Assim como meus irmãos tive muitas experiências sagradas ao lidar com os jovens. Compartilharei três dessas experiências. A primeira refere-se ao meu testemunho sobre o programa. A segunda sobre seguir uma orientação do Espírito para abençoar os jovens e a última sobre o poder de Deus para defender os lugares santos.
Primeira Experiência. Tive o privilégio de dirigir uma das reuniões de testemunhos. Uma das primeiras coisas que eu disse foi que antes de ser chamado como consultor achava que havia um certo exagero com relação ao EFY. Mas depois de participar dos treinamentos e testemunhar pessoalmente o programa adquiri uma compreensão e testemunho sobre a Conferência Multiestacas Especial para Jovens, o EFY. Eu me converti ao programa. Eu vi, em cinco dias, rapazes e moças adquirirem um vigoroso testemunho de Deus, de Cristo e do Espírito Santo. Todos os milagres aconteceram porque o Espírito Santo santificou o lugar em que estávamos. Um dos rapazes, depois da reunião de testemunhos telefonou para o pai e, em prantos, pediu-lhe perdão. Uma moça, que estava rancorosa, procurou o ofendido e reatou a amizade. Abraços, lágrimas e muita emoção. Poucas ocasiões vi o espírito ser derramado tão abundantemente em tantos corações ao mesmo tempo.
Segunda Experiência. Como consultores sempre nos reuníamos bem
cedo, antes das atividades do dia, para orientações e anúncios. Na terça-feira recebi um forte influxo do Espírito Santo durante essa reunião. Eu estivera preocupado com alguns jovens do meu grupo, e estivera orando especificamente por eles - porque alguns pareciam não estar aproveitando bem o programa. Eu estava triste, porque eu sabia que se eles não escolhessem ter experiências sagradas, muito provavelmente não as teriam. O desejo e a disposição são pré-requisitos para a fé - e a fé é essencial para que aconteça milagres.
Assim, naquela manhã, Deus falou comigo. Foi como um ditado espiritual. Tomei uma caneta e escrevi as palavras. Isso aconteceu raramente comigo. Na maioria das vezes há um sentimento ou ideia, mas dessa vez as palavras foram tão claras como se alguém as dissesse em bom som, ao meu lado.
A mensagem era a seguinte: "Vai e diz aos jovens as palavras que te direi, para que estejam preparados para a hora em que eu enviar o Meu Espírito para testificar-lhes."
Após receber essa mensagem, corri para reservar e organizar um local, onde poderia reunir meus jovens. Não tive tempo para me planejar, mas confiei no Senhor. Sabia que Ele me ensinaria o que dizer.
Amo os jovens do meu grupo. Os admiro muito. Devido a meu amor e respeito por eles, e devido a revelação que recebera, eu tinha certeza que o Senhor estaria comigo quando eu fosse ensiná-los. Durante a manhã a oportunidade de ensiná-los surgiu. Disse-lhes que fora inspirado a falar-lhes naquela manhã. Eu lhes disse que não sabia exatamente o que ensinaria, mas que Deus me inspiraria. Pedi suas orações enquanto falava. O Senhor realmente colocou palavras de poder em minha boca. Falamos sobre a Expiação do Salvador. No final, entreguei a cada um uma espadinha de madeira, que meu pai fizera. Eu usaria a espadinha no último devocional com a companhia, como lembrançinha. Mas fui inspirado a entregar-lhes naquela ocasião. Contei-lhes sobre os ânti-néfi-leítas - de como a expiação lhes havia mudado - de modo que não tinha mais disposição de fazer o mal, mas sim o bem continuamente. Eu lhes entreguei uma folha de papel e os instei a escrever coisas que desejavam deixar de lado - pecados, erros e vícios. Eu lhes disse que após escreverem, enterraríamos as "armas de rebelião" - assim com os ânti-néfi-leítas. Expliquei-lhes que isso seria um símbolo de que desejavam mudar, e que não seriam mais os mesmos a partir daquela momento.
Depois que todos haviam escrito, coloquei os papeis dobrados em uma caixinha de madeira. Procuramos um local e enterramos. Então eu fiz uma oração. Eu roguei ao Pai Celestial que abençoasse aqueles jovens e que olhasse para nosso ato, que era um símbolo de que estávamos dispostos a melhorar. Pedi que aquele local se tornasse santo para nós. Falei outras coisas conforme orientação celeste.
No final da oração ficamos em silêncio. O Espírito verdadeiramente havia santificado nossos corações. Partimos em silêncio.
Terceira Experiência. A última experiência que quero contar refere-se a um fato ocorrido após a reunião de testemunhos, no quarto dia do EFY. Todos começaram a se abraçar e chorar. O sentimento era muito bom - e o local era realmente sagrado. Fomos nos deitar. Bem, nem todos. Os jovens começaram a ficar um tanto agitados. Alguns começaram a brincar uns com os outros e não se passou muito tempo piadas e xingamentos começaram a encher o ar. Eu já apagara as luzes e explicara aos jovens que deviam dormir. Sabia, não obstante, que tinham o arbítrio, e que eu deveria respeitar a escolha deles de permanecer acordados.
Foi nesse momento que lembrei de Moisés. Ele tivera uma visão maravilhosa das eternidades e logo depois Satanás viera tentá-lo (Moisés 1). Percebi que Satanás desejava destruir a santidade reinante no EFY. Havíamos tido um momento tão sagrado alguns momentos atrás. Mas havia uma risco grande de tudo se perder. Fiquei irado. Orei, levantei-me. Acendi a luz e comecei a me trocar novamente (porque já havia tirado a roupa social).
Os rapazes do meu quarto, que estavam bagunçando - perceberam que eu estava bem sério. Eles me perguntaram o que havia acontecido, e porque estava me arrumando novamente. Eu lhes disse que havíamos tido uma experiência sagrada e que eu não permitiria que nosso lugar santo fosse profanado. Eu lhes disse que usaria todo meu sacerdócio e energia - e que se necessário chamaria os anjos para me ajudar. Eu lhes disse que faria todos se calassem e dormissem. Eu sabia que se eles virassem a noite bagunçando, além de esquecerem-se do espírito que haviam sentido, estariam despreparados para o dia seguinte.
Sai do quarto e comecei a colocar os jovens para dentro, com voz firme. Não achei dois anjos para me ajudarem, mas dois consultores. Na verdade eles foram como anjos. Eu lhes expliquei o que estava sentindo e pedi ajuda. Um deles recomendou que nos ajoelhássemos e orássemos. Fizemos isso.
Eles me acompanharam em cada quarto que foi necessário. Muitos dos quartos já estavam reverentes e não precisamos nem adentrar. Outros estavam irreverentes. Nesses entramos. Mas nesses não necessitamos dizer ou fazer nada drástico. Os jovens excelentes de imediato reconheceram que não deviam estar fora da cama naquele momento - que ir contra o programa era ir contra o Espírito do programa. Assim, eles se comprometeram a deitar-se imediatamente. Eles pararam de brincar e falar alto. Quando voltei no meu quarto, com os jovens do meu grupo, todos já estavam em silencio, procurando dormir.
Acho que esse tipo de experiência é rara. Na maioria das vezes devemos ser serenos e tentar resolver as coisas de maneira mansa. Mas algumas vezes exige-se energia. Interessante que não senti raiva, mas senti o desejo de proteger um local sagrado.
Amo os jovens. Naquela ocasião precisei ser duro com alguns deles. Fico feliz por eles terem o espírito de obediência e por terem decidido seguir as regras e diretrizes do programa e de seus líderes. Fico mais feliz por eles não me julgarem inimigo. Ficou também feliz pela força do Espírito. Se eu estivesse com raiva e pensando em meu sono apenas poderia ter feito algo ruim. Mas creio que, como eu estava pensando no bem-estar dos jovens, o Senhor me deu poder para aquietar o lugar e defender a santidade junto com aqueles dois outros instrutores. Talvez os jovens se aquietassem sem necessidade da minha intervenção e de outros Mas sou grato por ter aprendido mais uma vez, e recebido mais um testemunho, de que os lugares santos podem e devem ser defendidos - e que o Senhor nos fortalecerá quando precisarmos.
Mostrando postagens com marcador revelação. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador revelação. Mostrar todas as postagens
16 de mar. de 2014
Minhas Recordações do FSY, Sessão São Paulo 3
Marcadores:
convênio,
Defender um lugar santo,
efy,
expiação,
fsy,
inspiração,
liderança,
reunião de testemunhos,
revelação,
reverência.,
sacerdócio
4 de dez. de 2012
Surgimento do Livro de Abraão
Um blog, que diz fazer "estudos mórmons" (e que é uma "associação para estudos mórmons") tem escrito corriqueiramente alguns artigos, que ainda que aparentemente bem intencionados, carecem da verdade e de convicção espiritual. Fui procurado por uma irmã para esclarecer a respeito do Livro de Abraão, porque esse blog distorceu alguns fatos relacionados ao mesmo. Como as dúvidas que envolveram minha amiga podem atingir outros, publico o que se segue.
Usarei citações dos manuais e livros aprovados pela Igreja. Antes de fazê-lo, porém, desejo expressar meus sentimentos sobre o Livro de Abraão e sobre a Pérola de Grande Valor: trata-se de uma escritura sagrada. É um livro incrível e não poderia ter nome mais apropriado: é realmente uma pérola de grande valor. É nesse livro, o menor entre as obras-padrão, que encontramos o próprio Deus dizendo qual seu propósito e glória (Moisés 1:39). É também na Pérola de Grande Valor que temos as Regras de Fé e o relato da Primeira Visão. Temos uma porção maior e mais completa das palavras do Salvador sobre os últimos dias. E também o grandioso livro de nosso pai Abraão.
Assim como outras escrituras modernas, muitos tentam desacreditar a origem do Livro de Abraão e seu conteúdo. Essas pessoas se esforçam inutilmente. Porque, no final, a verdade prevalecerá. Na última Conferência Geral o Élder Neil L. Andersen disse:
Usarei citações dos manuais e livros aprovados pela Igreja. Antes de fazê-lo, porém, desejo expressar meus sentimentos sobre o Livro de Abraão e sobre a Pérola de Grande Valor: trata-se de uma escritura sagrada. É um livro incrível e não poderia ter nome mais apropriado: é realmente uma pérola de grande valor. É nesse livro, o menor entre as obras-padrão, que encontramos o próprio Deus dizendo qual seu propósito e glória (Moisés 1:39). É também na Pérola de Grande Valor que temos as Regras de Fé e o relato da Primeira Visão. Temos uma porção maior e mais completa das palavras do Salvador sobre os últimos dias. E também o grandioso livro de nosso pai Abraão.
Assim como outras escrituras modernas, muitos tentam desacreditar a origem do Livro de Abraão e seu conteúdo. Essas pessoas se esforçam inutilmente. Porque, no final, a verdade prevalecerá. Na última Conferência Geral o Élder Neil L. Andersen disse:
"Algumas das informações sobre a Igreja, por mais convincentes que sejam, simplesmente não são verdadeiras. Em 1985 (antes da Internet) lembro que um colega entrou no escritório onde eu trabalhava, na Flórida. Ele tinha em mãos um artigo da revista Time intitulado “Desafiando as Raízes do Mormonismo” que falava de uma carta recém-descoberta, supostamente escrita por Martin Harris, que conflitava com o relato de Joseph Smith sobre a descoberta das placas do Livro de Mórmon.
Meu colega perguntou se aquela nova informação destruiria a Igreja mórmon. O artigo citava um homem que disse estar deixando a Igreja por causa daquele documento. Mais tarde, relatou-se que outras pessoas deixaram a Igreja.20 Tenho certeza de que essa foi uma prova da fé que eles tinham.
Poucos meses depois, alguns estudiosos descobriram (e o falsificador confessou) que a carta era uma fraude total. Lembro-me de ter esperado realmente que aqueles que deixaram a Igreja por causa daquela falsidade encontrassem seu caminho de volta.
Alguns questionam sua fé quando encontram uma declaração feita por um líder da Igreja, há várias décadas, que parece incongruente com nossa doutrina. Há um princípio importante que governa a doutrina da Igreja. A doutrina é ensinada por todos os 15 membros da Primeira Presidência e do Quórum dos Doze. Não está oculta num obscuro parágrafo de um discurso. Os princípios verdadeiros são ensinados frequentemente por muitos. Nossa doutrina não é difícil de achar." (http://www.lds.org/general-conference/2012/10/trial-of-your-faith?lang=por)
1.
Os seguintes trechos foram retirados do livro "História da Igreja na Plenitude dos Tempos", páginas 159, 246, 258 e 488.
"Em um túmulo na margem ocidental do rio Nilo, do outro lado da cidade egípcia de Tebas (hoje chamado Luxor), Antonio Lebolo, um explorador de língua francesa proveniente de Piedmont (uma região do noroeste da Itália), descobriu várias múmias, juntamente com alguns pergaminhos de papiro. Depois da morte de Lebolo, em 1830, as múmias e os papiros foram enviados aos Estados Unidos, onde Michael H. Chandler, que se apresentou como sobrinho de Lebolo, tornou-se seu proprietário em 1833. Em 1835, Chandler exibiu seus artefatos em várias cidades do leste.
Quando chegou a Kirtland, no final de junho, os santos mostraram grande interesse pelas múmias e papiros. Chandler havia ouvido falar que Joseph Smith dizia poder traduzir registros antigos. Ele pediu a Joseph Smith se poderia traduzir os papiros. Orson Pratt relembra: “O Profeta examinou-os e recolheu-se a seu quarto, onde perguntou ao Senhor a respeito deles. O Senhor disse-lhe que eram registros sagrados” e revelou a tradução de alguns dos caracteres. Chandler tinha previamente enviado alguns caracteres do registro a estudiosos a fim de determinar qual seria seu provável significado. Ao receber a tradução do Profeta, ele assinou um testemunho assegurando que correspondia nos mínimos detalhes à dos estudiosos. (History of the Church, 2:235.)
Extremamente interessado em seu conteúdo, os santos compraram as múmias e os pergaminhos por dois mil e quatrocentos dólares. Joseph começou imediatamente a trabalhar nos pergaminhos e descobriu que continham escritos de Abraão e escritos de José, que foi vendido ao Egito.
“Podemos verdadeiramente dizer que o Senhor está começando a revelar a abundância da paz e da verdade”. Durante o restante desse tempo, em Kirtland, ele manteve um ativo interesse em trabalhar com aqueles escritos antigos. O fruto de seus esforços, o livro de Abraão, não foi impresso, contudo, até 1842, quando outra parte da tradução havia sido terminada em Nauvoo. Em fevereiro de 1843, o Profeta prometeu suprir mais da tradução do livro de Abraão. Contudo, sua agenda bastante lotada não lhe permitiu terminar a obra antes de ser assassinado.
(...)
"A principal fonte de notícias de Nauvoo eram os jornais. Os santos haviam publicado jornais em Missouri e Ohio. Durante o cerco de Missouri, os líderes da Igreja enterraram a prensa usada para imprimir o Elder’s Journal. Ela foi recuperada em 1839 e levada para Nauvoo, onde foi usada para imprimir o Times and Seasons, a partir de novembro daquele ano. Como publicação oficial da Igreja, o Times and Seasons, era cuidadosamente controlado e supervisionado pelo Profeta. Durante o curto período em que foi publicado, o Times and Seasons divulgou importantes pontos de doutrina e normas estabelecidas, incluindo parte da biografia oficial de Joseph Smith, parte do Livro de Moisés e do Livro de Abraão, que posteriormente foram incluídas na Pérola de Grande Valor. O jornal também publicou discursos de conferência, cartas circulares do Quórum dos Doze Apóstolos, atas de reuniões importantes da Igreja, reimpressões de artigos de outros jornais e o discurso King Follet. Houve inúmeros artigos a respeito do Livro de Mórmon, incluindo evidências e achados arqueológicos e debates sobre a localização geográfica de pontos referidos no Livro de Mórmon."
(...)
No início de 1842, aproximadamente na mesma época em que Joseph Smith escreveu sua carta a John Wentworth (que é a carta que continha as 13 regras de Fé), o Profeta estava bastante atarefado com a “tradução dos Registros de Abraão”. Esses registros haviam sido adquiridos em 1835, quando a Igreja comprou vários rolos de antigos papiros egípcios de Michael Chandler. Joseph e seus escreventes fizeram algumas investigações preliminares a respeito deles, mas seu trabalho no Templo de Kirtland e a subseqüente apostasia e perseguições impediram-nos de continuar esse trabalho em Ohio ou Missouri. Por fim, na primavera de 1842, o Profeta conseguiu dedicar-se à tarefa por várias semanas, sem ser interrompido.
O Élder Wilford Woodruff, que ficou sabendo nos conselhos de liderança que o Profeta estava traduzindo parte do conteúdo dos papiros, escreveu em seu diário seus sentimentos a respeito do trabalho do Profeta: “Verdadeiramente o Senhor ergueu Joseph, o vidente (...) e hoje cobriu-o com seu imenso poder, sabedoria e conhecimento. (...) O Senhor está abençoando Joseph com o poder de revelar os mistérios do reino de Deus; para traduzir, por meio do Urim e Tumim, os registros antigos e hieróglifos tão velhos quanto Abraão ou Adão, o que faz com que nosso coração arda dentro de nós, ao vermos suas gloriosas verdades abrirem-se diante de nós”.
Extratos do Livro de Abraão apareceram pela primeira vez no Times and Seasons e no Millennial Star no verão de 1842. Joseph Smith indicou que mais seria revelado posteriormente, mas não pôde continuar a tradução depois de 1842 (por que ele foi assassinado!). O que a Igreja recebeu — cinco capítulos do livro de Abraão, na Pérola de Grande Valor — era apenas uma parte do registro original.
Em 1967, onze fragmentos do papiro de Joseph Smith foram redescobertos pelo Doutor Aziz S. Atiya, no Metropolitan Museum of Art de Nova York. Os estudos confirmaram que se tratam de textos funerários do Egito, do tipo que normalmente eram enterrados junto com pessoas da realeza e da nobreza, destinando-se a guiá-los em suas jornadas eternas. Isso renovou a questão da relação entre os registros e o livro de Abraão. Joseph Smith não explicou o método pelo qual traduziu o livro de Abraão, assim como nunca explicou plenamente o método de tradução do Livro de Mórmon.
Não obstante, assim como o Livro de Mórmon, o livro de Abraão é sua própria evidência e foi-nos dado pelo dom e poder de Deus.
(...)
Por várias décadas, o mundo havia testemunhado o crescente interesse pelas novas descobertas e teorias da ciência moderna. Com a chegada do século XX, o ritmo do desenvolvimento tecnológico foi apressado, e importantes invenções, como o automóvel movido a gasolina e o avião, tiveram enorme impacto na vida diária. Esses avanços também fizeram crescer o interesse pela ciência, que por sua vez levou mais pessoas a confiar no intelecto humano em vez da teologia para entender a natureza do universo e da sociedade.
Os estudiosos passaram a considerar a Bíblia de modo bastante crítico. Começaram a questionar o significado e mesmo a autenticidade das escrituras. A assim chamada “crítica superior” também voltou sua atenção para escrituras SUD. Em 1912, o reverendo F. S. Spalding, bispo da igreja episcopal de Utah, publicou um panfleto intitulado Joseph Smith Jr. como Tradutor. A publicação contrastava as interpretações de oito egiptólogos com as explicações de Joseph Smith referentes aos fac-símiles do livro de Abraão na Pérola de Grande Valor. Embora a maior parte dos santos dos últimos dias aceitasse a veracidade das escrituras por uma questão de fé, a Igreja ainda assim reconheceu a necessidade de responder a essas críticas. De fevereiro a setembro de 1913 uma série de artigos foi publicada a quase todo mês na revista Improvement Era, fornecendo possíveis respostas.
2.
Os trechos abaixo foram retirados do Manual do Aluno da Pérola de Grande Valor, pg. 28-29
Quem Foi Abraão e Quando Ele Viveu?
Adão e Eva e a Queda (aproximadamente 4.000 a.C.), Enoque (aproximadamente 3.000 a.C.), Noé e o Dilúvio (aproximadamente 2.400 a.C.) e a torre de Babel (aproximadamente 2.200 a.C.) precederam a época de Abraão. Abraão, nascido por volta de 2000 a.C., foi pai de Isaque e avô de Jacó, cujo nome mais tarde foi mudado para Israel. (Ver Guia para Estudo das Escrituras, “cronologia”, pp. 49–52.)
Como a Igreja Recebeu o Livro de Abraão?
Em 3 de julho de 1835, um homem chamado Michael Chandler levou quatro múmias egípcias e vários rolos de papiro contendo escritos do egípcio antigo para Kirtland, Ohio. As múmias e os papiros tinham sido descobertos no Egito, vários anos antes, por Antonio Lebolo. Kirtland era uma das muitas paradas da exposição das múmias que Chandler estava fazendo no Leste dos Estados Unidos. Chandler tinha colocado as múmias e os papiros à venda e, a pedido do Profeta Joseph Smith, vários membros da Igreja fizeram uma doação para adquirirem-nas. Em uma declaração de 5 de julho de 1835, Joseph Smith escreveu o seguinte a respeito da importância desses antigos escritos egípcios: “Comecei a tradução de alguns dos
caracteres hieroglíficos, e para minha grande alegria, descobri que os rolos continham escritos de Abraão (...). Verdadeiramente posso dizer que o Senhor está começando a revelar a abundância de paz e verdade”. (History of the Church, 2:236.)
Como o Profeta Traduziu os Antigos Escritos?
O Profeta Joseph Smith não explicou seu método de traduzir esses registros. Como acontece com todas as outras escrituras, um testemunho da veracidade desses escritos é basicamente uma questão de fé. A maior evidência da veracidade do livro de Abraão não se encontra em uma análise de suas evidências físicas nem de seu fundo histórico, mas ao ponderar-se fervorosamente o seu conteúdo e poder.
Por Que o Profeta Joseph Smith Disse Ter Traduzido os Escritos de Abraão Se os Manuscritos Não Datam da Época de Abraão?
Em 1966, onze fragmentos dos papiros que foram de propriedade do Profeta Joseph Smith foram descobertos no Metropolitan Museum of Art da cidade de Nova York. Eles foram dados à Igreja e analisados por estudiosos que os dataram entre 100 a.C. e 100 d.C. Uma objeção frequente à autenticidade do livro de Abraão baseia-se no fato de que os manuscritos não são suficientemente antigos para terem sido escritos por Abraão, que viveu quase dois mil anos antes de Cristo. Joseph Smith jamais declarou que os papiros tivessem sido escritos pelo próprio Abraão nem que fossem de sua época. É frequente referir-nos às obras de um autor
como “seus” escritos, quer ele os tenha escrito pessoalmente ou ditado a outros, quer tenham sido copiados por outros posteriormente.
O Que o Profeta Joseph Smith Fez com Sua Tradução?
O livro de Abraão foi publicado originalmente em partes no Times and Seasons, uma revista da Igreja, a partir de março de 1842, em Nauvoo, Illinois. (Ver Introdução no início da Pérola de Grande Valor.) O Profeta Joseph Smith explicou que publicaria outras partes do livro de Abraão posteriormente, mas foi morto como mártir antes de poder fazê-lo. A respeito do possível tamanho da tradução completa, Oliver Cowdery disse certa vez que seriam necessários “volumes” para contê-la. (Ver Messenger and Advocate, dezembro de 1835, p. 236.) Além dos escritos hieroglíficos, o manuscrito também continha desenhos egípcios. Em 23 de fevereiro de 1842, o Profeta Joseph Smith pediu a Reuben Hedlock, um entalhador de madeira profissional e membro da Igreja, que preparasse uma xilogravura dos desenhos para que pudessem ser impressos. Hedlock terminou a xilogravura em uma semana, e Joseph Smith publicou os fac-símiles juntamente com o livro de Abraão. As explicações de Joseph Smith dos desenhos acompanham os fac-símiles.
O Que Aconteceu com as Múmias e os Papiros?
Depois da morte do Profeta Joseph Smith, as quatro múmias e os papiros tornaram-se propriedade da mãe viúva de Joseph, Lucy Mack Smith. Quando Lucy morreu, em 1856, Emma Smith, a esposa do Profeta, vendeu a coleção ao Sr. A. Combs. Existem várias teorias sobre o que teria acontecido com as múmias e os papiros depois disso. Parece que pelo menos duas das múmias foram destruídas pelo fogo no grande incêndio de Chicago, em 1871. (Ver B. H. Roberts, New Witnesses for God, 3 vols., 1909–1911, 2:380–382.)
No início da primavera de 1966, o Dr. Aziz S. Atiya, um professor da Universidade de Utah, descobriu vários fragmentos dos papiros do livro de Abraão, enquanto fazia uma pesquisa no Metropolitan Museum of Art na cidade de Nova York. Esses papiros foram presenteados à Igreja pelo diretor do museu, em 27 de novembro de 1967. O paradeiro atual das outras múmias e dos outros papiros é desconhecido. (Ver H. Donl Peterson, “Some Joseph Smith Papyri Rediscovered, 1967”, em Studies in Scripture, Volume Two, pp. 183–185.)
Qual É o Significado do Livro de Abraão?
O livro de Abraão é uma evidência do chamado inspirado do Profeta Joseph Smith. Ele surgiu em uma época em que o estudo da língua e cultura do antigo Egito estava apenas começando. Os estudiosos do século XIX mal tinham acabado de começar a explorar o campo da egiptologia, mas sem nenhum estudo formal em línguas antigas e sem nenhum conhecimento do antigo Egito (com exceção de seu trabalho no Livro de Mórmon), Joseph Smith começou sua tradução dos antigos manuscritos. Seu conhecimento e capacidade foram-lhe concedidos pelo poder e dom de Deus, juntamente com sua determinação e fé. O livro de Abraão revela verdades do evangelho de Jesus Cristo que eram anteriormente desconhecidas pelos membros da Igreja na época de Joseph Smith. Ele também esclarece passagens difíceis encontradas em outros textos das escrituras.
Os Manuais citados podem ser encontrados aqui: http://institute.lds.org/manuals?lang=por
Os Manuais citados podem ser encontrados aqui: http://institute.lds.org/manuals?lang=por
13 de mar. de 2012
A Verdade o que é?
"A verdade o
que é?" - essa é uma das perguntas mais importantes - talvez a mais
importante. É assim porque "conhecereis a verdade, e a verdade vos
libertará". A liberdade, que decorre do dom do arbítrio, é o que permite a
ação, crescimento, felicidade e vida eterna. Assim, sem não conhecermos a
verdade estaremos fadados a estagnação, infelicidade e morte eterna. De nada
adianta possuir a capacidade de escolher sem a luz da verdade - porque essa luz
é que nos dá discernimento e anseio pelo bem e justo.
Um de meus hinos
favoritos é "A Verdade o Que É?" (Hinos
#171, veja aqui: http://www.youtube.com/watch?v=howGewVey2Q ). Ele responde de maneira poética, mas clara, o que é a verdade e qual sua
importância. Comentarei suas belas estrofes:
A
verdade o que é? - a pergunta que todos devemos fazer. A resposta trará
felicidade verdadeira.
Jóia
de valor - dês da antiguidade
pedras preciosas tem sido objeto de desejo por sua beleza e valor econômico (Gênesis
24:53, Êxodo 12:35, II Crônicas 20:25). Muitas vezes nas escrituras homens e mulheres
são comparados a jóias para demonstrar que são valiosos a vista de Deus
(Provérbios 31:10, D&C 60:4, 101:3, 135:6, 3 Néfi 24:17). A verdade é a jóia
de maior valor. Para achá-la, reis dariam todos os seus tesouros (Alma 22:15),
para defendê-la homens deram a vida (D&C 135).
Que
riquezas celestes traduz - a
verdade é eterna: "a verdade do Senhor dura para sempre" (Salmos
117:2). A verdade é o conhecimento do que foi, do que é e do que será (Jacó
4:13, D&C 93:24)[1].
A imutabilidade e absolutez da verdade são suas características mais marcantes.
A Luz de Cristo ajuda-nos a entender isso e a discernir a verdade (Morôni 7:16).
O Espírito Santo, que sabe a verdade de todas as coisas (Morôni 10:5), fala-nos
a "verdade e não mente" (Jacó 4:13). "Toda a verdade existe para
a salvação dos filhos dos homens; para seu benefício e compreensão; para que se
desenvolvam nos princípios do conhecimento divino; e o conhecimento divino
consiste em todo e qualquer fato ou verdade; e toda a verdade refere-se à
divindade" (Ensinamentos dos
Presidentes da Igreja: Brigham Young, pg. 16)
E
maior esplendor a verdade terá, Quando toda a coroa de rei e Senhor, Se tornar
em escória sem luz! - A
verdade pode ser, e é, obscurecida pela mentira e pecado. Satanás, o pai das
mentiras (2 Néfi 9:9), sabe que se os homens ouvirem a verdade e seguirem-na, encontrarão
felicidade. Satanás se opõem a verdade. Jesus Cristo é a personificação da
verdade. Ele disse: "Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem
ao Pai, senão por mim" (João 14:6). O Pai é de eternidade em eternidade e
"nada a não ser paz, justiça e verdade é a habitação de seu trono"
(Moisés 7:31). Assim, Satanás se opõem a verdade porque se opõem a Deus e a
Cristo. O diabo e seus anjos procuram fazer com que as trevas obscureçam a luz
da verdade. Ele faz isso de modo sutil e calculista. Muitas vezes mistura um
pouco de verdade com suas mentiras, para atrair os homens em suas armadilhas.
Por exemplo: ele disse a Adão e Eva que seriam como Deus conhecendo o bem e o mal
ao comerem do fruto proibido - o que era verdade; mas também disse que eles não
morreriam - o que era mentira (Moisés 4:10-11). O diabo se transfigura em anjo
de luz para enganar os homens (II Coríntios 11:14, Alma 30:53). Quando o diabo
for preso e suas tentações cessarem (D&C 45:55, 88:110) a verdade brilhará
com todo seu esplendor. Até que chegue essa época devemos exercer a retidão
para descobrir e preservar a verdade, mesmo que precisemos tatear durante algum
tempo em meio a escuridão (Atos 17:27) e prosseguir em uma nevoa densa e escura
(1 Néfi 8:23-24) valerá a pena. Lembremo-nos que "o pleno conhecimento da
verdade (...) é segundo a piedade" (Tito
1:1)
A
verdade o que é? - mas uma vez a pergunta que todo homem se faz, nas
diversas situações da vida. Quando alguém, pro exemplo, diz: "não há vida
após a morte" - e você lembra de todos os familiares e amigos que já se
foram - e que você vai morrer também, seja logo ou daqui a alguns anos... isso
seria verdade? É verdade que depois da morte tudo se acaba? Como saber? Como
saber se você não acredita em uma vida futura apenas porque quer acreditar,
apenas por um impulso ou justificativa para se sentir mais confortável? Como
lidar com os pensamentos céticos? Ora, devemos lembrar que podemos achar a
verdade: "Tudo o que pedirdes ao Pai em meu nome vos será dado (...) Eis
que o que ouvis é como a voz de alguém clamando no deserto - no deserto porque
não o podeis ver - minha voz, porque minha voz é Espírito; meu Espírito é
verdade; a verdade persiste e não tem fim; e, se estiver em vós, prosperará. E
se vossos olhos estiverem fitos em minha glória, todo o vosso corpo se encherá
de luz e em vós não haverá trevas; e o corpo que é cheio de luz compreende
todas as coisas"(D&C 88:64, 66-67).
É o
supremo dom - A verdade é o dom mais precioso. "Cada partícula de
verdade que cada
pessoa já recebeu
é um dom de Deus", disse o presidente Brigham Young (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Brigham Young, pg. 19). É o
conhecimento da verdade que abre as portas para as bênçãos da Expiação e para
vida eterna "que é o maior de todos os dons de Deus" (D&C 14:7).
Néfi entendia isso, afirmou: "glorio-me na clareza; glorio-me na verdade;
glorio-me em meu Jesus, pois redimiu minha alma do inferno" (2 Néfi 33:6).
Que é
dado ao mortal desejar - todo homem anela pela verdade, porque, como já
expliquei a verdade conduz a liberdade e a felicidade eterna. A verdade é
Cristo (Enos 1:26, Alma 5:48, João 1:17). E embora nem todos desejem aprender
sobre Cristo - todos desejam bem-estar, proteção e salvação. Pois bem. Tudo
isso é encontrado em Cristo Jesus. Além disso, verdade nos liberta (João 8:32):
Cristo nos liberta! (João 8:36; 2 Néfi 9:19, 25- 26). O conhecimento da verdade
(conhecimento de Cristo – de sua obra e glória), e aplicação desse conhecimento
– que é sabedoria[2] – é o que leva o homem a ter vida eterna,
felicidade eterna (2 Néfi 2:27-28; D&C 42:61).
Procurai
no abismo, na treva e na luz, Nas montanhas e vales o seu claro som E grandeza
ireis contemplar! - a verdade deve ser buscada com diligencia. A
verdade se encontra explicita nas escrituras sagradas (Helamã 15:7; 2 Timóteo
3:15-17). O Presidente Brigham Young disse: " Estejam sempre dispostos a
receber a verdade, venha de onde vier, não faz a menor diferença. Não importa
se receberam o evangelho por intermédio de Joseph Smith ou de Pedro, que viveu
no tempo de Jesus. Recebam-no prazerosamente, quer seja de um homem quer de
outro. Se Deus chamou um indivíduo e o enviou a pregar o evangelho, isso é o
que me basta saber. Não importa quem seja, tudo o que desejo é conhecer a verdade.
Ele também disse: "O chamado “mormonismo” abrange todos os princípios
concernentes à vida e a salvação, para o tempo e eternidade. Não importa quem
possua a verdade. Se os pagãos têm alguma verdade, ela pertence ao
“mormonismo”. A verdade e a sã doutrina que o mundo sectário possui—e eles as
têm em grande medida — pertencem todas a esta Igreja. No que concerne à
moralidade, muitas pessoas são tão boas quanto nós. Tudo o que é virtuoso,
amável e louvável pertence a esta Igreja e reino. O “mormonismo” abrange toda a
verdade. Não existe verdade que não pertença ao evangelho. Ele é vida, e vida
eterna; é uma felicidade abençoada. É a plenitude de todas as coisas nos deuses
e nas eternidades dos deuses. (...) Quero dizer a meus amigos que cremos em
tudo o que é bom. Se puderem encontrar uma verdade nos céus, na Terra ou no
inferno, ela pertence a nossa doutrina. Nela cremos; ela nos pertence; nós a
reivindicamos" (Ensinamentos dos
Presidentes da Igreja: Brigham Young, pg. 16-17). Ele disse ainda: "Toda
descoberta científica ou artística realmente verdadeira e útil para a humanidade
foi dada por meio de revelação direta de Deus, embora poucas pessoas reconheçam
esse fato. Foram dadas com o propósito de preparar o caminho para a vitória
final da verdade e para redimir a Terra dos poderes do pecado e de Satanás."
(DBY, p. 18) O Presidente John Taylor
ensinou: "O homem que está em busca da verdade não se apega a um único
sistema, não defende um único dogma nem adota uma única teoria. Abraça todas as
verdades, e a verdade, como o Sol no firmamento, brilha e alumia toda a criação
com os seus raios resplandecentes. Se os homens se despirem de todos os
preconceitos e procurarem a verdade com ardor, meticulosamente, irão
encontrá-la em tudo o que estudarem.
A
verdade o que é? - Mais uma vez a grande pergunta da alma. Todos são levados,
uma hora ou outra, a questionarem o que é verdade, o que lhes trará alegria,
quem são e o que devem fazer. Para maioria das pessoas essas perguntas se
formam durante a juventude. Quando catástrofes, tragédias, decepções e
adversidades sobrevém o homem é levado a ponderar e sua alma se mostra faminta
pela verdade. É nesse momento que os homens se humilham e cumprem os requisitos
para receber revelação e descobrir a verdade.
É
começo e fim, Para ela limites não há; Pois que tudo se acabe, a terra e o céu,
Sempre resta a verdade que é luz para mim, Dom supremo da vida será! - O
Presidente Brigham Young disse: "Deleito-me na verdade, porque ela pode
suster-se a si própria. Baseia-se em fatos eternos e permanecerá, ao passo que
tudo o mais, cedo ou tarde, irá perecer" (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Brigham Young, pg. 18). A
verdade é luz para nosso caminho. Ela é um guia seguro. O Presidente Young
também ensinou: "É tão fácil viver pela verdade. Já ponderaram a esse respeito,
meus amigos? Já pensaram nisso, meus irmãos e irmãs? Em todas as circunstâncias
da vida, seja entre os humildes ou os orgulhosos, a verdade é sempre o guia
mais seguro e o meio mais fácil pelo qual podemos moldar nossa vida.. (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja:
Brigham Young, pg. 18).
Eis
que o centro cairá da tirada mão E a divina justiça virá - Satanás é
usurpador. Ele se colocou como deus deste mundo, mas não é legitimo seu domínio.
Quando o Senhor voltar Satanás será deposto e preso. O manual Princípios do Evangelho explica: "Durante
o Milênio, Satanás será aprisionado. Isso significa que ele não terá poder para
tentar aqueles que estiverem vivendo nessa época (ver D&C 101:28). Os
“filhos crescerão sem pecado para a salvação” (D&C 45:58). “E por causa da
retidão [do] povo [do Senhor], Satanás não tem poder; portanto não pode ser
solto pelo espaço de muitos anos; pois não tem poder sobre o coração do povo, porque
vivem em retidão e o Santo de Israel reina” (1 Néfi 22:26) ("Milênio",
pg. 275). Imagine que época gloriosa! Nas escolas não serão ensinadas teorias
falsas sobre a origem do homem e sobre os sistemas de governo, não haverá
propaganda enganosa, e todo político será honesto! Todos defenderão a verdade e
a mentira cessará! Depois do milênio haverá um julgamento final. Devemos ter
sempre isso em mente. Observe a advertência do profeta: "Preparai vossas
almas para aquele glorioso dia, quando a justiça será administrada aos justos,
sim, o dia do julgamento, a fim de que não vos encolhais com terrível medo;
para que não vos lembreis claramente de vossa horrível culpa e não sejais
compelidos a exclamar: Santos, santos são os teus julgamentos, ó Senhor Deus
Todo-Poderoso---mas conheço minha culpa; transgredi tua lei e minhas
transgressões me pertencem; e o diabo me dominou, de modo que sou uma presa de
sua terrível miséria" (2 Néfi 9:46)
De Sião as muralhas resistem ao mal E seus
firmes baluartes jamais ruirão - Enquanto o milênio não chega, Sião vai
se fortalecendo. Diferente das outras dispensações, esta não terminará em uma apostasia
generalizada. Sião vai resistir e prosperar. Sião é tanto uma cidade quanto um
povo. A escritura ensina que Sião é "o puro de coração" (D&C
97:21). O Élder D. Todd Christofferson
disse: "Sião é Sião por causa do caráter, dos atributos e da fidelidade de
seus cidadãos. Lembrem-se: “O Senhor chamou seu povo Sião, porque eram unos de
coração e vontade e viviam em retidão; e não havia pobres entre eles” (Moisés
7:18). Se quisermos estabelecer Sião em nossa casa, nosso ramo, nossa ala e
nossa estaca, devemos seguir esse padrão. Será necessário (1) tornar-se uno de
coração e vontade, (2) tornar-se individual e coletivamente um povo santo, e
(3) cuidar dos pobres e necessitados com tamanha eficácia que eliminemos a
pobreza do nosso meio. Não podemos esperar até que Sião venha para que essas
coisas aconteçam — Sião virá apenas se elas acontecerem." (http://www.lds.org/liahona/2008/11/15?lang=por)
A
verdade eterna será! - A verdade irá permanecer. O Profeta Joseph Smith
disse: “O estandarte da verdade foi erguido; nenhuma mão iníqua pode impedir o
progresso da obra; perseguições podem levantar-se, turbas podem agrupar-se,
exércitos podem reunir-se, a calúnia pode difamar, mas a verdade de Deus irá
adiante com coragem, nobreza e independência até que tenha penetrado todo
continente, visitado todo clima, varrido cada país e sido proclamada em cada
ouvido, até que os propósitos de Deus sejam cumpridos e o Grande Jeová declare
que a obra está concluída” (History of
the Church, vol. 4, p. 540).
[1] O
presidente Taylor explicou essa característica da verdade e disse como a
verdade beneficia o homem: "De pé na tribuna da verdade e envolvido por
seu manto, o homem de Deus, por meio da fé, vislumbra o futuro, abre as
cortinas da eternidade, desvenda o mistério dos céus e penetra a escuridão dos
anos incontáveis para contemplar os desígnios do grandioso Eloim que se
desenrolam em sua majestade, poder e glória. De pé em uma faixa estreita,
contempla o passado, o presente e o futuro e vê a si mesmo como um ser eterno
que alega ter afinidade com Deus, ser filho de Deus, ter em si uma centelha da
chama eterna da Deidade. Vê o mundo e a humanidade em suas diversas fases, sabe
o que constitui seu verdadeiro bem e, com o conhecimento que recebeu do Pai
Celestial, compreende sua origem e destino. (…)" (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: John Taylor, Capítulo 23)
[2] Sabedoria
é um dom de Deus (ver Sabedoria, GEE). É a prática, a ação e a aplicação do
conhecimento de Deus (Mórmon 9:28; D&C
58:26) – que leva à Vida Eterna (João 17:3; 2 Pedro 1:2-8, 10; D&C
6:7, 131:6). É a coisa principal (Provérbios 1:7, 2:6-7; Jacó 6:12).
1 de mar. de 2012
"Se não há Cristo, não há Deus"
Néfi, após citar as palavras do
discurso de seu irmão Jacó, sobre o Plano de Salvação, disse que se deleitava
em comprovar a seu povo que sem a vinda de Cristo, todos os homens pereceriam.
Então ele afirma: "Porque se não há Cristo não há Deus, e se não há Deus
não existimos, porque não poderia ter havido criação" (2 Néfi 11:7). É uma
declaração forte, especialmente para os que não são cristãos. Ponderei como
Néfi chegou a essa conclusão e escrevi o que se segue.
Muitos no mundo acreditam em um
Deus Supremo. Alguns crêem que há um "Grande Espírito" que criou
todas as coisas (Alma 18:4, 22:11), não obstante pensam que tudo que fazem é
certo (Alma 18:5). Outros acreditam em muitos deuses (Juízes 2:12), sendo
alguns deles mais poderosos que outros (I Reis 20:23) ou um deles o principal
(Jeremias 11:13). Outros são agnósticos e outros ateus (Alma 30:36-37). Há
ainda aqueles que acreditam em um Deus bondoso, perfeito e que é seu Pai Eterno
- mas negam Cristo, dizendo que "não é razoável que venha alguém como um
Cristo; se vier e ele for Filho de Deus, o Pai do céu e da Terra, conforme
anunciado, porque não aparecerá a nós, assim como àqueles que [estiveram] em
Jerusalém?" (Helamã 16:18).
É evidente que para compreender
a afirmação de Néfi deve-se ter na mente e no coração tudo o que ele escreveu
ou fez com que fosse escrito em seus dois livros (1 Néfi e 2 Néfi) - afinal sua
frase "se não há Cristo, não há Deus" é a conclusão de um pensamento
que foi forjado dês do inicio e seu registro. Deve-se ler com sinceridade e
desejo de aprender as coisas de Deus, deve-se mergulhar nas escrituras com
coração sincero e real intenção. Não obstante, uma leitura secular (porém
profunda) dos livros de Néfi já é suficiente, ao menos para provar, porque,
para Néfi, sem Cristo não pode haver Deus.
1.
A
existência de Deus. Deus vive. Esse conhecimento Néfi recebeu de seu pai
Leí, que disse: "existe um Deus e ele criou todas as coisas, tanto os céus
como a Terra e tudo que neles há, tanto as coisas que agem como as que recebem
a ação." Leí também incutiu em seus filhos que "se não existe Deus,
nós também não existimos nem a Terra; pois não poderia ter havido criação nem
para agir nem para receber a ação; portanto, todas as coisas teriam
desaparecido" (2 Néfi 2:13-14). Néfi não dependeu do testemunho de seu
pai. Ele buscou aprender sobre Deus e seus mistérios. Ele contou: "E
aconteceu que eu, Néfi, sendo muito jovem, embora de grande estatura, e tendo
também grande desejo de saber dos mistérios de Deus, clamei, portanto, ao
Senhor; e eis que ele me visitou e enterneceu meu coração, de maneira que
acreditei em todas as palavras que meu pai dissera; por esta razão não me
revoltei contra ele, como meus irmãos." (1 Néfi 2:16) Néfi aprendeu que o
Deus de seu pai Leí não apenas era um ser real, glorioso e poderoso - sentado
em um trono e rodeado de luz e anjos (1 Néfi 1:8) - mas que era Seu Pai
Celestial que "criou a Terra para que fosse habitada; e criou seus filhos
para que a habitassem" (1 Néfi 17:36), e que Ele amava "os que o
tomam por Deus" (1 Néfi 17:40). A fé e confiança de Néfi em Deus era tão
grande que ele realizava milagres pelo poder que havia recebido de Deus (1 Néfi
4, 1 Néfi 16-18), de fato ele disse: "Se Deus me tivesse ordenado que
fizesse todas as coisas, poderia fazê-las. Se ele me ordenasse que dissesse a
esta água: Converte-te em terra, ela se converteria; e se eu o dissesse, assim
seria feito" (1 Néfi 17:50)
2.
O caráter
de Deus. Néfi não apenas acreditava em um Ser Superior, mas entendia os
atributos deste Ser. Ele aprendera algo muito importante sobre a condescendência
de Deus (1 Néfi 11:16-22). Ele disse: "sei que Deus ama seus filhos"
(1 Néfi 11:17). Depois ele registrou as palavras de seu profeta favorito:
"Pois pode uma mulher esquecer o filho que está amamentando e deixar de
sentir compaixão do filho de suas entranhas? Sim, pode esquecer; eu, porém, não
te esquecerei, ó casa de Israel. Eis que te tenho gravada nas palmas de minhas
mãos; teus muros estão continuamente diante de mim." (1 Néfi 21:15-16)
3.
O Plano
de Salvação. Por amar seus filhos, Deus lhes dá mandamentos e faz com eles
convênios (1 Néfi 17:40). Esses mandamentos e convênios permitem que os filhos
de Deus recebem alegria nesta vida e felicidade eterna no mundo vindouro. O
Plano de Salvação foi dado a Leí através de simbolismo - a famosa "Visão
da Árvore da Vida" (1 Néfi 8) [1].
Néfi também teve essa visão e aprendeu o significado dos símbolos (1 Néfi 11-15).
Ele aprendeu que a Árvore da Vida "é o amor de Deus, que se derrama nos
corações dos filhos dos homens; é, portanto, a mais desejável de todas as
coisas" (1 Néfi 11:22). Deus colocou Adão e Eva na Terra. Eles escolheram
iniciar a mortalidade, em um evento que chamados de Queda, que tornou todos os
homens decaídos. "A queda veio em
razão da transgressão [de Adão e Eva]; e porque os homens se tornaram decaídos,
foram afastados da presença do Senhor (2 Néfi 9:6). Essa Queda fazia parte do
Plano de Deus, porque se "Adão não houvesse transgredido, não teria caído,
mas permanecido no jardim do Éden. E todas as coisas que foram criadas deveriam
ter permanecido no mesmo estado em que estavam depois de haverem sido criadas;
e deveriam permanecer para sempre e não ter fim. E [Adão e Eva] não teriam tido
filhos; portanto teriam permanecido num estado de inocência, não sentindo
alegria, por não conhecerem a miséria; não fazendo o bem, por não conhecerem o
pecado. Mas eis que todas as coisas foram feitas pela sabedoria daquele que
tudo conhece. Adão caiu para que os homens existissem; e os homens existem para
que tenham alegria." (2 Néfi 2:22-25). A Queda de Adão e Eva trouxe a
morte física ao mundo e também o pecado (porque Adão e Eva passaram a conhecer
o mal). Mas felizmente o Messias veio "na plenitude dos tempos para
redimir da queda os filhos dos homens. E porque foram redimidos da queda tornam-se
livres para sempre, distinguindo o bem do mal; para agirem por si mesmos e não
para receberem a ação, salvo se for pelo castigo da lei no grande e último dia,
segundo os mandamentos dados por Deus. Portanto os homens são livres segundo a
carne; e todas as coisas de que necessitam lhes são dadas. E são livres para
escolher a liberdade e a vida eterna por meio do grande Mediador de todos os
homens, ou para escolherem o cativeiro e a morte, de acordo com o cativeiro e o
poder do diabo; pois ele procura tornar todos os homens tão miseráveis como ele
próprio" (2 Néfi 2:26-27). O Salvador Jesus Cristo é o Messias porque veio
ao mundo e entregou sua vida para salvá-lo, conforte todos os profetas
pregaram. O Sacrifício de Cristo chama-se Expiação. O irmão de Néfi explicou:
"E ele [Jesus Cristo] vem ao mundo para salvar todos os homens, se eles derem
ouvidos a sua voz; pois eis que ele sofre as dores dos homens, sim, as dores de
toda criatura vivente, tanto homens como mulheres e crianças, que pertencem à
família de Adão. E ele sofre isto para que todos os homens ressuscitem [ou
seja, vençam a morte física], para que todos compareçam diante dele no grande
dia do julgamento. E ordena a todos os homens que se arrependam e sejam
batizados em seu nome, tendo perfeita fé no Santo de Israel, pois do contrário
não poderão ser salvos no reino de Deus. E se não se arrependerem, não
acreditarem em seu nome, não forem batizados em seu nome nem perseverarem até o
fim, serão condenados, pois o Senhor Deus, o Santo de Israel, disse-o. Ele deu,
portanto, uma lei (...)" (2Néfi 9:21-25). A expiação proporciona dois
dons: um incondicional (que é a ressurreição), e outro condicional (que é o
perdão, a remissão dos pecados, a santificação) Quando o Plano de Deus é
considerado vemos "quão grandes são os convênios do Senhor e quão grande é
sua condescendência para com os filhos dos homens" (2 Néfi 9:53). Na
realidade, sentimo-nos amimados e felizes, porque percebemos que somos livres
para agir por nós mesmos - para escolher o caminho da vida eterna. O que temos
que fazer? Tão somente nós reconciliarmos com Deus, com a vontade de Deus (cumprindo
suas leis) e lembrar que é somente pelo poder expiatório de Cristo que seremos
salvos (2 Néfi 10:23-25). "Possa Deus, portanto, levantar-vos da morte
pelo poder da ressurreição e também da morte eterna (que é o pecado), pelo
poder da expiação, a fim de que sejais recebidos no eterno reino de Deus para
louvá-lo pela graça divina" (2 Néfi 2:25). Expliquei brevemente sobre o
plano de salvação na seguinte postagem: http://lucasmormon.blogspot.com/2010/04/resumo-do-plano-eterno-de-deus.html
(Ver também http://lucasmormon.blogspot.com/2010/05/expiacao.html)
4.
Oposição.
Néfi sabia que havia uma oposição ao bem e ao justo. Essa oposição, no caso de
Néfi, se manifestava no seio de sua própria família. Seus irmãos procuram em
diversas ocasiões matá-lo. A oposição ao bem e a verdade é um prova de que
existe um Deus e um Salvador: "Porque é necessário que haja uma oposição
em todas as coisas. Se assim não fosse (...) não haveria retidão, nem
iniqüidade, nem santidade, nem miséria, nem bem, nem mal. Portanto é preciso
que todas as coisas sejam reunidas em uma; pois se fossem um só corpo, deveriam
permanecer como mortas, não tendo vida nem morte, nem corrupção nem
incorrupção, nem felicidade nem miséria, nem sensibilidade nem insensibilidade.
Portanto teriam sido criadas em vão; portanto não haveria propósito na sua
criação. Portanto isso destruiria a sabedoria de Deus e seus eternos
propósitos, assim como o poder e a misericórdia e a justiça de Deus. E se
disserdes que não há lei, direis também que não há pecado. E se disserdes que
não há pecado, direis também que não há retidão. E não havendo retidão não há
felicidade. E não havendo retidão nem felicidade não haverá castigo nem
miséria. E se estas coisas não existem, não existe Deus. E se não existe Deus,
nós também não existimos nem a terra; pois não poderia ter havido criação, nem
para agir nem para receber a ação; portanto, todas as coisas inevitavelmente
teriam desaparecido" (2 Néfi 2:11-13). A realidade da oposição nos faz
perceber a necessidade de buscarmos Deus e o poder expiatório de Jesus Cristo.
Néfi fez isso. De maneira poética ele disse: "Eis que minha alma se deleita nas coisas
do Senhor; e meu coração medita continuamente nas coisas que vi e ouvi. Não
obstante, apesar da grande bondade do Senhor, mostrando-me suas grandes e
maravilhosas obras, meu coração exclama: Oh! Que homem miserável sou! Sim, meu
coração se entristece por causa de minha carne; minha alma se angustia por
causa de minhas iniqüidades. Estou cercado por causa das tentações e pecados
que tão facilmente me envolvem! E quando
desejo alegrar-me, meu coração geme por causa de meus pecados; não obstante,
sei em quem confiei. Meu Deus tem sido meu apoio; guiou-me através de minhas
aflições no deserto e salvou-me das águas do grande abismo. Encheu-me com seu
amor até consumir-me a carne. Confundiu meus inimigos, fazendo-os tremer diante
de mim. Eis que ele ouviu meu clamor durante o dia, e deu-me conhecimento por
meio de visões, durante a noite. Durante o dia eu ousadamente lhe dirigi
fervorosa oração; sim, elevei minha voz; e anjos desceram e serviram-me. E sobre
as asas de seu Espírito meu corpo foi arrebatado até montanhas muito altas. E
meus olhos contemplaram grandes coisas, sim, demasiadamente grandes para o
homem; fui, portanto, proibido de escrevê-las. Oh! Então se vi coisas tão
grandes, e se o Senhor, em sua benevolência para com os filhos dos homens,
visitou os homens com tanta misericórdia, por que, pois, deveria meu coração
chorar e minha alma padecer no vale da tristeza e minha carne definhar e minhas
forças diminuírem por causa de minhas aflições? E por que eu cederia ao pecado
por causa de minha carne? Sim, por que sucumbiria a tentações, para que o
maligno tivesse lugar em meu coração a fim de destruir minha paz e afligir
minha alma? Por que estou irado por causa de meu inimigo? Desperta, minha alma!
Não te deixes abater pelo pecado. Regozija-te, ó meu coração, e já não dês
lugar ao inimigo de minha alma. Não te ires outra vez por causa de meus
inimigos. Não enfraqueças minhas forças por causa de minhas aflições. Regozija-te,
ó meu coração; e clama ao Senhor, dizendo: O' Senhor, eu te louvarei para
sempre! Sim, minha alma se regozijará em ti, meu Deus e rocha de minha
salvação. Ó Senhor, redimirás minha alma? Livrar-me-ás das mãos de meus
inimigos? Far-me-ás tremer à vista do pecado? Que as portas do inferno estejam
constantemente fechadas diante de mim, porque meu coração está quebrantado e
contrito o meu espírito. O' Senhor, não me feches as portas da tua justiça,
para que eu ande na senda do vale profundo, para que eu seja firme no caminho
plano. Ó Senhor, rodeia-me com o manto da tua justiça! Ó Senhor, prepara um
caminho para a minha fuga diante de meus inimigos! Endireita a minha vereda
diante de mim. Não ponhas em meu caminho uma pedra de tropeço, mas limpa-o e
não obstruas o meu caminho, mas sim os caminhos de meus inimigos. Ó Senhor,
confiei em ti e em ti confiarei sempre. Não porei minha confiança no braço de
carne, pois sei que aquele que confia no braço de carne é maldito. Sim, maldito
é aquele que confia no homem, ou seja, que faz de carne o seu braço. Sim, sei
que Deus dará com liberalidade ao que pedir. Sim, meu Deus dar-me-á se eu não
pedir impropriamente; portanto levantarei minha voz a ti; sim, clamarei a ti,
meu Deus, rocha de minha retidão. Eis que minha voz eternamente ascenderá a ti,
minha rocha e meu Eterno Deus. Amém" (2 Néfi 4:16-35). (ver também: http://lucasmormon.blogspot.com/2010/05/busca-arbitrio-e-justica-de-deus.html)
5.
As
testemunhas. Néfi explicou que Deus estabelece sua palavra por pelo menos
três testemunhas. "Não obstante, Deus envia mais testemunhas e ele
confirma todas as suas palavras" (1 Néfi 1:3). Assim uma das maiores
provas da existência de Deus é a declaração de vários profetas do passado e da
modernidade (Alma 30:44). Essas testemunhas especiais conhecem o Salvador. Néfi
viu seu Redentor, assim como seu irmão Jacó e o profeta Isaías (1 Néfi 11:2-3).
Graças ao testemunho dos profetas podemos adquirir nosso próprio testemunho,
invocar o nome do Senhor e ser salvos (Romanos 10:13-17, D&C 46:13-14).
(Ver também: http://lucasmormon.blogspot.com/2012/01/o-que-e-um-apostolo.html,
http://lucasmormon.blogspot.com/2010/05/o-dom-de-crer-e-saber-que-jesus-e-o.html)

7.
O
Espírito Santo. Néfi aprendeu por experiência própria que Deus concede um
dom a todos os que buscarem com fervor: "Pois aquele que procurar
diligentemente, achará; e os mistérios de Deus ser-lhe-ão desvendados pelo
poder do Espírito Santo, tanto agora como no passado e tanto no passado como no
futuro; portanto, o caminho do Senhor é um círculo eterno" (1 Néfi 10:19).
Mais tarde em seu registro ele adverte: " Portanto, agora que vos disse
estas palavras, se não as compreenderdes será porque não pedis nem bateis; de
modo que não sereis levados para a luz, mas perecereis na escuridão. Pois eis
que vos digo novamente que se entrardes pelo caminho e receberdes o Espírito
Santo, ele vos mostrará todas as coisas que deveis fazer." O Espírito
Santo. O Senhor explicou: "E esta é minha doutrina e é a doutrina que o
Pai me deu; e dou testemunho do Pai e o Pai dá testemunho de mim e o Espírito
Santo dá testemunho do Pai e de mim; e eu dou testemunho de que o Pai ordena a
todos os homens, em todos os lugares, que se arrependam e creiam em mim."
(3 Néfi 11:32). (Ver também: http://lucasmormon.blogspot.com/2010/12/o-mais-importante-conhecimento.html,
http://lucasmormon.blogspot.com/2010/10/1-nefi-222-espirito-de-revelacao.html,
e http://lucasmormon.blogspot.com/2010/07/revelacao.html)
Conclusão.
Para Néfi não há como conceber a
existência de um Ser Superior - que é Nosso Pai Celestial, sem pensar que
exista alguma poder, algum caminho, para que o homem decaído seja redimido, e
possa voltar a presença do Pai. Para alguém que entende a realidade da Queda,
os perigos das tentações do diabo e as consequências do mal - tristeza, dor e ignorância
- um poder expiatório não é apenas desejável, é vital! Por isso sem um Salvador Deus não existe - pelo menos, não
um Deus bondoso, não um Pai Celestial
- pois um pai terreno, ainda que imperfeito, cuida, protege e guia seus filhos.
Como, pois, um Pai Perfeito e Glorificado, ignoraria seus filhos, deixando-os
apodrecer em desespero? Como diz a escritura: Se vós, pois, sendo maus, sabeis
dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus,
dará bens aos que lhe pedirem? (Mateus 7:11). E como esta registrado em Lucas
11:13: "Pois se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos
filhos, quanto mais dará o Pai celestial o Espírito Santo àqueles que lho
pedirem?"
Existe um Deus. Néfi sabia
disso, e eu sei também. Existe um
Cristo. Néfi sabia disso, e eu sei também.
Se alguém prega que não há Cristo, esta pessoa não acredita em Deus - não em um
Deus pessoal, bondoso - que é um Pai no pleno sentido da palavra. Para àqueles
que desafiam as escrituras, e negam a Cristo, ou para àqueles que são fracos na
fé, tímidos na esperança e inertes nas boas obras, convido-os a examinar as
escrituras pois elas testificam de Cristo (João 5:39, 2 Néfi 33:10-11). O
Espírito esta pronto a testificar a nós, tão longo nos dispormos a ouvir e
aprender.
Jesus Cristo é o Filho de Deus.
Ele é Deus. Ele é nosso Deus. Ele morreu por nós.
[1] Nesta
Visão, Leí esta seguindo um homem, em um escuro e triste deserto. Após caminhar
por muitas horas nas trevas, ele começa a orar ao Senhor para que tenha compaixão
de sua alma, segundo as ternas e infinitas misericórdias de Deus. Ele vê então
um campo largo e espaçoso e uma bela árvore. Ele se aproxima da árvore e come
do seu branco fruto. Ele então sente a alma encher se imensa alegria e começa a
desejar que sua família também coma deste fruto. Ao olhar ao redor ele vê sua
família. Ele acena e grita. Parte de sua família aceita ir comer do fruto.
Outra parte não. Leí repara que para se chegar a árvore há um caminho estreito
e apertado. Uma barra de ferro acompanha o caminho. Do outro lado, em oposição
a árvore, há um grande e espaçosos edifício. Há multidões espalhadas pelo
campo. Muitos se esforçam para chegar ao edifício, que parece estar flutuando
no ar. Outros avançam com esforço, continuamente agarradas à barra de ferro,
até que chegam, prostram-se e comem do fruto preciso da Árvore da Vida. Há obstáculos
a serem superados, todavia, antes de se provar do fruto. Um rio feroz margeia o
caminho - e quem cai no rio se afoga. Há também um "névoa de
escuridão", que cega os olhos das pessoas. O relato contém ainda outros
detalhes, como o empenho dos que estão no grande edifício de zombar dos que
chegam na árvore, e a vergonha que alguns que experimentaram do fruto sentem
devido a zombaria do que apontam o dedo do outro lado do rio. Néfi explicou o
significado do sonho. Ele disse que a árvore da vida é um símbolo do amor de
Deus. Disse que o edifício simboliza o mundo de iniquidades. O caminho estreito
e apertado não os convênios, a barra de ferro é a palavra de Deus. A névoa são
as tentações, o rio é o inferno. A conclusão é de que estamos numa jornada. Há
uma oposição, podemos escolher comer da árvore da vida ou entrar no grande e espaçoso
edifício. Escolher comer do fruto requer coragem. O caminho é estreito e
apertado, mas segue em linha reta. Haverá grande oposição, mas a recompensa vale
qualquer sacrifício. Escolher entrar ou permanecer no edifício é uma decisão
ruim a longo prazo, pois o edifício cairá, e grande será sua queda. Essas
pessoas desfrutam de um riso temporário, e seu divorcio com a felicidade tem
prazo certo.
Marcadores:
1 néfi,
2 Néfi,
agnóstico,
ateísmo,
ateu,
Deus,
fé,
Jesus Cristo,
lei de Moisés,
néfi,
plano de salvação,
revelação,
simbolismo,
símbolo,
testemunhas
23 de fev. de 2012
O que é reverência? Qual sua importância?
Reverência
é o "profundo respeito pelas coisas sagradas" (GEE
"Reverência"). O Presidente David O. McKay disse que a “reverência é
o respeito profundo mesclado ao amor” (Conference
Report, abril de 1967, p. 86). O Élder L. Tom Perry ensinou que “a
reverência emana de nossa admiração e respeito pela Deidade".
O
presidente McKay também ensinou: "A maior manifestação da espiritualidade

Um
hino da primária ensina que “reverência é mais que sentar bem quietinho."
(“Reverência É Amor”, Músicas para
Crianças, p. 12.). Assim como outras virtudes cristãs, a reverência deve
ser praticada. A verdadeira reverência leva a ação justa, as boas obras. Na
realidade a reverência é a maneira pela qual as obras de um justo são
realizadas.
Nas
escrituras há muitos exemplo de reverência. Gosto particularmente de três
exemplos do Livro de Mórmon. O primeiro esta em Mosias. O Rei Benjamim estava
discursando a seu povo. Em certo momento os nefitas suplicam pela "remissão
de [seus] pecados." E o Rei Benjamim diz: "E permitiu ele que
pedísseis em vão? Não; ele derramou sobre vós o seu Espírito e fez com que se
enchessem de alegria os vossos corações e fez com que se fechassem as vossas
bocas para que não vos pudésseis exprimir, tão grande era a vossa alegria."
(Mosias 4:20). Quando recebemos o Espírito Santo e a remissão de nossos
pecados, quando nosso desejos justos sã o atendidos, e quando recebemos uma
alegria tal que não conseguimos exprimir verbalmente, podemos ter certeza que
cultivamos uma atitude reverente.
O
segundo exemplo que gosto de mencionar quando falo sobre reverência é o de
Morôni. Ele defendia o respeito pelas coisas sagradas, se necessário com a
espada. "E aconteceu que rasgou sua túnica e, pegando um pedaço dela, nele
escreveu: Em lembrança de nosso Deus, nossa religião e nossa liberdade e nossa
paz, nossas esposas e nossos filhos - e amarrou-o na ponta de um mastro. E ele
colocou seu capacete e sua couraça e seus escudos e cingiu os lombos com sua
armadura; e pegou o mastro em cuja ponta se achava a túnica rasgada (a que ele
chamou estandarte da liberdade); e inclinou-se até o solo e orou fervorosamente a seu Deus, a fim de
que as bênçãos da liberdade repousassem sobre seus irmãos enquanto restasse um
grupo de cristãos para habitar a terra" (Alma 46:12-13). Nessa oração ele
derramou a alma a Deus (Alma 46:17). Esse é o tipo de atitude de um homem
reverente. Morôni "era um homem de perfeita compreensão" (...) Sim,
um homem cujo coração transbordava de gratidão a seu Deus pelos muitos
privilégios e bênçãos que concedia a seu povo; um homem que trabalhava
infatigavelmente pelo bem-estar e segurança do povo. Sim, e ele era um homem
firme na fé em Cristo; e havia prestado juramento de defender seu povo, seus
direitos e seu país e sua religião, mesmo com a própria vida." (Alma
48:11-13)
E
o grande ensinamento é que "se todos os homens tivessem sido e fossem e
pudessem sempre ser como Morôni, eis que os próprios poderes do inferno teriam
sido abalados para sempre; sim, o diabo nunca teria poder sobre os corações dos
filhos dos homens" (Alma 48:17). Em outras palavras se todos buscassem a
atitude de reverência e respeito - a perfeita compreensão de Morôni, que o
levava a orar com tanta devoção e a lutar para honrar suas promessas - então o demônio
não teria poder algum sobre o mundo.
O
terceiro exemplo do Livro de Mórmon vem da visita do Senhor para os nefitas.
Naquela sublime aparição, Ele orou "e as coisas que disse em sua oração
não podem ser escritas e a multidão que o ouviu deu testemunho. E desta forma
testemunham: Os olhos jamais viram e os ouvidos jamais ouviram, até agora, coisas
tão grandes e maravilhosas como as que vimos e ouvimos Jesus dizer ao Pai; E
não há língua que possa expressar nem homem que possa escrever nem podem os
corações dos homens conceber coisas tão grandes e maravilhosas como as que vimos
e ouvimos Jesus dizer; e ninguém pode calcular a extraordinária alegria que nos
encheu a alma na ocasião em que o vimos orar por nós ao Pai. E aconteceu que,
após haver terminado a sua oração ao Pai, Jesus se levantou; mas tão grande era
o júbilo da multidão, que ficaram prostrados" (3 Néfi 17:15-18).
Fico
triste quando vejo as pessoas (principalmente entre os santos) usando o nome do Senhor em vão, vestindo-se de
modo inapropriado, desrespeitando a natureza, desprezando as escrituras,
fazendo piadas com relação ao sacerdócio e a Igreja e profanando tudo que é
bom. Essas pessoas não sabem, não entendem. Se ao menos elas sentissem, por um
momento, o que sentiram aqueles nefitas. Se ao menos elas ouvissem um pouco da
oração do Senhor.
A
melhor maneira de ensinar sobre reverência é pelo exemplo. Os pais devem ser um
exemplo para os filhos. Reverência não é melancolia. Não é tristeza, fraqueza
ou inatividade. Reverência é vigor, entendimento e amor. Se quisermos ensinar sobre reverência precisamos
ser ativos na fé, buscar uma compreensão perfeita sobre o sagrado e ter
caridade para com todos os homens. Se tivermos essa atitude, receberemos o
privilégio de nos prostramos diante do Senhor, bem antes da ocasião em que
"todo joelho se dobrará e toda língua confessará".
12 de jan. de 2012
Poligamia

Reuni facilmente trechos que explicam a história, propósito e doutrina do casamento plural. Não vou perder tempo escrevendo sobre o assunto, pois muito já foi escrito e explicado. Para quem quiser saber mais do que postei basta procurar nos livros da Igreja - há dezenas de obras (oficiais, inclusive) que explicam isso muito bem.
O motivo pelo qual não vou adentrar no assunto é explicado pelo Élder Ballard dos Doze:
"Os membros da Igreja não raro deixam os outros darem o tom da conversa. Um exemplo disso é o casamento plural. Essa prática foi interrompida oficialmente pela Igreja em 1890. Estamos em 2010. Por que ainda se fala nisso? Foi uma prática no passado. Terminou. Hoje a realidade é outra. Se as pessoas fizerem perguntas sobre a poligamia, apenas reconheçam que outrora foi praticada, mas não é mais e que as pessoas não devem confundir nenhum grupo polígamo com nossa Igreja. Em conversas no cotidiano, não percam tempo tentando justificar a prática da poligamia na época do Velho Testamento ou conjecturando por que foi praticada durante algum tempo no século XIX. Esses talvez sejam temas legítimos para historiadores e pesquisadores, mas acho que simplesmente reforçamos estereótipos quando fazemos disso um assunto central de conversas sobre a Igreja. (...)
Ao final, a coisa mais importante a respeito de nós e de nosso testemunho é que baseamos nossas crenças no que Jesus Cristo ensinou e que tentamos segui-Lo vivendo
nossa vida de modo aceitável a Ele e nosso Pai Celestial." ("Partilhar o Evangelho com Confiança", A Liahona, Julho de 2010, pg. 34).
Ainda retirei algum material do currículo aprovado pela Igreja e o expus abaixo - tão somente para facilitar a consulta dos que desejam uma fonte segura sobre o assunto.
Assim, antes de alguém tomar conclusões sobre a poligamia e a Igreja que possa dar uma boa estudada nos textos que postei. Isso, eu creio, e mais a oração sincera, fornecerá veracidade e pureza as conclusões sobre o tema.
Eis as citações (há muitas, mas são todas muito boas para se compreender sobre a poligamia; tentei organizá-las numa ordem lógica, mas não alterei seu conteúdo - apenas as recortei e colei.):
“Sempre tenho dito que homem algum terá mais de uma esposa ao mesmo tempo, a menos que o Senhor ordene o contrário.” (Ensinamentos do Profeta Joseph Smith, compilado por Joseph Fielding Smith p. 316; ver também o comentário relativo a Jacó 2:23–30 contido em Livro de Mórmon Manual do Aluno: Cursos de Religião 121 e 122, p. 46.)
“Desejo declarar categoricamente que esta Igreja nada tem a ver com os que estão praticando a poligamia. Eles não são membros da Igreja; em sua maior parte, nunca foram. Eles estão violando a lei civil. Eles sabem que estão violando a lei e estão sujeitos às respectivas penalidades. (…)
Se algum de nossos membros for descoberto praticando o casamento plural, será excomungado, a penalidade mais séria que a Igreja pode impor. Quem estiver envolvido nessa prática estará violando frontalmente não só a lei civil, mas também a lei desta Igreja. Uma das Regras de Fé deixa isso bem claro quando diz: “Cremos na submissão a reis, presidentes, governantes e magistrados; na obediência, honra e manutenção da lei”. (Regras de Fé 1:12) (…)
Há mais de um século, Deus revelou claramente a Seu profeta, Wilford Woodruff, que a prática do casamento plural deveria ser abolida, o que significa que agora ela é contrária à lei de Deus. Mesmo em países em que a lei civil ou religiosa permita a poligamia, a Igreja ensina que o casamento deve ser monogâmico e não aceita como membros os que praticam o casamento plural.” (A Liahona, janeiro de 1999, p. 84)
"As doutrinas e princípios relacionados ao casamento plural foram revelados a Joseph Smith já em 1831. O Profeta ensinou a doutrina do casamento plural e alguns casamentos dessa natureza foram realizados quando ele ainda estava vivo. Ao longo das décadas subseqüentes, sob a direção dos presidentes da Igreja que sucederam Joseph Smith, um número significativo de membros da Igreja praticou o casamento plural. Em 1890, o Presidente Wilford Woodruff publicou o Manifesto, que pôs fim à pratica do casamento plural na Igreja (ver Declaração Oficial 1). A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias não pratica mais o casamento plural." (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph Smith, pg. xi-xii)
"Em 1831, enquanto Joseph Smith trabalhava na tradução inspirada das santas escrituras, ele perguntou ao Senhor como Ele justificava o princípio de casamento plural praticado pelos patriarcas do Velho Testamento. Essa pergunta resultou na revelação a respeito do casamento celestial, que incluía sua resposta a essa pergunta a respeito do casamento plural praticado pelos patriarcas.
Em primeiro lugar, o Senhor explicou que para qualquer convênio, incluindo o casamento, ser válido na eternidade, ele precisa atender três requisitos (ver D&C 132:7): (1) Ele precisa ser “[feito] e [selado] pelo Santo Espírito da promessa”. (2) Precisa ser realizado por alguém que possua a devida autoridade do sacerdócio. (3) Deve ser feito “por revelação e mandamento” por intermédio do profeta ungido pelo Senhor. (Ver também vv.18–19.) Usando o exemplo de Abraão, o Senhor disse que ele “recebeu todas as coisas, tudo que recebeu, por revelação e mandamento, pela [Sua] palavra”. (V. 29) Conseqüentemente, o Senhor pergunta: “Estava Abraão, portanto, sob condenação? Na verdade te digo, não; pois Eu, o Senhor, o
mandei”. (V. 35) Além disso, Joseph Smith e a Igreja deveriam aceitar o princípio do casamento
plural como parte da restauração de todas as coisas. (V. 45)
Acostumados aos padrões convencionais do casamento, o Profeta mostrou-se compreensivelmente relutante a princípio em adotar essa nova prática. Devido à falta de documentação histórica, não temos conhecimento das primeiras tentativas que ele fez em Ohio para cumprir esse mandamento. Seu primeiro registro de casamento plural em Nauvoo foi com Louisa Beaman, realizado pelo Bispo Joseph B. Noble, em 5 de abril de 1841.
Durante os três anos seguintes, Joseph casou-se com outras [esposas] de acordo com o mandamento do Senhor. Quando os membros do Conselho dos Doze Apóstolos retornaram de sua missão nas ilhas britânicas, em 1841, Joseph Smith ensinou-lhes um por um a doutrina da pluralidade de esposas, e cada um deles teve alguma dificuldade em aceitar e compreender essa doutrina. Brigham Young, por exemplo, conta-nos sua luta íntima: “Nunca tive o desejo de fugir do dever nem de deixar de cumprir o menor dos mandamentos que me fosse dado, mas pela primeira vez na vida senti vontade de morrer, sendo algo que não consegui superar por muito tempo. Quando assisti a um funeral, senti inveja do defunto, lamentando não ser eu que estava no caixão”.
Depois de sua frustração e hesitação inicial, Brigham Young e outros membros dos Doze receberam uma confirmação pessoal do Santo Espírito e aceitaram a nova doutrina do casamento plural. Eles sabiam que Joseph Smith era um profeta de Deus em todas as coisas. A princípio essa prática foi realizada em segredo e de modo muito limitado. Começaram a circular rumores a respeito do fato de as autoridades da Igreja terem mais de uma esposa, distorcendo muito a verdade e contribuindo para aumentar a perseguição por parte dos apóstatas e dos que não eram membros. Parte dos problemas, naturalmente, era a aversão natural que os americanos tinham contra a “poligamia”. Esse novo sistema parecia ameaçar a fortemente arraigada tradição da monogamia e a solidez da organização familiar. Mais tarde, em Utah, os santos praticaram abertamente “o princípio”, mas nunca sem enfrentar perseguições." (História da Igreja na Plenitude dos Tempos, pg. 255-256)
"Enquanto trabalhava na tradução da Bíblia, no início da década de 1830, o Profeta Joseph Smith sentiu-se confuso com o fato de que Abraão, Davi e outros líderes do Velho Testamento tivessem tido mais de uma esposa. O Profeta orou pedindo entendimento e soube que, em certas épocas, com propósitos específicos, seguindo leis divinas, o casamento plural era aprovado e estabelecido por Deus. Joseph Smith soube também que, com aprovação divina, alguns santos dos últimos dias logo seriam escolhidos, por meio da autoridade do sacerdócio, para casarem-se com mais de uma mulher. Vários santos dos últimos dias praticaram o casamento plural em Nauvoo, mas o anúncio público dessa doutrina só foi feito em agosto de 1852, numa conferência geral em Salt Lake City. Nessa ocasião, o Élder Orson Pratt, conforme orientação do Presidente Brigham Young, anunciou que a prática do casamento plural, ou seja, de um homem ter mais do que uma esposa, fazia parte da restauração de tudo feita pelo Senhor. (Ver Atos 3:19-21.)
Muitos líderes religiosos e políticos da América ficaram indignados quando souberam que os santos dos últimos dias residentes em Utah estavam encorajando um sistema matrimonial que eles consideravam imoral e anticristão. Empreendeu-se uma grande cruzada política contra a Igreja e seus membros, e o Congresso dos Estados Unidos aprovou leis que restringiam a liberdade dos santos dos últimos dias e prejudicavam a Igreja economicamente. Essas leis causaram por fim a prisão dos homens que tinham mais de uma esposa, negando-lhes o direito de voto, o direito à privacidade em seu lar e outras liberdades civis. Centenas de homens e algumas mulheres fiéis da Igreja cumpriram pena na prisão nos Estados de Utah, Idaho, Arizona, Nebraska, Michigan e Dakota do Sul." (Nosso Legado, pg. 97)
"Grande parte da perseguição sofrida pelos santos dos últimos dias foi resultante da prática do casamento plural, que havia sido instituído sob a direção do Profeta Joseph Smith. A lei do casamento plural foi revelada ao Profeta já em 1831, mas ele apenas mencionou-a a alguns amigos de maior confiança. Tendo recebido de Deus o estrito mandamento de obedecer à lei, o Profeta começou em 1841 a instruir os líderes do sacerdócio da Igreja a respeito do casamento plural e sua responsabilidade de cumprir essa lei.
O Profeta Joseph Smith ditou a revelação a William Clayton, em 1843, quando foi escrita pela primeira vez. Nove anos se passaram, porém, antes que a revelação fosse lida em uma conferência geral e publicada. Em 28–29 de agosto de 1852, uma conferência especial foi realizada no Velho Tabernáculo, na Praça do Templo, em Salt Lake City. No primeiro dia da conferência, mais de cem missionários foram chamados para servir nos Estados Unidos, Austrália, Índia, China e nas ilhas do mar. Devido à realização da conferência no mês de agosto, os missionários puderam começar a viagem através das planícies antes do início do inverno.
No segundo dia da conferência, sob a direção do Presidente Brigham Young, Orson Pratt declarou publicamente que a Igreja iria iniciar a prática do casamento plural, por mandamento de Deus. Falando aos Estados Unidos, ele declarou: “A constituição concede a todos os habitantes deste país o privilégio de exercer livremente suas crenças religiosas, a liberdade de fé e o direito de colocá-la em prática. Portanto, se puder ser provado que os santos dos últimos dias realmente aceitaram, como parte de sua religião, a doutrina da pluralidade de esposas, ela é constitucional. E se vier a haver uma lei promulgada por este governo que os impeça de exercer livremente essa parte de sua religião, essa lei deve ser considerada inconstitucional”.
O Irmão Pratt então proferiu um longo discurso sobre o ponto de vista das escrituras referente ao casamento plural. Ele explicou que o casamento havia sido ordenado por Deus omo um meio de os espíritos ganharem um corpo mortal, e que pelo casamento plural os portadores dignos do sacerdócio poderiam levantar uma grande posteridade ao Senhor. Brigham Young fez um resumo histórico referente à revelação do casamento celestial. Thomas Bullock, o secretário do escritório do historiador, leu a revelação para a congregação para que fosse apoiada.
Esperando o clamor do público e grande publicidade negativa da imprensa, as autoridades da Igreja prontamente enviaram quatro de seus mais fiéis e capazes líderes para os principais centros urbanos a fim de inaugurar jornais que explicassem e justificassem o “casamento celestial” e outros princípios do evangelho restaurado. Orson Pratt publicou o Seer na capital do país; John Taylor, o The Mormon, na Cidade de Nova York; Erastus Snow, o Saint Louis Luminary; e George Q. Cannon, o Western Standard, em San Francisco.10 Em cada um desses jornais, foram expostos os motivos justos que levaram os santos a adotar a prática do casamento plural, que contrastava drasticamente do ponto de vista expresso pelos jornais da nação, revistas e romances baratos. Em pouco tempo, porém, apesar dos artigos publicados pelos melhores escritores da Igreja e os discursos proferidos pelos oradores mais capazes, foram formados grupos que começaram a pressionar o governo a promulgar leis que erradicassem completamente esse sistema de casamento.
Apesar de todas as tentativas dos santos dos últimos dias em convencer seus concidadãos de que a prática do casamento plural era um direito moral e religioso seu, a nação se uniu contra a Igreja. Os missionários da Inglaterra e do continente europeu foram freqüentemente atacados por multidões revoltadas, e alguns dos élderes que trabalhavam na América foram mortos. Muitas pessoas acreditavam que a poligamia era algo imoral, primitivo e deplorável. Surgiram muitas publicações contrárias à poligamia, que alegavam expor a verdadeira história da degradação sofrida pelas mulheres sob a prática da poligamia, escritas na maior parte por pessoas que nunca visitaram Utah ou que eram apenas observadores superficiais.
Em 1862, o Presidente Lincoln assinou um projeto de lei anti-poligamia conhecido como a lei Morril, mas devido à Guerra Civil ela não chegou a ser posta em prática. Essa lei atingia “tanto a poligamia quanto o poder da Igreja, proibindo o casamento plural nos territórios, tirando o direito da Igreja de ser uma corporação (...) e restringindo suas propriedades a cinqüenta mil dólares”. Os santos, acreditando que a lei era inconstitucional e os privava do direito à liberdade de exercer sua religião concedido pela Primeira Emenda, decidiram ignorar essa lei até que fosse constitucionalmente definida. Nos anos seguintes, várias leis que visavam o fortalecimento da lei anti-bigamia não conseguiram ser aprovadas pelo congresso dos Estados Unidos. Isso incluía as leis Wade, Cragin e Cullom, que tiveram origem noterritório de Utah e foram formuladas por homens que se opunham violentamente à Igreja. A lei Wade formulada em 1866 teria destruído o governo local se tivesse sido aprovada. Três anos mais tarde, a lei Cragin foi proposta, mas dentro de poucos dias foi substituída pela lei Cullom, que era ainda mais severa do que as leis Wade ou Cragin. Os membros da Igreja uniram-se no esforço de evitar que a lei fosse aprovada. As mulheres da Igreja realizaram grandes reuniões em todo o território em janeiro de 1870 para oporem-se à lei.
“Embora se opusessem a todos os aspectos da legislação ‘anti-mórmon’, sua reação foi principalmente em protesto contra as atitudes e os comentários dos supostos reformadores, segundo os quais as mulheres da Igreja eram ‘menosprezadas’ e ‘degradadas’ por seus maridos opressores”. A oposição das mulheres SUD foi uma grande surpresa para os políticos e as feministas sufragistas que as consideravam o símbolo do sofrimento e do cativeiro. Os jornais do leste também se opuseram à lei devido a seus aspectos militares, pois o presidente dos Estados Unidos passaria a ter poder de enviar um exército a Utah para garantir que a lei fosse cumprida.
O New York World declarou: “A execução dessa lei certamente seria seguida pela guerra”.13 A lei Cullom acabou sendo derrotada. Em junho de 1874, porém, a lei Poland foi aprovada. Essa lei desmantelava o sistema judicial de Utah, dando aos tribunais distritais dos Estados Unidos (controlados por não-mórmons nomeados pelo governo federal) jurisdição exclusiva sobre os assuntos civis e criminais. As pessoas passaram a poder ser levadas a julgamento por quebrarem a lei Morrill. Segundo a lei Poland, as listas de jurados deviam ser elaboradas pelo secretário do tribunal distrital (um que não era mórmon) e o juiz Testamentário (um mórmon) para que houvesse igual representatividade de membros e não membros da Igreja no juri. O procurador da justiça imediatamente tentou levar as autoridades da Igreja a julgamento, mas encontrou empecilhos.
Muitos dos líderes da Igreja haviam-se casado antes da aprovação da lei, em 1862, e não podiam ser julgados ex post facto. Além disso, as esposas não podiam ser chamadas para testemunhar contra o marido, e os registros dos casamentos plurais guardados sigilosamente na Casa de Investiduras não eram públicos.
Os líderes da Igreja ficaram ansiosos para que houvesse um “caso teste” levado perante a Suprema Corte a fim de determinar se a lei anti-bigamia seria considerada constitucional. Por isso, quando o promotor dos Estados Unidos, William Carey, prometeu interromper suas tentativas de indiciar as Autoridades Gerais durante o caso teste, a Primeira Presidência escolheu George Reynolds, um secretário de trinta e dois anos do escritório do Presidente, que havia recentemente se casado com uma segunda esposa, para apresentar-se perante os tribunais em nome da Igreja. Reynolds forneceu ao promotor várias testemunhas que podiam testificar que ele era casado com duas esposas. Quando Carey quebrou sua promessa e prendeu o Presidente George Q. Cannon, os líderes da Igreja decidiram que não mais iriam cooperar com ele.
Em 1875, Reynolds foi finalmente condenado e sentenciado a dois anos de trabalho forçado na prisão e a pagar uma multa de quinhentos dólares (que mais tarde foi mudada pela Suprema Corte dos Estados Unidos para prisão simples). Em 1876, a Suprema Corte Territorial de Utah apoiou a sentença. Em 1878, seu apelo chegou à Suprema Corte dos Estados Unidos.
Em janeiro de 1879 a Suprema Corte dos Estados Unidos considerou a lei anti-poligamia constitucional e apoiou a sentença de Reynolds. George Reynolds foi libertado da prisão em janeiro de 1881, tendo cumprido dezoito meses de sua sentença original. Durante o tempo em que esteve preso, ele ensinou leitura, escrita, aritmética, gramática e geografia a outros prisioneiros. O irmão Reynolds também trabalhou em um livro que foi concluído e publicado mais tarde. O livro chamava-se Concordância Completa do Livro de Mórmon. Na época de sua libertação ele havia terminado vinte e cinco mil verbetes de sua concordância.
Em 1882, o congresso aprovou a lei Edmunds, que definia “coabitação ilegal” como prover sustento e cuidado para mais de uma mulher. Não era mais necessário provar-se o segundo casamento. A lei também tirava os direitos civis dos polígamos e declarava-os inelegíveis para cargos públicos.
Não apenas aqueles que praticavam mas também os que acreditavam no casamento plural eram considerados desqualificados para fazer parte de um juri. Todos os funcionários públicos de registros e eleições do território de Utah foram despedidos, e uma junta de cinco representantes nomeados pelo presidente dos Estados Unidos passaram a administrar as eleições.
Pouco depois da aprovação da lei Edmunds, foi realizada a conferência geral de abril de 1882. Quando os santos reuniram-se no segundo dia de conferência, o vento frio trouxe consigo neve e granizo. Referindo-se tanto ao tempo quanto à lei que acabara de ser aprovada, o Presidente Taylor mencionou o forte preconceito da nação contra os santos e “alertou-os de que uma tempestade se aproximava, a qual logo se abateria sobre eles. ‘Vamos lidar com isso’, disse ele, de modo bem humorado, ‘da mesma forma que fizemos esta manhã ao atravessarmos a tempestade de neve: Vamos erguer a gola do casaco (erguendo a gola de seu casaco) e esperar a tempestade amainar. Depois da tormenta vem o sol radiante. Enquanto durar a tempestade, é inútil tentar argumentar com o resto do mundo; quando ela amainar, poderemos falar com as pessoas’”. No dia seguinte, ele disse que os santos iriam “lutar em defesa de cada milímetro” de sua liberdade e direitos como cidadãos americanos.
Muitos homens SUD, e até mesmo algumas mulheres, tiveram que viver na “clandestinidade” para não serem presos. Assim teve início um dos períodos mais difíceis da história dos santos dos últimos dias. Para evitar a prisão, foram criados códigos para avisar os pais polígamos da aproximação de autoridades federais. O presidente da estaca de St. George, J. D. T. McAllister, tinha o codinome Dan; Henry F. Eyring era Look. As comunidades também tinham codinomes: St. George era White; Beaver era Black; e Toquerville era Cloudy. Os delegados do governo dos Estados Unidos eram chamados de Ring, e o juiz Boreman era Herod. Os avisos podiam ser enviados por telégrafo e não teriam qualquer significado caso fossem interceptados por autoridades federais.
Muitas vezes as autoridades ficavam obcecadas em sua perseguição aos santos dos últimos dias. O delegado do governo dos Estados Unidos Fred T. Dubois, numa tentativa de usar o anti-mormonismo para seus próprios intentos políticos em Idaho, chegou a entrar em buracos escondidos sob as casas, recrutou grupos de busca para vasculhar comunidades mórmons, entrou sorrateiramente nas cidades SUD e invadiu casas no meio da noite para tentar prender polígamos. Para não ser preso, o bispo da ala Oxford, Idaho, saiu da cidade “à noite, escondido em um caixote de carne de porco endereçado a Ogden”. Ele permaneceu vinte e quatro horas dentro do caixote até ser libertado por um certo irmão Nesbitt. Depois, durante a noite, ele viajou até a casa de seu cunhado em Ogden, Utah, onde estaria em segurança.
James Morgan escondeu-se nas montanhas com sua quinta esposa, Anna, e sobreviveu cortando toras, que eram transportadas por seus filhos até a cidade.
Hyrum Poole “era um rapaz que morava em Menan, Idaho. No inverno de 1883, enquanto ele e seu irmão William ceavam (...) ouviram uma forte batida na porta. Quando Hyrum abriu a porta, um barril de pólvora foi rolado para dentro e o intruso gritou: ‘Deixem-nos entrar ou vamos derrubar a porta’. Hyrum agarrou o barril e jogou todo o seu peso contra a porta, enquanto seu irmão e dois empregados correram para ajudá-lo.
Por fim, as pessoas que estavam tentando arrombar a porta concordaram em explicar que eram delegados com um mandado autorizando-os a vasculhar a propriedade em busca de N. A. Stevens. A porta foi-lhes aberta imediatamente, mas Hyrum Poole repreendeu-os por tentarem entrar à força como ‘um bando de marginais’. Ao ouvir isso, o líder, um certo William Hobson, que era dono de bar em Eagle Rock e estava meio bêbado na ocasião, bateu-lhe no rosto com o rifle e disse: ‘Considere-se preso por resistir a um oficial’.
A busca foi infrutífera, mas quando os homens estavam de partida ordenaram que Poole os acompanhasse. Ao sair para a escuridão, Hobson acertou-lhe a cabeça com o cabo do rifle, ferindo-o gravemente e deixando-o inconsciente”. Poole e outro prisioneiro “foram levados para Blackfoot e jogados na prisão, onde permaneceram por dois dias sem comida, cuidados médicos, audiência ou direito a fiança.”
Alguns santos dos últimos dias foram condenados e enviados até lugares tão distantes quanto Detroit, onde cumpriram suas penas em solidão e temor.
A maioria dos santos que foram condenados foram encaminhados à penitenciária territorial de Utah, onde foram prisioneiros exemplares. Freqüentemente eram encontrados estudando o evangelho, escrevendo livros ou ensinando os outros prisioneiros a ler, escrever e outras aptidões negligenciadas. Quando alguns foram libertados, foram realizadas festas e concedidas honras àqueles que preferiram obedecer às leis de Deus em vez de a dos homens. Talvez tenha sido mais difícil para as famílias que foram deixadas para trás. Algumas sofreram devido à pobreza, fome, doença, sem o marido e o pai para ajudar. Assim, a cruzada contra a Igreja perturbou a vida econômica, social, eclesiástica e familiar, e quando se aproximava o final da década de 1880, problemas ainda maiores despontaram no horizonte." (História da Igreja na Plenitude dos Tempos, pg. 425-429)
"De volta a Nauvoo, os Doze Apóstolos viram-se diante de uma prova diferente de todas as outras que já haviam enfrentado em seu trabalho missionário. O Profeta ensinou-lhes a necessidade da restauração do casamento celestial, incluindo a doutrina das esposas plurais. Foi algo difícil para eles. Acerca de seus sentimentos, o Élder John Taylor escreveu: “Eu sempre tivera idéias rígidas sobre a virtude e achava, fora do contexto desse princípio, aquilo chocante, na condição de homem casado. Era-me difícil conceber a idéia de pedir uma jovem em matrimônio quando eu já tinha uma esposa! Tratava-se de algo que certamente despertava sentimentos contraditórios no mais profundo da alma humana. Eu sempre respeitara da maneira mais estrita a castidade. (...) Assim, devido a minhas convicções, apenas o conhecimento proveniente de Deus e Suas revelações, e a verdade neles contidos, poderia levar-me a aceitar um princípio como esse” (citado em Roberts, Life of John Taylor, p. 100).
Obediente aos conselhos do Profeta e com o consentimento de sua esposa Leonora, o Élder Taylor fez o convênio do casamento plural e tornou-se um dos principais porta-vozes da Igreja em sua defesa no decorrer do restante de sua vida. O casamento plural era talvez a mais difícil das leis de Deus que alguns dos santos tinham recebido o mandamento de seguir. Mas ela servia aos propósitos do Senhor e era um teste oportuno da fé dos membros da Igreja no Senhor e de sua obediência a Seu porta-voz na Terra.
(...)
Em 1852, foi anunciada publicamente a doutrina do casamento plural. Contudo, com base nos relatos de apóstatas corruptos, a imprensa nacional começou a circular artigos com informações grosseiramente distorcidas sobre essa prática. A fim de fazer frente à onda de preconceitos, o Élder John Taylor e quatro outros irmãos foram chamados para publicar jornais em todos os Estados Unidos em defesa da Igreja. Na Cidade de Nova York, o Élder Taylor abriu o escritório do jornal The Mormon precisamente entre o escritório do New York Herald e do New York Tribune, os dois jornais que mais criticavam a Igreja.
Na primeira edição de The Mormon, o Élder Taylor explicou o ponto de vista editorial do jornal: “Não temos critérios específicos, exceto a ampla plataforma da verdade: religiosa, política, social, moral e filosófica. Não estamos ligados a nenhum partido nem credo —religioso ou político. É verdade que somos mórmons, por dentro e por fora, aqui e no exterior, em público e em particular, em todas as circunstâncias. Todavia, somos mórmons por princípio. Somos mórmons não por acharmos que esse seja o caminho mais popular, lucrativo
ou ilustre (segundo os padrões do mundo); mas por crermos ser a maneira mais verdadeira, razoável, fiel às escrituras, moral e filosófica; porque acreditamos sinceramente que é mais propício à felicidade e ao bem-estar da humanidade no tempo e em toda a eternidade do que qualquer outro sistema conhecido” (“Introductory Address”, The Mormon, 17 de fevereiro
de 1855, p. 2).
Foi preciso coragem para defender a Igreja de maneira tão audaciosa e direta como fez o Élder Taylor. O Presidente Brigham Young afirmou: “No tocante ao trabalho do Irmão Taylor na edição do The Mormon, publicado na Cidade de Nova York, ouvi muitos comentários sobre os editoriais desse jornal, não apenas dos santos, mas também de pessoas que não professam
nossa religião. Trata-se talvez de um dos jornais mais influentes em circulação” (citado em Roberts, Life of John Taylor, p. 271)." (Manual dos Presidentes da Igreja, pg. 48-52)
"Em 25 de julho de 1887, o Presidente Taylor faleceu enquanto ainda estava no exílio. Havia delegados presentes a seu funeral, mas nenhuma prisão foi efetuada. Wilford Woodruff, que passou a presidir a Igreja, estava escondido. Essa foi uma época de teste para a lealdade dos santos para com seu Deus, que os havia ordenado a viver o casamento plural em uma nação que se opunha a essa prática e tinha leis que a combatiam.
Com a aprovação da lei Edmunds-Tucker, em março de 1887, as esposas passaram a ser obrigadas a testemunhar contra seus maridos, e todos os casamento deviam ser registrados publicamente. A lei também determinou que os juízes testamentários do condado deveriam ser nomeados pelo presidente dos Estados Unidos. O voto feminino foi abolido em Utah, o Fundo Perpétuo de Emigração foi dissolvido, bem como a Legião de Nauvoo,
e foi estabelecido um sistema público de educação. A Igreja perdeu sua condição de entidade jurídica, sendo concedida ao procurador geral dos Estados Unidos a autoridade para confiscar (devolver ao governo dos Estados Unidos) todas as propriedades e posses da Igreja com valor superior a cinqüenta mil dólares. A perseguição promovida pelo governo federal contra a Igreja prosseguiu desse modo durante a administração do Presidente Wilford Woodruff." (História da Igreja na Plenitude dos Tempos, pg. 432-434)
"A perda progressiva dos direitos eleitorais fez com que aumentassem os problemas enfrentados pela Igreja. A lei Edmunds-Tucker determinava que todos os condenados pela prática da poligamia ou que não se dispusessem a jurar obediência às leis anti-poligamia perderiam seus direitos civis. Em 1890, cerca de doze mil cidadãos de Utah foram privados do direito de voto. Em Idaho, onde havia diversas comunidades de santos no sul do estado, a assembléia legislativa fez com que todos os membros da Igreja perdessem seus direitos civis ao exigir que os eleitores jurassem não pertencer a uma igreja que acreditava no casamento plural. Em fevereiro de 1890, a Suprema Corte dos Estados Unidos apoiou a exigência desse juramento, considerando a medida constitucional. Essa decisão incentivou os inimigos dos santos em Utah a enviarem representantes a Washington para obter apoio político para que um juramento semelhante fosse exigido dos cidadãos de Utah. Dessa forma, foi proposta a lei Cullom-Strubble, que na primavera de 1890 parecia prestes a ser aprovada. Essa lei privaria todos os membros da Igreja de seus direitos de cidadania, em todas as regiões do país." (História da Igreja na Plenitude dos Tempos, pg. 439)
"Como tantos santos dos últimos dias foram impedidos de votar, o partido anti-mórmon ganhou a eleição escolar em Salt Lake City, em julho de 1890, e obteve o controle da educação secular da capital do território. Antes do final de julho, a Suprema Corte determinou que os filhos de casamentos polígamos não poderiam herdar as propriedades do pai. Na primeira semana de agosto, o partido anti-mórmon ganhou a maioria dos cargos eleitos dos condados de Salt Lake e Weber. Por fim, os líderes da Igreja ficaram sabendo que o procurador da justiça de Utah estava realizando uma investigação para verificar se as propriedades da Igreja, em especial os templos de St. George, Logan, Manti e Salt Lake City, estavam sendo devidamente confiscados pelo governo, segundo a determinação do congresso dos Estados Unidos. No final de agosto, o Presidente Woodruff recebeu a confirmação de que o governo dos Estados Unidos, apesar do acordo de 1888 garantindo que os templos não seriam violados, iria confiscar os templos da Igreja.
O Presidente Woodruff, ao receber a notícia de que ele e seus conselheiros haviam sido intimados a testemunhar perante um tribunal a respeito do casamento plural, viajou para a Califórnia para evitar o confronto. Lá chegando, ele reuniu-se com líderes políticos e descobriu que, apesar de os políticos estarem dispostos a exercer toda a influência que tinham, não foram eficazes diante das forças que estavam determinadas a erradicar o casamento plural de entre os santos.
O Presidente Woodruff escreveu em seu diário, uma semana após ter retornado a Salt Lake City, que depois de muito sofrer, orar e consultar seus conselheiros, ele estava preparado para agir “em favor da salvação temporal da Igreja”.
O Presidente Woodruff disse mais tarde que o Senhor lhe havia mostrado por revelação exatamente o que aconteceria se a prática do casamento plural não fosse interrompida. Ele viu que a Igreja sofreria “o confisco e perda de todos os templos e a interrupção de todas as ordenanças neles realizadas tanto para os vivos como para os mortos, além da prisão da Primeira Presidência e dos Doze, bem como de chefes de família da Igreja, e também o confisco de propriedades particulares dos membros (o que acarretaria a interrupção dessa prática); ou, então, após fazer e sofrer o que fizemos e sofremos por termos aderido a esse princípio, abandonar tal prática e submeter-nos à lei, dessa forma permitindo que os Profetas, Apóstolos e pais de família permaneçam em seus lares, de modo a poderem instruir o povo e cuidar dos assuntos da Igreja, deixando também os templos nas mãos dos santos a fim de realizarem as ordenanças do Evangelho tanto para os vivos como para os mortos”. (Declaração Oficial 1, Trechos de Três Discursos do Presidente Wilford Woodruff a respeito do Manifesto.)
Quando o presidente da Igreja entrou em seu escritório na manhã do dia 24 de setembro de 1890, ele disse ao bispo John R. Winder e o Presidente George Q. Cannon que não havia dormido muito na noite anterior. Disse que havia “lutado a noite inteira com o Senhor para saber o que deveria ser feito na atual situação em que se encontrava a Igreja. ‘E aqui está o resultado’, disse ele, colocando alguns papéis sobre a mesa. Neles estava escrito, com exceção de algumas pequenas alterações, o que hoje é conhecido como o manifesto”.
Ele então mostrou às Autoridades Gerais da Igreja que estavam com ele reunidas o documento que havia escrito. Depois de o documento ter sido aprovado por eles e preparado para a publicação, o Presidente Woodruff declarou que o Senhor havia-lhe mostrado claramente o que deveria fazer e que aquela era a decisão certa. No Manifesto, como ficou conhecido o documento, ele declarou que a Igreja deixaria de pregar o casamento plural e não permitiria que qualquer pessoa o praticasse. Ele expressou seu firme propósito de obedecer às leis do país, que proibiam o casamento plural, e usar de toda a sua influência para fazer com que os membros da Igreja fizessem o mesmo. Para terminar, ele escreveu: “E agora declaro publicamente que meu conselho aos santos dos últimos dias é que se abstenham de celebrar casamentos proibidos pelas leis do país.” (Declaração Oficial 1)
O Manifesto foi divulgado pelos jornais do país no dia seguinte. Apareceu até mesmo no Washington Post, tendo sido entregado ao jornal pelo representante do território de Utah no congresso, John T. Caine. Na primeira semana de outubro, o representante de Utah, John T. Caine, informou à Primeira Presidência por telegrama que o Secretário do Interior lhe havia dito que o governo não reconheceria a declaração oficial a menos que ela fosse formalmente aceita pela Igreja em uma conferência geral.
A conferência geral foi realizada na manhã do sábado, dia 4 de outubro de 1890, e durou três dias. No terceiro dia da conferência, o Presidente George Q. Cannon mencionou o Manifesto e depois pediu a Orson F. Whitney, que na época era o bispo da ala XVIII de Salt Lake City, que lesse o documento.
O Presidente Lorenzo Snow então propôs que como os santos aceitavam e apoiavam Wilford Woodruff como o Presidente de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias e como aquele que possuía as chaves seladoras, que apoiassem o Manifesto como lhes havia sido proclamado. O apoio foi unânime.
O Presidente Cannon fez então um longo discurso explicando aos santos a posição da Igreja com relação à doutrina do casamento plural. Ele explicou que a Igreja havia aceitado o casamento plural como uma revelação de Deus, cujo cumprimento lhes era exigido como povo e que haviam procurado mostrar que a lei de 1862, que proibia essa prática, era inconstitucional e entrava em conflito com a Primeira Emenda da Constituição dos Estados Unidos, que garantia a liberdade religiosa. Ele testemunhou ainda que haviam sido apoiados por alguns dos mais capazes especialistas em leis do país. O Presidente Cannon lembrou aos santos a perseguição que haviam enfrentado, sendo que mais de mil e trezentos homens da Igreja haviam sido presos por obedecerem a esse mandamento. Apesar de toda a oposição exercida pelas autoridades governamentais, bem como por alguns membros da Igreja, esses homens haviam obedecido à lei de Deus até que Ele enviou uma revelação ordenando que interrompessem a prática do casamento plural.
O Presidente Cannon concluiu seu discurso testificando que o Manifesto era proveniente de Deus e que era apoiado pelas Autoridades Gerais. Ele disse aos santos que caso sua fé fosse provada por causa do Manifesto, eles deveriam fazer como os líderes haviam feito, ou seja, procurarem o Pai Celestial por meio da oração a fim de receberem um testemunho pessoal a esse respeito.
O Presidente Wilford Woodruff encerrou a conferência prestando testemunho da revelação que havia recebido: “Quero dizer a toda Israel que o passo que tomei ao lançar esse manifesto não aconteceu sem que eu tivesse orado fervorosamente ao Senhor. Estou prestes a ir-me para o mundo espiritual, assim como outros homens de minha idade. Espero encontrar-me face a face com meu Pai Celestial – o Pai de meu espírito; espero encontrar-me
face a face com Joseph Smith, Brigham Young, John Taylor e outros apóstolos. Eu preferia ser morto a tomar uma posição que desagrade a Deus ou os céus. Minha vida não é melhor do que a de outros homens.
Não ignoro os sentimentos despertados pelo curso que escolhi. Cumpri meu dever, e a nação da qual fazemos parte tem de ser responsável pelo que foi feito no tocante a esse princípio.” Ao encerrar seu discurso, ele fez a seguinte promessa: Digo a Israel que o Senhor jamais permitirá que eu ou qualquer outro homem que presida esta Igreja vos desvie do caminho verdadeiro. Isso não faz parte do plano. Não é a intenção de Deus. Se eu tentasse fazê-lo, o Senhor me afastaria de meu lugar, o mesmo acontecendo com qualquer outro que tentasse afastar os filhos dos homens dos oráculos de Deus e de seus deveres.”
A publicação do Manifesto14 foi um importante passo para que ocorresse uma reconciliação entre os santos dos últimos dias e o governo dos Estados Unidos. Teve então início uma nova era de compreensão. O Presidente do Supremo Tribunal Charles Zane, que até então combatia agressivamente a poligamia, passou a ter uma atitude mais tolerante para os que eram levados até ele em tribunal. A partir de então, terminaram as batidas policiais para a prisão de homens com mais de uma esposa. Ficou também subentendido que os maridos não seriam obrigados a rejeitar suas esposas e filhos. Depois de muitas petições, o Presidente dos Estados Unidos Benjamin Harrison concedeu anistia parcial a todos os homens mórmons que tivessem cumprido as leis anti-poligamia a partir de 1890, e em setembro de 1894, o presidente Cleveland promulgou uma anistia mais ampla. Em 1893, o congresso aprovou uma lei permitindo que as propriedades confiscadas fossem devolvidas à Igreja." (História da Igreja na Plenitude dos Tempos, pg. 439-442)
"Em 1884, o Presidente Taylor dedicou o Templo de Logan. Em 1885, escondeu-se
para evitar a perseguição antipoligamia. O governo dos Estados Unidos aprovou a
Lei Edmunds-Tucker em 1887, o que intensificou a perseguição à Igreja por causa
da prática do casamento plural. Essa lei permitia ao governo confiscar as propriedades
da Igreja, numa tentativa de punir e controlar os membros. Em 1887, o ano da
morte do Presidente Taylor, a Igreja tinha crescido ainda mais e passava de 173.000
membros, com trinta e uma estacas, doze missões e dois templos" (ver 2003 Church
Almanac, pp. 473, 631).
"Em 1886, o Élder Lorenzo Snow foi acusado de violar a lei Edmunds e condenado. Só se podia apelar das decisões relativas ao casamento plural em instâncias superiores às territoriais, como a Corte Suprema dos Estados Unidos, se o réu estivesse preso. O Élder Snow foi encarcerado, como dezenas de seus irmãos e cumpriu uma pena de onze meses. Durante esse período, organizou uma escola.
Paciente no cárcere, Lorenzo Snow era como o Apóstolo Paulo. Anos antes, ele testificara: “Estamos aqui para sermos instruídos na escola do sofrimento e das terríveis tribulações. Essa escola foi necessária para Jesus, nosso irmão mais velho, que, como as escrituras nos ensinam, Se tornou perfeito por meio do padecimento. É preciso que soframos em todas as coisas a fim de nos qualificarmos e nos tornarmos dignos de reinar e governar sobre todas as coisas, assim como nosso Pai Celestial e Seu Filho Primogênito Jesus. (...)
Onde está entre vocês o homem que, ao atravessar o véu e contemplar a pureza, glória, poder, majestade e domínio de um homem perfeito na glória celeste da eternidade, não renunciará com alegria à vida, sofrerá as mais excruciantes torturas e deixará que membro após membro de seu corpo lhe seja arrancado em vez de desonrar ou rejeitar seu sacerdócio?” (“Address to
the Saints of Great Britain”, Millennial Star, 1º de dezembro de 1851, p. 363.)" (Manual dos Presidentes da Igreja, pg. 85).
O governador do Território de Utah visitou Lorenzo Snow na prisão e prometeu anistiá-lo se “renunciasse ao princípio do casamento plural”. Lorenzo Snow respondeu: “Agradeço, governador, mas como adotamos princípios sagrados e santos pelos quais já sacrificamos propriedades, o lar e a vida em várias ocasiões para defendê-los, não temos intenção, a essa altura dos acontecimentos, de abandoná-los por causa de perigos ameaçadores” (Romney,
Life of Lorenzo Snow, p. 380).
O Élder Snow escreveu à Primeira Presidência, da prisão: “Sou muito grato ao Provedor de toda Bondade pela saúde corporal e alegria de espírito que Ele me confere para que eu me sinta perfeitamente resignado, aceite com mansa submissão o que é inevitável e seja plenamente capaz de reconhecer Sua mão e Sua Providência suprema em tudo o que tem acontecido ou possa acontecer. (...) Se eu puder servir na Sagrada Causa, que é para mim mais cara que a vida, e promover a glória de Deus ao passar pela aflição do cárcere em uma penitenciária, estou plenamente desejoso de fazê-lo” (Romney, Life of Lorenzo Snow, p. 382)."
"No verão de 1896, a Primeira Presidência enviou o Élder Brigham Henry Roberts, membro do Primeiro Quórum dos Setenta e um dos melhores oradores da Igreja, como integrante de quarteto de vozes selecionadas do Coro do Tabernáculo, em missão de divulgação do nome da Igreja nos estados do leste dos Estados Unidos. George D. Pyper, cantor talentoso, liderava o quarteto como solista tenor. O Élder Roberts esteve em várias cidades do leste, inclusive St. Louis, Missouri; Cincinnati, Ohio; Pittsburgh, Pensilvânia; Filadélfia, Pensilvânia; e Nova York, Nova York. Em St. Louis, apresentou uma série de quarenta e duas palestras, cada uma com uma hora e quinze minutos de duração, e “no final das palestras, sessenta pessoas haviam sido batizadas, formando o núcleo de um próspero e importante ramo da Igreja em St. Louis”.1 Devido a seu amor pelo evangelho e por defendê-lo durante toda a vida, B. H. Roberts tornou-se conhecido como “Defensor da Fé”.
Ao retornar para Utah, o Élder Roberts foi convidado por alguns líderes democratas do estado a concorrer ao senado dos Estados Unidos. Depois de receber aprovação da Primeira Presidência, aceitou a candidatura. Foi nomeado por seu partido em setembro de 1898. Depois de vigorosa campanha, Roberts foi eleito com uma diferença de quase seis mil votos em relação a seu oponente. No entanto, quase imediatamente após sua vitória, um grupo de ministros sectários aliaram-se ao advogado A. Theodore Schroeder, que também era redator de uma revista anti-mórmon publicada em Utah, Lucifer’s Lantern, numa tentativa de impedir que Roberts assumisse o cargo.
Schroeder, nascido e educado em Wisconsin, havia-se mudado para Utah a fim de exercer a profissão de advogado para “ver e estudar o estabelecimento de uma nova religião”. Enquanto morava em Salt Lake City, “ajudou a reavivar o Salt Lake Herald, como órgão oficial do partido democrata, de que também foi um dos quarenta membros fundadores.” Associou-se também a pessoas em Utah que se opunham à Igreja e levou a juízo “o caso contra B. H. Roberts, resultando na exclusão de Roberts do congresso dos Estados Unidos”.
Como o Élder Roberts era polígamo, seus oponentes conseguiram reunir de todas as partes do país mais de sete milhões de nomes em um abaixo-assinado propondo que ele fosse impedido de assumir seu cargo no congresso. Foi o maior abaixo-assinado da história americana até aquela data. No entanto, o Presidente Lorenzo Snow disse: “Conforme Roberts comentou mais tarde, ‘a tempestade foi como um mosquito indo de encontro com a lua’”.
Depois de chegar a Washington D. C., o senador Roberts ficou sabendo que não lhe seria permitido assumir seu lugar no congresso até que a questão do abaixo-assinado ficasse resolvido. Enquanto isso, ele preparou-se para defender a si mesmo e seu direito de assumir um lugar no congresso como polígamo. O debate prolongou-se por quinze meses. A oposição, movida por várias razões religiosas, morais e políticas, uniu-se no empenho de negar um lugar no congresso para Roberts. Alguns atacaram a Igreja, alegando que muitos de seus polígamos ainda estavam sustentando mais de uma família, enquanto outros acusaram os mórmons de não sustentar suas esposas e filhos. Atacaram os membros que acreditavam no casamento plural acusando-os de oportunistas e condenaram outros por abandonarem essa prática. Outra acusação levantada contra a Igreja foi a de que ela havia abandonado a prática do casamento plural mas não deixado de acreditar nela. Por fim, os santos dos últimos dias foram acusados tanto de amar quanto de deixar de amar os filhos de uniões polígamas anteriores.
A controvérsia freqüentemente ganhava as páginas dos principais jornais do país. As mulheres do país que acreditavam que o casamento plural era aviltante para as mulheres também se opuseram a Roberts. Alguns políticos concluíram que as pressões exercidas por essas “suffragetes” resultaram em sua exclusão. Nesse período, os cartunistas e satiristas desenharam tantas caricaturas suas, que Roberts era reconhecido em toda parte.
Pouco antes da votação final, o Élder Roberts, cansado mas determinado, teve permissão de apresentar sua defesa final. Conhecido em alguns círculos como o “orador ferreiro”, por ter sido ferreiro na juventude, ele concluiu sua defesa com esta declaração: “Alguns dos jornais que abordavam o caso Roberts declararam: ‘Marquem esse homem com o estigma da vergonha e enviem-no de volta para o seu povo’. Sr. Presidente, agradeço a Deus pelo fato de que o poder de marcar-me com o estigma da vergonha esteja muito além do alcance desta Casa, por mais poderosa que seja. Esse poder está nas mãos do próprio indivíduo e de ninguém mais. O Deus Todo-Poderoso não o conferiu a qualquer outra pessoa. Vivi até este dia com a consciência limpa de que segui os ensinamentos morais da comunidade em que fui criado, e não me sinto envergonhado de nenhum dos atos de minha vida. Condenem-me ou expulsem-me, deixarei esta augusta casa com a cabeça erguida e o rosto impávido e caminharei nesta Terra de Deus como os anjos caminham pelas nuvens, sem o mínimo motivo para envergonhar-me’. (Aplausos da audiência e vaias da galeria.) E se em resposta ao clamor sectário que foi levantado contra o representante de Utah, decidirdes violar a constituição de vosso país, quer excluindo-me ou expulsando-me, a vergonha relacionada a este caso não ficará comigo mas com esta casa.
(Aplausos.)”
Apesar da excelência de seu discurso final, duzentos e sessenta e oito votaram a favor de sua exclusão, cinqüenta votaram contra, e trinta e seis abstiveram-se. Embora o Élder Roberts tenha lutado valorosamente e se portado com dignidade, sendo motivo de orgulho para a Igreja e para seu país, o senado decidiu que nenhum homem com mais de uma esposa poderia ocupar um cargo ali. B. H. Roberts nunca mais concorreu a um cargo público." (História da Igreja na Plenitude dos Tempos, pg. 465-467).
"Uma das maiores provações da vida de Joseph F. Smith foi viver exilado e longe da família durante anos. Contudo, ele agiu assim, sob a direção do Presidente John Taylor, para evitar a prisão durante a chamada “Cruzada Mórmon”, na qual a Igreja foi perseguida devido ao casamento plural. Ele passou a maior parte desse período no Havaí, dirigindo o trabalho lá. Longe, impotente, indignado e sofrendo com a doença mais grave de sua vida, ele recebia notícias das perseguições sofridas pelos santos. Durante esse tempo, foi informado de que sua família fora forçada a abandonar sua casa e de que um filho falecera. Contudo, determinado, sem vacilar, escreveu: “As tribulações são necessárias ao aperfeiçoamento da humanidade, assim como é preciso fricção para separar a escória do juízo humano do ouro puro da sabedoria divina” (citado por Smith, comp., Life of Joseph F. Smith, p. 280). Entretanto, o dia da anistia finalmente chegou e seu lar se rejubilou com a volta do pai." (Manual dos Presidentes da Igreja, pg. 105)
"Por meio das observações do senador Smoot e de outros importantes santos dos últimos dias do leste dos Estados Unidos, a Primeira Presidência ficou sabendo que o público em geral, nos Estados Unidos, imaginava que os líderes da Igreja procuravam desviar-se do cumprimento da lei. Eles foram acusados de não se esforçarem muito para eliminar o casamento plural. Em 6 de abril de 1904, depois de meditar e orar a respeito de como responder a essas acusações, o Presidente Joseph F. Smith publicou uma declaração que ficou conhecida como o “segundo manifesto”. Nesse pronunciamento, o Presidente Smith declarou que qualquer oficial da Igreja que realizasse um casamento plural, bem como o casal envolvido, seria excomungado. Ele declarou claramente que essa declaração se aplicava para qualquer parte do mundo.
Infelizmente, dois membros do Quórum dos Doze Apóstolos, John W. Taylor e Matthias F. Cowley, não estavam plenamente de acordo com os demais líderes a respeito da abrangência e do significado do Manifesto original e não puderam concordar com a segunda declaração publicada pelo Presidente Smith. No início das audiências do caso Smoot, Taylor e Cowley exilaram-se voluntariamente para não terem que testificar em Washington D. C. Depois das audiências do caso Smoot, esses dois Apóstolos encaminharam seu pedido de desobrigação do Quórum dos Doze Apóstolos. Era amplamente conhecido o fato de que eles haviam realizado não poucos casamentos plurais depois da publicação do Manifesto. Seu pedido de desobrigação dos Doze foi uma forte indicação de que o casamento plural realmente havia chegado ao fim. Seis anos depois, John W. Taylor foi excomungado da Igreja por ter-se casado com outra esposa plural depois de sua desobrigação. O Élder Cowley, apesar de nunca mais voltar ao Quórum dos Doze Apóstolos, permaneceu fiel à Igreja. Na década de 1930, ele serviu em uma missão na Inglaterra. Um de seus filhos, Matthew Cowley, que havia servido como presidente na Nova Zelândia, foi posteriormente chamado como Apóstolo." ((História da Igreja na Plenitude dos Tempos, pg. 470).
"Jacó 2:23–30—Casamento Plural Não Autorizado É uma Abominação a Deus - Para entender os comentários desses versículos, é bom saber que apenas Davi e Salomão foram condenados por terem muitas esposas e concubinas. Abraão, Jacó e Moisés, que também tiveram esposas e concubinas, não o foram. Em revelação moderna, o Senhor explicou que Davi e Salomão pecaram quando tomaram esposas que Deus não havia permitido a eles. (Ver D&C 132:34–39.) Jacó também indicou que uma razão de o Senhor, algumas vezes, haver autorizado o casamento plural era a de aumentar Sua semente, mas se Ele não ordenar, o casamento plural é proibido. (Ver Jacó 2:30.)" (Manual do seminário do curso do Livro de Mórmon, pg. 62)
O Élder Bruce R. McConkie definiu o termo concubina explicando: “No passado, elas eram consideradas esposas secundárias, isto é, esposas que, no sistema de castas vigente na época não tinham o mesmo status que as esposas que não eram chamadas de concubinas. Não houve concubinas na prática do casamento plural nesta dispensação porque não mais existia o sistema de castas que levava algumas mulheres a receberem tal designação”. (Mormon Doctrine, pp. 154–155)
Conforme indicado no início de Doutrina e Convênios 132, os versículos 58–66 dizem respeito às “leis que regem a pluralidade de esposas”. Por meio do Profeta Joseph Smith, o Senhor ordenou a prática do casamento plural nos primórdios da Igreja; em 1890, por meio do Presidente Wilford Woodruff, Ele pôs fim a essa prática. (Ver Declaração Oficial 1.) O Élder Bruce R. McConkie explicou: "“O casamento plural não é essencial para a salvação ou exaltação. A Néfi e seu povo foi negado o direito de ter mais de uma esposa; no entanto, eles podiam receber todas as bênçãos da eternidade que o Senhor tinha a oferecer a qualquer povo. Em nossos dias, o Senhor resumiu por revelação toda a doutrina da exaltação e baseou-a no casamento de um homem com uma mulher. (D&C 132:1–28) Posteriormente, ele agregou os princípios relativos à pluralidade de esposas com a condição expressa de que todos esses casamentos fossem válidos apenas se autorizados pelo presidente da Igreja. (D&C 132:7, 29–66)
Todos os que fingirem ou simularem praticar o casamento plural em nossos dias, quando aquele que possui as chaves retirou o poder pelo qual é realizada essa união, serão culpados da mais grave abominação.” (Mormon Doctrine, 578–579; grifo do autor).
"Declaração Oficial 1—Casamentos Plurais Foram Realizados Depois da Divulgação do Manifesto? Alguns membros da Igreja continuaram a praticar o casamento plural fora dos Estados Unidos. Achavam que novos casamentos plurais poderiam ser realizados fora do território norte-americano. Em 8 de janeiro de 1900, o Presidente Lorenzo Snow disse “que a Igreja abandonou definitivamente a prática da poligamia—ou a realização de casamentos plurais [em Utah] e todos os outros estados—e que nenhum membro ou autoridade da Igreja tem autoridade alguma para realizar o casamento plural ou iniciar um relacionamento dessa natureza”. (“Slanders Are Refuted by First Presidency”, Millennial Star, 4 de maio de 1911, p. 275)
Alguns se recusaram a guardar o mandamento do Senhor. Em abril de 1904, o Presidente Joseph F. Smith fez uma declaração oficial na conferência geral: “Anuncio que doravante todos os casamentos [plurais] estão proibidos, e se qualquer autoridade ou
membro da Igreja quiser celebrar algum casamento dessa natureza—ou participar dele—essa pessoa será culpada de transgressão contra a Igreja e estará sujeita, segundo as regras e
normas vigentes, à excomunhão”. (Conference Report, abril de 1904, p. 75) Desde aquela época, todos os presidentes da Igreja reiteraram essas instruções contrárias à prática do casamento plural." (Manual do Aluno do Seminário - Doutrina e Convênios e História da Igreja, pg. 183)
"O Presidente Joseph F. Smith, que na época era Conselheiro na Primeira Presidência, escreveu: “O princípio do casamento plural foi revelado pela primeira vez a Joseph Smith em 1831, mas tendo sido proibido de torná-lo público ou ensiná-lo como doutrina do Evangelho na época, ele confidenciou o fato a umas poucas pessoas de seu convívio”. (“Plural Marriage”, Andrew Jenson, org., Historical Records, 9 vols., 1882–1890, 6:219.) O Profeta ensinou o princípio em particular, e em 1841–1842, vários membros de confiança da Igreja estavam vivendo esse princípio. (Ver História da Igreja na Plenitude dos Tempos, p. 256.) A seção 132
foi registrada em 1843, mas a Igreja só anunciou publicamente a doutrina do casamento plural em 1852." (Manual do Professor do Seminário - Doutrina e Convênios e História da Igreja, pg. 222)
“Aquilo que é errado sob certas circunstâncias pode ser, e geralmente é, certo sob outras. Deus disse: ‘Não matarás’. Em outra ocasião, mandou: ‘De todo destruirás’. Esse é o princípio pelo qual funciona o governo dos céus: por revelações que se adaptem às circunstâncias em que se encontram os filhos do reino. Tudo quanto Deus requer é justo, não importa o que seja, embora não possamos compreender por que razão Ele ordena isso ou aquilo, senão até depois que se tenham cumprido os Seus propósitos.” (Ensinamentos do Profeta Joseph Smith, pp. 249–250.)
"Evite sensacionalismo e especulação ao falar sobre o casamento plural. Às vezes, os professores especulam que o casamento plural será uma exigência para todos os que entrarem no reino celestial. Não temos conhecimento de que o casamento plural será um requisito para a exaltação." (Manual do Professor do Seminário - Doutrina e Convênios e História da Igreja, pg. 225)
"E quanto às seitas, elas são o portão do inferno. Os membros da Igreja [de hoje] que adotam a prática sectária do casamento plural, por exemplo, são adúlteros, e os adúlteros serão condenados." (Élder Bruce R. McConkie, Carta aberta, aproximadamente 1980, Arquivos do Departamento Histórico, A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias).
Informações no site oficial da Igreja:
http://lds.org/study/topics/polygamy-plural-marriage?lang=por&query=poligamia
Assinar:
Postagens (Atom)