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24 de jan. de 2012

O que é um "apóstolo"?


A palavra apóstolo vem do grego e significa “enviado” (GEE “Apóstolo”). Apóstolo é (1) uma condição peculiar (sentido amplo) e (2) título e ofício sagrado do sacerdócio de Melquisedeque (sentido estrito). Esse título tornou-se sagrado e deve ser usado com cautela (por exemplo, devemos chamar um membro do quorum dos Doze Apóstolos de Élder).
Torna-se um apóstolo alguém que recebe um testemunho especial de Jesus Cristo pelo poder do Espírito Santo. Embora esse testemunho não precise ser ocular – ou seja, o apóstolo não precisa necessariamente ver Jesus Cristo com os olhos naturais para saber com toda certeza que Ele é o Senhor – este homem, apóstolo, precisa de uma confirmação diferenciada. Ele precisa entender sobre Cristo de maneira tal que lhe seja impossível negar (se o fizer estará cometendo um pecado imperdoável). Um apóstolo não crê em Cristo – Ele o conhece – sabe perfeitamente quem Ele é (D&C 46:13-14, ver também http://lucasmormon.blogspot.com/2010/05/o-dom-de-crer-e-saber-que-jesus-e-o.html). Joseph Smith se tornou um apóstolo, neste sentido, em 1820, quando na Primeira Visão conversou com o Pai e o Filho (Joseph Smith – História 1:17-19). O Rei Lamôni (Alma 19:13) e muitos outros também tiveram o privilégio de tornarem-se testemunhas especiais, sem possuírem um oficio no sacerdócio. Esse é o sentido amplo para o termo apóstolo.
Torna-se apóstolo alguém que é chamado por revelação pelo presidente da Igreja para ocultar uma vaga no quórum dos Doze Apóstolos ou na Primeira Presidência da Igreja. Esse é o sentido estrito do termo apóstolo. Os homens chamados a esses quóruns são ordenados ao ofício de Apóstolos do Senhor Jesus Cristo e recebem todas as chaves e autoridades para o governo de Igreja e Reino de Deus na Terra. Eles presidem a onde quer que são chamados a ir, e possuem poder para realizar grande maravilhas. Eles recebem o mandamento de pregar o evangelho, erguendo a voz como testemunhas especiais do nome de Cristo. O apóstolo sênior (o que possui o ofício de apóstolo por mais tempo, e não necessariamente o mais avançado em idade) é o Presidente da Igreja. Embora nos referimos ao Presidente da Igreja como o Profeta, cada apostolo ordenado é um profeta, vidente e revelador (http://lucasmormon.blogspot.com/2010/09/o-que-e-um-profeta.html) – e possuem todos os dons necessários para cumprir seu importante chamado. Todo aquele que recebe o ofício de apóstolo recebem a condição de apóstolos. Essa condição pode ocorrer simultaneamente ou não ao chamado e ordenação. Em outras palavras, um homem que é chamado para ocupar uma posição como Apostolo ou membro da Presidência da Igreja pode ter se tornado um apostolo (condição) bem antes de seu chamado, durante seu chamado ou algum tempo depois de seu apoio e designação. Mas estou certo que todo homem ordenado recebe dons necessários para o estrito cumprimento de seu ofício – e como tal, todo apostolo (em sentido estrito) é um apostolo (em sentido amplo).
Há apenas quinze apóstolos na Terra hoje. Quando um deles morre, outro homem é chamado para ocupar seu lugar. Por isso é bem improvável que eu ou você sejamos chamados para ser um apóstolo. Todavia o Senhor deseja que desfrutemos da condição de apóstolos. Isso significa que podemos nos tornar testemunhas especiais de Cristo e receber seus dons especiais. A condição de apostolo (sem o ofício) não implica em sair pregando, organizando a Igreja e fazendo milagres – este é um encargo dos Doze e da Primeira Presidência – homens devidamente ordenados. Mas ao recebermos a condição de apóstolo teremos o privilégio de fazer parte da Igreja do Primogênito e de recebermos o Segundo Consolador (http://lucasmormon.blogspot.com/2010/08/outro-consolador.html).
Na vida pré-mortal já existiam apóstolos do Senhor. Leí teve uma visão, 630 anos antes de ser organizado o primeiro quórum de apóstolos na Terra – e viu Doze homens seguindo o Senhor (1 Néfi 1:9-11). Outras revelações nos ensinam que os apóstolos e outros homens foram chamados e preparados antes da fundação do mundo (por exemplo: Abraão 3:23 e D&C 138:55-56).
O Presidente Packer ao PúlpitoQuando o homem foi colocado na Terra, entretanto, o Senhor não organizou um quórum de apóstolos. Havia um sistema patriarcal – onde o sacerdócio passava de pai para filho. Isso perdurou até a época de Abraão, Isaque, Jacó e José. Depois os profetas eram chamados e se organizavam não necessariamente com homem da mesma família. Sempre houve mais de um profeta na Terra ao mesmo tempo em todas as épocas (exceto em períodos de grande apostasia) – a organização de doze homens, todavia, em quórum, aconteceu no Meridiano dos Tempos. O Senhor Jesus Cristo preparou, chamou e ordenou pessoalmente doze discípulos como Seus Doze Apóstolos. Ele o fez no Velho Mundo (João 6:70, Lucas 6:13) , nas Américas (3 Néfi 12:1) e entre as tribos perdidas da casa de Israel (3 Néfi 16:2-3).
Hoje há doze apóstolos (com no máximo doze homens) e um quórum da primeira presidência (com no mínimo três homens). Somos ricamente abençoados por termos apóstolos e profetas em nossos dias. Sem eles não poderíamos ter vida eterna – por que é através do testemunho deles que podemos obter salvação eterna. Àqueles que recebem um apóstolo como um apóstolo recebem um galardão singular (Mateus 10:41) – de fato é como se recebessem o próprio Senhor (D&C 84:36-37).
Os apóstolos podem “saber tanto de coisas passadas como de coisas futuras; e por meio deles todas as coisas serão reveladas, ou seja, coisas secretas serão manifestadas e coisas ocultas virão à luz; e darão a conhecer coisas que não são conhecidas; e também manifestarão coisas que, de outra maneira, não poderiam ser conhecidas. Assim, Deus providenciou um meio para que o homem, pela fé, pudesse operar grandes milagres; portanto ele se torna um grande benefício para seus semelhantes.” (Mosias 8:17-18).
Os apóstolos são homens comuns, sujeitos a doença, tristeza e dificuldades – tais como nós. Mas possuem um chamado extraordinário. Eles são fieis, compreendem a doutrina e são cheios de amor de Deus. Sua principal responsabilidade é testificar a respeito de Cristo: "“Sinto que as pessoas têm um grande desejo de ouvir o testemunho de um Apóstolo. [Isso é] o que mais satisfaz aqueles que participam da reunião”, disse o Élder Christofferson. “Acho que as pessoas gostam das instruções, dos conselhos, das respostas à suas perguntas e coisas assim, mas o que mais apreciam é ouvir esse testemunho. Não que eles não o possuam, — estamos compartilhando um testemunho que a maioria que o ouve também o possui — mas sendo essa a primeira e a mais importante responsabilidade de um Apóstolo, prestar testemunho de Cristo (…) é o que causa maior impacto." (ver http://lds.org/study/prophets-speak-today/unto-all-the-world/let-the-holy-spirit-guide?lang=por)
Já vivi o suficiente para ver grandes milagres realizados pelas mãos dos apóstolos. Testifico que eles realizam a obra do Senhor com grande poder e autoridade. Eles recebem revelação constantemente e são uma bênção para toda nação que os recebe. Todas as pessoas do mundo podem ter o privilégio de ouvir esses homens de seis em seis meses, durante a Conferência Geral da Igreja. Que privilégio! Acesse o seguinte link para descobrir o quão especial são seus conselhos: http://lds.org/study/prophets-speak-today?lang=por

Para saber mais: http://lds.org/study/topics/prophets?lang=por

13 de dez. de 2011

Um Bispo, quando é desobrigado, perde as chaves do sacerdócio?


Pergunta original: Tenho um duvida e gostaria da ajuda (...) para resolve-la : Bem, quando um bispo é chamado ele recebe todas as chaves do seu cargo, certo? E quando ele é desobrigado ele permanece com as chaves mas não as exerce. O que chamamos de "bispo sem ala"... E se esse mesmo irmão é chamado como bispo novamente ele não é ordenado a bispo e sim designado, porque ele já possui as chaves. Mas isso não é o mesmo com o presidente dos mestres e dos diáconos etc... Ou seja, eu já fui presidente dessas organizações e recebia todas as chaves referentes a elas, e agora que estou saindo dos rapazes... Eu ainda possuo essas chaves? Ou elas me foram tiradas? Ou eu ainda as possuo mas não as posso usar como no caso do bispo? Essa é minha duvida, deu pra entender?


                Deus para entender sim. Para responder essa pergunta devemos compreender dois pontos principais: o que "chave" significa nas escrituras e na cultura da Igreja e a diferença entre "ofício" e "chamado".
                "Chaves dos sacerdócio" nas escrituras quase sempre se relaciona com autoridade e poder - ou seja, capacidade para realizar algo.  Esse é um sentido amplo para "chaves". Em sentido estrito as chaves são dons e prerrogativas especiais para liderar no Reino de Deus. E esse o sentido que usamos corriqueiramente na Igreja. Dizemos por exemplo: "o Bispo tem as chaves para presidir a ala" ou "o presidente do quórum de diáconos recebeu as chaves para liderar outros doze diáconos".
                Observem algumas escrituras, onde é demonstrado chaves do sacerdócio, em sentido amplo (poder) e outras em sentido estrito (autoridade para liderar):
 
                D&C 84:19 - "E esse sacerdócio maior administra o evangelho e contém a chave dos mistérios do reino, sim, a chave do conhecimento de Deus." - chave em sentido amplo (todo portador do sacerdócio de Melquisedeque possui "a chave do conhecimento de Deus).

                Isaías 22:22 -  "Porei a chave da casa de Davi sobre o seu ombro; ele abrirá, e ninguém fechará; fechará, e ninguém abrirá." (Apocalipse 3:7) - chave em sentido estrito (apenas Jeová, que é Cristo, possui a chave do governo deste mundo - ele é o Rei dos Reis e Senhor dos Senhores, ver também http://lucasmormon.blogspot.com/2010/11/quem-e-o-davi-que-ha-de-surgir-nos.html)

                D&C 13:1 - "A VÓS, meus conservos, em nome do Messias, eu confiro o Sacerdócio de Aarão, que possui as chaves do ministério de anjos e do evangelho do arrependimento e do batismo por imersão para remissão de pecados; e ele nunca mais será tirado da Terra, até que os filhos de Levi tornem a fazer, em retidão, uma oferta ao Senhor." - chave em sentido amplo (todo portador do sacerdócio Aarônico possui as "chaves do ministério de anjos e do evangelho")

                D&C 90:6 - "E também, em verdade eu digo a teus irmãos, Sidney Rigdon e Frederick G. Williams, que perdoados também lhes são os seus pecados; e eles são considerados iguais a ti [Joseph Smith] na posse das chaves deste último reino" - chaves em sentido estrito (a Primeira Presidência possui chaves para comandar o Reino de Deus).

                D&C 124:127-128 - "Dou-vos meu servo Brigham Young como presidente do conselho viajante dos Doze; Conselho esse que tem as chaves para abrir a autoridade de meu reino nos quatro cantos da Terra e, depois, enviar minha palavra a toda criatura." - chaves em sentido estrito (o Quórum dos Doze possuem as chaves para "abrir a autoridade" do Reino de Deus "nos quatro cantos da Terra")

                Eu poderia colocar outras passagens, mas estas já provam suficientemente que existe uma diferença entre chaves em sentido estrito e chaves em sentido amplo.
                O bispo, como portador do Sacerdócio, como um Sumo Sacerdote, possui todas as chaves que todo portador do sacerdócio possui - chaves em sentido amplo. Assim, mesmo quando o Bispo é desobrigado essas chaves não lhe são retiradas - porque são inerentes ao sacerdócio.
                Mas "chaves" -  como usamos atualmente na Igreja - em sentido estrito - significa autoridade para liderar. Essas chaves sempre concedem certos dons (mediante a dignidade) - como o dom do discernimento - e só podem ser exercidos sobre certos limites territoriais e temporais (um Bispo será Bispo de uma determinada região geográfica, por um certo número de anos - depois será desobrigado e deixará de ser Bispo).

                O presidente Boyd K. Packer, que é Presidente do Quórum dos Doze ensinou (observe que chave aqui é usada em sentido estrito - e assim acontece na maioria dos discursos atuais da Igreja):"A Primeira Presidência foi organizada com o Presidente, que possui todas as chaves, e um Primeiro e um Segundo Conselheiros, juntamente com o Quórum dos Doze Apóstolos, que também possuem as chaves. Juntamente com os Setenta e o Bispado Presidente, eles administram a Igreja mundial. Esse padrão de um presidente, que recebe as chaves, e um  primeiro e um segundo conselheiros repete-se em toda estaca, nos quóruns do sacerdócio, nos templos, nas missões, nas alas e ramos. Repete-se nas auxiliares. Contudo, os presidentes das auxiliares não possuem chaves do sacerdócio. Cada estaca é independente de todas as outras estacas. O presidente possui as chaves, mas ele não está sozinho. Com seus conselheiros, eles formam uma presidência. Juntamente com o sumo conselho e outros
líderes, eles governam a estaca.
                A presidência da estaca tem autoridade para chamar, desobrigar, organizar, ensinar, corrigir, de acordo com o padrão e conforme a direção das Autoridades Gerais que os presidem. Há uma presidência em cada quórum do Sacerdócio de Melquisedeque: os quóruns de élderes e sumos sacerdotes. Cada uma delas tem um presidente, que possui as chaves, e conselheiros. O mesmo acontece nas alas. Cada ala, independente de todas as outras alas, tem um bispo que possui as chaves. Com seus conselheiros, eles formam o bispado, que é uma presidência.
                O bispo é nomeado pelo presidente da estaca e aprovado pelas Autoridades Gerais, sob a direção da Primeira Presidência. Ele é chamado, ordenado pelo presidente da estaca para ser um bispo, e depois designado para presidir a ala. Ele também é designado como o sumo sacerdote presidente da ala e como presidente do quórum de sacerdotes. Seus conselheiros são designados. O bispo preside o Sacerdócio Aarônico. O bispado chama e designa outros líderes e professores para zelarem pelas famílias e membros." (Treinamento de Mundial de Liderança, Janeiro de 2003, pg. 3).

                Agora passemos a diferença entre ofício e chamado no sacerdócio. Ofício é um cargo dentro do sacerdócio. Eles são certos e determinados por revelação. Há quatro ofícios no sacerdócio Aarônico e cinco no sacerdócio de Melquisedeque. Os ofícios do sacerdócio menor são: diácono, mestre, sacerdote e Bispo; os ofícios do sacerdócio de Melquisedeque são: élder, sumo-sacerdote, setenta, patriarca e apóstolo. Não há outros ofícios na Igreja Restaurada.
                Na época de Moisés os levitas eram divididos em diferentes ofícios (parecidos com os ofícios do sacerdócio Aarônico atuais). Entretanto a lei de Moisés foi superada e temos exatamente os nove ofícios que mencionei.
                Ser selador do Templo não é um ofício. Ser profeta não é um ofício. Selador é um chamado. Profeta é uma designação genérica para os que lideram na Igreja (os membros do Quórum dos Doze Apóstolos e da Primeira Presidência) ou uma referencia a todo homem que é digno de receber revelação (Apocalipse 19:10).
                Quando um homem recebe o sacerdócio é designado a um ofício no sacerdócio. Esse ofício representa qual parcela do sacerdócio poderá exercer.
                Um chamado é uma designação temporária. Ser presidente de um quorum é um chamado e não um ofício. Os chamados são feitos pelos homens que possuem chaves (chaves em sentido estrito). Há vários chamados no sacerdócio, muitos - a maioria - não necessita da concessão de chaves para liderar. Um secretário do quorum de mestres e um sumo-conselheiro são chamados e não ofícios. Ser presidente de Estaca é possuir um chamado para liderar uma Estaca em Sião - mas o presidente de Estaca não recebe o ofício de presidente de Estaca - pois tal não existe.
                Assim, no caso de um Bispo - quando este é designado Bispo recebe o ofício de Bispo (caso não tenha sido ordenado Bispo em alguma ocasião anterior) e o chamado de Bispo! Quando ele deixar honrosamente de ser Bispo seu chamado terá cessado, mas ele ainda portará o ofício de Bispo. Se for chamado para ser Bispo uma outra vez não precisará ser ordenado (receber o ofício) - apenas designado (como Bispo de tal ala).
                Com isso concluímos que as chaves em sentido estrito do chamado de Bispo cessam com a desobrigação. Essas chaves - que são chaves para liderar, chaves dos dons - tais como o discernimento - vão embora com a desobrigação. Mas um Bispo continuará a ser Bispo - ou seja, portanto o ofício de Bispo. Esse ofício não se perde nem com a morte. É eterno, como sacerdócio é eterno.
                Assim, finalmente, um presidente do quórum de diáconos deixa de ser presidente - e deixa de ter dons e prerrogativas deste chamado - mas continuará a ser diácono para sempre!
                Na cultura atual da Igreja (e essa é a forma como usamos as palavras hoje): um Bispo deixa de ser Bispo com a desobrigação e não carrega chaves nenhuma - o mesmo valendo para qualquer chamado. Com a desobrigação encerram-se as obrigações e dons que acompanham essas obrigações.
                O élder L. Tom Perry explicou: "Os Presidentes de (…) estaca (…), bispos, presidentes de ramo e de quórum a portar as chaves do sacerdócio de que precisam para presidir. Uma pessoa que serve em uma dessas posições detém as chaves somente até sua desobrigação. Os conselheiros não recebem as chaves, mas recebem autoridade delegada por chamado e designação." (Treinamento Mundial de Liderança, Junho de 2003, pg. 5).