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26 de set. de 2012

O Anticristo


Quem é o anticristo?

                
A figura do "anticristo" como um personagem singular e aterrorizante é uma construção teológica que remonta a Idade Média e prepondera até hoje em vários segmentos do cristianismo. Há seis referências ao "anticristo" nas escrituras. Todas elas indicando "anticristo" como uma condição e não a uma pessoa em especifico. Se tivéssemos que adequar esse termo a apenas um personagem, então a melhor escolha seria indicar o anticristo como o próprio Satanás.


                Em I João 2:18, o apóstolo João, adverte os santos contra um novo anticristo que haveria de surgir em breve, mas ele também diz que "já muitos anticristos se têm levantado" ("Os anticristos aos quais João se referiu são as pessoas que abandonaram a Igreja e deixaram de acreditar em Jesus Cristo" - Manual do Aluno do Seminário Curso do Novo Testamento, pg. 160). Depois João explica que todos os que negam o poder de Cristo para salvação e procuram enganar o mundo são anticristos, ou possuem o "espírito do anticristo" (I João 2:22, I João 4:3, II João 1:7). No Livro de Mórmon aprendemos que mesmo antes do nascimento do Salvador, já haviam anticristos (Jacó 7 e Alma 30:6, 12).
                Daniel teve uma visão semelhante a João em Apocalipse em Daniel 7:20-27. Ele viu, em determinado momento, uma criatura com dez chifres, sendo que um outro chifre pequeno crescia entre eles. Tal ponta representaria o anticristo - um personagem ímpar e demoníaco? Alguns creem que sim. Porém "é impossível identificar este símbolo com qualquer indivíduo ou reino do mundo específico, mas parece corresponder à besta que João viu subir do mar (Apocalipse 13:1), a qual fez igualmente "guerra aos santos" (Apocalipse 13:7). A ponta ou chifre pequeno representa um notável poder anticristo que surgiria após a época do Império Romano, e seria diferente dos outros dez reinos mencionados depois do poder romano. Daniel diz que essa ponta teria poder para fazer guerra aos santos e derrotá-los até a época da segunda vinda de Cristo." (Manual do Aluno do Curso do Velho Testamento (curso 302), itálicos adicionados; pg. 304).
                O Presidente George Albert Smith falou da diminuição da crença em Deus e na missão divina de Jesus Cristo e identificou muitas pessoas como possuindo o "espírito de anticristo": " “É estranho como é difícil para muitas pessoas acreditarem na existência de Deus. Muitos são anticristos, mas são capazes de crer em quase tudo mais que lhes for apresentado e defendido com argumentos. Digo-lhes hoje que a maior parte da população do mundo em que vivemos é formada por anticristos, e não seguidores de Cristo. E mesmo no meio dos que afirmam crer no cristianismo, relativamente poucos de fato acreditam na missão divina de Jesus Cristo. Bem, qual é o resultado? As pessoas afastaram-se do Senhor e Ele não pode abençoá-las quando elas se recusam a serem abençoadas” (Conference Report, abril de 1948, p. 179).                   A irmã Julie B. Beck disse energicamente: "Ser anticristo é ser antifamília. Toda doutrina ou princípio que nossos jovens ouvirem no mundo que seja contra a família também é contra Cristo. É simples assim." ("Ensinar a doutrina da Família", A Liahona, Março de 2011)

Mas qual a definição de um anticristo?

               O Guia para Estudo das Escrituras define anticristo como sendo “toda pessoa ou tudo aquilo que seja uma representação falsa do verdadeiro plano de salvação do evangelho e que, aberta ou secretamente, se oponha a Cristo. (…) Lúcifer é o maior anticristo, mas ele tem muitos assistentes, tanto entre os seres espirituais como entre os mortais” (“Anticristo”).
                O Élder Bruce R. McConkie (1915–1985), do Quórum dos Doze Apóstolos, foi além: “Um anticristo é um oponente de Cristo, é quem se opõe ao evangelho verdadeiro, à Igreja verdadeira e ao verdadeiro plano de salvação (I João 2:19; 4:4–6). É quem oferece salvação aos homens sob termos diferentes daqueles estipulados por Cristo. Serém ( Jacó 7:1–23), Neor (Alma 1:2–16) e Corior (Alma 30:6–60) foram anticristos que espalharam suas mentiras entre os nefitas” (Mormon Doctrine, 2ª ed., 1966, pp. 39–40).


Com o se precaver contra o espírito do anticristo?
                O Presidente Ezra Taft Benson falou sobre a importância do Livro de Mórmon, inclusive explicando que o mesmo revela os inimigos de Cristo e nos ajuda a vencê-los[1]. Ele deixou em 1986 uma bênção profética:
                “Em nossos dias, o Senhor revelou a necessidade de voltarmos a realçar o Livro de Mórmon, a fim de tirarmos a Igreja e todos os filhos de Sião da condenação — o flagelo e o juízo (ver D&C 84:54–58). Essa mensagem deve ser levada aos membros da Igreja em todo o mundo. (...)
                Agora, com a autoridade do santo sacerdócio investida em mim, invoco minha bênção sobre os santos dos últimos dias e sobre as pessoas de bem em todas as partes.
                Abençôo-os com maior discernimento para julgarem entre Cristo e o anticristo. Abençôo-os com maior poder para fazerem o bem e resistirem ao mal. Abençôo-os com maior compreensão do Livro de Mórmon.
                Prometo-lhes que, a partir de agora, se sorverem suas páginas e seguirem seus preceitos, Deus derramará sobre cada filho de Sião e a Igreja uma bênção até agora desconhecida — e suplicaremos ao Senhor que comece a retirar a condenação — o flagelo e juízo. Disso presto solene testemunho” (em Conference Report, abril de 1986, p. 100; ou A Liahona, julho de 1986, p. 80).
                O Élder Delbert L. Stapley afirmou que um testemunho a respeito do profeta moderno também nos protegerá: ''Testifico-vos, irmãos e irmãs, que Deus o sustém (o profeta vivo), e a ninguém mais neste mundo, senão ele, pois lhe foi conferido o chamado de profeta, vidente e revelador, representando o Senhor aqui na terra nesta época. Somente ele tem o direito de receber revelação para a Igreja, e se todas as pessoas entenderem esse fato, não serão enganadas por aqueles que procuram desviá-los da Igreja e de seus gloriosos princípios  (...)
                Eles serão fortalecidos contra os falsos mestres e anticristos, que certamente temos entre nós." (Conference Report, outubro de 1953, pg. 70)



[1] Ele disse: “O Livro de Mórmon expõe ao mundo os inimigos de Cristo. (…) Fortalece os humildes seguidores de Cristo contra os desígnios, estratégias e doutrinas malignas do diabo em nossos dias. O tipo de apóstatas do Livro de Mórmon é semelhante ao que vemos na atualidade. Deus, em sua infinita presciência, moldou o Livro de Mórmon de modo que enxergássemos o erro e soubéssemos como combater os falsos conceitos educacionais, políticos, religiosos e filosóficos de nossa época”. (“The Book of Mormon Is the Word of God”, Ensign, janeiro 1988, pg. 3).

5 de dez. de 2011

Fim do mundo em 2012


                Embora sejam poucas as pessoas que realmente acreditem que um fim literal do mundo ocorrerá em 2012, há muita confusão a respeito desse assunto.
                Primeiro é preciso saber que o fim do mundo é algo bom - bom para os justos, claro. "Mundo", no contexto do evangelho, "em sentido figurado" representa "as pessoas que não obedecem aos mandamentos de Deus" (GEE "Mundo"). Sabemos que o fim do mundo se dará com o Retorno Glorioso do Senhor Jesus Cristo. E se isso acontecesse em 2012 seria realmente bom. Provo - quando Cristo voltar:
  1. Não haverá mais doenças - câncer, AIDS, todo tipo de dor, mal e depressão deixará de existir.
  2. Não haverá mais políticos corruptos - o governo será justo, divino - o próprio Cristo "reinará pessoalmente sobre a Terra" (Regra de Fé 10)
  3. Não haverá criminosos - pedofilos, assassinos, ladrões, estelionatários, vigaristas, traidores, mentirosos - todos serão destruídos.
  4.    Não haverá mais fome, terremotos, maremotos, enchentes e catástrofes naturais de qualquer tipo.
  5.   Não haverá pornografia.
  6.  As crianças não encontrarão drogas nas escolas e não serão abatidas por uma onda de sujeira de uma mídia ignominiosa.
  7.  Não haverá tristeza
  8. Não haverá mais guerras e contendas.
  9.  Não haverá mais divisões entre os homens - as fronteiras acabarão e haverá harmonia mundial.
  10. Filosofias errôneas deixarão de ser ensinadas como verdades.
  11. O homossexualismo e toda perversão sexual deixarão de existir.
  12.   Não haverá medo nem terror.
  13.  Os animais serão pacíficos - sua ferocidade cessará.
  14.   O conhecimento cientifico e tecnológico avançara incomensuravelmente.
  15.    As pessoas viverão até uma idade avançada de maneira saudável e ao morrerem ressuscitarão num piscar de olhos.
  16.  As famílias serão seladas para eternidade.
  17. Haverá Templos em todos os lugares - a obra vicária e o trabalho missionário avançarão até selarem todos os homens a família de Adão.
                Por todos esses motivos e muitos outros eu gostaria muito que o fim do mundo fosse em 2012. É verdade que os iníquos temem esse fim, pois não poderão permanecer da Terra quando a grande Babilônia cair.
                Todavia, não sabemos quando a Segunda Vinda se dará - e consequentemente, ninguém sabe quando o mundo acabará. Os maias, devo lembrar-los, quando fizeram essa previsão, já estavam na época da Grande Apostasia - e por isso não receberam revelação - não de Deus, pelo menos! Ademais a escritura é clara ao dizer que quando chegará aquele dia e hora ninguém sabe - nem os anjos do céu. Apenas Deus (D&C 49:17; Mateus 24:36).
                Mesmo que o fim do mundo não ocorra em 2012 de maneira geral - o fim do mundo de iniquidade da sua vida pessoal pode acabar em 2012! Seria uma boa oportunidade para deixar o homem natural e santificar-se pela expiação de Cristo o Senhor - e tornar-se como uma criancinha. Assim sendo, eis algumas sugestões para que o fim do mundo (mundo no sentido das escrituras) realmente acabe para você:
- desenvolva a fé em Cristo por meio da obediência plena a seus mandamentos.
- seja batizado na Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias
- prepare-se para entrar no Templo, e ao fazê-lo honre os convênios feitos naquela Casa Santa.
- não fume, não beba, não use drogas.
- envolva-se numa boa causa, servindo ao próximo, fazendo uma missão de tempo integral, realizando projetos de serviço para sociedade, etc.
- controle sua língua
- volte para Igreja, caso esteja afastado.
- Arrependa-se de todos os seus desejos iníquos e ore a Deus para sobrepujar suas fraquezas.
- Estude mais as escrituras.
                Há muitas outras coisas que poderiam ser ditas aqui. O fim do "mundo de iniquidades" é uma decisão pessoal e exige um grande compromisso. Mas a recompensa é sublime, afinal, como o Presidente Milder fala em suas aulas de instituto, "não precisamos esperar até o Milênio para começarmos a desfrutarmos algumas de suas dádivas". Sim, podemos agora mesmo, caso o mundo acabe para nós, receber uma paz, vigor e conhecimento que excede muito o esta Terra decaída oferece.

18 de out. de 2011

Livro sobre Apocalipse publicado!

Depois de quase uma ano de estudo, finalmente terminei e publiquei um livro sobre o Apocalipse de João.
Há muitas razões porque desejei publicar um livro, em vez de divulgar meus estudos por este blog, por exemplo. Uma delas é que há pouco material SUD impresso sobre Apocalipse disponível no Brasil. Nos Estados Unidos, todos sabem, a literatura da Igreja é bem ampla. Mas aqui temos poucos livros e estudos. O material do SEI e da Igreja - seus manuais e guias - e as preciosas obras-padrão e A Liahonas, são recursos maravilhosos. Entretanto, ainda assim, acredito que "não há limites para fazer livros" (Eclesiastes 12:12). Há temas, por exemplo, que a literatura disponível no Brasil não trata - ou que é muito "pobre" em conteúdo.
Estou feliz com essa obra. Aprendi muito ao estudar Apocalipse. Acho que o resultado foi bom. E acho também que poderá ajudar outros.

Para obter esse livro clique abaixo:
http://www.agbook.com.br/book/101032--Consideracoes_sobre_o_Apocalipse

29 de jun. de 2011

Nem frio, nem quente - APOCALIPSE 3:15-16

                Esses versículos trazem importes ensinamentos sobre os atributos de Deus, especialmente sobre sua justiça e misericórdia, bem como o que Ele espera de nós.
                O Senhor ama todos os seus filhos e lhes dará muitas chances de vierem a Ele e serem salvos em Seu reino Celestial (2 Néfi 26:24, Isaías 49:15, 3 Néfi 10:4-6). Todavia a misericórdia não pode roubar a justiça (Alma 42:25). Ninguém pode servir a Deus e a Mamon (Mateus 6:24). É por isso que Deus não pode encarar o pecado com o mínimo grau de tolerância (Alma 45:16, D&C 1:31) - e é por isso que Ele não se deixa escarnecer (Gálatas 6:7). Se algo imundo adentrar sua presença Seu reino seria imundo (1 Néfi 15:33-34), Ele seria um mentiroso (Alma 12:22-24) - e se uma coisa ou outra acontecesse (ou ambas), conseqüentemente, Ele deixaria de ser Deus (Alma 42:13, 22-25).
                Embora devamos ser "moderados em todas as coisas" (Alma 38:10) - tal mandamento não deduz ser condescendente com o pecado e o mal. O Senhor disse que devíamos apartar-nos dos iníquos e não tocar a imundície (Salmos 6:8,Isaías 52:11, II Coríntios 6:17).
                Pelas leis eternas do arbítrio sabemos que aquele que se apega a luz recusa as trevas - e aquele que se aproxima das trevas se afasta de luz (Provérbios 4:18, D&C 88:40; João 1:5, 3:19, 8:12, 12:35; Romanos 13:12; Efésios 5:8; I João 1:5) . Alguém que procure uma possibilidade outra vai contra as leis universais (Isaías 5:20, II Coríntios 6:14, 2 Néfi 7:10, Alma 26:3, Morôni 7:15).
                O problema de alguns membros de Laodicéia era o de ter um pé no mundo e outro na Igreja. Eles, aparentemente, queriam ser considerados cidadãos de Sião, mas seus desejos estavam na Babilônia. Eram como a mulher de Ló - se propunham a obedecer a Deus, mas voltavam-se para trás, para espiar Sodoma[1] (Gênesis 19:24-26, Lucas 17:32). Por causa que não podiam dar todo coração a Deus - tendo uma obediência seletiva[2] - fazendo apenas o que lhes convinha - sendo superficiais, preguiçosos e hipócritas - Deus disse-lhes: vomitar-lhes-ei! Ou seja, simbolicamente, ao entrarem na Igreja, faziam parte do corpo de Cristo (I Coríntios 12:27) - mas por serem inconstantes - nem frios, nem quentes - seriam excomungados.
                Ser quente é ser ativo no evangelho. No evangelho. Não necessariamente na Igreja! O compromisso com os programas e a aparente dignidade que é observável pela mera freqüência nas reuniões e a amizade entre os irmãos é apenas uma parcela do exigido. Deus quer compromisso real - todo coração, poder, mente e força (D&C 4:2). O medíocre pode conseguir manter-se na Igreja, mas ele não vive o evangelho e por não envolver-se completamente, um dia, será expulso.
                Ser frio é o oposto de ser quente - é, portanto, não ser ativo em Sião. A situação deste, não obstante, é melhor do mormo - daquele que finge ser e fazer, mas realmente não é e nem faz (GEE "Hipócrita")
                Aconselho os que lerem esta postagem a lerem a mensagem da Primeira Presidência da A Liahona do mês de Julho: http://lds.org/liahona/2011/07?lang=por


[1] O élder Jeffrey R. Holland, do Quórum dos Doze Apóstolos disse: "O que foi que a mulher de Ló fez assim de tão errado? Como estudioso de história, aprendi algo a esse respeito e quero responder em parte a essa pergunta. Aparentemente, o erro da mulher de Ló não foi apenas o de olhar para trás. Em seu coração ela queria voltar para lá. Parece que, mesmo antes de sair dos limites da cidade, ela já sentia falta das coisas que Sodoma e Gomorra tinham a lhe oferecer. Como o Élder Neal A. Maxwell (1926–2004), do Quórum dos Doze Apóstolos, disse certa vez, tais pessoas sabem que devem ter sua residência principal em Sião, mas ainda esperam manter um chalé de verão na Babilônia." ("O Melhor está por Vir", A Liahona, Janeiro de 2010, pg.17)
[2] O élder Robert D. Hales, do Quórum dos Doze Apóstolos, disse: "Irmãos, tanto jovens como mais velhos, quando praticamos a obediência seletiva, mudamos nossa posição em relação do Senhor — geralmente apenas um grau por vez. À medida que as forças enganadoras do adversário agem sobre nós, não as conseguimos detectar e ficamos espiritualmente desorientados. Embora pareça estarmos indo numa direção segura, na verdade estamos seguindo rumo ao desastre." ("Para o Sacerdócio Aarônico: Preparação para a Década Decisiva", A Liahona, Maio de 2007, pg. 50).
                        Em outra ocasião o élder Hales acrescentou: "Contrariamente aos ensinamentos seculares, as escrituras nos ensinam que temos liberdade de escolha e que as escolhas certas sempre têm repercussões nas oportunidades que temos e na nossa capacidade de agir e de progredir eternamente. Por exemplo: por meio do profeta Samuel o Senhor deu um mandamento bem claro ao rei Saul: “Enviou-me o Senhor a ungir-te rei (…); ouve, pois, agora a voz (…) do Senhor. Vai, pois, agora e fere a Amaleque; e destrói totalmente a tudo o que tiver”(1Samuel 15:1, 3) Mas Saul não seguiu o mandamento do Senhor. Fez o que chamo de “obediência seletiva”. Confiando em sua própria sabedoria, ele poupou a vida do rei Agague e trouxe de volta o melhor das ovelhas, das vacas e de outros animais. O Senhor revelou isso ao profeta Samuel e o enviou para depor Saul do trono real. (...) Como Saul não obedeceu com exatidão — como decidiu “obedecer seletivamente” — ele perdeu a oportunidade e o arbítrio de ser rei. Meus irmãos e irmãs, será que obedecemos com exatidão à voz do Senhor e de Seus profetas? Ou, tal como Saul, praticamos a “obediência seletiva” e tememos o juízo dos
homens?" ("Arbítrio: Essencial ao Plano de Vida", A Liahona, Novembro de 2010, pg. 26)
                        Ainda sobre a obediência seletiva, a citação do Presidente J. Reuben Clark Jr., que foi membro da Primeira Presidência, é muito pertinente: “O Senhor não nos deu nada que seja inútil ou desnecessário. Encheu as escrituras com o que devemos fazer para recebermos a salvação. (...) Quando tomamos o sacramento, fazemos o convênio de obedecer a Seus mandamentos. Não há exceções. Não há distinções nem diferenças” (Conference Report, abril de 1955, pp. 10–11).

6 de jun. de 2011

Livro da Vida

O Livro de Vida é um registro feito nos céus. Ele também é chamado de o Livro do Cordeiro (Apocalipse 21:27) e Livro dos Santificados (D&C 88:2). Todos os que merecerem um reino de glória, pelo poder expiatório, estarão inscritos neste livro. Esse livro será usado no Julgamento Final. Ter o nome riscado desse livro é o mesmo que ser condenado as trevas exteriores.
                O Presidente Brigham Young ensinou: "Os nomes de todos os filhos e filhas de Adão já estão escritos no Livro da Vida do Cordeiro. Chegará época em que serão apagados? Sim, quando se tornarem filhos de perdição, não antes disso. Toda pessoa tem o privilégio de manter seu nome nesse Livro para sempre. Se negligenciar esse privilégio, seu nome será apagado, não antes disso. Todos os nomes da família humana estão escritos nele, e o Senhor irá mantê-los ali até alcançarem o conhecimento da verdade, a ponto de poderem rebelar-se contra Ele e pecar contra o Espírito Santo; serão, então, lançados no inferno, e seu nome será apagado do Livro da Vida do Cordeiro" ("A Salvação por intermédio de Jesus Cristo", Ensinamentos dos Presidentes da Igreja - Brigham Young, pg. 292).
                Isso significa que todos os que nascerem nesta Terra já possuem seus nomes no Livro da Vida, pois aceitaram Cristo antes de nascer[1]. Mas para manter o nome escrito neste livro deve-se cumprir os mandamentos. O pecado pode fazer com que o nome inscrito seja riscado e tirado do livro[2]. E se isso acontecer há condenação.
                Pode acontecer até que o transgressor mantenha seu nome intacto nos registros da Igreja. O presidente Joseph Fielding Smith falou sobre isso: "Não seremos salvos no reino de Deus somente por nosso nome constar nos registros da Igreja. Será preciso mais que isso. Nosso nome terá que estar inscrito no Livro da Vida do Cordeiro; esta é a prova de que guardamos os mandamentos. Toda alma que não guardar os mandamentos terá seu nome riscado desse livro." (Conference Report, setembro-outubro de 1950, p. 10.) Deus não se deixa escarnecer (Gálatas 6:7).
                O Manual Princípios do Evangelho explica (na página 280), por meio de citação de vários profetas, sobre o significado e importância do Livro da Vida:
                "O Profeta Joseph Smith disse que os mortos serão julgados pelos registros mantidos na Terra. Seremos também julgados pelo “livro da vida” que é mantido nos céus (ver D&C 128:6–8). “Todos nós (…) compareceremos ante o ‘tribunal do Santo de Israel (…), então (…) [seremos] julgados de acordo com o santo julgamento de Deus’ (2 Néfi 9:15.) João teve a seguinte visão: ‘E abriram-se os livros; e abriu-se outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados (…) segundo as suas obras’ (Apocalipse 20:12.) Os ‘livros’ mencionados referem-se aos ‘registros [de suas obras] feitos na Terra.(…) E o livro que era o livro da vida é o registro que se faz no céu’ (D&C 128:7)” (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Harold B. Lee, 2000, p. 226).
                Com tudo isso somos levados a pensar que o Livro da Vida faz mais do que registrar nomes. Parece que ele é capaz de adicionar um status de retidão de maneira que os que forem justos por toda a vida estão escritos nele para receberem uma herança à mão direita de Deus (Alma 5:58). Mais especificamente estes serão os que forem considerados santos; e é por isso que poderão ser diferenciados dos outros inscritos no livro, e herdarão a Vida Eterna.
                Mas para ser santo precisamos de esforço diário.
                O élder Richard G. Scott disse: "Todos nós recebemos o mandamento de arrepender-nos e invocarmos a Deus continuamente por toda a vida. Esse padrão permite que cada dia seja uma página imaculada no livro da vida, uma oportunidade renovada" ("O Caminho da Paz e Alegria", A Liahona, Janeiro de 2001, pg. 31).
                O Presidente James E. Faust também falou sobre o assunto: "Cumprimento cada uma por suas obras diárias de retidão. Muito embora apenas umas poucas pessoas conheçam suas obras, elas estão registradas no livro da vida do Cordeiro, que um dia será aberto para testemunhar seu serviço dedicado, sua devoção e suas ações como 'instrumentos nas mãos de Deus, para realizar esta grande obra'" ("Instrumentos nas Mãos de Deus", A Liahona, Novembro de 2005, pg. 114).
                O élder Jeffrey R. Holland explicou que "um dos desafios enfrentados pelos fiéis é darem-se conta de que às vezes aqueles que não são obedientes e dignos parecem receber tantas bênçãos temporais quanto aqueles que fazem sacrifícios e servem, ou até mais. (…) Os santos devem ser fiéis até o fim sem fazer muitas comparações com as pessoas ao lado. (…) Não há dúvidas de que o sol nascerá também para os infiéis e talvez em algumas ocasiões brilhará ainda mais do que para os justos. Mas a fé e a devoção dos fiéis são registradas no livro da vida do Cordeiro e dia virá em que eles serão contados entre as jóias de Deus. Nesse dia, fará muita diferença quem foi justo e quem foi iníquo, quem serviu a Deus e quem não o fez. Até lá, todos devemos lembrar que Deus não bate o martelo antes do fim do julgamento.” (Christ and the New Covenant, pp. 296–297).



[1] Aqueles que não aceitaram o Plano do Pai Celestial, e decidiram seguir Satanás, foram privados do privilégio da mortalidade, pois não guardaram se primeiro estado (Abraão 3:26-28).
[2] Segundo o Presidente Young o único pecado que apagará nosso nome é a blasfêmia contra o Espírito Santo. Isso nos dá a entender que todos os que puderem suportar uma glória Telestial e Terrestrial ainda manterão seus nomes no Livro da Vida. Afinal, por mais pecadores e rebeldes que possam ser, eles aceitaram Cristo antes de nascer e cumprirão ao menos dois mandamentos: o de confessar que Jesus é o Cristo - pois todo joelho dobrará e toda língua confessará isso; e o de não cometer o pecado imperdoável. Por não terem recebido luz suficiente para blasfemarem contra o testemunho do Espírito Santo eles merecerão a graça de Cristo e serão salvos num reino de glória, correspondente a se nível espiritual.

19 de mai. de 2011

Poder Sobre as Nações - Comentário sobre Apocalipse 2:26

Poder sobre as nações
Ter poder sobre as nações pode significar (1) ter autoridade sobre as nações da Terra; (2) liderar politicamente as nações da Terra; e (3) receber e desfrutar de Vidas Eternas.

                1- Aquele que porta o sacerdócio tem maior poder que todos os soberanos da Terra juntos. Se for da vontade de Deus ele poderá "desafiar os exércitos das nações, dividir a Terra, quebrar todos os grilhões, (...) subjugar principados e poderes." (TJS Gênesis 15:31).
                O profeta Néfi, filho de Helamã, por exemplo, recebeu o poder selador, pelo qual tinha "poder sobre o povo" para feri-lo "com fome e com pestilência e destruição, segundo a iniqüidade do povo" (Helamã 10:6).
                O poder dos profetas esta muito acima do poder dos homens porque é o poder de Deus. Embora o Senhor permita que o homem seja seu próprio árbitro (D&C 29:35), através do sacerdócio Ele pode impedir, limitar e alterar os atos humanos. A seguinte história ilustra esse princípio: "Quando os exércitos de Hitler prepararam-se para invadir a Polônia, as comunicações com a Checoslováquia foram cortadas. A irmã  Toronto [que era esposa do presidente de Missão na Alemanha, e fora para Dinamarca por segurança] conta: “Vendo que eu estava muito preocupada e cada vez mais ansiosa [por causa de seu marido e dos missionários da missão], o Presidente [Joseph Fielding] Smith aproximou-se de mim, colocou um braço protetor em meus ombros e disse: “Irmã Toronto, esta guerra não terá início enquanto o irmão Toronto e seus missionários não chegarem a esta terra da Dinamarca’”.
                Na Checoslováquia, o Presidente Toronto e seus missionários terminaram seus negócios na quinta-feira, 31 de agosto. Pouco antes de partirem, porém, um dos missionários foi novamente preso e jogado na prisão. A rápida e inspirada intervenção do Presidente Toronto permitiu-lhe mostrar às autoridades alemãs que se tratava de um caso de identidade trocada, e o élder foi rapidamente libertado. Naquela noite, o grupo embarcou em um trem especialmente enviado para retirar a delegação britânica. Aquele foi o último trem a deixar a Checoslováquia. Eles passaram por Berlim na manhã do dia seguinte, e à tarde embarcaram na última balsa que sairia da Alemanha para a Dinamarca. A Alemanha invadiu a Polônia naquele mesmo dia, que é considerado geralmente como o início da Segunda Guerra Mundial. A profética promessa do Élder Joseph Fielding Smith à irmã Toronto foi cumprida com precisão." ("A Retirada dos Missionários", História da Igreja na Plenitude dos Tempos, pg. 525). O presidente Smith era um profeta do Senhor, que possuía o Santo Sacerdócio - e com tal poder realizou esse milagre.
                Além disso, a autoridade sobre as nações, naturalmente, inclui o poder de gerar vida e conduzi-las. E nesse aspecto o papel da maternidade é o mais preponderante.
                O Presidente Brigham Young disse: "As mães são um instrumento motriz nas mãos da Providência para guiar os destinos de nações. (…)  Conseqüentemente, pode-se ver de imediato o que lhes desejo inculcar na mente: que as mães são o mecanismo que dá estímulo ao ser humano e guia os destinos e a vida dos homens na face da Terra."
                Ele disse também sobre as irmãs fiéis que não podem ter filhos: "Muitas irmãs lamentam não terem sido abençoadas com filhos. Dia virá em que terão milhões de filhos a sua volta e serão mães de nações, se forem fiéis aos convênios." ("Compreender o Novo e Eterno Convênio do Casamento", Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Brigham Young, pg. 167)

                2- O sacerdócio conforme recebido por Adão era um poder espiritual e político. Na era patriarcal havia uma teocracia (Abraão 3:26). E nesse sentido, os profetas e santos tinham "poder sobre as nações".
                Em alguns outros momento da História do mundo vemos o governo teocrático de Jeová surgir em sua plenitude. Seus servos, nesta ocasião, tinham, portanto, "poder sobre as nações", para regê-las com a palavra de Deus. É o caso da sociedade de Sião, nos tempos de Enoque (Moisés 7:17-21) e dos nefitas logo após a visita do Salvador (4 Néfi 1:1-22).
                Moisés tentou santificar seu povo para receberem leis mais elevadas, mas, por causa do orgulho e incredulidade eles não estavam prontos (D&C 84:23-25). No final, recusaram Deus como seu rei (I Samuel 8:7).
                Quando o Salvador voltar, estabelecerá um reino único sobre toda a Terra (GEE "Milênio"). Ele dará a seus servos poder sobre as nações, para selá-las para vida eterna (D&C 77:11). No milênio, os cargos eclesiásticos poderão também ser políticos e administrativos. Por exemplo, o bispo será um juiz comum para sua respectiva localidade.
                Os santos literalmente reinarão durante o milênio (Apocalipse 20:6).

                3- A promessa para Igreja de Tiatira referia-se ao terceiro significado de se ter poder sobre as nações. Era uma promessa que extrapolava a realidade mortal e finita. Era uma promessa para os que vencessem, ou seja, àqueles que recebessem sua exaltação.
                "Vidas Eternas" é uma expressão usada pelo Senhor para explicar que os que obtiverem o mais alto grau de glória poderão ter filhos espirituais, tal como o Pai Celestial. Eles se tornaram reis e sacerdotes do Deus Altíssimo (D&C 76:56). Eles reinarão sobre os anjos e sobre todos os mundos e reinos. A seguinte escritura nos abre essa grandiosa perspectiva:
                "E também, em verdade vos digo: Se um homem se casar com uma mulher pela minha palavra, que é a minha lei, e pelo novo e eterno convênio e for selado pelo Santo Espírito da promessa por aquele que foi ungido, a quem conferi esse poder e as chaves desse sacerdócio e for dito a eles: Surgireis na primeira ressurreição; (...) e herdareis tronos, reinos, principados e poderes, domínios, todas as alturas e profundidades (...), ser-lhes-á feito de acordo com todas as coisas que meu servo disse, nesta vida e por toda a eternidade; e estará em pleno vigor quando estiverem fora do mundo; e passarão pelos anjos e pelos deuses ali colocados, rumo a sua exaltação e glória em todas as coisas, conforme selado sobre sua cabeça; glória essa que será uma plenitude e uma continuação das sementes para todo o sempre.
                Então serão deuses, pois não terão fim; portanto serão de eternidade em eternidade, porque continuarão; então serão colocados sobre tudo, porque todas as coisas lhes serão sujeitas. Então serão deuses, porque terão todo o poder e os anjos lhes serão sujeitos.
                Em verdade, em verdade vos digo: A não ser que guardeis minha lei, não obtereis esta glória.
                Pois estreita é a porta e apertado o caminho que leva à exaltação e à continuação das vidas, e poucos há que o encontram, porque no mundo não me recebeis nem me conheceis.
                Mas se me receberdes no mundo, então me conhecereis e recebereis vossa exaltação; para que, onde eu estiver, estejais vós também.
                 Isto é o significado de vidas eternas: Conhecer o único sábio e verdadeiro Deus e Jesus Cristo, a quem ele enviou. Eu sou ele. Recebei, portanto, minha lei." (D&C 132:19-24, itálicos adicionados)