dom do Espírito Santo e guardar os mandamentos.
                Antes do Templo ser dedicado, porém, há um breve período de visitação pública - onde todos são convidados. Tive o privilégio de servir como missionário de tempo integral na época em que o Templo de Curitiba estava para ser dedicado, e quando houve um convite a toda população para que entrasse no templo durante uma visitação pública. Mais de 40 mil pessoas visitaram o Templo. Fui testemunha ocular do poder do Templo na vida das pessoas que não eram de minha fé.  Quando elas, independente de quem eram e do que acreditavam, atravessavam o umbral da casa do Senhor sentiam, sem exceção, o poder de Deus e se sentiam compelidas a reconhecer que Deus santificara aquele lugar e que lá era a casa Dele, um lugar santidade (D&C 109:13).
                Mesmo antes de dedicado, o Templo emanava um espírito celestial. De modo que abençoava todos os que ali pisavam. De fato, a impressão causada na mente dos visitantes foi tão grande que muitos se arrependeram e aceitaram o batismo por água. Até meu irmão, que servia como missionário na Bahia, na época, batizou uma família que visitara o Templo de Curitiba, e havia se impressionado tanto que sentira um forte desejo de unir-se à Igreja.
                Quando um Templo é edificado o inferno treme de raiva, mas os céus se rejubilam. Os Templos são um portal para as bênçãos mais sublimes de Deus. Há um conhecimento e alegria  reservados aos santos que entram e frequentam o Templo (2 Néfi 9:43)
                Neste domingo 138o Templo será dedicado. Que alegria! Podemos aproveitar essa ocasião para dedicaremos ou re-dedicarmos nossa vida a Deus; ou aperfeiçoarmos nosso comprometimento para com as coisas do evangelho e para com o Templo. Podemos procurar entender mais profundamente sobre o propósito dos Templos e podemos aumentar nossa fé e gratidão pelo sacrifício dos santos e pela misericórdia do Pai.
 Para saber mais sobre o Templo acesse: http://www.lds.org/church/temples?lang=por
Para saber mais sobre o Templo de Manaus acesse: http://www.saladeimprensamormon.org.br/artigo/templo-de-manaus-abre-suas-portas-ao-publico

Fatos sobre o Templo de Manaus(fonte: www.saladeimprensamormon.org.br)

Planos Anunciados: 23 de maio de 2007
Abertura de Terra: 20 de junho de 2008
Visitação Pública: 18 de maio a 2 de junho de 2012, exceto aos domingos
Celebração Cultural: Sábado, 9 de junho de 2012
Dedicação: Domingo, 10 de junho de 2012, três sessões
Localização: Avenida Coronel Teixeira, 3162, Ponta Negra, Manaus, Brasil
Tamanho da Propriedade: 7,7 acres
Tamanho do Edifício: aproximadamente 3.000 metros quadrados
Altura do Edifício: 34,1 metros sem considerar a estátua dourada do Anjo Morôni de 4,3 metros – altura total de 38,4 metros
Características do Exterior: Revestimento: Granito Branco Paris, do Brasil
Vitral: Vitral tradicional, projetado pelo Art Glass Studios, de Salt Lake City, Utah, EUA

Características do Interior
Padrão de Cores: Azul e tons de terra
Murais: Murais originais de Alexandre Reider, arte original de Leon Parson e Alexandre Reider
Piso Interior: Piso interior em granito Giallo Ornamental, acentuado com granito Giallo Jasmim e Azul Imperial do Brasil e toques de Mármore Emperador Light e Crème Marfil da Turquia e da Espanha.
Madeiras: A maioria das madeiras utilizadas no interior é madeira ipê e tauari do Brasil.
Lustres: Lustres de cristal de chumbo estilo Tiffany e cristais Swarovski feitos sob encomenda.

Arquitetos: GSBS Architect, Salt Lake City, Utah, EUA / JCL Arquitetos, Olinda, Brasil  
Empreiteira: Construtora Hoss, São Paulo, Brasil
Quando dedicado, o Templo de Manaus Brasil será o 138º templo de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias no mundo e o sexto no Brasil. Os outros templos no Brasil estão localizados em Recife, Campinas, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre. Outro templo está em construção em Fortaleza.
O Templo de Manaus Brasil servirá a aproximadamente 40.000 santos dos últimos dias em 80 congregações

10 de mai. de 2010

PRECISAMOS CONHECER TUDO SOBRE OS CONVÊNIOS ENTRE DEUS E O HOMEM PARA OS ACEITARMOS?

Não! Não precisamos saber, precisamos acreditar! Raramente alguém que é ensinado pelos missionários compreende a extensão dos convênios firmados no batismo. Na realidade, uma pequena parcela de entendimento é dada ao converso para que ele saiba que o convênio provém de Deus, mas a maior parte se explica com fé.
O Senhor não pede que entendamos tudo sobre as ordenanças, doutrinas e convênios antes de os recebermos. Alguém que recebe a Iniciatória e Investidura no santo Templo dificilmente entenderá a ordenança por completa, mesmo depois de várias vezes observando-a, pois é cheia de simbolismo. Assim percebemos que o Senhor exerce grande misericórdia em permitir-nos tomar sobre nós algumas obrigações que não entendemos por completo. Afinal sem essas ordenanças não podemos voltar a Sua presença.
Os candidatos ao Chamado e Eleição não precisam de conhecimento sobre essa ordenança para recebê-la. Entretanto, após aceitarem-no devem procurar entender as obrigações e responsabilidades que advém desse sagrado convênio. O mesmo principio é valido para todos os convênios.
O que se precisa é fé – que não é um conhecimento perfeito (Alma 32:21). Esse princípio é muito esclarecedor, pois ajudará o missionário a entender que não precisa informar minuciosamente o pesquisador sobre os pontos do evangelho; e o pesquisador se sentirá confiante que, embora não saiba tudo (e talvez quase nada) a respeito da Igreja, do batismo e da doutrina, acha que sua escolha é boa e tem grande desejo de fazê-la.
O requisito mais importante para o recebimento de uma ordenança é o desejo – não o conhecimento (Alma 32:16). É verdade que é melhor que aqueles que recebem uma ordenança tenham um testemunho e conhecimento sobre o que estão firmando com Deus. Todavia, o Senhor não exige esse conhecimento antes. Ele o exige depois. Ninguém será salvo em ignorância aos convênios firmados (D&C 131:6). Deve ser por isso que o Senhor ordenou aos élderes que pregassem segundo os convênios (D&C 107:89) – por que nenhum dos élderes entende plenamente o que consiste o juramento e convênio do sacerdócio quando o recebe.
Creio que se esse princípio for bem compreendido haverá menos barreiras para que conversos sejam batizados, para que os irmãos recebam o sacerdócio e para que as pessoas entrem no Templo. Se todos os membros da Igreja entendessem o quanto Deus confia em seus filhos, a ponto de permitir que recebam as sagradas responsabilidades em ritos divinos mesmo conhecendo tão pouco, então não haveria porque impedir muitos dos filhos de Deus que já foram aprovados por Ele a receberem os mesmos convênios que nós. E em Sua grande condescendência para com os filhos dos homens Deus é capaz de absolver um transgressor que não conhecia suficientemente e pecou, por ignorância, contra um convênio.
O pesquisador não precisa saber sobre a doutrina da “água, sangue e Espírito”, não precisa saber sobre o simbolismo da ressurreição no batismo e nem precisa entender alguns pontos que os missionários julgam vitais, e não o são. Um missionário não deve deixar de batizar uma pessoa porque ela não sabe se Joseph Smith foi um profeta de Deus. Vocês devem estar pensando: “mas como? Isso é um absurdo: ela vai se afastar do reino sem um testemunho”. Mas ela não precisa de um testemunho para receber o batismo – não de um testemunho como o dos missionários. Ela precisa acreditar. Quais são as perguntas da entrevista batismal? As perguntas são: Você acredita em Deus, o Pai Eterno? Você acredita em Jesus Cristo? Você acredita que Joseph Smith foi um profeta? Você acredita que temos um profeta vivo? etc. Percebam que a pergunta começa com “Você acredita...?” e não “você sabe...?” Isso indica que o pesquisador não precisa de um testemunho para ser batizado. Mas nas perguntas para uma recomendação para o Templo o tom difere, pois são “Você sabe...?” e não “Você acredita...?”
Deixo bem claro aqui que o Senhor alistou os requisitos para o batismo, e ninguém que não os cumpra deve ser batizado. Há requisitos para todas as ordenanças do evangelho. Os missionários-líderes entrevistam os pesquisadores para verificar se os candidatos: (1) humilharam-se perante Deus; (2) desejam ser batizados; (3) apresentaram-se com um coração quebrantando e espírito contrito; (4) testificaram a Igreja (isso é feito na entrevista batismal perante um representante oficial da Igreja) que se arrependeram e estão dispostos a tomar sobre si o nome de Jesus Cristo, com o firme propósito de servi-lo até o fim, e realmente manifestarem por suas obras que receberam o espírito de Cristo para remissão de seus pecados.
Não noto nenhum requisito do tipo: decorar as datas da Restauração, ter lido todo o Livro de Mórmon ou saber o nome dos Doze apóstolos atuais? Não! Então porque protelar o batismo de alguém que já tem o que se precisa: humildade, desejo e disposição?
Alguém poderia dizer: “É claro que não vou exigir tudo isso, mas se eu sentir que o pesquisador ainda não esta pronto, e que ele vai se afastar da Igreja?” Tenho um conselho sobre isso, decorrente de meus estudos e minha própria missão: batize-o! Se ele deseja ser batizado, batize-o. É claro que pecados sérios, como lei da castidade, crimes contra lei, aborto, homossexualismo, e outros devem ser resolvidos antes do batismo. E não devemos batizar alguém que não tenha o desejo sincero ou não cumpra os requisitos que a Primeira Presidência alistou em Pregar Meu Evangelho, página 222: como, por exemplo, a freqüência a várias reuniões sacramentais. Também não é a mera curiosidade que qualifica alguém. Outros cuidados, como ter a permissão do conjugue e a assinatura dos pais, no caso de menores de idade, devem ser observados. Mas isso tudo esta bem explicado no capítulo 12 de Pregar Meu Evangelho.
Não existe batismo para condenação. O batismo da Igreja verdadeira é para salvação. Não batizamos ninguém para ser expulso da presença de Deus! Se o Espírito confirmar ao missionário que deve batizar tal pessoa, e logo depois ele pensa: “mas ela tem duvidas sobre isso ou aquilo...” Ele deve lembrar-se que ele também tem perguntas! Todos nós temos! Enquanto vivermos debaixo do véu há coisas que não entendemos. Isso faz parte.O missionário deve ajudar o seu pesquisador a saber que não precisa saber muito para ser batizado. Tal missionário não deve deixá-lo num campo de conforto – deve ensiná-lo a buscar, pedir e bater com diligência – mas deve assegurar que o que é necessário é fé – que Deus o ajudará mesmo que não haja certeza – apenas uma intuição de que é algo bom, algo louvável, algo a ser buscado.
Alguém pode se impressionar com esse ensinamento, mas é a pura verdade. Lorenzo Snow recebeu um testemunho apenas cinco semanas depois do seu batismo! Não foi antes, foi depois.
Quando, aos 23 anos, Heber J. Grant foi chamado para presidir a Estaca Tooele, disse aos santos que acreditava que o evangelho era verdadeiro. O Presidente Joseph F. Smith, que era conselheiro na Primeira Presidência, perguntou: “Heber, você disse que acreditava no evangelho do fundo do coração, mas não prestou seu testemunho de que sabe que ele é verdadeiro. Você não tem certeza absoluta de que o evangelho é verdadeiro?”
Heber respondeu: “Não, não tenho”. Joseph F. Smith virou-se para John Taylor, que era presidente da Igreja, e disse: “Em minha opinião, devemos desfazer agora à tarde o que fizemos pela manhã. Não creio que um homem deva presidir uma estaca sem um conhecimento perfeito e inabalável da divindade desta obra”.
O Presidente Taylor respondeu: “Joseph, Joseph, Joseph, [Heber] sabe tão bem quanto você. A diferença é que ele ainda não sabe que sabe”.
Em poucas semanas, esse testemunho foi reconhecido, e o jovem Heber J. Grant verteu lágrimas de gratidão pelo perfeito, inabalável e absoluto testemunho que recebeu nesta vida."
Todos os pesquisadores sabem, mas não se lembram disso por causa do véu. O Espírito pode fazê-los lembrar de tudo, pois penetra até as profundezas de Deus.
Deve-se respeitar o arbítrio do pesquisador caso ele não sinta que é à hora. Mas deixe muito claro que um entendimento melhor sobre os convênios, ordenanças e leis de Deus só virá após o batismo – porque é o Espírito Santo que nos ensinará todas as coisas, não a Luz de Cristo.
A Luz de Cristo que o pesquisador já tem o ajudará a reconhecer o certo e o errado. O poder do Espírito Santo trabalhará com essa luz e o pesquisador sentirá que os missionários falam a verdade. Tal pessoa desejará seguir o que os representantes de Cristo falarem – por causa do poder do Espírito. Ela pensará algo do tipo: “Não entendi bem o que eles disseram, mas me sinto bem a respeito e desejo conhecer mais”; ou: “Nunca vi esses rapazes, não obstante tenho a impressão que me são familiares, parece que já os ouvi e que somos amigos a longo tempo”; ou ainda: “Orei a respeito desse livro, não sei se senti o que eles me disseram que sentiria, e nem entendi bem o que é apostasia, mas me sinto tão feliz ao ir a Igreja e ouvir esses jovens... parece que o vazio que eu sentia foi preenchido!” Esse é o Espírito ajudando!
Para finalizar desejo lembrar qual é o propósito dos missionários, já que entrei neste assunto.
Ele esta na página 1 de Pregar Meu Evangelho, entretanto, quero lhes dizer que este propósito se encontra resumido na página nove: “batizar e confirmar é o ponto central de seu propósito”. Não é ensinar, é batizar! É obvio que se batiza alguém que se ensina, pois a fé é pelo ouvir. Mas todo o ensino, estudo, oração devem ser direcionados para o batismo. Depois deve haver um acompanhamento sincero para que os convênios batismais sejam vividos plenamente.
É muito melhor, e creio ser possível, que um pesquisador entre nas águas do batismo com certeza de pelo menos cinco coisas: Deus vive, Jesus é o Cristo, Joseph é um profeta, o Livro de Mórmon é verdadeiro e temos um profeta vivo. Creio que ele pode saber isso antes do batismo, se desejar buscar. Mas se ele não obter esse conhecimento pode se batizar como uma prova de fé, uma prova de que quer um testemunho. Se ele o fizer satisfará a necessidade de agirmos para recebermos um testemunho, pois a ação, ou obra, será a prova da fé.
Elder Callister, dos Setenta, disse numa conferência geral: “Conversei certa vez com um excelente rapaz que não era da nossa religião, embora tivesse assistido à maior parte de nossas reuniões de adoração por mais de um ano. Perguntei por que ele não havia-se filiado à Igreja. Ele respondeu: “Porque não sei se ela é verdadeira. Acho que ela pode muito bem ser verdadeira, mas não posso levantar-me e testificar, como vocês fazem: ‘Sei, sem dúvida, que é verdadeira’”.
Perguntei: “Você já leu o Livro de Mórmon?” Ele respondeu que tinha lido algumas partes do livro.
Perguntei se tinha orado a respeito do livro. Ele respondeu: “Eu o mencionei em minhas orações”.
Disse a esse jovem amigo que, enquanto ele fosse superficial em sua leitura e orações, jamais descobriria, nem que se passasse uma eternidade. Mas, se ele reservasse uma ocasião para jejum e súplica, a verdade arderia em seu coração, e então saberia que sabia. Ele não falou mais nada, mas disse à esposa, na manhã seguinte, que faria um jejum. No sábado seguinte, foi batizado.
Se você quiser saber que sabe o que sabe, é preciso pagar o preço. E só você pode pagar esse preço. Há procuradores para realizar as ordenanças, mas não para adquirir um testemunho.”
Alma descreveu a conversão com estas belas palavras: “Eis que jejuei e orei durante muitos dias, a fim de saber estas coisas por mim mesmo. E agora sei por mim mesmo que são verdadeiras, porque o Senhor Deus mas revelou (Alma 5:46)”.
Eu sei que a Igreja de Jesus Cristo é verdadeira. Tenho um testemunho ardente sobre essas cinco verdades: Deus vive, Jesus é o Cristo, Joseph é um profeta, o Livro de Mórmon é verdadeiro e temos um profeta vivo. Sei dessas coisas muito bem, e creio que sempre o soube, mas me dei conta delas na juventude. Os pesquisadores se darão conta do testemunho deles em alguma ocasião, que talvez será após o evento de seu batismo.
A conversão não é um evento, é um processo, mas o marco do batismo é um evento que ajudará na conversão. Testifico que a conversão não se finaliza com o batismo. Na realidade o batismo é a porta inicial. Portanto batizemos todos que desejarem e preparemos o caminho para a Segunda Vinda do Messias.
Eu sei que Ele vive, e Seu Espírito nos ajudará.

5 de mai. de 2010

EXPIAÇÃO

Vou investigar a parte mais importante do plano de Deus: a Expiação de Jesus Cristo. Tal averiguação é certamente a mais difícil de se tratar. Não que a Expiação de Jesus Cristo não possa ser suficientemente compreendida por qualquer mortal penitente, pois o Espírito pode nós ensinar que “além dele não há Salvador algum” e pode nós mostrar sua grande sabedoria e maravilhosos caminhos. A dificuldade consiste em explicar a “extensão de sua obra” a qual “ninguém pode descobrir” (D&C 76:1-2, itálicos adicionados).

De fato esse é um mistério de Deus, que nossa mente finita não pode suportar, exatamente porque a Expiação foi infinita. Como Alma disse há muitos mistérios, que permanecem ocultos, e que somente Deus conhece (Alma 40:3). A escritura a seguir expressa o que tento dizer:
“E este é o evangelho, as alegres novas, que a voz do céu nos testificou— Que ele veio ao mundo, sim, Jesus, para ser crucificado pelo mundo e para tomar sobre si os pecados do mundo e para santificar o mundo e purificá-lo de toda iniqüidade; Para que, por intermédio dele, fossem salvos todos os que o Pai havia posto em seu poder e feito por meio dele; Ele que glorifica o Pai e salva todas as obras de suas mãos, exceto os filhos de perdição, que negam o Filho depois que o Pai o revelou.”
“Portanto ele salva todos exceto esses, os quais irão para o castigo infinito, que é castigo sem fim, que é castigo eterno, para reinar com o diabo e seus anjos na eternidade, onde seu bicho não morre e o fogo é inextinguível, o que é seu tormento— E homem algum conhece o seu fim nem seu lugar nem seu tormento; Nem foi revelado nem é nem será revelado ao homem, exceto àqueles que dele forem feitos participantes; Contudo eu, o Senhor, mostro-o em visão a muitos, mas imediatamente torno a encerrá-la; Portanto seu fim, sua largura, altura, profundidade e miséria eles não compreendem, nem homem algum, a não ser os que são ordenados a essa condenação” (D&C 76:40-48, itálicos adicionados).
Para nós, Cristo sofreu de uma forma incompreensível. Ele sofreu como um filho da perdição. Ele “subiu ao alto, como também desceu abaixo de todas as coisas, no sentido de que compreendeu todas as coisas, para que fosse em tudo e através de todas as coisas, a luz da verdade” (D&C 88:6). De fato Ele “compreende todas as coisas” (D&C 88:41). Aqueles que se tornarem filhos da perdição entenderão o que Ele passou ao beber a “taça amarga” (Marcos 14:36, Alma 40:26, D&C 19:15-19). Os que forem exaltados como deuses também entenderão plenamente a expiação, pois estarão cheios de luz e o “corpo que é cheio de luz compreende todas as coisas” (D&C 88:67).
Enquanto na mortalidade, não podemos compreender a totalidade da Expiação. Dia virá em que a entenderemos (D&C 130:8-10). Para que isso ocorra temos que hoje buscar diligentemente entender o sacrifício de Cristo, mesmo que sua plenitude seja inexplicável a nós. Pois quanto mais O entendemos mais próximos ficaremos Dele e da exaltação (D&C 131:6). Devemos crescer linha sobre linha, preceito sobre preceito (2 Néfi 28:30) até que tenhamos um conhecimento perfeito (2 Néfi 9:14).
Talvez fosse isso que Paulo quisesse dizer ao orar pelos antigos efésios pedindo que estivessem “arraigados e fundados em amor” para que pudessem “perfeitamente compreender, com todos os santos, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade” e “conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus.”
Entretanto, não irei explicar tudo o que um ser mortal é capaz de entender sobre o sacrifício de Cristo. O motivo é simples: há muitas coisas que Jesus fez “e se cada uma das quais fosse escrita, cuido que nem ainda o mundo todo poderia conter os livros que se escrevessem” (João 21:25). Além disso, cada um deve sentir-se responsável em buscar o Senhor por si só (Atos 17:27, D&C 37:4).
Basta a escritura que se segue para perceber a magnitude do assunto: “todas as coisas têm sua semelhança e todas as coisas são criadas e feitas para prestar testemunho de mim, tanto as coisas [temporais] como as coisas que são espirituais; coisas que estão acima nos céus e coisas que estão na Terra e coisas que estão dentro da terra, tanto acima como abaixo: todas as coisas prestam testemunho de mim.” (Moisés 6:63, Alma 30:41-44).
O céu, o mar, os animais, os fósseis, as sementes, as estrelas e toda criação; a videira, a candeia, o templo, o maná e todos os símbolos das escrituras; a cobra de metal, a rocha ferida, Isaque no monte Moriá, os profetas santos como prefiguração do Messias; e até tudo o que existe nas escrituras, no testemunho, no que vemos, sentimos, ouvimos e percebemos – tudo, visível ou invisível – testifica do Cristo, pré-mortal, moral e ressurreto e mais especificamente sobre sua missão de expiar toda a Criação.
O Plano de Deus inclui três grandes eventos: Criação, Queda e Expiação. Esses três “pilares da eternidade”, como Elder Bruce R. McConkie os chama, por serem pontos fundamentais do Plano, estão intimamente inter-relacionados. Sua ligação é tal que se não houver um não pode haver outro. Ou seja, se não houvesse Criação, não haveria Queda; e se Adão não caísse, Jesus Cristo seria completamente desnecessário.
A queda de Adão e Eva afastou toda criação que conhecemos da presença de Deus. Os homens foram afastados tanto física como espiritualmente de sua presença. Portanto duas mortes acometeram todos os que vieram a gozar do Segundo Estado: a morte física e a morte espiritual (Alma 42:9, Moisés 6:48). Cristo veio a Terra com a expressa missão de vencer tanto uma morte como outra (I Coríntios 15:21-23, 2 Néfi 9:12). Ele era o único com poder de fazer isso por ser pré-ordenado para essa missão (I Pedro 1:20), por ser filho Unigênito do Pai (João 1:14, 3:16), e por ser perfeito – sem pecados (Mosias 14:9).
A palavra Expiação significa reconciliar. Expiação é o sacrifico de Jesus Cristo, que inclui seu sofrimento no Jardim do Éden, o injusto julgamento, a ida até Gólgota, a morte na cruz e finalmente a gloriosa ressurreição (GEE Expiação). A Expiação de Jesus Cristo: (1) é o ponto mais importante do Evangelho; (2) é o fato mais transcendental de toda criação; (3) é o maior poder que existiu, existe ou existirá; (4) é infinita e eterna; (5) proporciona a divina Misericórdia (graça); e (6) é o elemento essencial para salvação e exaltação de toda criação.

A Expiação é o ponto mais importante do Evangelho. O Evangelho de Jesus Cristo foi resumido por seu autor:
“Eis que vos dei o meu evangelho e este é o evangelho que vos dei—que vim ao mundo para fazer a vontade de meu Pai, porque meu Pai me enviou. E meu Pai enviou-me para que eu fosse levantado na cruz; e depois que eu fosse levantado na cruz, pudesse atrair a mim todos os homens, a fim de que, assim como fui levantado pelos homens, assim sejam os homens levantados pelo Pai, para comparecerem perante mim a fim de serem julgados por suas obras, sejam elas boas ou más— E por esta razão fui levantado; portanto, de acordo com o poder do Pai, atrairei todos os homens a mim para que sejam julgados segundo suas obras.”
“E acontecerá que aquele que se arrepender e for batizado em meu nome, será satisfeito; e se perseverar até o fim, eis que eu o terei por inocente perante meu Pai no dia em que eu me levantar para julgar o mundo. E aquele que não perseverar até o fim será cortado e lançado no fogo, de onde não mais voltará, em virtude da justiça do Pai.”
“E esta é a palavra que ele deu aos filhos dos homens. E por esta razão ele cumpre as palavras que proferiu; e não mente, mas cumpre todas as suas palavras. E nada que seja imundo pode entrar em seu reino; portanto nada entra em seu descanso, a não ser aqueles que tenham lavado suas vestes em meu sangue, por causa de sua fé e do arrependimento de todos os seus pecados e de sua fidelidade até o fim.”
“Ora, este é o mandamento: Arrependei-vos todos vós, confins da Terra; vinde a mim e sede batizados em meu nome, a fim de que sejais santificados, recebendo o Espírito Santo, para comparecerdes sem mancha perante mim no último dia. Em verdade, em verdade vos digo que este é o meu evangelho (...)”

A Expiação é o fato mais transcendental de toda criação. Em Alma 7:7, o profeta nefita ensina “que muitas coisas estão para vir”, mas “há uma coisa mais importante que todas as outras – pois eis que não [estava] longe o tempo em que o Redentor [viveria e estaria] no meio de seu povo”.
Leí disse o quanto seria importante tornar a Expiação conhecida aos habitantes da Terra “para que saibam que nenhuma carne pode habitar na presença de Deus a menos que seja por meio dos méritos e misericórdia e graça do Santo Messias, que dá sua vida (...) e toma-a novamente” (2 Néfi 2:8).
De fato, não houve e nunca haverá acontecimento de maior relevância e transcendência.

A Expiação é o maior poder que existiu, existe ou existirá.
Paulo disse: “Porque estou certo que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o provir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que esta em Cristo Jesus nosso Senhor” (Romanos 8:38-39).

A Expiação de Jesus Cristo é a maior expressão de caridade.
“A caridade nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; (...) Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e a caridade, estes três, mas o maior destes é a caridade” (I Coríntios 13:8-13, em algumas traduções a palavra “caridade” foi substituída por “amor”).
Morôni entendia isso e pode ensinar: “meus amados irmãos, se não tendes caridade, nada sois, porque a caridade nunca falha. Portanto, apegai-vos à caridade, que é, de todas, a maior, porque todas as coisas hão de falhar – Mas a caridade é o puro amor de Cristo e permanece para sempre; e para todos os que a possuírem, no último dia tudo estará bem” (Morôni 7:45-46).
Não há dor que a expiação não cure, não há pecado que ela não perdoe e não há injustiça que não concerte. Tudo que foi desfeito e refeito. Tudo que é destruído é reconstruído. O poder capacitador e restaurador, o poder justificador e santificador – são expressões do poder misericordioso que vem pela Expiação.
O poder da expiação é presente, e pode ser invocado agora. Também tem efeitos no passado e no futuro. A Expiação, por exemplo, elimina a culpa passada do pecado, concede sustento atual com dons espirituais e garante uma ressurreição entre os justos no futuro.
A expiação possibilita a fé no passado, a caridade no presente e a esperança no futuro. Temos fé em Cristo porque Ele nos amou primeiro e morreu por nós. Agimos dignamente, exercendo amor para, que por meio de seu sangue possamos voltar a viver com Deus em felicidade infinita – ai reside nossa esperança (I João 4:17-21).
Temos esperança por causa da Expiação. Temos fé porque Cristo morreu por nós. E temos caridade, porque é impossível agradar a Deus e merecer a misericórdia sem esse divino atributo:
“E novamente, meus amados irmãos, gostaria de falar-vos sobre a esperança. Como podeis alcançar a fé a não ser que tenhais esperança? E o que é que deveis esperar? Eis que vos digo que deveis ter esperança de que, por intermédio da expiação de Cristo e do poder da sua ressurreição, sereis ressuscitados para a vida eterna; e isto por causa da vossa fé nele, de acordo com a promessa. Portanto, se um homem tem fé, ele tem que ter esperança; porque sem fé não pode haver qualquer esperança. E novamente, eis que vos digo que ele não pode ter fé nem esperança sem que seja manso e humilde de coração. Sem isso sua fé e esperança são vãs, porque ninguém é aceitável perante Deus, a não ser os humildes e brandos de coração; e se um homem é humilde e brando de coração e confessa, pelo poder do Espírito Santo, que Jesus é o Cristo, ele precisa ter caridade; pois se não tem caridade, nada é; portanto ele precisa ter caridade. (...) Portanto, meus amados irmãos, rogai ao Pai, com toda a energia de vosso coração, que sejais cheios desse amor que ele concedeu a todos os que são verdadeiros seguidores de seu Filho, Jesus Cristo; que vos torneis os filhos de Deus; que quando ele aparecer, sejamos como ele, porque o veremos como ele é; que tenhamos esta esperança; que sejamos purificados, como ele é puro. Amém.” (Morôni 7:40-44, 48).

A Expiação é Infinita e Eterna.
O alcance da Expiação extrapola a realidade temporal e espacial. A expiação tem efeito a todas as criações anteriores e todas as posteriores de Deus.
Disse Alma: “nada pode haver, a não ser uma expiação infinita, que seja suficiente para os pecados do mundo” (Alma 34:12). Jacó ensinou: “é necessário que haja uma expiação infinita—porque se a expiação não fosse infinita, esta corrupção não poderia revestir-se de incorrupção” (2 Néfi 9:7).
A Expiação é Eterna por que foi um Deus Eterno (Moisés 7:35), que era e é de eternidade em eternidade (D&C 20:17), que desceu abaixo de todas as coisas.
Jeová disse: “Eis que eu sou aquele que foi preparado desde a fundação do mundo para redimir meu povo. Eis que eu sou Jesus Cristo. Eu sou o Pai e o Filho. Em mim toda a humanidade terá vida e tê-la-á eternamente, sim, aqueles que crerem em meu nome; e eles tornar-se-ão meus filhos e minhas filhas” (Éter 3:14). Seu sacrifício é infinito e eterno por que os efeitos de sua expiação são infinitos e eternos.

A Expiação proporciona a divina Misericórdia (graça).
“Todas as coisas hão de falhar” disse Morôni (Morôni 7:46). De fato, todas as coisas são passiveis de falha exceto a caridade – que é o maior atributo. É, portanto, a maior virtude e o maior poder, como já demonstrado.
Sem caridade ninguém pode satisfazer a Justiça de Deus. Isso porque é a caridade de Cristo, manifesta em Sua Expiação, que concede a Divina Misericórdia. Nas palavras de Paulo os atos de serviço abnegado a fé extraordinária de nada servem sem a caridade (I Coríntios 13).
Alma ensinou sobre a Justiça e Misericórdia de modo muito claro a seu filho rebelde:
“E agora lembra-te, meu filho, de que, se não fosse pelo plano de redenção (deixando-o de lado), assim que eles morressem sua alma se tornaria miserável, sendo afastada da presença do Senhor. E não havia meio de resgatar os homens desse estado decaído que o homem trouxera sobre si, em virtude de sua própria desobediência.”
“Portanto, de acordo com a justiça, o plano de redenção não poderia ser realizado senão em face do arrependimento dos homens neste estado probatório, sim, neste estado preparatório; porque, a não ser nestas condições, a misericórdia não teria efeito, pois destruiria a obra da justiça. Ora, a obra da justiça não poderia ser destruída; se o fosse, Deus deixaria de ser Deus. E assim vemos que toda a humanidade se encontrava decaída e estava nas garras da justiça; sim, da justiça de Deus que a condenara a ser afastada de sua presença para sempre.”
“Ora, o plano de misericórdia não poderia ser levado a efeito se não fosse feita uma expiação; portanto o próprio Deus expia os pecados do mundo, para efetuar o plano de misericórdia, para satisfazer os requisitos da justiça, a fim de que Deus seja um Deus perfeito, justo e também um Deus misericordioso.”
“Ora, o arrependimento não poderia ser concedido aos homens se não houvesse um castigo tão eterno como a vida da alma, estabelecido em oposição ao plano de felicidade, também tão eterno como a vida da alma. Ora, como poderia um homem arrepender-se, se não houvesse pecado? Como poderia ele pecar, se não houvesse lei? E como poderia haver lei, a não ser que houvesse castigo?”
“Ora, um castigo foi fixado e foi dada uma lei justa que trouxe o remorso de consciência ao homem. Ora, se não tivesse sido dada uma lei—que, se um homem assassinasse, deveria morrer—teria ele medo de morrer, se assassinasse?”
“E também, se não tivesse sido dada lei alguma contra o pecado, os homens não teriam medo de pecar. E se não tivesse sido dada a lei, que poderia a justiça ou mesmo a misericórdia fazer se os homens pecassem, uma vez que não teriam direito sobre a criatura?”
“Mas foi dada uma lei e fixado um castigo e concedido um arrependimento, arrependimento esse que é reclamado pela misericórdia; do contrário, a justiça reclama a criatura e executa a lei e a lei inflige o castigo; e se assim não fosse, as obras da justiça seriam destruídas e Deus deixaria de ser Deus.”
“Deus, porém, não deixa de ser Deus e a misericórdia reclama o penitente; e a misericórdia advém em virtude da expiação: e a expiação efetua a ressurreição dos mortos: e a ressurreição dos mortos devolve os homens à presença de Deus; e assim são restituídos a sua presença para serem julgados de acordo com suas obras, segundo a lei e a justiça.”
“Pois eis que a justiça exerce todos os seus direitos e a misericórdia também reclama tudo quanto lhe pertence; e assim ninguém, a não ser o verdadeiro penitente, é salvo.”
“Acaso supões que a misericórdia possa roubar a justiça? Afirmo-te que não; de modo algum. Se assim fosse, Deus deixaria de ser Deus. E assim Deus realiza seus grandes e eternos propósitos, que foram preparados desde a fundação do mundo. E assim ocorre a salvação e a redenção dos homens e também sua destruição e miséria.” (Alma 42:11-26)
Em resumo pode-se afirmar que a Misericórdia advinda da expiação tem efeito para os que se arrependem.
A Graça de Cristo é o poder capacitador que advém da Expiação. Porque todos pecamos a graça de Cristo compensa nossas falhas, faltas e incapacidades. Somos salvos pela graça (2 Néfi 10:24, Atos 15:11), mas somente depois de tudo que pudermos fazer (2 Néfi 25:23).

A Expiação é o elemento essencial para salvação e exaltação de toda criação.
A Expiação abençoa a toda criação. Mesmo os que se tornarem filhos da perdição nesta vida, terão, após este estado, um corpo ressurreto graças à expiação. Todos os animais e todos os elementos desta Terra serão ressurretos e glorificados graças ao sacrifício de Cristo (Moisés 7:48, 58-61). A expiação salva e exalta tudo e todos, exceto os da Perdição (D&C 76:43):
“A tua misericórdia, Senhor está nos céus, e a tua fidelidade chega até as mais excelsas nuvens. A tua justiça é como as grandes montanhas; e os teus juízos são um grande abismo [ali caem os que praticam a iniqüidade; cairão, e não se poderão levantar]. Senhor tu conservas os homens e os animais” (Salmos 36:5-6, 12).

A Expiação concederá um julgamento final aos filhos de Deus (Alma 41:2-3; 3 Néfi 27:14)
A expiação também salvará e exaltará os homens que morrerão crianças ou não tiveram conhecimento da verdade durante a mortalidade, mas aceitariam o evangelho (Mosias 3:16, 21; Morôni 8:10; D&C 137:7-10).
A Expiação poderá exaltar os outros homens (isto é, todos os que não morrem como criancinhas) se as condições da misericórdia forem satisfeitas. Elas são apresentadas por Jacó ao falar de Cristo:
“E ele vem ao mundo para salvar todos os homens, se eles derem ouvidos a sua voz; pois eis que ele sofre as dores dos homens, sim, as dores de toda criatura vivente, tanto homens como mulheres e crianças, que pertencem à família de Adão.”
“E ele sofre isto para que todos os homens ressuscitem, para que todos compareçam diante dele no grande dia do julgamento. E ordena a todos os homens que se arrependam e sejam batizados em seu nome, tendo perfeita fé no Santo de Israel, pois do contrário não poderão ser salvos no reino de Deus. E se não se arrependerem, não acreditarem em seu nome, não forem batizados em seu nome nem perseverarem até o fim, serão condenados, pois o Senhor Deus, o Santo de Israel, disse-o” (2 Néfi 9:21-24, itálicos adicionados).
Os requisitos são claros: “E nada que seja imundo pode entrar em seu reino; portanto nada entra em seu descanso, a não ser aqueles que tenham lavado suas vestes em meu sangue, por causa de sua fé e do arrependimento de todos os seus pecados e de sua fidelidade até o fim. Ora, este é o mandamento: Arrependei-vos todos vós, confins da Terra; vinde a mim e sede batizados em meu nome, a fim de que sejais santificados, recebendo o Espírito Santo, para comparecerdes sem mancha perante mim no último dia” (3 Néfi 27: 19-20).
Mais simples e claro ainda são as palavras do Salvador na ocasião em que se apresentou aos nefitas pela primeira vez: “E os que crerem em mim e forem batizados, esses serão salvos; e eles são os que herdarão o reino de Deus. E os que não crerem em mim e não forem batizados, serão condenados” (3 Néfi 11:33-34).

Eu sei que isso é verdade.

2 de mai. de 2010

Busca, Arbítrio e Justiça de Deus

Todos os homens buscam alegria. A procura da felicidade é um anseio fundamental, uma premissa vital de todos os homens em todos os lugares: “Adão caiu para que os homens existissem e os homens existem para que tenham alegria” (2 Néfi 2:25). Existimos – e isso é um fato inquestionável. Procuramos felicidade – e isso é um fato intrínseco a própria existência. Nós vivemos buscando felicidade: isso nos motiva a viver. Achar alegria infinita é o propósito da existência.


Deixando de lado a filosofia de homens – que desprezo por serem tão insuficiente quanto um sedento que sonha que bebe, mas acorda e esta ainda com sede (2 Néfi 27:3) – usarei da verdade para provar a importância de minhas palavras.

A verdade e liberdade.
A verdade é o conhecimento das coisas como foram, como são e como serão (Jacó 4:13, D&C 93:24). A verdade é Cristo (Enos 1:26, Alma 5:48, João 1:17). A verdade nos liberta (João 8:32): Cristo nos liberta! (João 8:36; 2 Néfi 9:19, 25- 26) O conhecimento da verdade (conhecimento de Cristo – de sua obra e glória), e aplicação desse conhecimento –que é sabedoria – é o que leva o homem a ter vida eterna, felicidade eterna (2 Néfi 2:27-28; D&C 42:61).

Todos nós buscamos liberdade e verdade – pois elas nos conduzem a alegria, a Deus. O propósito de vivermos e de toda criação é proporcionar alegria a Deus e a seus filhos (Moisés 1:39).

A verdade se encontra explicita nas escrituras sagradas (Helamã 15:7; 2 Timóteo 3:15-17). Elas serão a base para esse estudo. As escrituras falam de Cristo (João 5:39), regozijam-se em Cristo, pregam a Cristo e profetizam de Cristo; elas foram escritas para que procuremos a remissão de nossos pecados (2 Néfi 25:26). “E a remissão de pecados trás mansidão; e a mansidão e a humildade resultam na presença do Espírito Santo, o Consolador, que nos enche de esperança e perfeito amor, amor que se conserva pela diligência na oração até que venha o fim, quando todos os santos habitarão com Deus” (Morôni 8:26).

Habitar com Deus, como já expliquei, é ter infinita felicidade (Mosias 2:41). Essa alegria vem pelo viver digno (D&C 51:19). Ensinou o Salvador: “Se guardardes meus mandamentos, permanecereis no meu amor (...). tenho-vos dito isso para que minha alegria permaneça em vós, e vossa alegria seja completa.” (João 15:10-11)

Eis o maior axioma: o propósito da vida é usar o arbítrio o qual fomos investidos para escolhermos ter alegria. O arbítrio é a faculdade, vontade e o poder de escolher, ou “a habilidade e privilégio que Deus nos concede de escolhermos e agirmos por nós mesmos” (Arbítrio, GEE).


Justiça de Deus.

A Justiça de Deus é o conjunto de leis eternas que Deus segue . Essa Justiça estabeleceu as condições do arbítrio, e as sanções para as comissões e omissões dos seres que agem (1 Néfi 15:30, 2 Néfi 9:26, D&C 107:84, Romanos1:16-18, 28 e 32). A Justiça de Deus não pode ser negada, ela sempre existirá: “Se disserdes que não há lei, direis também que não há pecado. E se disserdes que não há pecado, direis também que não há retidão. E não havendo retidão, não há felicidade. E não havendo retidão, nem felicidade, não haverá castigo nem miséria. E se essas coisas não existem, não existe Deus. E se não existe Deus nós também não existimos nem a Terra; pois não poderia ter havido criação nem para agir nem para receber a ação; portanto todas as coisas inevitavelmente teriam desaparecido.” (2 Néfi 2:13). O profeta testificou ainda: “E agora, meus filhos, digo-vos estas poucas coisas para vosso proveito e instrução; pois existe um Deus e ele criou todas as coisas, tanto os céus como a Terra e tudo que neles há, tanto as coisas que agem como as que recebem a ação.” (2 Néfi 2:14)

Há duas grandes divisões na eternidade: coisas que agem e coisas que recebem a ação. As que agem são os filhos de Deus, e as que recebem a ação são as demais inteligências ou criações. No principio todos os filhos de Deus eram iguais, ou se achavam no mesmo nível de espiritualidade (Alma 13:5). Contudo com a dádiva do arbítrio permitiu-se o progresso, a felicidade e a retidão. Também se abriu caminho para a estagnação, infelicidade e pecado (Alma 42:16). Isso pôde acontecer por que Deus estabeleceu leis.

Sem leis não há ordem, e Deus é um Deus de ordem (D&C 132:8). Aplicando as palavras de uma revelação, que fala da organização do sacerdócio, para o contexto que estamos abordando: “ninguém estará isento da justiça e das leis de Deus, para que todas as coisas sejam feitas em ordem e com solenidade perante ele, de acordo com a verdade e justiça” (D&C 107:84).

A Justiça de Deus é o ordenamento de todas as coisas visíveis e invisíveis. As escrituras revelam que se Deus negar sua justiça, Deus deixa de ser Deus (Alma 42:13, 22). Por isso a obediência é a primeira, ou seja, o mais importante princípio dos céus: “Há uma lei, irrevogavelmente decretada nos céus, antes da fundação do mundo, na qual todas as bênçãos se baseiam – e quando recebemos uma bênção de Deus, é por obediência à lei na qual ela se baseia” (D&C 130:20-21).

Se hierarquizássemos as leis da Justiça Divina as mais importantes seriam os princípios. Os princípios são verdades fundamentais e simples que “incluem doutrinas, mandamentos, ordenanças e preceitos” (Manual do Casamento Eterno, pg. IX – prefácio). Os princípios são imutáveis e se aplicam as mais diversas situações. Eles sempre serão válidos.

Aqueles que obedecem às leis e princípios são abençoados, aqueles que não obedecem são amaldiçoados. Essa obediência ou desobediência só é possível por que possuímos o arbítrio (D&C 104: 42, Alma 3:18-19; Deuteronômios 11:26-29).

Brigham Young disse:“As leis eternas pelas quais o Senhor e todos os outros existem nas eternidades dos Deuses decretaram que se deve conseguir o consentimento de todas as criaturas para que o Senhor possa governar perfeitamente.” (DBY, pg. 65) As coisas que recebem a ação ou as criações que não são filhos de Deus, obedecem ao Senhor por que Ele é Deus – e vive toda a lei.

Percebemos que, no relato da Criação do mundo, os deuses ordenaram aos elementos e eles se organizaram (Abraão 4). “E os Deuses vigiaram aquelas coisas que eles haviam ordenado, até elas obedecerem” (Abraão 4:18, itálicos adicionados).

Torna-se evidente que as inteligências possuem arbítrio. Ainda que esse arbítrio não seja o mesmo que os filhos de Deus, pois há coisas que agem e outras que recebem a ação (2 Néfi 214) . O pó da Terra sempre obedece à voz de seu Criador (Mosias 2:25; Helamã 12:7-8). As seguintes escrituras sugerem o arbítrio de todas as criações:

“Toda verdade é independente para agir por si mesma na esfera em que Deus a colocou, como também toda inteligência; caso contrário, não há existência” (D&C 93:30). Essa escritura mostra que a existência é intimamente ligada ao arbítrio.

“E também, em verdade vos digo que a Terra vive a lei de um reino celestial, porque cumpre o propósito de sua criação e não transgride a lei” (D&C 88:25). Ora, se a Terra obedece é porque tem capacidade de obedecer.

“E havia diante do trono como que um mar de vidro, semelhante ao cristal. E no meio do trono, e ao redor do trono, quatro animais cheios de olhos, por diante e por detrás” (Apocalipse 4:6). Joseph Smith recebeu mais luz sobre esse assunto em Doutrina e Convênios 77:2-4 (itálicos adicionados):

“[Pergunta:] O que devemos entender pelos quatro animais mencionados no mesmo versículo? [Resposta:] São expressões figurativas empregadas por João, o Revelador, para descrever o céu, o paraíso de Deus, a felicidade do homem e dos animais e dos répteis e das aves do ar; o que é espiritual sendo à semelhança daquilo que é material; e aquilo que é material, à semelhança do que é espiritual; o espírito do homem à semelhança de sua pessoa, como também o espírito do animal e de todas as outras criaturas que Deus criou.”

“[Pergunta:] Os quatro animais limitam-se aos próprios animais ou representam classes ou ordens? [Resposta:] Limitam-se a quatro animais, individualmente, os quais foram mostrados a João para representar a glória das classes dos seres na ordem ou esfera de criação que lhes foi destinada, no gozo de sua felicidade eterna.”

“[Pergunta:] O que devemos entender pelos olhos e asas dos animais? [Resposta:] Seus olhos representam luz e conhecimento, isto é, eles são cheios de conhecimento; e suas asas representam poder para mover-se, para agir, etc.”

Os animais, em sua esfera, são cheios de conhecimento e são capazes de agir. Assim como as demais inteligências.

“A todos os reinos se deu uma lei. E há muitos reinos; pois não existe espaço em que não haja reino; e não existe reino em que não haja espaço, seja um reino maior ou um reino menor. E a todo reino é dada uma lei; e toda lei também tem certos limites e condições” (D&C 88:36-38). O universo, ou melhor, a obra de Deus é muito maior do que pensamos. As eternas leis e os diversos reinos (que podemos entender como as diversas dimensões, condições ou esferas) possuem seres inteligentes que possuem leis maiores ou menores e são capazes de reconhecê-las e obedecê-las.

Não entraremos mais no mérito do arbítrio de todas as inteligências, pela simples razão de que Deus decidiu não revelar muito sobre esse assunto. Usaremos a classificação de Leí dizendo que há coisas que agem (Deus e seus filhos) e outras que recebem a ação das coisas que agem (são as demais inteligências). Nada diremos sobre a possibilidade de desobediência de uma inteligência que não seja um filho espiritual de Deus, nem especularemos sobre se é possível Deus deixar de ser Deus – não mais do que dizem as escrituras. O pó sempre obedece a Deus, porque Deus sempre honra sua posição (Abraão 3:18-19; Moisés 7:48-49, 56, 58, 61-62; Helamã 12:6-21; Mórmon 9:19; 2 Néfi 2:13-14; Alma 42:13-, 22-23, 25, 30).

Arbítrio.
Aqueles que possuem arbítrio são agentes, pois agem: tomam decisões. Falamos aqui dos filhos de Deus.

As condições para a existência do arbítrio são: (1) todos (os agentes) podem escolher: investidura de capacidade para decidir (inteligência ou luz e verdade reveladas); (2) só um lado (de dois) pode ser escolhido: há opostos e há incapacidade de escolha simultânea entre eles; (3) todos devem e querem escolher, e neutralidade é uma escolha; (4) toda escolha gera conseqüências, toda ação corresponde a uma reação; (5) impossibilidade de alterar as conseqüências da escolha: o efeito irremediável; (6) há escolhas de pouca relevância e triviais, mas ainda assim geram conseqüências – escolha entre o bom e o bom ou entre o mau e o mau; (7) As conseqüências afetam o resultado final: levando a alegria eterna ou tristeza eterna – responsabilidade do agente pelo fim; (8) e por mais que haja pressão de se fazer escolhas há responsabilidade advinda da investidura – ninguém pode coagir alguém em última instância a agir: inexistência de compulsão.

Um rápido vislumbre sobre as condições de existência do dom do arbítrio mostrarão os aspectos mais importantes do Plano de Salvação de Deus.

1- Todos podem escolher: Todos os filhos de Deus são investidos com o arbítrio. Esse privilégio foi-lhes dado antes de nascerem nessa Terra, e viverem na mortalidade. Esse poder de escolha é que possibilita os homens adquirirem conhecimento e crescerem. Sem o arbítrio os filhos gerados por Deus não podem se tornar como Ele, possuindo a Vida Eterna, alegria eterna. Porque sem o poder de decidir não podem obedecer às leis; e sem a obediência a Justiça de Deus não há bênção.

Deus nos criou para que fossemos como Ele. As escrituras revelam que Seu propósito é levar os homens a exaltação. Exaltação é a condição de vida de Deus : Deus é um homem exaltado. Além Dele ser Todo-Poderoso é nosso Pai Celestial e nos ama. Por nós amar deseja concede-nos tudo que tem. Mas só pode fazê-lo, como já foi demonstrado, de acordo com a Divina Justiça.

Por essa simples e grandiosa razão investiu-nos com o arbítrio: para que escolhêssemos o certo para sermos abençoados para sempre.

Deus nós deu o arbítrio em uma ocasião passada, na pré-mortalidade. Esse arbítrio gerou diferenças entre os filhos de Deus, que a principio eram todos iguais – porque uns preferiam luz e verdade e outros não. Alguns progrediram muito, outros, nem tanto. Assim pode Deus escolher os nobres e grandes que nasceriam nessa Terra para serem governantes (Abraão 3:22-23).

Sabendo que as escolhas erradas poderiam ser feitas por seus filhos, Deus providenciou a Misericórdia, para salvar o arbítrio de seus filhos. A Misericórdia vem por meio de Cristo, que foi enviado a Terra para possibilitar que os homens sejam exaltados. Sem Cristo o arbítrio não existiria. Isso é verdade ao entendermos que sem Cristo não haveria opção de redenção, vida e liberdade. Daí a correta conclusão de que a verdade nós libertará. Porque sem Cristo a morte e o inferno exigiriam os filhos de Deus – que falham, pecam, e não tem poder de redimirem-se sozinhos.

A Misericórdia de Deus não pode roubar a Justiça, mas pode satisfazê-la. Um pecador deve pagar por seus erro, diz a Justiça. Não obstante, a misericórdia diz que um pecador não precisa pagar por seu erro se um outro o fizer. Cristo, o mediador, sofreu pelos pecadores, para que não precisassem receber a punição da Justiça. O entendimento da doutrina Justiça e Misericórdia é o ponto chave do plano de redenção. É também a mais importante doutrina para compreender o amor do Pai, a Expiação de Jesus Cristo e a santificação de seus filhos. É sobre essa doutrina que basicamente tratarei no decorrer desse estudo. Por ora, basta saber que Deus nos deu o arbítrio e concedeu meios de sempre desfrutarmos desse dom, por sua misericórdia.

Antes de nascer fizemos escolhas. Nesta vida fazemos escolhas, e se passarmos no teste mortal continuaremos a fazê-las. Não há ninguém, exceto as criancinhas e alguns filhos de Deus excepcionais (que não tem capacidade de discernimento) que não saibam suficiente para escolher. “Pois eis que o Espírito de Cristo é dado a todos os homens, para que eles possam distinguir o bem do mal” (Morôni 7:16). O Espírito de Cristo é a Luz de Cristo – uma influência que parte de Cristo e preenche todo o espaço. Todos os que nascem possuem a luz de Cristo. Uma das manifestações dessa luz é a consciência. Assim todos são responsáveis pelos seus atos.

2- Só um lado (de dois) pode ser escolhido. Há opostos. Sem opostos não há escolha. Deve existir o bem e o mal, a verdade e a mentira, o certo e o errado, o prazer e a dor, a alegria e a tristeza. “Porque é necessário que haja uma oposição em todas as coisas. Se assim não fosse, (...) não haveria retidão nem iniqüidade nem santidade nem miséria nem bem nem mal. Portanto é preciso que todas as coisas sejam compostas em uma; pois se fossem um só corpo, deveriam permanecer como mortas, não tendo vida nem morte, nem corrupção nem incorrupção, nem felicidade nem miséria, nem sensibilidade nem insensibilidade.” (2 Néfi 2:11)

3- Todos devem e querem escolher. Os homens foram colocados em condição de agir: “os homens são livres segundo a carne; e todas as coisas que necessitam lhes são dadas. E são livres para escolher a liberdade e a vida eterna por meio do grande Mediador de todos os homens, ou para escolherem o cativeiro e a morte, de acordo com o cativeiro e o poder do diabo (...)” (2 Néfi 2:27). Ou escolhemos a liberdade e a vida eterna ou o cativeiro e a morte. Não há como não escolher.

Vemos que há dois grandes poderes: o de Deus e o do diabo. Há dois grandes mestres, constantemente nos convidando a segui-los. Não podemos seguir a Deus e ao diabo: “Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há de odiar um e amar o outro ou há de apegar-se a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamon.” (Mateus 6:24). Ou escolhemos um ou outro.

A neutralidade é possível apenas quando não há conhecimento – onde não há lei, não há pecado. “E onde nenhuma lei é dada não há castigo; e onde não há castigo não há condenação; e onde não há condenação as misericórdias do Santo de Israel têm poder sobre eles, por causa da expiação; porque são libertados pelo poder dele.” (2 Néfi 9:25)

Quando há conhecimento não há campo neutro. Ou servimos a Deus ou ao diabo. Mesmo a inércia ou a ociosidade é uma escolha, no caso uma escolha diabólica.

Todos querem escolher. Naturalmente o homem defende e anela por liberdade, prazer e alegria. O elemento “busca” foi adicionado a todos os agentes. Assim como todos são livres, assim também todos buscam liberdade, conhecimento, alegria ou poder. Portanto aspiram escolher.

4- Toda ação corresponde a uma reação. Ao fazermos uma escolha geramos uma conseqüência. Nas palavras de Paulo: “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará vida eterna” (Gálatas 6:7-8).

Uma pessoa que escolhe fumar terá problemas de saúde como conseqüência. Por mais que haja tratamentos médicos destinados a amenizar essas conseqüências, a conseqüência correspondente nunca deixará de existir.

Em outras palavras, uma escolha errada sempre produzirá maldição, e uma escolha certa sempre produzirá bênção. Evidentemente isso esta de acordo com a Justiça de Deus.

Se a misericórdia for levada em consideração, ainda assim as conseqüências do pecado não deixam de existir. Se alguém peca pode não receber a penalidade, por que Cristo, o mediador que concede misericórdia, foi penalizado em seu lugar. Nesse caso, a conseqüência do pecado foi transferida. Essa transferência acorre por causa da Expiação e das leis e ordenanças do evangelho, que serão demonstradas nos próximos capítulos.

Como vivemos juntos – vários seres que agem convivem – as escolhas de uns podem afetar a outros. De fato, as escolhas e conseqüências determinaram o tipo de mundo que vivemos e que viveremos.

Como vivemos num estado preparatório, algumas escolhas não surtirão efeito imediato. Na verdade não há lei que diga que toda ação corresponda a uma instantânea reação. A misericórdia acha espaço nessa brecha e concede um período para transferirmos as conseqüências de nossas más escolhas à Cristo. O tempo, que não existe para Deus, mas é medido pelos homens, é uma terna misericórdia que nos dá chance de escapar das garras da justiça pelas condições do Evangelho.

Por exemplo, um assassino e adúltero pode desfrutar de relativa paz e prosperidade terrena – sem ter que pagar pelos seus pecados enquanto estiverem no caminho – sem sofrer as conseqüências de suas más escolhas. Mas essas conseqüências os alcançarão e todos terão que pagar até o último senine (3 Néfi 12:25-26). Esse pagamento não será apenas por seus delitos, mas por terem recebido bênçãos sem merecerem. Terá um efeito ex tunc (retroativo).

5- O efeito é irremediável. Toda escolha gera conseqüências, e essas atingirão sua medida. É impossível impedir que um pecador seja punido. É impossível negar a um justo que seja abençoado. O trabalhador é digno de seu salário.

As não são conseqüências são impassíveis de mudança, pois elas podem deixar de existir para alguém (pecador) e ser transferidas (por meio das leis e ordenanças do evangelho) a outro (Cristo). Entretanto (os efeitos das escolhas) não deixam de existir – são transportados.

Como foi dito, por estarmos num estado de provação os efeitos das escolhas podem não chegar no tempo que julgamos ser adequados. E também os efeitos negativos, de escolhas alheias podem interferir em algum grau no arbítrio de outros. Por exemplo, um homem que intencionalmente fere outro deixando-o paraplégico, privará esse homem de desfrutar algumas escolhas e conseqüências que teria se não sofresse. Se esse homem ferido fosse um pai de filhos pequenos não poderia mais praticar esportes com eles. Deve-se imediatamente lembrar que por causa da Justiça de Deus e de Sua grande Misericórdia, o homem que sofreu o acidente terá o privilégio de brincar com seus filhos num tempo futuro se for fiel ou ao menos será recompensado por sua dor.

As prováveis interferências no arbítrio – como um homem ser escravizado – fazem parte do Plano de Deus. Catástrofes, adversidades, tribulações, provações de todos os tipos nos compelem a escolher – na verdade, sem as provas de arbítrio seria impossível seu exercício pleno.

Os efeitos de nossas escolhas e de outros, entrelaçadas, possibilitam o progresso e bem-estar, bem como a desgraça e a infelicidade.

6- Há escolhas de pouca relevância e triviais. Escolher uma peça de roupa de cor diferente pode ser uma escolha tão insignificante para um resultado final, como obter a exaltação ou a condenação, que podemos ser tentados a não considerar essa condição do arbítrio. Mas mesmo as escolhas pequenas são relevantes: “Podes supor que isso seja tolice de minha parte; mas eis que te digo que é por coisas pequenas e simples que as grandes são realizadas” (Alma37:6).

A peça de roupa de determinada cor pode ser carregada de um valor superior em relação à outra. Uma mesma peça de roupa pode ser moral ou socialmente bem aceita, enquanto outra, por ser de outra cor pode ser reprovada. Uma escolha pequena pode gerar conforto ou constrangimento.

Além disso, e mais importante, se a peça de roupa for indiscreta, revelando partes intimas os efeitos da escolha da pessoa que a usa serão negativos – gerarão um pecado. Assim uma escolha tão pequena pode gerar um resultado final muito grande: ser para sempre afastada da presença de Deus.

Conclui-se que as escolhas pequenas nem sempre são triviais – muitas vezes são vitais. Escolher pensar em algo pode ser determinante para a exaltação ou condenação: “Lembrai-vos que ter mente carnal e morte e ter mente espiritual é vida eterna” (2 Néfi 9:39).

Em suma há dois tipos de pequenas escolhas: escolhas, que embora diferentes gerem o mesmo resultado, e escolhas pequenas que geram resultados diferentes.

7- Responsabilidade do agente pelo fim: Os efeitos das escolhas são acumulativos, e em dado momento da existência contabilizarão um fim. Há dois resultados principais no fim do estado em que nos encontramos: salvação e condenação. Apesar de existir vários reinos de glória, e vários graus de salvação em cada reino, salvação sem exaltação é condenação – pois todos aqueles que não forem ao mais alto grau, estarão em desvantagem aos que obterem Vidas Eternas (D&C 132:4).

Aqueles que têm o arbítrio são suficientemente responsáveis pelo seu próprio fim, mas não são plenamente responsáveis. Explico. Se formos considerados dignos, por causa do bom uso do arbítrio, seremos salvos – mas não por nós mesmos, e sim “por meio dos méritos e misericórdia e graça” do Salvador Jesus Cristo (2 Néfi 2:8). Cristo dá a misericórdia, sem ela, as conseqüências de nossos erros exigiriam uma condenação proporcional. Mas para aqueles que fazem o que Ele pede, sua graça é suficiente (2 Néfi 25:23).

Vale fixar que Cristo só aplicará plenamente seu sangue expiatório aqueles que perseverarem até o fim. Cristo é quem diz quando é o fim. Isso significa que as conseqüências finais para as más escolhas só poderão deixar de existir quando as exigências da misericórdia estiverem sendo satisfeitas – quando Ele achar que está bom. As exigências para a Misericórdia são claras e simples: fé no Senhor Jesus Cristo, arrependimento, batismo por imersão, dom do Espírito Santo e perseverança até o fim (Alma 11:41). As exceções para o cumprimento desses requisitos são: as criancinhas com menos de oito anos de idade e os mentalmente incapazes.

Um caso deve ser entendido: certo homem, que procurava fazer o bem e cumpria suas obrigações, que Deus o tinha por justo e santo, acidentalmente matou uma pessoa. Ele terá que se defender perante as leis dos homens. Supúnhamos que sua defesa não foi convincente, e ele foi preso. O fim para este bom homem é o cativeiro – ele é responsável por esse fim?

Não. Não há carma, nem destino. Analisemos corretamente, já que nesse exemplo podemos saber mais no que nossos olhos são capazes de enxergar. Percebemos que o homem que matou é inocente a vista de Deus, e mesmo que sofra agravantes injustamente – e que morra na prisão como malfeitor – o seu fim ainda não ocorreu. O fim não vem com a morte. No Julgamento final esse homem receberá seu galardão. As injustiças serão corrigidas e Ele será indenizado pela Misericórdia de Cristo. O mesmo vale para o homem que morreu no exemplo – ele ainda será responsável pelo fim, mesmo que algumas oportunidades foram-lhe negadas pelo acidente. Todos são responsáveis pelo fim, independentemente de quem sejam e do que fazem e das pressões e circunstâncias esperadas ou não.

8- Ninguém pode coagir alguém em última instância a agir.

Um caso extremo: um assaltante aponta a arma para a cabeça de um individuo. A lei dos homens dirá, que o assaltante esta compelindo a vitima a fazer o que ele ordenar (sair de um carro, efetuar um saque em dinheiro, assinar um contrato, etc.). Mas no fundo não há verdadeira coação. O homem tem escolha: obedecer ao assaltante ou não. Se ele recusar o assaltante morrerá.

O exemplo de três virgens martirizadas, mencionadas na Perola de Grande Valor, que se recusaram a negar o verdadeiro Deus, mostra que nem a ameaça de morte as obrigou a fazer uma escolha (Abraão 1:11-12).

Mesmo que as circunstâncias sejam tais que digamos que não tínhamos escolha – sempre, neste estado terreno, temos escolhas.

É verdade que um viciado em drogas tenderá a agir de determinada maneira a manter seu vicio. Mas se ele escolher parar com aquilo poderá parar. E quando for curado, por Cristo, mesmo que haja pressão social ou diabólica para que volte a usar drogas poderá não escolher fazê-lo.

Há correntes filosóficas, morais e religiosas que defendem que não há arbítrio e outras que dizem que alguns dos pontos apresentados aqui não são verdadeiros. Sinceramente eu desprezo seus argumentos.

As escrituras revelam que temos o arbítrio e que viemos a essa Terra fazer escolhas e que ninguém esta previamente destinado a se tornar um Deus ou um diabo. Embora existam diferentes pontos de vista, e as tendências e mutações devam ser levadas em consideração quando falamos em decisões, creio que delineei os aspectos mais importantes sobre a realidade do poder de escolha que cada um de nós desfruta.

Não preciso provar, mais do que já expus, que as afirmações acima são verdadeiras. Eu poderia recorrer a mais exemplos e me aprofundar mais no tema, mas esse não é o objetivo desse estudo. Cada leitor poderá fazer tal julgamento por si mesmo.