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19 de jun. de 2012

Artimanha Sacerdotal

                Um dos maiores perigos é o envolvimento com artimanhas sacerdotais. De fato esse  foi o pecado de Lúcifer ao propor uma "outra maneira" de salvação para os filhos de Deus. Ele disse ao Pai: "Eis-me aqui, envia-me; serei teu filho e redimirei a humanidade toda, de modo que nenhuma alma se perca; e sem dúvida eu o farei; portanto dá-me a tua honra." (Moisés 4:1). Ele desejava estabelecer-se como luz. Devido a seu orgulho e pecado imperdoável, foi expulso, tornando-se Satanás.                 Agora, o Demônio procura desviar os outros filhos de Deus (que aceitaram o Salvador na vida pré-mortal) - e grande parte de seu empenho (o empenho do diabo) se demonstra nas artimanhas sacerdotais. Abaixo uma lista de citações de Profetas, Autoridade Gerais e professores do S&I que explicam o que é, e com o evitar artimanhas sacerdotais: 


                Élder Dallin H. Oaks disse: "Concentrando-se nas necessidades dos alunos, um professor do evangelho jamais terá sua visão do Mestre obscurecida por querer se autopromover ou por buscar seus próprios interesses durante a aula. Isso significa que um professor do evangelho nunca deve se comprazer em artimanhas sacerdotais, que significa "o homem pregar e estabelecer-se como uma luz para o mundo, a fim de obter lucros e louvor do mundo". (2 Né. 26:29) Um professor do evangelho não prega a fim de "[tornar-se] popular" (Alma 1:3) ou "por causa de riquezas e honrarias". (Alma 1:16) Ele segue o maravilhoso exemplo do Livro de Mórmon no qual "o pregador não era melhor que o ouvinte nem o mestre melhor que o discípulo". (Alma 1:26) Ambos olharão sempre para o Mestre." ("O Ensino do Evangelho", Conferência Geral Outubro de 1999, 2o Sessão de Domingo)

                Élder Stanley G. Ellis, dos Setenta, disse: "As escrituras contêm muitas passagens de orientação e admoestação para os portadores do sacerdócio. Uma das melhores é a seção 121 de Doutrina e Convênios. Nesses poucos versículos, o Senhor ensina que o sacerdócio só pode ser exercido em retidão. (...) Essa seção também nos adverte acerca das atitudes e ações que nos farão perder o poder do sacerdócio. Se “[aspirarmos] as honras dos homens”, tentarmos “encobrir nossos pecados”, [satisfizermos] nosso orgulho” ou “vã ambição,” ou procurarmos “exercer controle” sobre os outros, perderemos o poder do sacerdócio (ver versículos 35 a 37). A partir daí, estaremos praticando artimanhas sacerdotais. Teremos deixado o serviço de Deus e nos colocado a serviço de Satanás." ("Ele Confia em Nós", A Liahona, Novembro de 2006, pg. 51-52)

                Élder David A. Bednar disse: "Mas precisamos, irmãos e irmãs, ter o cuidado de lembrar em nosso trabalho que somos condutos e canais; não somos a luz. “Porque não sois vós quem falará, mas o Espírito de vosso Pai é que fala em vós” (Mateus 10:20). Nunca sou eu ou vocês. Na verdade, tudo o que fazemos como professores no intuito de intencionalmente chamar a atenção para nós mesmos — nas mensagens que apresentamos, nos métodos que usamos ou em nossa conduta pessoal — torna-se uma forma de artimanha sacerdotal que inibe a eficácia do ensino do Espírito Santo. “Prega-a pelo Espírito da verdade ou de alguma outra forma? E se for de alguma outra forma, não é de Deus” (D&C 50:17–18)." ("Aprender pela Fé", A Liahona, Setembro de 2007, pg. 23)

                O Presidente Joseph F. Smith ensinou: "Cremos (…) no princípio de revelação direta de Deus ao homem. O evangelho não pode ser ministrado nem a Igreja de Deus pode continuar a existir sem ele. (...) Cristo está à cabeça de Sua Igreja, não o homem, e a conexão somente pode ser mantida sob o princípio de revelação direta e contínua. (...) No momento em que esse princípio for retirado da Terra, a Igreja estará sem orientação ou direção, tendo sido separada de sua cabeça sempre viva. Nessa condição ela não pode continuar a existir, mas deixará de ser a Igreja de Deus e, como um navio no mar sem capitão, bússola nem leme, está a mercê das tempestades e das ondas das sempre tumultuosas paixões humanas, interesses mundanos, orgulho e insensatez, para terminar encalhada na praia das artimanhas sacerdotais e da superstição." (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph F. Smith, pg. 363).

                O Profeta Joseph Smith disse: "Que Deus nos permita cumprir os votos e convênios que fizemos uns com os outros, com toda fidelidade e retidão perante Ele, que nossa influência seja sentida entre as nações da Terra, com força vigorosa, de modo a esfacelar o reino das trevas e vencer as artimanhas sacerdotais e a iniquidade espiritual em lugares elevados e esmigalhar todos os reinos que se opõem ao reino de Cristo e espalhar a luz e a verdade do Evangelho, dos rios aos confins da Terra" (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph Smith, pg. 159-160).

                O Profeta Joseph Smith disse também: “O mormonismo é a verdade; e todo homem que o aceita se sente livre para aceitar toda verdade: Conseqüentemente, são imediatamente libertados das correntes da superstição, fanatismo, ignorância e artimanhas sacerdotais; e seus olhos são abertos para a verdade, que prevalece imensamente sobre as artimanhas sacerdotais." (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph Smith, pg. 276).

                O Élder M. Russell Ballard, disse que as artimanhas sacerdotais podem ocorrer tanto na Igreja como entre os inimigos da Igreja: “Portanto, tomemos cuidado com os falsos profetas e falsos mestres, sejam homens ou mulheres, que colocam a si mesmos como se fossem porta-vozes da doutrina da Igreja e procuram espalhar doutrinas falsas para atrair seguidores por meio de simpósios, livros e periódicos cujo conteúdo se opõe às doutrinas fundamentais da Igreja. Acautelem-se daqueles que dizem e publicam coisas contrárias às ensinadas pelos verdadeiros profetas de Deus e que ativamente tentam fazer seguidores sem qualquer consideração pelo bem eterno daqueles a quem seduzem. Como Neor e Corior do Livro de Mórmon, valem-se de sofismas para enganar e levar outras pessoas a aderir a seus pontos de vista. Colocam a si mesmos ‘como uma luz para o mundo, a fim de obter lucros e louvor do mundo; não [procuram], porém, o bem-estar de Sião’ (2 Néfi 26:29)” (Conference Report, outubro de 1999, p. 78; ver também “Acautelai-vos dos Falsos Profetas e Falsos Mestres”, A Liahona, janeiro de 2000, p. 73).

                Néfi explicou que as artimanhas sacerdotais ocorrem quando o homem coloca-se a si mesmo “como uma luz para o mundo” (2 Néfi 26:29). Jesus ensinou o contrário disso aos nefitas: “Eis que eu sou a luz que levantareis” ( 3 Néfi 18:24).
                 "O maior problema das artimanhas sacerdotais é que não se ensina o arrependimento: “Porque eram da seita de Neor e não acreditavam no arrependimento de seus pecados” (Alma 15:15) (...)
                Neor incentivava as artimanhas sacerdotais e a autopromoção para conquistar riquezas e honrarias. Seu exemplo mostra que devemos desconfiar de quem prega para conquistar fama ou riquezas." (Manual do Aluno do Curso no Livro de Mórmon, Manual de Religião 121-122, edição 2012, pg. 179)

                O irmão Paul V. Johnson, que é administrador do S&I, disse: "Além de obter lucro, Néfi disse que as pessoas se estabelecem como uma luz para obter o louvor do mundo. Alguns professores têm grande desejo de ser elogiados. Para obter esse louvor, pode ser que comecem a estabelecer-se como uma luz. Quando as pessoas olham para eles como se fossem uma luz, ficam dispostas a lhes dar o louvor que eles desejam. Isso pode aumentar seu desejo por mais louvor, e o ciclo continua. Isso se torna perigoso porque pode levar os professores a alterarem a doutrina ou ensinarem coisas que não deviam ser ensinadas ou usarem métodos didáticos que não deviam ser usados para exibirem-se como uma luz.
                Em 1987, o Élder Marvin J. Ashton, do Quórum dos Doze Apóstolos, disse: “Tomem cuidado, fiquem atentos e sejam sábios quando as pessoas falarem bem de vocês. Quando as pessoas os tratarem com muito respeito e amor, tomem cuidado, estejam atentos e sejam sábios. Se vocês forem honrados e reconhecidos e se tornarem famosos, isso pode ser um fardo e uma cruz, especialmente se vocês acreditarem no que for dito a seu respeito. (...)
O louvor do mundo pode ser uma cruz pesada de carregar. Ao longo dos anos, muito frequentemente ouvi dizer: ‘Ele era grande até se tornar um sucesso, daí não conseguiu lidar com isso’. Não estou falando de dinheiro e posição. Estou falando de reconhecimento, até em responsabilidades na Igreja. (...) Oro para que não nos deixemos ser levados pelo louvor,
sucesso ou mesmo pelo cumprimento de metas que estabelecemos para nós mesmos” (“Carry Your Cross”, Brigham Young University 1986–1987 Devotional and Fireside Speeches, 1987, p. 141). (Conferência do SEI sobre Doutrina e Convênios e História da Igreja, 2002, 12 de agosto de 2002).

                O Élder Dallin H. Oaks também disse: "Os professores que são mais populares — e portanto mais eficazes — têm uma susceptibilidade particular a esse tipo de artimanha sacerdotal. Se não tomarem cuidado, seu ponto forte pode se tornar sua pedra de tropeço espiritual. Eles se tornam como Almon Babbitt, com quem o Senhor não estava satisfeito porque, como declara a revelação: ‘Ele aspira a estabelecer seu próprio conselho, em vez do
conselho que decretei, sim, o da Presidência de minha Igreja; e estabelece um bezerro de ouro para meu povo adorar’. (D&C 124:84)" (“Our Strengths Can Become Our Downfall,” Brigham Young University 1991–1992 Devotional and Fireside Speeches, [1992], p. 111).

                Em 1989, no Assembly Hall, o Presidente Howard W. Hunter, que na época era Presidente do Quórum dos Doze Apóstolos, fez um discurso no programa anual "Uma Noite com uma Autoridade Geral" para os profesores do S&I. Ele disse: “Gostaria de deixar-lhes uma palavra de advertência. Tenho certeza de que reconhecem o perigo em potencial de terem tamanha influência e serem tão persuasivos a ponto de que seus alunos desenvolvam uma lealdade a vocês em lugar do evangelho. Esse é um problema maravilhoso com o qual devemos lutar, e esperamos que todos vocês sejam professores tão carismáticos assim. Mas há um perigo real envolvido. É por isso que vocês precisam convidar seus alunos a lerem as escrituras propriamente ditas, não apenas lhes dar sua interpretação e apresentação delas. É por isso que vocês precisam convidar seus alunos a sentir o Espírito do Senhor, e não apenas lhes dar sua impressão pessoal a esse respeito. É por isso, no final das contas, que vocês precisam convidar seus alunos a achegarem-se diretamente a Cristo, e não apenas lhes ensinar Suas doutrinas, por melhor que o saibam fazer. Nem sempre vocês estarão à disposição desses alunos. Vocês não poderão conduzi-los pela mão depois que tiverem saído do curso médio ou da faculdade. E vocês não precisam de discípulos pessoais. (...)
                Certifiquem-se de que a lealdade desses alunos seja para com as escrituras e o Senhor e as doutrinas restauradas da Igreja. Indiquem-lhes o caminho para Deus, o Pai, e Seu Filho Unigênito Jesus Cristo, e para a liderança da Igreja verdadeira. Certifiquem-se de que, quando o glamour e o carisma de sua personalidade e discursos e o ambiente da sala de aula se forem, eles não fiquem de mãos vazias para enfrentar o mundo. Dêem-lhes dádivas que eles levarão consigo quando tiverem que ficar sozinhos. Se fizerem isso, toda a Igreja será abençoada pelas gerações futuras. (...)
                Gostaria de deixar-lhes uma palavra de advertência [sobre o assunto de ensinar pelo Espírito]. Creio que se não formos cuidadosos como educadores profissionais que trabalham todos os dias, podemos começar a tentar simular a verdadeira influência do Espírito do Senhor por meios indignos e manipulativos. Fico preocupado quando aparentemente as emoções fortes ou as lágrimas copiosas são igualadas à presença do Espírito. Sem dúvida o Espírito do Senhor pode produzir fortes sentimentos emocionais, inclusive lágrimas, mas a manifestação externa não deve ser confundida com a presença do Espírito propriamente dita” (Eternal Investments, discurso para educadores religiosos, 10 de fevereiro de 1989, pp. 2–3)

                O Élder Robert D. Halles disse: "“Todos vocês que ensinam no seminário e instituto têm no coração o desejo de ser um anjo. Isso é bom, mas vocês estão sujeitos à grande tentação de desempenhar o papel do flautista da flauta mágica e imaginar que irão reunir todos os seus alunos a seu redor e induzi-los com seu amor a que desenvolvam um testemunho; ou de sentir que se conseguirem tornar-se muito populares, poderão liderá-los, ser um exemplo para eles e fazer uma grande diferença na vida de seus alunos. (...) Não existe nada mais perigoso do que quando um aluno dirige sua admiração e atenção ao professor em lugar do Senhor, da mesma forma que um converso faz com um missionário. E então, se o professor ou o missionário for embora ou comportar-se de modo contrário aos ensinamentos do evangelho, o aluno ficará extremamente desapontado. Seu testemunho enfraquecerá. Sua fé será destruída. O professor realmente bom toma cuidado para que os alunos se voltem ao Senhor. Depois que tivermos tocado a vida dos jovens, temos que voltá-los para Deus, o Pai, e Seu Filho, nosso Redentor e Salvador Jesus Cristo, por meio da oração, estudo e a aplicação prática dos princípios do evangelho na vida deles” (Teaching by Faith, discurso para educadores religiosos, 1º de fevereiro de 2002, p. 7).

                O irmão Paul V. Johnson, que é administrador do S&I, disse: "Um dos desafios para reconhecer e evitar as artimanhas sacerdotais é que essa é uma questão que envolve as motivações e desejos. É como o orgulho. Na verdade, o orgulho é a origem do problema. Quando há um acidente numa fábrica, geralmente há sinais visíveis, como sangue ou histeria. A maioria das pessoas reconhece imediatamente que houve um acidente. Mas isso não acontece com os danos causados ao coração. Precisamos ser mais sensíveis para reconhecer os primeiros sinais de problemas espirituais." (...)
                "Uma vez que as artimanhas sacerdotais envolvem motivações e desejos, a melhor maneira de combatê-las é em nível pessoal. É muito melhor procurar policiar-nos nesses assuntos antes que se tornem motivo de preocupação para os líderes e supervisores do sacerdócio. Trata-se de um assunto a respeito do qual precisamos estar muito atentos em nossa vida. Ele tem a tendência de imiscuir-se em nossa vida, se não formos diligentes."        (Conferência do SEI sobre Doutrina e Convênios e História da Igreja, 2002, 12 de agosto de 2002).

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A seguir um comentário que fiz no livro "Considerações sobre o Apocalipse":

Apocalipse 2:14 - Doutrina de Balaão. Balaão foi um profeta do Senhor contemporâneo a Moisés. Infelizmente ele deixou-se corromper e cedeu a vaidade. Preferiu as riquezas de Balaque do que atentar para o conselho do Senhor. Tão cego estava este profeta que o Senhor teve abrir a boca da jumenta para adverti-lo. Entretanto, Balaão amava Mamon, ou seja, as riquezas do mundo. Como os homens do sacerdócio só podem usar o poder de Deus de acordo com a Vontade divina, Balaão não conseguiu amaldiçoar Israel, antes a abençoou (Números 22-24). Ele até profetizou a respeito do Salvador, que viria da linhagem daquele povo (Números 24:14, 17 e 19).
                Balaão viu que Deus era com aquele povo, por isso instou Balaque e seu povo, que eram os moabitas, a corromperem os israelitas com pecados sexuais. Balaão entendia que se os israelitas se tornassem indignos, então a proteção do Senhor cessaria. E foi o que aconteceu. Os israelitas tomaram para si mulheres entre os moabitas, e uma série de desgraças se sucedeu (Números 25; 31:16-18).
                Balaão se tornou símbolo daqueles que usam seu chamado e seus dons a fim de obter riquezas e fama. Balaão praticou artimanha sacerdotal, que é um "homem pregar e estabelecer-se como uma luz para o mundo, a fim de obter lucros e louvor do mundo" (2 Néfi 26:29). Todos aqueles que cometem tal pecado seguem a doutrina de Balaão e amam o "prêmio da injustiça" (II Pedro 2:15).

10 de fev. de 2012

Mandamento em conflito no Jardim


Porque o Senhor deu dois mandamentos a Adão se ele não poderia cumprir os dois? - tendo em mente que Deus nunca dá ordens sem preparar um caminho para o cumprimento dessa ordem (1 Néfi 3:7)?

                É uma boa pergunta. E merece uma boa resposta. E essa resposta exige a compreensão correta de algumas cosias que aconteceram no Éden. O que eu falar aqui precisa ser verificado nas escrituras. Recomendo 2 Néfi 2, Alma 42, Gênesis 1-2, Moisés 4 e os manuais da Igreja.
               
               O Senhor deu o mandamento a Adão de crescer e multiplicar. Ele só poderia cumprir esse mandamento se exercesse seu arbítrio e comesse do fruto da árvore do bem e do mal. Eva deveria fazer o mesmo, porque não haveria família humana sem uma mulher para gerar filhos.
                Não comer do fruto proibido era um mandamento? Sim. Ter filhos era um mandamento? Sim. Havia possibilidade de cumprir os dois mandamentos simultaneamente e de imediato? Não. Porquê? "Porque é necessário que haja uma oposição em todas as coisas." E também (preste atenção): "Para conseguir seus eternos propósitos com relação ao homem, depois de haver criado nossos primeiros pais (...) era necessária uma oposição; e até mesmo o fruto proibido em oposição à árvore da vida, sendo um doce e outro amargo. O Senhor Deus deixou, portanto, que o homem agisse por si mesmo; e o homem não poderia agir por si mesmo a menos que fosse atraído por um ou por outro." (Isto esta em 2 Néfi, vai lá procurar em qual versículo...) Ou seja, se não houvesse oposição já no Jardim Adão e Eva não poderiam exercer seu arbítrio. A Árvore do bem e do mal estava em oposição a árvore da Vida. A primeira concedia mortalidade e a segunda imortalidade. A primeira fora expressamente proibida, a segunda fora expressamente permitida por Deus. A primeira significava sair do Jardim e ter filhos, mas transgredir contra Deus; a segunda significava permanecer no Jardim, e desobedecer o mandamento de ter filhos (que era o mais importante do ponto de vista eterno).
                Como sabemos, Adão e Eva escolheram comer do fruto proibido. Por causa disso Deus não demorou e "expulsou o homem e colocou, ao oriente do jardim do Éden, querubins e uma espada flamejante, que se voltava para todos os lados a fim de guardar a árvore da vida". "Porque eis que, se Adão houvesse estendido imediatamente a mão e comido da árvore da vida [depois de ter comido do fruto proibido e se tornado mortal], teria vivido eternamente, de acordo com a palavra de Deus, não tendo tempo para o arrependimento; sim, e também a palavra de Deus teria sido vã e estaria frustrado o grande plano de salvação". Não vou adentrar nos importantes temas e doutrinas da Queda, pro que sua pergunta tem haver com um suporto "conflito" entre mandamentos. Mas não há conflito algum. Entenda que "não era conveniente que o homem fosse resgatado dessa morte física, porque isso destruiria o grande plano de felicidade." E é por isso que " foi concedido um tempo ao homem para que se arrependesse, sim, um período probatório, um tempo para arrepender-se e servir a Deus" Isto esta em Alma 42, procure os versículos por você mesmo). O homem deve cumprir o mandamento de comer da árvore da Vida e de tornar-se um ser imortal e eterno. E Deus vai sim SEMPRE preparar um caminho para que suas ordens possam ser cumpridas. Mas foi dado um tempo - porque se estendêssemos a mão agora e comecemos do fruto da Árvore da Vida seria condenação em vez de bênção! Assim, os mandamentos que pareciam ser contraditórios - não o são - são complementares - mas se posicionados devidamente.
                Finalmente explico que Adão cumpriu os dois mandamentos (mas em ocasiões distintas). Ele iniciou a mortalidade e, mais tarde, curvado pela idade, recebeu a certeza de sua exaltação (D&C 107). Ele entrou para vida eterna, e comeu do fruto da árvore da Vida. E nós podemos seguir nosso pai Adão e cumprir esse mandamento também: "Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. Ao que vencer, dar-lhe-ei a comer da árvore da vida, que está no paraíso de Deus." (Apocalipse 2:7).
                A sua pergunta também abriu uma possibilidade para que eu mencionasse algo sobre os mandamentos de Deus. Em "grau de importância" o mandamento de não comer um fruto era significamente menos importante que o de iniciar a mortalidade. Comer do fruto da Árvore do Conhecimento tinha como consequência uma transgressão. E deixar de ter filhos era um pecado. (Explique isso em uma postagem antiga: http://lucasmormon.blogspot.com/2010/12/niveis-de-desobediencia.html)
               
                Os princípios eternos são baseados na luz e verdade de Deus - e não mudam. A Eterna Justiça possui leis que ordenam e regulam todas as coisas. Os mandamentos de Deus são leis alicerçadas na verdade e justiça, que são proferidas por Deus à nós. Embora o evangelho seja simples, e não necessite de muitas sistematizações e nomenclaturas, às vezes é proveitoso dividir e subdividir idéias, sem fugir da pureza da verdade - para compreender pontos doutrinários novos. É o caso dos mandamentos.
                Há basicamente três espécies de leis de Deus: mandamentos, conselhos e regras[1]. Todas as leis de Deus tem a mesma fonte (Deus) e o mesmo resultado: aqueles que as obedecem são abençoados, e os que as desobedecem são amaldiçoados. Essas espécies de leis, contudo, diferem (1) no grau ou intensidade de bênção e condenação e na (2)  mutabilidade. Por exemplo: não matar é um mandamento, não chegar em casa depois das onze da noite é um conselho e não perder o companheiro de missão de vista é uma regra. Os mandamentos são leis muito mais rígidas que os conselhos e regras - rígidas no sentido que é mais difícil que mudem - embora, como demonstrarei há mandamentos temporais e finitos. O mandamento sobre o batismo é o mesmo dês de Adão - não mudou.
                O conselho de colocar o computador num lugar público da casa, para evitar a pornografia, certamente é valioso e trará bênçãos. Alguns, que são sábios, encaram os conselhos de Deus como mandamentos. Estes desenvolvem o dom da obediência e evitam assim a desculpa, que vem pela racionalização, de que "tal lei não é um mandamento, é um conselho". Uma vez, uma moça da Igreja, tendo sido ensinada por seus líderes e por seus pais que não deveria namorar antes dos dezesseis anos conscientemente ignorou essa lei dizendo, primeiro, a si mesma e, depois, aos outros: isso é somente um conselho - não é um mandamento!" Ela viveu para perceber que fora tola.
                As regras fazem parte de um conjunto peculiar de leis de Deus. Elas são criadas e feitas para conduzir uma pessoa ou grupo a um maior nível de espiritualidade - muitas vezes porque essa pessoa espiritualmente fraca, são espiritualmente dependentes ou há circunstancias especiais que justificam estritas diretrizes. Assim vemos que os israelitas da época de Moisés precisavam de regras bem especificas: "E agora vos digo que foi necessário dar uma lei aos filhos de Israel, sim, uma lei muito severa; porque eram um povo obstinado, rápido para cometer iniqüidades e vagaroso para lembrar-se do Senhor seu Deus.  Portanto uma lei lhes foi dada, sim, uma lei de ritos e de ordenanças, uma lei que deveriam observar rigorosamente, dia a dia, para conservarem viva a lembrança de Deus e de seu dever para com ele" (Mosias 13:29-30).
                Os missionários de tempo integral de hoje possuem um conjunto de regras não porque são espiritualmente fracos, mas por segurança, padronização e eficiência. Se todos, porém, estivessem no mesmo elevado patamar espiritual não precisariam de muitas regras - viveriam pelos princípios.
                No caso dos nefitas a lei de Moisés tornou-se espiritualmente morta: "a lei tornou-se morta para nós e somos vivificados em Cristo por causa de nossa fé; contudo, guardamos a lei por causa dos mandamentos" (2 Néfi 25:25). Ou seja, porque Deus ainda não revogara as regras da lei de Moisés ele tinham que cumpri o mandamento de obediência, e portanto seguir os ritos e peculiaridades dos israelitas.
                Ainda podemos considerar as regras que um pai dá à seus filhos. Não devem chegar em casa tarde da noite. Tais regras não vinculariam filhos de terceiros. Mas quando um profeta fala que não deve-se chegar em casa tarde - o status dessa lei passa a ser geral, universal. Passa, no caso, a ser um conselho ou mandamento. Sem dúvida, hoje é um mandamento, pois Deus disse: "recolhei-vos cedo, para que não vos canseis; levantai-vos cedo, para que vosso corpo e vossa mente sejam fortalecidos" (D&C 88:124).
                Ao analisar os mandamentos de Deus dado à seus filhos, nas escrituras e na atualidade, podemos classificá-los quanto a sua temporalidade e quanto a sua destinação. O critério temporalidade refere-se ao "tempo" em que o mandamento se mantenha em vigor. E o critério destino, tem haver com o público que deve cumprir a determinada lei. Assim podemos dilatá-los em quatro: quanto a temporalidade, em finitos e infinitos; quanto a destinação, em universais e individuais. Devo, porém, fazer uma advertência, antes de expor mais detalhadamente essa classificação. O evangelho é simples. O Senhor resumiu todos os seus mandamentos em apenas dois. Se estes dois mandamentos forem vividos, toda lei, todo dom, toda bênção, todo espírito, toda fé, todo milagre - tudo que é bom, estará a nosso alcance e será nosso privilégio. Se tão somente amarmos a Deus de todo coração e ao próximo como a nós mesmos cresceremos até o entendimento perfeito de Deus e seus mandamentos não nos serão pesados.
                Os mandamentos finitos são aqueles que são limitados por tempo e espaço, e são ensinados pelo poder do Espírito Santo. Esse poder se manifesta por meio de sonhos, visões, ministração de anjos, pelos ensinamentos dos profetas e dos missionários de Deus. Na verdade o contato com a palavra de Deus pelo verdadeiro penitente é suficiente para que o Espírito ensine os mandamentos finitos. Um exemplo desse mandamento é a Palavra de Sabedoria. Tal lei foi dada especificamente para nossa época - onde surgiriam homens conspiradores e maus (D&C 89). Embora a Palavra de Sabedoria tenha princípios eternos em seu cerne, não é um mandamento infinito - pois na época de Adão, Noé, Moisés, Morôni e Paulo não era proibido, por exemplo, beber vinho.
                Mandamentos infinitos são aquelas leis de Deus que não são limitadas por tempo e espaço. São, na realidade, descrições dos princípios eternos da verdade - que nunca mudam. Esses mandamentos não necessitam ser ensinados pelo poder do Espírito Santo, eles são inatos, vindo como um conhecimento a priori - pela Luz de Cristo - que todo homem que vem ao mundo possuem. Assim, embora o poder do Espírito Santo amplie o entendimento sobre esses mandamentos, todos os homens, independentemente da cultura que tenha herdado, sociedade em que viva e religião que siga sabe que não deve matar. Vemos isso, por exemplo, no caso do rei Lamôni. Ele sabia que não era certo matar, mas racionalizou (devido as tradições de seu povo que lhe haviam sido transmitidas) que poderia matar seus servos que não conseguissem cumprir suas ordens. Quando soube dos feitos de Amon, um grande missionário do Senhor, começou a "temer muito, com medo de haver procedido mal ao matar seus servos" (Alma 18:5). A luz de Cristo, que ele possuía dês de que nasceu começou a prepará-lo para o poder do Espírito Santo. O mesmo acontece quando os missionários de hoje pregam: as pessoas que os ouvem a primeira vez sentem um espírito familiar, como se já tivessem ouvido aquelas palavras antes - como se tudo aquilo fizesse sentido e que realmente era algo para se saber mais. Por mais que tenham pecado e racionalizado - justificando a prática desses erros - e lutando contra a luz - quando a verdade chega, há tremor - e esse desconforto espiritual abre as portas para o arrependimento.
                Mandamentos individuais são aquelas leis válidas para uma pessoa ou grupo peculiar. Esses mandamentos são ensinados pelos dons do Espírito Santo, especialmente o dom do Espírito Santo - que é a companhia constante do terceiro membro da Trindade. São mandamentos particulares, são pessoais. O mandamento de traduzir o Livro de Mórmon, por exemplo, foi dado à Joseph Smith apenas. O de construir a arca somente para Noé. E o de tirar os filhos de Israel do Egito tão somente para Moisés.
                Um missionário que é chamado para servir em determinada região do mundo deve cumprir o mandamento de proclamar o evangelho naquele local. Após fazê-lo deverá retornar a sua casa, tendo terminado de cumprir a ordem especifica de Deus. Embora esse missionário deva continuar a viver os princípios que pregou e a de servir com afinco onde quer que esteja - o mandamento ímpar e intransmissível de ir pregar em certo lugar se findou.
                E ainda podemos considerar um mandamento mais pessoal, dado na bênção patriarcal. Por exemplo, o Senhor pode ordenar a um de seus filhos, através do patriarca, que preste seu testemunho em todas as reuniões de jejum e testemunho na Igreja. Esse é um mandamento particular que não vincula os outros.
                Aqueles que se preparam para a glória celestial recebem linha sobre linha, mandamento sobre mandamento. A medida que se aproximam de Cristo ser-lhes-á exigido cumprirem novos e superiores mandamentos, que não são dados aqueles que não se qualificaram para recebê-los. Por exemplo, a Lei da Consagração é um mandamento celestial dado por Deus, quando Ele julga oportuno. É um lei reservada apenas aqueles que desejam viver no Reino Celestial, por isso é individual. Todavia, a quem muito é dado, muito é exigido - e o que peca contra luz maior, recebe condenação maior.
                Os mandamentos universais são aqueles, como o nome sugere, validos para todos os homens. São mandamentos gerais que inclui todas as ordenanças, leis e convênios necessários para salvação. Um exemplo, é o batismo. Todos os homens, de todos os lugares, devem ser batizados. Até mesmo Cristo foi batizado mostrando-nos quão estreito é o caminho.
                Esses mandamentos são ensinados e aceitos pelo poder do Espírito Santo. Eles são simples e não são muitos, podendo ser enumerados facilmente: ter fé, se arrepender, ser batizado, receber o dom do Espírito Santo e perseverar até o fim. Incluso em perseverar até o fim podemos encontrar os mandamentos de se receber o sacerdócio (somente os homens), de ir ao Templo e fazer convênios lá, de casar-se para toda eternidade e o de prosseguir no caminho que conduz a salvação, tomando sobre nós o nome de Cristo e banqueteando-nos com a palavra Dele. De fato, todos os mandamentos universais podem ser resumidos em dois: amar a Deus sobre todas as coisas e amar ao próximo como a si mesmo. A obediência aos profetas, a oração e a vigia são maneiras de se receber revelação e viver de toda palavra que sai da boca de Deus.
                O cumprimento dos mandamentos universais eleva o fiel a condição de receber outros mandamentos - tais como os mandamentos individuais descritos anteriormente.  


[1] Muitas vezes nas escrituras mandamentos, leis, conselhos e regras são expressões sinônimas. Mandamentos em sentido amplo incluem os conselhos e regras. E regras em sentido estrito apenas se referem aos indicativos normativos dados com especificidade a uma pessoa ou grupo.

4 de dez. de 2010

Níveis de Desobediência. As escrituras mencionam erro, transgressão, pecado, iniqüidade e morte espiritual como formas de desobediência a Deus e as suas leis. Embora muitas vezes esses termos sejam usados como sinônimos, é evidente que nem sempre significam a mesma coisa. É, portanto, relevante estabelecer uma distinção que contribua para melhor entendimento interpretativo e prático. A tabela a seguir pretende oferecer tal auxílio.

Erro
Ocorre quando há incapacidade, falha natural ou desconhecimento da lei, por tradição, falta de informação, imcopetencia, etc.
É fácil reconhecer que erro não é o mesmo que pecado. As criancinhas erram durante o processo de aprendizagem, por exemplo. Devido às fraquezas e debilidades dos mortais – da imperfeição – erros são freqüentemente cometidos. Os erros (em sentido estrito) não nos tornam impuros a vista de Deus por causa da graça de Cristo. Também aqueles que não quebram a palavra de sabedoria sem saber que ela é um mandamento não cometem pecado.
3 Néfi 1:24; Levítico 5:18; Alma 37:8-9; Jó 13:26; Salmos 19:12; JS–H 1:28; Mosias 3:16; Romanos 4:15; 2 Néfi 9:25

Transgressão
Fazer algo errado que, embora não seja essencialmente mal, ainda assim é contra a lei.
A transgressão é um tipo de erro intencional. É a quebra deliberada da lei. Entretanto não é o mesmo que pecado, pois a transgressão visa quebrar uma lei menor em prol de uma lei maior. A transgressão sempre recai sobre algo que essencialmente não é ruim nem mal – como no caso da queda de Adão e Eva, por exemplo, que preferiram comer do fruto proibido e trazer mortalidade do que ficar no jardim eternamente. Outro exemplo seria o de trabalhar sem documentação. Essencialmente trabalhar não é errado, mas fazê-lo sem que a lei autorize é errado. As transgressões trazem conseqüências semelhantes ao pecado, mas mais tênues.
2ª Regra de Fé; Alma 34:8; 2 Néfi 2:21; Moisés 5:10-11; Moisés 6:53, 59

Pecado
Desobediência intencional a lei de Deus.
Tudo que é essencialmente mal, diabólico, sensual, carnal, profano é contra Deus, e é pecado. O pecado tem diversas formas e meios d ser cometido: dês de um simples pensamento (como ter inveja) até um ato maligno (assassinar) pode ser concebido. O pecado nos torna impuros diante de Deus.
João 9:41; Tiago 4:17;; D&C 84:49; Alma 45:16

Iniqüidade
Prática constante de pecado.
Uma pessoa pode ser considerada justa se peca e esta procurando se arrepender. Mas não há justo que cometa iniqüidade. O iníquo peca e repete com freqüência esse pecado. Em alto grau o iníquo se regozija no pecado, fica triste quando é impedido de pecar e se opõem a tudo que é bom e justo. Esse terrível estado faz com que a pessoa se torne serva do diabo.
I Coríntios 5:13; D&C 82:7; II Tessalonicenses 2:12; Alma 41:10; Mórmon 2:13

Morte Espiritual
Impossibilidade de arrependimento e perdão.
Quando passado é o dia da graça para uma pessoa – a iniqüidade se torna tão aguda que o arrependimento é impossível – então esta está madura para destruição espiritual. A morte espiritual, em sentido amplo, é o afastamento de Deus; e em sentido estrito é o mesmo que cometer o pecado imperdoável.
Tiago 1:15; Romanos 6:23; I Timóteo 5:6; D&C 29:41; Alma 13:30; Alma 40:26



Diante de tais fatos eis a questão: uma pessoa que quebra a lei da castidade, sem saber que essa é uma lei de Deus, por ser culturamente influenciada a quebrar a lei - amigos, mídia, os pais: todos incentivam a relação sexual fora do casamneto - e não ter tido contado com religião alguma - terá, essa pessoa, cometido pecado?

A resposta é: SIM, terá cometido pecado. Por quê? Porque embora aparentemente ela não saiba que ter relação sexual fora dos laços do casamento é errado – e a cultura a influenciou a tal ato – ainda assim ela possui a luz de Cristo, que a ensinou o certo e o errado. Então ele sabe que é errado!
O caso é melhor entendido a luz das escrituras sagradas. O rei Lamôni matara muitos de seus servos – e matar é evidentemente errado – mas por causa da cultura, da tradição, não achara que isso fosse errado. Na realidade os lamanitas não tinham uma noção para o que viria a ser pecado:
“Ora, esta era a tradição de Lamôni, que ele havia recebido de seu pai, de que existia um Grande Espírito. Apesar de acreditarem num Grande Espírito, pensavam que tudo que fizessem estaria certo; não obstante, começou Lamôni a temer muito, com medo de haver procedido mal ao matar seus servos; Porque ele havia matado muitos deles por haverem seus irmãos dispersado os rebanhos junto às águas; e assim, por haverem seus rebanhos sido dispersados, foram mortos” (Alma 18:5-6).
Observe que quando o rei soube dos feitos de Amon começou a temer haver procedido mal. A luz de Cristo dentro dele o despertou para a gravidade de seus pecados. Ele começou a sentir tristeza o que culminou no arrependimento sincero (Alma 18:41-43; 19).
Uma pessoa antes de quebrar a lei da castidade é advertida pela luz de Cristo que não deve fazê-lo. Entretanto se o faz, sente tristeza (2 Coríntios 7:10). Esta pode ser rapidamente abafada pela racionalização. Por exemplo, pretensos amigos podem dizer: “a primeira vez é normal se sentir assim” ou “da próxima vez vai ser melhor” ou “você não estava bem neste dia”. Essa racionalização do pecado abafa a luz de Cristo a tal ponto que o mal se transforma em bem e o bem em mal. Todavia, quando um ministro do evangelho declara a verdade, a luz de Cristo dentro do individuo pecador o desperta para consciência de sua culpa e ele é afligido (Alma 14:6). Assim ocorre com todos os homens. Todos são ensinados suficientemente (Morôni 7:16), e não há inocentes – exceto as criancinhas e os incapazes de discernir.
Se a questão se referisse a beber vinho, por exemplo, que faz parte da Palavra de Sabedoria em nossos dias, à resposta seria não. Porque beber vinho não é essencialmente mal para que não conhece a lei – a luz de Cristo não adverte a pessoa sobre tais pecados. “Onde não há lei, não há pecado” (2 Néfi 9:25).

30 de nov. de 2010

Rebeldia (Isaías 1:20)

Rebeldes. A rebeldia é um dos piores pecados, porque o rebelde vai contra um conhecimento que sabe ser verdadeiro e bom (3 Néfi 6:18). A rebeldia vem do orgulho e gera primeiro arrogância, discórdia e desdém e depois apostasia, distorção dos convênios e finalmente negação do testemunho do Espírito Santo.

Falando sobre esse tema, o Presidente Spencer W. Kimball disse que os rebeldes “deixam de prestar testemunho a seus descendentes, destroem a fé em seu próprio lar e negam o ‘direito do sacerdócio’ às gerações posteriores que de outro modo talvez tivessem sido fiéis em todas as coisas (...)”. Disse também que muitos dos rebeldes só chegam a se arrepender “com o uso de forças externas.” Estes precisam “ser descobertos, castigados e punidos antes que possam passar por uma transformação” (Milagre do Perdão, “Estas (...) Coisas o Senhor odeia (...)”, pg. 44).
Infelizmente a Casa de Israel não aceitou a correção do Senhor e continuou em sua franca rebeldia, pro isso foram dispersos e destruídos.

23 de nov. de 2010

Racismo

Uma das piores formas de preconceito é o racismo, que é a idéia equivocada de que uma raça é superior a outra. O racismo é um instrumento do diabo e causou muitas das piores desgraças na humanidade.
No Brasil o racismo é crime inafiançável, no Evangelho é um pecado gravíssimo que frutifica do orgulho.
Néfi estava falando sobre vários pecados como mentira, roubo, tomar o nome do Senhor em vão, sentir inveja, ter malícia, disputar com os outros e cometer libertinagens ao declarar que o Senhor ordenara “que não façam qualquer destas coisas, porque quem as fizer perecerá”.
E disse também: “Pois nenhuma destas iniqüidades vem do Senhor, porque ele faz o que é bom para os filhos dos homens; e não faz coisa alguma que não seja clara para os filhos dos homens; e convida todos a virem a ele e a participarem de sua bondade; e não repudia quem quer que o procure, negro e branco, escravo e livre, homem e mulher; e lembra-se dos pagãos; e todos são iguais perante Deus, tanto judeus como gentios” (2 Néfi 26:32-33).
A mentira de que um homem é superior a outro gera o preconceito. Essa mentira foi usada por Cortez e os espanhóis, que saquearam os astecas; usada pelos portugueses, que em busca de riquezas compravam ou capturavam negros da África; usada por Hitler, que achava que sua estirpe era mais elevada que os outros; e usada por Osaba Bin Laden ao destruir as torres gêmeas.
Quando os judeus abraçaram tal mentira, dizendo que por serem descendentes do patriarca Abraão eram superiores aos outros homens, Deus os repreendeu pela boca de seu profeta, João Batista: “E não presumais, de vós mesmos, dizendo: Temos por pai a Abraão; porque eu vos digo que, mesmo destas pedras, Deus pode suscitar filhos a Abraão.”
O povo do Senhor não deve ser racista. Quando os nefitas começavam a cometer esse pecado Jacó os advertiu severamente:
“Portanto eu vos dou um mandamento, que é a palavra de Deus: que não mais os injurieis por sua pele escura nem os injurieis por causa de sua imundície; mas deveis recordar vossa própria imundície e lembrar-vos de que a imundície deles lhes adveio por causa de seus pais. (...) Ó meus irmãos, dai ouvidos as minhas palavras; despertai a sensibilidade de vossa alma; sacudi-vos, a fim de acordardes do sono da morte; e livrai-vos das penas do inferno, para não vos tornardes anjos do diabo e serdes jogados no lago de fogo e enxofre, que é a segunda morte” (Jacó 3:9, 11).
Jacó estava falando aos membros da Igreja de sua época. Infelizmente alguns membros da Igreja hoje são racistas. Que pecado terrível! Acaso esses membros não se lembram da História da Igreja e da Doutrina da Igreja?
Ora, uma das razões principais porque os membros da Igreja fora expulsos do Missouri foi a de que eram contra a escravidão dos negros e dos índios. Isso perturbou os donos de terras daquele Estado, que não pensavam dessa forma. Uma ordem de extermínio foi emitida e os membros da Igreja tiveram que deixar seus lares.
Na doutrina de Igreja vemos que todas as nações são convidadas para o banquete nupcial com o Salvador. É verdade que algumas nações foram convidadas primeiro que outras, mas isso não dá direito aos que chegaram primeiro de acharem-se superiores aos outros. Afinal, não importa a ordem do convite – todos terão a mesma recompensa: a vida eterna, caso permaneçam fieis (Mateus 20:1-16).
O élder Joseph W. Sitati, dos Setenta ensinou: “Depois de Sua Ressurreição, o Salvador indicou que o tempo para que o evangelho fosse levado aos gentios havia chegado (...).
Por meio do profeta Joseph Smith, o Senhor revelou que os critérios determinantes para a ordem em que as nações dos gentios devem ser convidadas inclui a capacidade de nutrir espiritual e temporalmente o reino de Deus como estabelecido na Terra pela última vez.
Vemos que, à medida que a Igreja Restaurada começou a ser estabelecida sobre a Terra, os profetas vivos procuraram a vontade de Deus e a seguiram a respeito de como o evangelho deveria espalhar-se entre as nações.” (Conferência Geral outubro de 2009, http://lds.org/conference/talk/display/0,5232,23-2-1118-33,00.html#notes)
Com essa doutrina em mente, entendemos que embora houvesse homens que não receberam o sacerdócio antes de 1978, Deus e sua Igreja nunca foram preconceituosos. Isso não combina com o povo de Deus.
Por isso tomemos cuidado com piadas racistas e comentários maldosos sobre pessoas de outras nações, culturas ou raças. Além de falar sobre a história da Igreja e doutrina querendo achar argumentos racistas. Deus se ofende de alguém que se considera superior aos outros. Ele disse: “Não apreciareis uma carne mais que outra, ou seja, nenhum homem se considerará melhor que outro” (Mosias 23:7).
Disse também o Senhor através de seu profeta, o presidente Gordon B. Hinckley: “Surgem conflitos raciais em toda a sua sordidez. Fui alertado de que até aqui, entre nós, algumas dessas coisas acontecem. Não entendo isso. Achei que tínhamos todos nos regozijado com a revelação dada ao Presidente Kimball em 1978. Eu estava no templo na ocasião. Nem eu nem os que estavam comigo tivemos a menor dúvida de que essa revelação era a mente e a vontade do Senhor. Foi-me dito que às vezes se ouvem comentários e insultos racistas em nosso meio. Lembro a vocês que nenhuma pessoa que faça comentários depreciativos a respeito de outras raças pode considerar-se um verdadeiro discípulo de Cristo; nem tampouco pode achar que está agindo de acordo com os ensinamentos da Igreja de Cristo. Como poderia um portador do Sacerdócio de Melquisedeque ser arrogante a ponto de se achar qualificado a receber o sacerdócio, enquanto que outro que vive em retidão, mas cuja pele seja de outra cor, não se qualifique?
Durante todo o meu tempo de serviço na Primeira Presidência, reconheci e falei diversas vezes sobre a diversidade que vemos em nossa sociedade. Ela está a nosso redor e devemos fazer um esforço para assimilá-la.
Que todos nós reconheçamos que cada pessoa é filha do Pai Celestial e que Ele ama todos os Seus filhos. Irmãos, não há fundamento para o ódio racista no sacerdócio desta Igreja. Se qualquer um ao alcance de minha voz tiver esse tipo de inclinação, que busque ao Senhor, peça perdão e não se envolva mais com isso” (A Liahona, Maio de 2006, pg. 58).