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25 de mar. de 2014

Por que a passagem de Mateus 7:1–2, da Tradução de Joseph Smith, difere das passagens correspondentes do Novo Testamento e do Livro de Mórmon?

Um rapaz que não conheço pessoalmente, mas que é de minha fé, me questionou a respeito de uma aparente contradição de passagens escriturísticas. Ele disse que buscou a resposta, mas não a encontrou. Com a esperança de ajuda-lo escrevi esta postagem[1].


Entendendo a pergunta
Em Mateus 7:1-2, o Salvador, como parte de seu extraordinário Sermão da Montanha, ensinou que os homens não deviam julgar:
Não julgueis, para que não sejais julgados.
Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós.

Semelhante ensinamento encontra-se em outros evangelhos (Lucas 6:37, João 7:24). Encontra-se, inclusive, no Livro de Mórmon, onde o Salvador ressurreto ensinou princípios muito parecidos com o que ensinou no Velho Mundo:
E então aconteceu que após ter dito estas palavras, Jesus de novo se voltou para a multidão e, tornando a abrir a boca, disse-lhes: Em verdade, em verdade vos digo: Não julgueis, para que não sejais julgados.
Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados e com a medida com que medirdes vos hão de medir a vós. (3 Néfi 14:1-2)

Quando Joseph Smith traduziu algumas passagens da Bíblia[2], modificou Mateus 7:1-2, deixando o texto da seguinte maneira:
Ora, estas são as palavras que Jesus ensinou a seus discípulos para que dissessem ao povo.
Não julgueis injustamente, para que não sejais julgados; mas julgai com um julgamento justo.

Comparando as passagens temos:

Passagens
MATEUS 7:1-2
3 NÉFI 14:1-2
TJS MATEUS 7:1-2
Público
-
E então aconteceu que após ter dito estas palavras, Jesus de novo se voltou para a multidão e, tornando a abrir a boca, disse-lhes
Ora, estas são as palavras que Jesus ensinou a seus discípulos para que dissessem ao povo.
Mandamento
Não julgueis,
Em verdade, em verdade vos digo: Não julgueis,
Não julgueis injustamente,
Explicação do motivo pelo qual devemos guardar o mandamento
para que não sejais julgados.

para que não sejais julgados.
para que não sejais julgados;
Explicação mais detalhada sobre o motivo do mandamento (consequência de julgar).
Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós.

Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados e com a medida com que medirdes vos hão de medir a vós.
-
Como devemos julgar
-
-
mas julgai com um julgamento justo.

Entendi que o questionador desejava não apenas uma explicação sobre o motivo pelo qual as passagens diferiam – mas especialmente se teria o Profeta Joseph Smith errado ao traduzir de forma diferenciada Mateus 7:1-2. Afinal, ele, Joseph Smith, é quem fizera a tradução do Livro de Mórmon, alguns anos antes de traduzir a Bíblia. Se o Livro de Mórmon contém uma tradução mais correta dos ensinamentos do Mestre – pois não foi submetido por dezenas de copistas e interpretes nos séculos de escuridão espiritual, como a Bíblia – não deveria conter o mesmo ensinamento original – o qual só teria sido restituído na Tradução de Joseph Smith da Bíblia? Em outra palavras: não deveria o texto de 3 Néfi 14:1-2 ser idêntico ou muito parecido com a Tradução de Joseph Smith de Mateus 7:1-2? Essa divergência não demonstra um equivoco – e talvez até uma falta de inspiração?

Claro que não!


Pressuposto
Há, todavia, um pressuposto (um conhecimento preliminar) necessário para que minha explicação seja adequada e faça pleno sentido. E este pressuposto é o testemunho (conhecimento espiritual) de que Joseph Smith foi um profeta de Deus.

Eu sei que Joseph Smith foi um profeta de Deus, pois pelos seus frutos o reconheci como tal (Mateus 7:15-20). E também sei que ele foi um profeta porque pelo poder e dom do Espírito Santo adquirir este conhecimento (Morôni 10:5). Convido a todos que não receberam esta certeza a perguntarem a Deus se Joseph não foi um profeta. A resposta seguramente vira ao que pedirem com fé, no devido tempo e no modo que Deus achar devido.

Os que estão relutantes, hesitantes, duvidosos e temerosos – precisam de um fortalecimento sobre o chamado divino do Profeta da Restauração – portanto, devem buscar ler e compreender quem foi este homem e depois orar a Deus. O próprio Senhor prestou testemunho de seu servo escolhido nesses últimos dias: “Portanto eu, o Senhor, conhecendo as calamidades que adviriam aos habitantes da Terra, chamei meu servo Joseph Smith Júnior e falei-lhe do céu e dei-lhe mandamentos” (D&C 1:17).


Resposta
Já que Joseph Smith foi um profeta, e sabemos que o Senhor o ordenou traduzir partes da Bíblia, não há como pensar que ele tenha se equivocado ao revisar Mateus 7:1-2. Então a pergunta é: qual o motivo de serem as passagens – do novo testamento, Livro de Mórmon e Tradução de Joseph Smith diferentes?

Primeiro vejamos se as passagens são contraditórias. Em sentido, não o são. De fato, são complementares. Usando apenas o Novo Testamento temos o ensinamento de “não julgar” (em Mateus 7:1-2) e o mandamento de “julgar segundo a reta justiça” (João 7:24). O primeiro mandamento refere-se a não julgar terminantemente – pois o juízo final pertence a Deus (Salmos 7:11, 88:2, João 5:22). O segundo, diz que devemos usar nosso arbítrio para escolher, avaliar, discernir, examinar, mensurar, classificar e determinar para nosso bem. “O Senhor não estava dizendo que nunca devemos julgar ninguém. Alguns oficiais da Igreja, como os bispos e presidentes de Estaca, são chamados para serem juízes em Israel, e deles se espera que julguem. Temos que julgar ao escolher amigos e pessoas com que nos associamos” (“Fazer a Vontade do Pai”, Manual do Aluno do Seminário, 1984, pg. 43).

O Élder Dallin H. Oaks disse: “Eu já fiquei intrigado ao ver que algumas escrituras nos ensinam a não julgar enquanto outras ensinam que devemos julgar e até nos dizem como fazê-lo. Ao estudar essas passagens, porém, concluí que essas orientações aparentemente contraditórias são bastante coerentes quando vistas de uma perspectiva eterna.
A chave é compreender que existem dois tipos de julgamentos: julgamentos finais, que nos são proibidos e julgamentos intermediários, que somos instruídos a fazer, mas de acordo com princípios justos. (…)
Primeiro, um julgamento justo precisa, por definição, ser intermediário (…)
Segundo, para fazermos um julgamento precisamos ser orientados pelo Espírito do Senhor e não levados pela raiva, desejo de vingança, inveja, ciúmes ou interesses pessoais. (…)
Terceiro para ser justo, qualquer julgamento intermediário que fizermos precisa ser quanto a algo dentro de nossa esfera de responsabilidade. (…)
Quarto, se possível, devemos abster-nos de julgar até que o nosso conhecimento dos fatos seja adequado” (“‘Judge Not’ and Judging”, Ensign, agosto de 1999, pp. 7, 9–10).

Segundo analisemos a diferença entre a passagem no Livro de Mórmon e a do Novo Testamento (conforme traduzido por Joseph Smith).

No novo Testamento, o Senhor está ensinado “seus discípulos” (conforme a Tradução de Joseph Smith de Mateus 7:1-2). Embora grande parte do Sermão tenha sido dirigido ao povo em geral,  sabemos que houve ocasiões em que Jesus se dirigiu especialmente para aqueles que se tornariam os líderes da Igreja. Assim a passagem de Mateus 7:1-2, conforme esclarecida por Joseph Smith, se aplica aos líderes da Igreja (pois a eles Cristo se dirigiu): eles deveriam julgar – mas com justiça. Outras passagens corroboram esta explicação. Por exemplo: Jesus disse que Pedro e os outros apóstolos O ajudariam a julgar a casa de Israel (Lucas 22:30). O Livro de Mórmon ensina que os Doze Apóstolos Nefitas julgarão o povo de Néfi – e estes serão julgados pelos Doze que Cristo escolheu em seu ministério mortal (1 Néfi 12:7-10). Aos doze nefitas o Senhor Ressurreto disse: “E sabei vós que sereis os juízes deste povo, de acordo com o julgamento que vos darei, que será justo (...)” (3 Néfi 27:27).
Esses líderes deveriam também ensinar essas palavras ao povo.
No Livro de Mórmon, ao contrário do que ocorreu no Velho Mundo, o Senhor, nesta parte de seu discurso, “se voltou para a multidão” (3 Néfi 14:1). Ele ensinou ao povo em geral diretamente que não deveriam fazer julgamentos.

Terceiro.  Há uma outra pequena diferença, entre as circunstancias exteriores das passagens.Mateus, como escritor, estava dirigindo suas palavras especialmente aos judeus[3]. Ele realçou profecias e ensinamentos que mais impactariam os judeus. Portanto, Mateus selecionou partes do Sermão da montanha e outros ensinamentos do Salvador que entendia serem mais pertinentes aos judeus. Mórmon também tinha um povo em mente: nós. E por isso registrou o que registrou.

Quarto. Na época que Joseph Smith traduziu o Livro de Mórmon, embora não tenha copiado o texto Bíblico, certamente achou nele inspiração, entendimento e compreensão – que facilitaram a tradução do Livro de Mórmon. A linguagem bíblia serviu de parâmetro para a escolha de termos e expressões linguísticas. Afinal, toda pessoa que traduz um texto faz mais do que meramente substituir uma palavra por outra, de novo idioma. Deve-se interpretar – e passar o verdadeiro sentido do texto original, ou o mais próximo disso. Para ser um eficiente interprete é preciso conhecer muito mais do que a língua em si. Embora Joseph contasse com a ajuda celeste – com mensageiros do céu, objetos especiais e o com o maravilhoso poder do Espírito Santo – certamente precisou dedicar-se o máximo na leitura do texto bíblico que tinha disponível – pois tal esforço mostraria a Deus, que ele, Joseph, estava disposto a receber mais (Mateus 25:29). Mesmo que ele não tivesse a bíblia teria conseguido realizar a tradução – pois para Deus “nada é impossível”. Mas a Bíblia certamente foi uma bênção na vida do Jovem Profeta.

Agora, o fato de ter a Bíblia na equação não desqualifica o milagre da tradução. Há muitas evidencias que atestam a divindade da obra[4]. Joseph não apenas lia o “egípcio reformado” das placas de ouro e escolhia uma palavra em inglês que a representasse. Ele tinha que fazer algo além de pedir a Deus compreensão. Devia, com relação ao texto a ser traduzido, “estudá-lo bem em tua mente; depois me deves perguntar se está certo [perguntar a Deus] e, se estiver certo, farei arder dentro de ti o teu peito; portanto sentirás que está certo.” (D&C 9:7-8). Sobre a tradução do Livro de Mórmon recomendo os seguintes textos: O Milagre da Tradução do Livro de Mórmon, Tradução e Publicação do Livro de Mórmon – que mostram que Joseph precisou se esforçar muito para traduzir o Livro de Mórmon – e que sua tradução representou um grande milagre.

O Senhor aprovou a milagrosa e tradução e disse que ele “contém a verdade e a palavra de Deus— que é minha palavra aos gentios; para que logo seja levado aos judeus, de quem os lamanitas são remanescentes, para que creiam no evangelho e não mais esperem que venha um Messias já vindo.” (D&C 19:26-27).

Além de traduzir Joseph precisou interpretar o que traduzira. Ele foi ficando mais e mais experiente nisso (prova disso é que ele deixou de usar a Pedra do Vidente e Urim e Tumim - que eram auxílios enviados pelos céus para ajudar o iletrado rapaz). Na época da tradução de Mateus 7, Joseph já tinha suficiente maturidade como interprete para explicar e dar um sentido mais evidente a certas passagens, para o leitor moderno.

Quinto. As palavras são menos importantes que a mensagem que elas visam transmitir. Ou seja, o espírito da lei é maior que a lei em si. Para fomentar ou realçar alguns ensinamentos o Senhor e seus profetas podem alterar as palavras de uma passagem de escritura. Um exemplo é Malaquias 4:5-6. Lá o Senhor diz que “converterá o coração dos pais aos filhos”. Em 3 Néfi 25:5-6 lemos que o poder de Elias “voltará o coração dos pais aos filhos”. E em Doutrina e Convênios 2:2-3 o Senhor utiliza a palavra plantar: “ele plantará no coração dos filhos as promessas feitas aos pais”. Há algum erro nessas passagem? Claro que não! Elas querem todas dizer a mesma coisa: mas cada uma transmite a mensagem através de um significante diverso.

Nossa linguagem mortal é imperfeita – e para se transmitir a verdade vez por outra é necessário, devido a uma situação concreta, usar sinônimos, figuras de linguagem e até paráfrases.

Sexto. Alguns estudiosos do Livro de Mórmon afirmam que tanto a versão inspirada de Joseph Smith de Mateus 7 quanto a tradução de 3 Néfi 14 querem dizer a mesma coisa (mesma finalidade). Mas a tradução de Mateus 7 seria mais clara para nós, povo dos últimos dias, porque a forma de colocação das palavras transmitiria o significado da passagem de maneira mais óbvia; enquanto o relato de 3 Néfi seria uma tradução mais literal do original (do Hebraico) [5].


Breves considerações sobre as Tradução de Joseph Smith da Bíblia
“O Senhor inspirou o Profeta a restituir ao texto bíblico as verdades que haviam sido perdidas ou alteradas desde que o original fora escrito. Essas verdades restauradas esclareceram doutrinas e melhoraram a compreensão das escrituras. (...) Por ter o Senhor revelado a Joseph algumas verdades que os autores haviam registrado, a Tradução de Joseph Smith é diferente de qualquer tradução da Bíblia. Nesse sentido, a palavra tradução é usada em um sentido mais amplo e de forma diferente da habitual, posto que a tradução de Joseph foi mais revelação que uma tradução literal de um idioma para outro.” (Introdução aos Trechos Selecionados da Tradução de Joseph Smith).

“Tradução ou revisão da versão da Bíblia em inglês, conhecida como a Versão do rei Jaime, que o Profeta começou a fazer em junho de 1830. O Senhor ordenou a Joseph que fizesse a tradução, e este a considerava como parte de seu chamado como profeta.
Embora em julho de 1833 Joseph tivesse completado a maior parte da tradução, ele continuou a fazer modificações enquanto preparava um manuscrito para publicação, até sua morte em 1844. Embora ele tenha publicado algumas partes da tradução enquanto vivia, provavelmente teria feito outras modificações se tivesse vivido para publicar toda a obra. A Igreja Reorganizada de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias publicou em 1867 a primeira edição da versão inspirada de Joseph Smith, da qual, desde aquela época, publicaram diversas edições.
O Profeta aprendeu muitas coisas no processo da tradução. Algumas seções de Doutrina e Convênios foram recebidas em virtude de seu trabalho na tradução (como as seções 76, 77, 91 e 132). Além disso, o Senhor deu a Joseph instruções específicas para a tradução, que foram registradas em Doutrina e Convênios (D&C 37:1; 45:60–61; 76:15–18; 90:13; 91; 94:10; 104:58; 124:89). O Livro de Moisés e Joseph Smith—Mateus, hoje incluídos na Pérola de Grande Valor, foram extraídos diretamente da Tradução de Joseph Smith.
A Tradução de Joseph Smith restaurou algumas coisas claras e preciosas que foram perdidas da Bíblia (1 Né. 13). Embora ela não seja a Bíblia oficial da Igreja, essa tradução fornece muitos esclarecimentos interessantes e é um recurso valioso para entendermos a Bíblia. Ela é também um testemunho do divino chamado e do ministério do Profeta Joseph Smith.” (“Tradução de Joseph Smith (TJS)”, Guia Para Estudo das Escrituras)

“O Livro de Mórmon nos proporcionou iluminação sem par com referência a muitos assuntos do evangelho, mas dá poucos detalhes a respeito de outros temas, tais como a existência pré-mortal, os graus de glória, casamento celestial, Sião, a lei de consagração e a organização dos quóruns do sacerdócio. Muitas dessas doutrinas foram reveladas ao Profeta à medida que ele traduzia a Bíblia. Vê-se que um dos propósitos da Tradução de Joseph Smith (TJS) era ade servir como “professor” de Joseph Smith, pois quando o Senhor ordenou que ele começasse a fazer a tradução do Novo Testamento, disse: “E agora, eis que vos digo que nada mais vos será dado saber concernente a este capítulo, até que o Novo Testamento seja traduzido; e nele todas estas coisas serão dadas a conhecer; portanto agora vos permito traduzi-lo, para que estejais preparados para as coisas que hão de vir” (D&C 45:60-61).
Não será difícil entendermos a contribuição doutrinária da TJS, se virmos às revelações de Joseph Smith em ordem cronológica. Os primeiros exemplares do Livro de Mórmon se tornaram disponíveis durante a semana de 26 de março de 1830. Dentro de poucos dias, no dia 6 de abril, a Igreja foi organizada. Poucas semanas depois, em junho de 1830, constatamos a primeira revelação concernente à TJS. Nós a conhecemos como o livro de Moisés, capítulo 1, da Pérola de Grande Valor. Ao compararmos a cronologia da Nova Tradução com a de Doutrina e Convênios, notamos que alguns conceitos foram apresentados à mente do Profeta durante a tradução da Bíblia na qual foram, de fato, primeiramente registrados. Mais tarde alguns destes assuntos foram elaborados e elucidados por revelações subsequentes que hoje aparecem nas seções de Doutrina e Convênios. Poderíamos adquirir um entendimento mais completo, mais rico e mais claro da forma que a doutrina se desdobrava se colocássemos as passagens reveladas do Novo Testamento na sua devida ordem cronológica entre as seções correspondentes de Doutrina e Convênios. Por exemplo, Moisés 1 da TJS ficaria logo antes da seção 25; Moisés 2-5 apareceria um pouco antes da seção 29; Moisés 6 logo antes da seção 35 e Moisés 7 apareceria antes da seção 37. Antes de termos acesso aos manuscritos originais da TJS, esta comparação era impossível de ser feita, pois desconhecíamos as datas em que as revelações foram registradas nos manuscritos. A análise dos originais transforma nossa perspectiva.
As credenciais que concediam ao Profeta Joseph Smith a autorização de traduzir a Bíblia era o fato de ele ter sido chamado pelo Senhor para fazê-lo. Sua situação assemelha-se a de Néfi a quem o Senhor ordenou que construísse um navio. Néfi se sentia confiante que “se Deus me tivesse ordenado que fizesse todas as coisas, poderia fazê-las” (1 Néfi 17:50). Até 1830, quando Joseph Smith iniciou a tradução da Bíblia, ele já era um tradutor experiente devido a sua tradução do Livro de Mórmon. Ele disse que ele e Oliver Cowdery receberam ajuda específica do Espírito Santo para que as escrituras lhes fossem “abertas ao nosso entendimento e o verdadeiro significado e intenção de suas passagens mais misteriosas revelaram-se a nós de uma forma que jamais havíamos conseguido antes e que sequer imaginávamos” (Joseph Smith—História 1:74). Tal ajuda ultrapassaria até a maior habilidade linguística de tradução.
(...)
Será a Tradução de Joseph Smith simplesmente um comentário de Joseph Smith acerca da Bíblia, ou será ela uma restauração de materiais perdidos? Posto que o papel da TJS é o de fonte primária da doutrina dos Santos dos Últimos Dias, conforme revelada por ordem do Senhor, parece haver fortes motivos para argumentar que a TJS se trata da restauração do significado e conteúdo doutrinário que se perdeu da Bíblia. Quando Sidney Rigdon foi chamado para servir de escrivão para Joseph Smith no trabalho de tradução, o Senhor lhe disse: “Tu [escreverás] por ele; e as escrituras serão dadas tal qual se acham em meu próprio seio, para salvação de meus eleitos ” (D&C 35:20) Subentende-se que a Bíblia, da forma em que se encontrava naquela época, não estava no “próprio seio” de Deus. A Bíblia é o testemunho de Judá acerca de Deus e de Jesus Cristo. Não bastavam o Livro de Mórmon, Doutrina e Convênios e a Pérola de Grande Valor para restaurar as verdades doutrinais perdidas. Para fazer jus aos profetas bíblicos tornou-se preciso restaurar a própria Bíblia a seu poder original de testemunha de Jesus Cristo e seu evangelho. A Bíblia tinha de ser corrigida e a Tradução de Joseph Smith faz uma contribuição poderosa à restauração de suas verdades.” (“A Nova Tradução e a Doutrina dos Santos dos Últimos Dias”, Religious Studies Center).

Resposta objetiva e conclusão
Por que a passagem de Mateus 7:1–2, da Tradução de Joseph Smith, difere das passagens correspondentes do Novo Testamento e do Livro de Mórmon?

Mateus 7:1-2 da Tradução de Joseph Smith difere de Mateus 7:1-2 do Novo Testamento porque o verdadeiro significado da passagem acabou sendo deturpado nos anos de escuridão espiritual, após a morte dos apóstolos de Cristo no Meridiano dos Tempos. Joseph restaurou o significado verdadeiro. Ele deixou mais clara a passagem.

Mateus 7:1-2 do Novo Testamento não difere de 3 Néfi 14:1-2 - se não no contexto, porque o Senhor ensinou sobre o tema de “julgamento” a grupos diversos. No Novo testamento o Senhor se dirigiu aos líderes (conforme fica claro na TJS), no Livro de Mórmon ele se voltou à multidão – falando a todo o povo em geral, indistintamente. Se houve algum ensinamento diferente foi apenas um outro aspecto do mesmo tema.

As passagens traduzidas de Joseph Smith (TJS Mateus 7:1-2 e 3 Néfi 14:1-2) não necessitam ser idênticas – tratando-se de ensinamentos dirigidos a povos com circunstancias peculiares. Todavia, eles podem estar dizendo a mesma coisa - ainda que com palavras diferentes.

Os ensinamentos da Bíblia, TJS e Livro de Mórmon não são contraditórios – mas complementares. Soma-se para nosso beneficio e instrução.

Finalmente, o Senhor - através de seus profetas - pode alterar ou modificar algumas palavras ou frases para que o receptor da mensagem compreenda mais plenamente o que Ele quer dizer. Assim, as palavras não são tão importantes quanto o que querem dizer – o instrumento não é tão relevante quanto à mensagem.

O Senhor disse: “Por que murmurais por receberdes mais palavras minhas? (...) Portanto digo as mesmas palavras, tanto a uma nação como a outra. (...). E isto eu faço para provar a muitos que sou o mesmo ontem, hoje e para sempre; e que pronuncio minhas palavras segundo minha própria vontade.” Depois Ele afirmou enfaticamente “E porque eu disse uma palavra não deveis supor que não possa dizer outras; pois meu trabalho ainda não está terminado nem estará até o fim do homem nem desde aí para sempre.” (2 Néfi 29:8-9)

Devemos, pelo que foi dito, ser gratos por tanta luz e restauração concedida em nossos dias. E caso haja perguntas ou necessidade de mais explicação sempre podemos recorrer ao Pai misericordioso que dá luz ao entendimento, através de seu santo Espírito.







[2] “De acordo com o Livro de Mórmon, no início a Bíblia continha a plenitude do evangelho de forma doutrinária muito clara. Mas logo após os tempos dos profetas do Velho Testamento, bem como depois da era do Novo Testamento, houve mudanças na Bíblia até tal ponto que já não continha a palavra revelada na sua plenitude e clareza originais (1 Néfi 13:24-29). O problema que enfrentamos hoje em dia não consiste na falta de poder traduzir línguas antigas, e sim na falta de manuscritos originais, ou pelo menos documentos completos e adequados. A grande perda de verdades do evangelho que resultou da retirada de “coisas claras e preciosas” da Bíblia (1 Néfi 13:28) coincidiu com a apostasia universal, de forma que há séculos que no mundo não se veem nem uma Bíblia adequada nem uma igreja que ensine a plenitude do evangelho. Uma parte fundamental e inicial da restauração da Igreja do Senhor à terra foi o fato do Profeta Joseph Smith ter recebido o mandamento de fazer uma tradução revelada da Bíblia, uma que visasse restaurar textos perdidos bem como ensinamentos perdidos e contribuísse à base doutrinária de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.” (“A Nova Tradução e a Doutrina dos Santos dos Últimos Dias”, Religious Studies Center).
[3] “Se as profecias do Velho Testamento e os acontecimentos da vida de Jesus Cristo forem comparados a dois elos de correntes diferentes, o testemunho de Mateus pode ser considerado um elo que une os outros dois elos. Mateus citou o Velho Testamento mais do que qualquer outro autor do Novo Testamento. Os primeiros versículos de Mateus mostram o nascimento de Jesus como uma continuação da história do Velho Testamento. Em sua leitura, você descobrirá que Mateus está sempre salientando que Jesus cumpriu as promessas e profecias do Velho Testamento (...)
Além de mostrar como Jesus cumpriu as profecias do Velho Testamento a respeito do Messias, Mateus ensinou como Jesus Cristo deu uma lei maior que a de Moisés, que era praticada pelos judeus do Velho Testamento. (Ver Mateus 5–7; em particular tome nota de Mateus 5:21–22, 27–28, 31–32, 38–42.)
Mateus também apresentou mais relatos do que Marcos, Lucas ou João sobre como os líderes dos judeus rejeitaram Jesus, a despeito dos muitos testemunhos de que Ele era seu Messias. Esse empenho em salientar que Jesus era o cumprimento da lei e profecia do Velho Testamento parece indicar que Mateus tinha um público judeu em mente ao escrever e que desejava que eles soubessem que Jesus era seu Messias.” (Manual do Aluno do Seminário – Curso do Novo Testamento, pg. 9)
[4]      Uma das evidências mais significativas encontra-se nas palavras de Isaías, mencionadas no Livro de Mórmon. Isaías falando sobre os últimos dias, especificamente sobre o Grande Dia do Senhor disse: "Pois o Senhor dos exércitos tem um dia contra todo soberbo e altivo, e contra todo o que se exalta, para que seja abatido; contra todos os cedros do Líbano, altos e sublimes; e contra todos os carvalhos de Basã;  contra todos os montes altos, e contra todos os outeiros elevados; contra toda torre alta, e contra todo muro fortificado; e contra todos os navios de Társis, e contra toda a nau vistosa" (Isaías 2:12-16). Nessa passagem Isaías esta indicando a destruição dos orgulhosos quando o Senhor retornar.
Néfi, Jacó e o Salvador repetiram grande partes das palavras de Isaías no Livro de Mórmon. Néfi considerava as palavras de Isaías claras e valiosas para serem aplicadas a vida, ele sabia que elas conduziam ao Salvador (1 Néfi 19:18, 23-24, 2 Néfi 25:1-4). Como ele só escreveu nas placas o que considerava sagrado (1 Néfi 6:4-6, 9; 19:6), citou o profeta Isaías e comentou as passagens para que seu povo e nós entendêssemos. Algo, porém, aconteceu indiretamente. O livro de Isaías que Néfi possuía era muito mais impoluto que o nosso, porque não havia passado por várias traduções, por centenas de anos, durante uma Grande Apostasia. Portanto, embora o livro de Isaías da Bíblia seja semelhante as palavras registradas no Livro de Mórmon, há diferenças. E uma dessas diferenças se torna uma poderosa evidencia para a autenticidade do Livro de Mórmon e da Tradução do Livro de Mórmon. Sidney B. Sperry, estudioso do evangelho, disse:
"Em 2 Néfi 12:16 (Isaías 2:16), o Livro de Mórmon apresenta uma redação muito interessante. Começa com uma frase de [sete] palavras não existentes na versão hebraica. Como a Antiga Versão Septuaginta (Grega) concorda com a frase a mais do Livro de Mórmon, comparemos as redações - Livro de mórmon (LM) e Versão Septuaginta (VS) - como se segue:

LM. E todos os navios do mar,
VS. E todo navio do mar
LM. E todos os navios de Társis
VS. E contra todos os navios de Társis
LM. todos os cenários agradáveis
VS. E todos os cenários agradáveis
VS. E todo espetáculo de belos navios
(...)
"O Livro de Mórmon sugere que o texto original deste versículo continha três frases, começando com as mesmas palavras  "E todos". Por um acidente bastante comum, o texto original em hebraico perdeu a primeira frase que, no entanto, foi preservada pela Septuaginta. Esta perdeu a segunda frase e aparentemente corrompeu a terceira. O Livro de Mórmon preservou a três frases. Os eruditos poderiam alegar que Joseph Smith tirou a primeira da Septuaginta. Mas o profeta não sabia grego, nem há evidência alguma de que tenha tido acesso a uma cópia dela, quando traduziu o Livro de Mórmon, em 1829" (The Voice of Israel´s Prophets, pp. 90-91).

[5] "In summary, both are correct: the wording in the Inspired Version is (in a sense) an explanation of the Hebrew idiom which clarifies the mean' for us. The wording in the Book of Mormon is the Hebrew idiom itself. We take comfort in the words: "I Nephi ... make a record in the language of my father, which consists of the learning of the Jews and the language Egyptians." (I Nephi 1:1)" Leia mais: http://www.restoredcovenant.org/Document.asp?CAT=Hebrew+Nature&DOC=Lead+Us+Not+Into+Temptation%3A+A+Hebrew+Idiom

14 de set. de 2012

Como obter resposta para questões polêmicas?


                Muitos membros da Igreja se incomodam com alguns assuntos do evangelho, ou com assuntos que embora não se relacionem diretamente ao evangelho, acabam por ter implicações no mesmo. Na maioria das vezes, esses assuntos são fruto de uma passagens de escritura obscura, de um único e isolado discurso de uma Autoridade Geral ou um acontecimento da História da Igreja que é destoante do nosso entendimento de como as coisas deveriam ter sido. Quando esses assuntos passam a fazer parte de debates intelectuais, explicações unilaterais e especulações de modo geral, entre outros, os assuntos podem vir a tornar-se polêmicos. E essa repercussão pode destruir a fé. Por isso o Apóstolo Paulo aconselhou à Timóteo: "rejeita as questões loucas, e sem instrução, sabendo que produzem contendas" (2 Timóteo 2:23). Em outra ocasião ele também disse: "Mas não entres em questões loucas, genealogias e contendas, e nos debates acerca da lei; porque são coisas inúteis e vãs." (Tito 3:9).
                Felizmente, na maioria das vezes, esses assuntos polêmicos são evitados nas salas de aula da Igreja e nos Seminário e Instituto de Religião SUD. Isso é muito apropriado, porque devido as especulações de coisas que Deus decidiu não revelar totalmente e outros motivos,  a mera citação do tema gera grandes anseios, hesitações, ofensas, distúrbios - além de pecar contra o currículo aprovado para o ensino na Igreja.
                Na maior parte das vezes as questões polemicas acabam por resultar em doutrinas profundas[1].
                Entretanto somos incentivados a buscar conhecimento. O Profeta Joseph Smith disse: "O homem é salvo na mesma proporção em que adquire conhecimento, porque se não adquirir conhecimento, será levado cativo por algum poder maligno no outro mundo, porque os espíritos malignos terão mais conhecimento e consequentemente mais poder do que muitos homens que estão na Terra. Por isso precisamos de revelação para ajudar-nos e dar-nos conhecimento das coisas de Deus" (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph Smith, pg. 278)
                 Só porque um assunto não foi totalmente revelado pelas escrituras ou profetas não significa que não possa ser revelado a nós pessoalmente. O Profeta Joseph Smith disse certa vez: "Deus nada revela a Joseph que não revele aos Doze, e até mesmo o menor dos santos poderá receber todas as coisas, tão logo possa suportá-las, pois chegará o dia em que nenhum homem terá que dizer ao seu semelhante: Conhecei a Jeová; porque todos (os que permanecerem) o conhecerão, desde o menor deles até o maior." (Smith, Ensinamentos, pg. 145). Em certa ocasião o Presidente Lorenzo Snow recebeu uma revelação sobre o potencial divino do homem. Isso foi em 1840. Todavia foi incentivado pelo Profeta a não compartilhar o que tinha aprendido pelo Espírito até que o Presidente da Igreja ensinasse a doutrina publicamente, o que ocorreu quatro anos depois (Presidentes da Igreja, pg. 90). O Presidente Brigham Young falou sobre a possibilidade de recebermos uma revelação sobre um assunto que não foi revelado publicamente: "Se receber uma visão ou revelação do Todo-Poderoso, concedida pelo Senhor particularmente a você ou a este povo, mas que não deva ser revelada, por você não ser a pessoa adequada para fazê-lo ou por ainda não ser próprio que ela chegue ao conhecimento das pessoas, então guarde-a, sele-a e feche-a tão hermeticamente quanto o céu e torne-a mais secreta que um túmulo. O Senhor não confia naqueles que revelam segredos, pois não pode revelar-se de modo seguro a tais pessoas. (DBY, pp. 40–41).
                Acredito que existam perguntas boas e perguntas melhores. As melhores indagações são aquelas que concedem respostas necessárias para lidar com nossas próprias  circunstâncias e dificuldades. Uma pergunta boa é: "onde os dinossauros se encaixam no plano de salvação?" Uma pergunta melhor é: "Como posso ajudar meu pai a compreender que Deus vive e o ama?"
                Muitas vezes as perguntas polemicas não fazem parte do rol das perguntas melhores - ou seja, sua resposta não fará uma grande diferença em nossa vida mortal. Não obstante, algumas questões polemicas são muito pertinentes - e em alguns casos, se não forem adequadamente respondidas poderão levar-nos a condenação. Por isso devemos buscar respostas.
                O Presidente Dieter F. Uchtdorf falou sobre termos uma atitude inquiridora: "Na verdade, não sei como podemos descobrir a verdade sem fazer perguntas. Nas escrituras, raramente encontramos uma revelação que não foi dada em resposta a uma pergunta. Sempre que uma pergunta surgia, e Joseph Smith não tinha certeza de qual era a resposta, ele procurava o Senhor, e o resultado foram as maravilhosas revelações de Doutrina e Convênios. Muitas vezes o conhecimento que Joseph recebia ia muito além da pergunta original. Isso acontece porque o Senhor pode responder não apenas às perguntas que fazemos, mas o mais importante é que Ele pode responder às perguntas que deveríamos ter feito. Vamos dar ouvidos a essas respostas!
                O trabalho missionário da Igreja se baseia em pesquisadores sinceros que fazem perguntas genuínas. O questionamento é a base do testemunho. Alguns podem sentir-se envergonhados ou indignos por terem dúvidas a respeito do evangelho, mas não precisam se sentir assim. Fazer perguntas não é um sinal de fraqueza, mas, sim, um precursor do crescimento.
                Deus ordena que procuremos resposta para nossas dúvidas (ver Tiago 1:5-6) e pede apenas que busquemos “com um coração sincero e com real intenção, tendo fé em Cristo”(Morôni 10:4).Se fizermos isso, a verdade de todas as coisas pode ser manifestada a nós “pelo poder do Espírito Santo” (Morôni 10:5).
                Não tenham medo; façam perguntas. Sejam curiosos, mas não duvidem! Apeguem-se sempre à fé e à luz que já receberam. Como vemos de maneira imperfeita na mortalidade, nem todas as coisas farão sentido agora." (leia_aqui esse discursos completo)
                Há uma advertência a ser feita em nossa busca. Devemos lembrar que "os judeus eram um povo obstinado e desprezaram as palavras claras e mataram os profetas e procuraram coisas que não podiam compreender. Portanto, devido a sua cegueira, cegueira que lhes adveio por olharem para além do marco, [caíram], pois Deus tirou-lhes a sua clareza e entregou-lhes muitas coisas que não [podiam] entender, pois assim o desejaram. E, porque o desejaram, Deus o fez, para que [tropeçassem]" (Jacó 4:14).
                É um dom celestial desejar aprender. Mas o desejo irrestrito - sem paciência, sabedoria e dignidade - leva à extremos: ou ao fanatismo, ou ao ceticismo. Lembremo-nos que Deus "concede aos homens segundo os seus desejos, sejam estes para a morte ou para a vida; sim, (...) ele concede aos homens, sim, dá-lhes decretos inalteráveis segundo seus desejos, sejam eles para salvação ou para destruição" (Alma 29:4). Assim, nosso desejo deve ser acompanhado dos atributos cristãos: obediência, paciência, esperança, amor, etc.
                Dito isso, para achar a resposta para as questões polemicas, uso cinco princípios. Eu acabo utilizando-me deles naturalmente, sem prestar atenção em seguir algum método. Mesmo assim, coloquei-os de tal modo a serem utilizados em sequencia, como um método ou caminho para se achar uma resposta. Não quero com isso complicar as coisas. Por exemplo, não coloquei-os princípios em ordem de importância, não procurei esgotar o assunto, nem esforcei-me para dar todas as explicações. Mas penso que o que escrevi irá ajudar.  Eis os princípios:

1.       Buscar a verdade por revelação e não confiar no braço da carne
2.       Compreender quem é Deus e quem somos nós
3.       Focar na Expiação de Jesus Cristo
4.       Fazer perguntas, mas não duvidar
5.       Estar disposto a Guardar a revelação até que Deus autorize o ensino da verdade

                Esses princípios poderiam ser expressos ou classificados de outra maneira obviamente. Eu poderia escrevê-los em forma de perguntas o que talvez lhes daria mais praticidade, por exemplo: "onde posso buscar a verdade? Como posso ter certeza que recebi uma revelação? Como posso saber que não estou confinado no braço da carne?; etc. Todavia, eu decidi expressá-los do modo que estão expressos porque assim se assemelham a um recipiente com várias camadas ou filtros (como representado na figura ao lado). Nesse recipiente a questão inserida é processada até conceber uma resposta adequada. Se todas as etapas forem seguidas, ou se a questão for devidamente filtrada pelos cinco princípios a resposta proveniente será uma revelação de verdade.
                O papel da Justiça e misericórdia. Deus permite-nos viver, agir e pensar (Mosias 2:21). Portanto, as perguntas que nos sobrevém são dons. Em suas ternas misericórdias e em sua gloriosa Justiça, Deus nos permite exercer atividade intelectual. Ele também permite que com nosso arbítrio utilizemo-nos de métodos que nos atestarão a veracidade das coisas. A resposta a nossas perguntas é igualmente uma graça divina. Conseguimos atingir a certeza de algo, somente quando o Espírito nos revela a verdade. Às vezes, por Justiça, Deus nos nega a resposta completa - porque não o merecemos. Às vezes, por misericórdia, Deus nos nega a resposta pleiteada - porque não estamos preparados ou precisarmos de algum conhecimento preliminar. Mesmo quando o conhecimento não nos chega como queremos, a resposta sempre vem - no devido tempo. Algumas vezes a resposta será "espere um pouco mais" ou "isso não lhe é importante no momento". Outras vezes o Senhor revelará apenas uma parte da reposta, devido a Sua Eterna Sabedoria e Amor.
                Na prática os princípios (ou filtros) que elenquei são também indicadores de atributos divinos, que são essenciais para que voltemos a viver com Deus. Por exemplo: Quando buscamos a verdade por revelação estamos, na verdade, desenvolvendo a Fé; quando fazemos perguntas estamos sendo diligentes e obedientes, etc. Quando nos empenhamos em desenvolver os atributos de Jesus Cristo (que são os que listei e mais alguns) começamos a ter a mente de Deus - e tudo fica mais claro (D&C  88:67) - inclusive as questões que considerávamos difíceis, polemicas ou insolúveis.
                Talvez esse seja um dos motivos pelos quais o Senhor permite que nos debatamos um pouco com certos temas e ideias - até sobre assuntos polêmicos - precisamos aprender certas lições e também mudar nosso caráter para atingir a exaltação eterna. Ter perguntas faz parte do teste da mortalidade. Será que permaneceremos fieis mesmo tendo perguntas? Será que se Deus nos respondesse prontamente todas as questões poderíamos crescer em fé e em obras?
                O Presidente Dieter Uchtdorf falou sobre a paciência: "sem paciência não podemos agradar a Deus, não podemos tornar-nos perfeitos. De fato, a paciência é um processo purificador que aprimora a compreensão, aprofunda a felicidade, direciona a ação e proporciona esperança de paz.
                Como pais, sabemos o quanto é insensato atender a todos os desejos de nossos filhos. Mas os filhos não são os únicos que se estragam quando mimados com satisfação imediata. Nosso Pai Celestial sabe o que os bons pais aprendem com o tempo: para que os filhos amadureçam e atinjam seu potencial, eles precisam aprender a esperar.
Todos somos obrigados a esperar, à nossa própria maneira. Esperamos respostas para orações. Esperamos coisas que na ocasião parecem tão certas e boas para nós, que não conseguimos imaginar por que o Pai Celestial retardaria em responder.
                (...)
                Lembro-me de quando estava preparando-me para ser treinado como piloto de caça. Passamos muito tempo em nosso treinamento militar preliminar fazendo exercícios físicos. Ainda não tenho certeza do motivo pelo qual aquelas infindáveis corridas eram consideradas uma parte preparatória essencial para tornar-nos pilotos. Mesmo assim, corremos, corremos e corremos um pouco mais.
                Quando estava correndo, comecei a notar algo que, sinceramente, deixou-me preocupado. Por muitas vezes, fui ultrapassado por homens que fumavam, bebiam e faziam todo tipo de coisa contrária ao evangelho e, particularmente, à Palavra de Sabedoria.
                Lembro-me de ter pensado: “Espere um pouco! Não sou eu que deveria poder correr e não me cansar?” Mas eu estava cansado, e fui ultrapassado por pessoas que inquestionavelmente não seguiam a Palavra de Sabedoria. Confesso que isso me deixou intrigado na época. Perguntei a mim mesmo: “A promessa era verdadeira ou não?”.
                A resposta não veio imediatamente. Mas, por fim, aprendi que as promessas de Deus nem sempre são cumpridas tão rapidamente ou da maneira que esperamos. Elas podem vir de acordo com o tempo Dele e à maneira Dele. Anos depois, pude ver a comprovação clara das bênçãos físicas que recebem os que obedecem à Palavra de Sabedoria, além das bênçãos espirituais que advêm imediatamente após a obediência a cada lei de Deus. Recordando, sei com certeza que as promessas do Senhor são, sem dúvida, cumpridas, embora talvez nem sempre com rapidez.
                Brigham Young ensinou que, quando surgia algo que não compreendia plenamente, ele pedia ao Senhor: “[Dá-me] paciência para esperar até que eu possa compreendê-lo”. Depois, ele continuava a orar até conseguir compreender.
                Precisamos aprender que, no plano do Senhor, nossa compreensão às vezes vem “linha sobre linha, preceito sobre preceito”. Em resumo, o conhecimento e a compreensão exigem paciência.
                Com frequência, os vales profundos de nosso presente serão compreendidos somente quando nos lembrarmos deles do alto das montanhas de nossa experiência futura. Muitas vezes, não podemos ver a mão do Senhor em nossa vida até muito depois de as provações terem passado. Geralmente, os momentos mais difíceis de nossa vida são elementos essenciais na formação do alicerce de nosso caráter e abrem o caminho para futuras oportunidades, compreensão e felicidade." (leia_aqui_todo_o_discurso)
                O desenvolvimento de atributos divinos só é possível quando colocamos os princípios e doutrinas do evangelho em prática. Um das maiores provas da vida é com certeza a incerteza! Precisamos vencer o medo, confiar em Deus, achar a luz e transformarmo-nos. A Vida Eterna é conhecimento (João 17:3). E a atitude de buscá-lo (buscar conhecimento) é digna e sempre recompensada - ainda que não imediatamente. O Espírito Santo pode nos mostrar a verdade de todas as coisas, mas só o fará se pagarmos o preço (Morôni 10:5-7). E quando pagamos esse preço nos assemelhamos a Cristo e podemos ter certeza de estar no caminho que leva a Exaltação.
                Passarei a explicar brevemente os cinco princípios (ou cinco camadas do filtro). Muito mais poderia ser dito sobre cada um. Se utilizados, poderão facilitar a revelação, porque quando nos esforçamos o Senhor cumpre sua promessa e nos revela a verdade (3 Néfi 27:29).

Filtro 1. Buscar Revelação pessoal e não confiar no braço da carne.
                Revelação é a comunicação sagrada de Deus com o homem. O Élder Dallin H. Oaks, do Quorum dos Doze Apóstolos disse: "A revelação é a comunicação de Deus aos homens. Pode ocorrer de muitas  maneiras diferentes. Alguns profetas, como Moisés e Joseph Smith, falaram com Deus face a face. Certas pessoas se comunicaram com anjos. Outras revelações têm vindo, como descreveu o élder James E. Talmage, "por meio dos sonhos ao dormir, ou em visões da mente de quem estava acordado."
                Nas suas formas mais conhecidas, a revelação, ou inspiração, vêm por meio de palavras ou pensamentos comunicados à mente (vide D&C 8:2-3; Enos 1:10), por ilucidação repentina  (vide D&C 6:14-15), através de sentimentos positivos ou negativos sobre uma ação proposta, e até através de desempenhos inspiradores como das belas artes. O Presidente Boyd K. Packer disse: "A inspiração nos vem mais por sentimento do que por audição." (Devocional da BYU 29 de setembro de 1981, leia_aqui)
                Quando falo em buscar significa empenhar-se, dedicar-se e pagar o preço necessário para se obter a revelação. Para alguns isso significa despojar-se de preconceitos, tradições, teorias, dogmas, hábitos e até pessoas. Significa também começar a fazer o bem, arrepender-se, fazer convênios com Deus, cumprir os mandamentos, etc.
                Para recebermos revelação precisamos ser humildes (D&C 112:10). E isso é o oposto de se confiar no braço da carne (Jeremias 17:5). Confiar no braço da carne é valorizar mais nos homens que em Deus. O "Senhor não vê como vê o homem " (I Samuel 16:7). "Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o SENHOR. Porque assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos." (Isaías 55:8-9).
               Devemos ter cuidado com opiniões e ideias isoladas e teorias de homens - mesmo de homens bons. Até os mais sábios podem errar.

Filtro 2. Compreender quem é Deus e quem somos nós.
                O Presidente Dieter F. Uchdorf ensinou que o conhecimento de quem somos e de quem Deus é fundamental."Esse conhecimento muda tudo. Muda seu presente. E pode mudar seu futuro. Pode mudar o mundo." (leia_aqui). Ele disse também, em outra ocasião: "Este é um paradoxo do homem: comparado com Deus, o homem não é nada; ainda assim, somos tudo para Deus. Embora comparados ao cenário da criação infinita possamos parecer nada, temos uma centelha do fogo eterno ardendo dentro de nosso peito. Temos a incompreensível promessa de exaltação — mundos sem fim — ao nosso alcance. E é o grande desejo de Deus ajudar-nos a alcançá-la." (leia_aqui)
                Essas citações mostram que Deus é grandioso, perfeito, compassivo, eterno, fiel, amoroso - e nós, ao contrário, somos pequenos, imperfeitos, fracos, finitos, infiéis e ingratos. "Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, o tal é perfeito" (Tiago 3:2).
                Ao buscar revelação devemos buscar em Deus. Devemos compreender que "como vemos de maneira imperfeita na mortalidade, nem todas as coisas farão sentido agora. Na verdade, acho que se tudo fizesse sentido para nós, isso seria uma prova de que tudo fora inventado por uma mente mortal." (Presidente Dieter F. Uchdorf, leia_aqui).
                O Élder Jeffrey R. Holland falou a respeito da debilidade humana: "Consumimos uma quantia preciosa de recursos emocionais e espirituais ao nos atermos ferrenhamente à lembrança de uma nota desafinada que tocamos num recital de piano em nossa infância, ou a algo que um cônjuge disse ou fez há vinte anos, e que insistimos em jogar-lhe no rosto por mais vinte anos, ou a um incidente da história da Igreja que só prova que os mortais sempre terão dificuldade para corresponder às esperanças imortais colocadas diante deles. Mesmo que uma ofensa não tenha começado com vocês, ela pode terminar com vocês. E que grande recompensa haverá por essa contribuição, quando o Senhor da vinha olhar em seus olhos e acertar as contas no final de nosso dia terreno."
                O espírito de perdão, a fé e a dedicação, paciência e esperança são qualidades que nos ajudam a ver como Deus vê e a receber orientação em todas as coisas. Por exemplo, a questão polemica sobre o Casamento Plural - como Deus pode permitir que Abraão, Isaque, Moisés e Joseph Smith tivessem mais de uma esposa? A resposta, bem clara, esta em Doutrina e Convênios 132 - e nos mostra o quanto Deus é superior em conhecimento, poder e sabedoria.

Filtro 3. Focar na Expiação
                O Presidente Dieter F. Uchtdorf ensinou: "Mas isso pode tornar-se um problema para alguns, porque há tantas coisas que devemos fazer e tantas que não devemos fazer, que o simples ato de tê-las sempre em mente pode ser um desafio. Às vezes, ampliações bem intencionadas dos princípios divinos — muitas vezes provenientes de fontes não inspiradas — complicam ainda mais as coisas, diluindo a pureza da verdade divina com adendos criados pelo homem. Uma boa ideia que funciona bem para determinada pessoa pode criar raízes e se tornar uma expectativa e, gradualmente, os princípios eternos podem-se perder no labirinto das “boas ideias”.
                Essa foi uma das críticas do Salvador aos “versados” em religião de Sua época, a quem Ele repreendeu por se importarem com centenas de detalhes insignificantes da lei e negligenciarem as questões mais importantes.
                Assim sendo, como nos mantemos em conformidade com esses assuntos mais importantes? Será que existe uma bússola que nos ajude a estabelecer prioridades em nossa vida, em nossos pensamentos e nossas ações?
                Novamente, o próprio Salvador revelou o caminho. Quando lhe perguntaram qual era o maior de todos os mandamentos, Ele não hesitou: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento”, disse Ele. “Este é o primeiro e grande mandamento.” Associando-se o primeiro ao segundo grande mandamento, que é amar ao próximo como a nós mesmos, temos uma bússola que nos mostra a direção a seguir, não só em nossa vida, mas também na Igreja do Senhor, em ambos os lados do véu.
                Uma vez que o amor é o grande mandamento, ele deve estar no centro de tudo e de todas as coisas que fazemos em nossa própria família, em nossos chamados da Igreja e em nosso trabalho. O amor é o bálsamo que cura as feridas nos relacionamentos pessoais e familiares. É o elo que une famílias, comunidades e nações. O amor é o poder que promove amizades, tolerância, civilidade e respeito. É a força que sobrepuja a discórdia e o ódio. O amor é o fogo que aquece nossa vida com alegria inigualável e esperança divina. O amor deve transparecer em nossas palavras e ações.
                Quando realmente compreendemos o que significa amar como Cristo nos amou, a confusão se dissipa e nossas prioridades ficam claras. Nossa jornada como discípulos de Cristo torna-se mais cheia de alegria. Nossa vida adquire novo significado. Nosso relacionamento com o Pai Celestial torna-se mais profundo. A obediência torna-se uma alegria em vez de um fardo." (leia_aqui_todo_o_discurso)
                A Expiação do Senhor é como uma lupa que nos faz enxergar a verdade onde quer que se encontre. Uma das maiores questões polemicas gira em torno do fato do sacerdócio ter sido estendido a todos os homens - independentemente de raça ou cor - apenas em 1978. Quando usamos a lente do amor de Deus percebemos que até mesmo as tragédias se tornam bênçãos. Muitos santos africanos se tornaram exemplos de um viver reto, mesmo sem as bênçãos plenas do evangelho - e criaram um legado inestimável para as gerações futuras.
                Essa visão faz com que até o Dilúvio se torne um ato de amor[2]. Até a morte de criancinhas se torna uma ato de amor - porque sabemos que elas são imediatamente salvas no reino de Deus devido a Expiação do Salvador (Morôni 8).

Filtro 4. Fazer perguntas, mas não duvidar
                O Presidente Dieter F. Uchtdorf aconselhou também: " Não tenham medo; façam perguntas. Sejam curiosos, mas não duvidem!" (leia_aqui). A dúvida é arma de Satanás que destrói a fé
                “O conhecimento afasta as trevas, o suspense e a dúvida, porque essas coisas não podem existir onde houver conhecimento. (...) Há poder no conhecimento. Deus tem mais poder do que todos os seres, porque Ele tem conhecimento maior; e portanto Ele sabe sujeitar todos os seres a Ele: Ele tem poder sobre todos.” (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph Smith, pg. 278)
                A fé e a dúvida não podem coexistir, porque uma repele a outra - esse é o ensinamento de vários profetas desde Joseph Smith até o Presidente atual da Igreja (leia aqui). De fato o presidente Monson aconselhou: “Lembrem-se de que a fé e a dúvida não podem coexistir na mente ao mesmo tempo, porque uma repele a outra. Se a dúvida vier bater à nossa porta, simplesmente digam àqueles pensamentos céticos, perturbadores e rebeldes: “Quero ficar com minha fé, com a fé do meu povo. Sei que nela há felicidade e contentamento, por isso proíbo vocês, pensamentos agnósticos e céticos, de destruírem a morada de minha fé. Reconheço que não compreendo o processo da criação, mas aceito sua realidade. Concordo que não posso explicar os milagres da Bíblia, tampouco me proponho a fazê-lo, mas aceito a palavra de Deus. Não conheci Joseph pessoalmente, mas creio nele. Não recebi minha fé por meio da ciência e não permitirei que a assim chamada ciência a destrua’”(Thomas S. Monson, “O Farol do Senhor”, New Era, fev. 2001, p. 9).
                Duvidar é questionar "refere-se a desafio, disputar ou procurar falhas. Quando se trata de religião, frequentemente o resultado dessa abordagem é não é encontrar respostas, mas sim condenar e destruir a confiança. (...) Então, sua atitude e sua motivação em fazer uma pergunta podem fazer toda a diferença em para onde ela vai, por fim, levá-lo. Por exemplo, se você estiver estudando as escrituras e se deparar com uma passagem que parece contradizer um ensinamento da igreja ou um fato científico ou histórico, há uma grande diferença entre perguntar “como as escrituras (ou a Igreja) podem ser verdadeiras se … ?” e perguntar “Qual é o contexto completo dessa passagem e qual o seu significado a luz de … ?” A primeira pergunta pode levá-lo a uma conclusão apressada elaborada com base no ceticismo e em dúvidas, em vez de em conhecimento real ou lógica, ao passo que a segunda mais provavelmente irá guiá-lo a maiores conhecimento e fé." (esse é um trecho de um ótimo artigo no site da Igreja para jovens sobre "O Que Fazer Quando Você Tiver Perguntas?" - para lê-lo na integra clique aqui).
                Na prática, se as questões polemicas nos fizerem perder a fé naquilo que sabemos - pondo em cheque nosso alicerce de fé - isso nos será por maldição em vez de bênção. E o que sabemos? Bem, posso dizer por mim mesmo que não sei muitas coisas. Sei com certeza, algumas - e baseando-me no que sei, passo acreditar em outras coisas. Até ter certeza dessas outras coisas, acredito nelas. Mas não duvido do que sei, porque sei! E essas são as coisas que sei, e que não duvido:

1o.    Eu sei que Deus, o Pai Celestial existe, me ama profundamente e quer meu bem-estar eterno.
2º.    Eu sei Jesus Cristo é o Salvador e Redentor do mundo - Ele é meu Senhor e Deus. Ele me concede força, paz, talento, santidade, fé e boas obras. Sei que seus mandamentos são para meu beneficio que se eu os seguir, receberei a graça divina e poderei viver com minha família eternamente, sendo ressuscitado e glorificado para o Reino Celestial.
3º.    Sei que o Espírito Santo é um ser real, que nos orienta, caso permitamos; e nos justifica, caso queiramos.
4º.    Também sei que Joseph Smith foi e é um profeta de Deus; e que o Livro de Mórmon é um outro testamento do Senhor Jesus Cristo.
5º.    Sei que o sacerdócio é o poder de Deus dado aos homens para salvação da humanidade, e quem em suas ordenanças se manifesta o poder da divindade.
6º.    Sei que o Templo é a Casa de Deus.
7º.    E por fim, sei que o Presidente Thomas S. Monson é um profeta, vidente e revelador para o mundo hoje.

                No princípio houve um questionamento sobre esses fundamentos, mas tão logo me foram revelados, passei a não mais duvidar (leia aqui).
                Imaginemos a questão polemica a respeito da maçonaria: Joseph Smith foi maçom? Como pode? Se deixarmos de lado nossa fé na Restauração e nos chamado divino do Profeta Joseph Smith, por causa de uma questão polemica que não compreendemos bem - estaremos trocando nossa primogenitura por um prato de lentilhas!
                Temos que ser pacientes e procurar adequar o que ouvimos e lemos com aquilo que sabemos.

Filtro 5. Estar disposto a guardar a revelação até que Deus autorize o ensino da verdade.
                O Guia Pregar Meu Evangelho ensina: "A revelação e as experiências espirituais são sagradas. Você deve mantê-las em sigilo e apenas falar sobre elas em situações adequadas. Como [membro da Igreja], você pode estar mais ciente das experiências espirituais do que estava antes em sua vida. Resista à tentação de falar abertamente a respeito dessas experiências." ("Reconhecer o Espírito", pg. 102)
                O Élder Boyd K. Packer aconselhou: “Aprendi que não temos muito frequentemente
experiências espirituais fortes e marcantes. E quando as temos, geralmente são para nossa
própria edificação, instrução ou correção. A menos que tenhamos sido chamados pela
devida autoridade para fazê-lo, elas não nos colocam em condição de aconselhar ou
corrigir as pessoas.
                Concluí também que não é sábio falar continuamente a respeito de experiências espirituais incomuns. Elas devem ser guardadas com carinho e só devem ser compartilhadas
quando o próprio Espírito inspirá-lo a usá-las para abençoar outras pessoas” (Ensign,
janeiro de 1983, p. 53)
                Muitas vezes as questões polemicas procuram dar respostas públicas e descompromissadas de coisas que devem permanecer sagradas e misteriosas. Devemos tomar cuidado. Quando nos for revelado algo, devemos lembrar dessas admoestações.

Conclusão.
                O Presidente Gordon B. Hinckley ensinou "Como Igreja, incentivamos o conhecimento do evangelho e a busca para compreender toda a verdade. É fundamental para nossa teologia a crença na liberdade individual de indagação, pensamento e expressão. O debate construtivo é um privilégio de todos os santos dos últimos dias.
                Mas a maior de todas as obrigações de todos os santos dos últimos dias é levar adiante a obra do Senhor, fortalecer seu Reino na Terra, ensinar a fé e edificar o testemunho do que Deus tem feito nesta dispensação da plenitude dos tempos" (“Manter a fé”, Ensign, Set. 1985, pp. 5–6).
                Todas as perguntas possuem uma resposta. Se buscarmos encontraremos no devido tempo. Essa é uma das promessas mais repetidas nas escrituras.
                Talvez seja útil ler também: O que fazer quando uma evidência indicar que a Igreja é falsa? (clique aqui).



[1] "As doutrinas profundas sempre causam contendas e divergências de opiniões (Helamã 11:22-23). [Elas são diferentes dos] mistérios de Deus [os quais sempre] emanam, como o nome sugere, de Deus. Mas as doutrinas profundas são quase sempre meias-verdades – escrituras puras corrompidas com filosofias de homens. A doutrina profunda é motivada por Satanás, porque causa erro (3 Néfi 11:28-29). É uma das ferramentas de quem pratica artimanha sacerdotal (2 Néfi 26:29)." (leia_mais_aqui).
[2] O Presidente John Taylor ensinou: “Deus destruiu os iníquos daquela geração com um dilúvio. Por que Ele os destruiu? Ele os destruiu para o próprio benefício deles, se é que podem compreender isso”. (Journal of Discourses, 24:291)