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23 de abr. de 2012

Empatia


            Aprendi recentemente algo sobre os convênios que fiz com o Senhor. Aprendi que quando eu desejei "entrar no rebanho de Deus e ser [chamado como membro de] seu povo; e sendo que [estive disposto] a carregar os fardos uns dos outros, para que [ficassem] leves; Sim, e [estive disposto] a chorar com os que choram; sim, e consolar os que necessitam de consolo e servir de [testemunha] de Deus em todos os momentos e em todas as coisas e em todos os lugares em que [me encontrasse], mesmo até a morte; para que [fosse redimido] por Deus e [contado junto] com os da primeira ressurreição, para que [tivesse] a vida eterna" (Mosias 18:8-9) - assumi o compromisso de sofrer! Isso mesmo. Afinal como eu choraria com os que chorassem e consolaria os que necessitavam de consolo se não passasse por experiências semelhantes ou iguais a de meus irmãos? Como desenvolver empatia sem nunca passar por provas de grande sofrimento?
            Bem, alguns hão de dizer que podemos aprender as grandes lições da vida por revelação. Verdade é que o Espírito sabe todas as coisas, e podemos aprender muito por revelação. A graça da Expiação compensa quando as experiências estão além ou aquém de nosso alcance e somos investido com um conhecimento superior ao nosso. Mas lembrem-se de que o sábio Deus, não privou nem mesmo o Imaculado Unigênito do sofrimento. Na realidade, o próprio Jesus decidiu e escolheu por si mesmo sofrer - preferindo aprender por experiência própria - a fim de desenvolver verdadeira empatia por nós. Lembrem-se também que fazia parte do Plano virmos a Terra e sermos provados na carne, usando nosso arbítrio, podemos desfrutar de experiências pessoais (Abraão 3:25).
            Se quisermos cumprir nossos convênios e herdar um lugar à mão direita de Deus precisamos de empatia. E a empatia vem pela agonia, provação, tribulação, tristeza e sofrimento pessoal. As dores fazem parte da jornada mortal. E são, na realidade, um de seus aspectos principais.
            A empatia pelo próximo nos conduz a empatia para com Deus. Como andar como Deus sem seguir-lhe primeiramente os passos? E como seguir os passos de do Salvador, sem passar por algum tipo de privação ou dificuldade?  Deve ser pensando nessas coisas que Pedro escreveu:
            "Porque é coisa agradável, que alguém, por causa da consciência para com Deus, sofra agravos, padecendo injustamente. (...) Porque para isto sois chamados; pois também Cristo padeceu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigais suas pisadas" (I Pedro 2:19, 21, itálicos adicionados).

            Obviamente o propósito do sofrimento não se resume ao desenvolvimento de empatia. Muitos sofrem por causa de seus próprios pecados. Alguns sofrem para desenvolver outros atributos que os qualificarão para vida eterna. Outros sofrem por causa do mau uso do arbítrio alheio. Há vários motivos - muitos dos quais desconhecidos pelo homem finito. Mas não tenho dúvida, que um dos motivos principais pelo qual um santo dos últimos dias, que fez sagrados convênios com Deus, sofre é para desenvolver empatia. Sim, para que se aperfeiçoe, chegue a unidade da fé (sentindo e compreendendo verdadeiramente o próximo, se tornando uno em sentimento e determinação) e ao conhecimento do Filho de Deus (adquirindo o que Jacó nos instou a buscar em Jacó 4:12), e se torne homem ou mulher perfeito - "â medida da estatura completa de Cristo" (Efésios 4:11-13).
            Ao entender essas coisas, imaginei que alguém poderia retrucar: "Mas quando me batizei na Igreja não me disseram que estava assumindo mais sofrimento! Eu não pedi para ser recusado, rejeitado, perseguido, traído, acusado, discriminado, angustiado e atribulado!" Essa pessoa pode sentir-se como aquela que assina um contrato que lhe parece muito bom, sem perceber, no entanto, as letras miúdas do mesmo, que lhe trariam algum desconforto caso fossem conhecidas a princípio. Mas meus caros, há sofrimento para os que fazem convênios e para os que não fazem. Todos são iguais neste aspecto. Todos passam por sofrimentos. Todavia, os que fizeram convênios, e são chamados santos, podem fazer como que os sofrimentos passem por eles e os transforme, como ensina Élder Maxwell em uma das citações abaixo. Escolhamos, portanto, sofrer o quanto Deus quiser que soframos, pois " todas essas coisas [nos] servirão de experiência e serão para o [nosso] bem" (D&C 122:7).


Declarações sobre empatia:

                É um dos requisitos para se tornar um homem de Deus. Explicando sobre as características que moldam um homem de poder, o Élder H. Burke Perteson disse que conhecimento puro, mencionado em Doutrina e Convênios 121:42, se demonstra quando o homem "evita as meias-verdades e procura demonstrar empatia."

                É uma das coisas que os pais precisam ensinar a seus filhos. O Presidente David O. McKay declarou: "Se os pais falham em ensinar obediência aos filhos, se não são obedecidos no lar, então a sociedade o exigirá e conseguirá. Portanto, é melhor educar um filho no lar ensinando obediência com bondade, empatia e compreensão do que deixá-lo para que seja brutalmente disciplinado pelos meios que a sociedade imporá, se essa obrigação não for cumprida no lar". (The Responsibility of Parents to Their Children, p. 3.)”

                Falando sobre as "personalidades diferentes, bem como os diversos graus de energia, interesses, saúde, talentos e oportunidades", a irmã Irmã Patricia T. Holland que serviu na Presidência Geral das Moças, disse que "existem muitas coisas que podem ser partilhadas, mas uma coisa é necessária para nossa união: a empatia e compaixão do Filho de Deus."("'Uma coisa necessária': tornar-nos mulheres com mais fé em Cristo"; Manual do Curso do Casamento Eterno, pg. 369).

                Contando sobre seu pai, o presidente Kimball disse: "“Meu pai enfrentou muitas tristezas e enfermidades e teve que superar muitas dificuldades. Tudo isso serviu apenas para torná-lo uma pessoa mais forte e fazer com que sentisse maior empatia pelo próximo.

                É um dos atributos de liderança no evangelho: "A longanimidade é algo mais profundo do que a simples paciência. Exige um sentimento de empatia e a compreensão de que cada pessoa é diferente das outras. Alguns talvez não consigam compreender um conceito ou princípio; outros talvez não concordem e por isso necessitem de persuasão; e outros, por sua vez, talvez tenham falta de motivação. O líder longânimo está mais interessado em desenvolver e treinar almas do que em terminar mais rapidamente um trabalho ou de alguma outra maneira, ou por meio de outras pessoas." ("Lição 2: Honrar o arbítrio daqueles que lideramos", Princípios de liderança Manual do Professor, pg. 8)

                O Élder Neal A. Maxwell ensinou que a empatia faz parte de perseverar até o fim: “Parte do processo de perseverar bem consiste em sermos suficientemente humildes em meio a nosso sofrimento para aprendermos com nossas experiências relevantes. Em vez de simplesmente passarmos por essas coisas, elas precisam passar por nós, de modo a santificar todas essas experiências para nosso bem. Da mesma forma, nossa empatia é eternamente enriquecida ao consolarmos e auxiliarmos aqueles que estão passando por ‘todas essas coisas’ que podem dar-nos experiências e que são para o nosso bem”. (D&C 122:7) (The Neal A. Maxwell Quote Book, 1997, p. 101)

                O Élder Orson F. Whitney teve um sonho onde viu o Salvador no Monte das Oliveiras, sofrendo por nossas dores e pecados. Ele contou sobre o efeito daquela visão do Senhor: "Jamais me esquecerei a grande impressão que Sua dor deixou em mim. Comecei a chorar por pura empatia pelo Seu sofrimento. Senti todo o meu coração entregar-se a Ele; senti que teria morrido por Ele ou feito qualquer coisa que Ele me pedisse" (“Y.M.M.I.A. Annual Conference”, Contributor, setembro de 1895, pp. 667–668.)

                O presidente Brigham Young exortou os pais, especialmente os que criam filhos pequenos: "Pode-se ver, ouvir e testemunhar muitas ocasiões em que há discórdia entre os filhos—alguns de vocês passam por essa experiência e outros não. Vou dizer-lhes algumas palavras a respeito e sua vida futura, de modo que não tenham filhos briguentos, que vivam em discórdia. O primeiro passo é serem vocês mesmos de boa índole. Jamais percam a calma ou fiquem mal-humorados. (…) Eles têm tanta vitalidade que seus ossos quase não doem com o esforço que fazem. Possuem tanta energia —vida, vigor e atividade, que precisam usá-los. Por isso as crianças brigam umas com as outras. Não percam a calma e procurem sempre usar empatia para entendê-los e acalmá-los. Sejam brandos e afáveis. (DBY, pp. 209–210)

                "Quando o Presidente Grant falava da tristeza que sentimos por ocasião da morte de um ente querido, ele falava com uma empatia nascida da experiência pessoal. Além de seu filho Heber,
seis outros membros de sua família imediata precederam-no na morte. Quando ele tinha nove dias de idade, perdeu o pai. Em 1893, sua esposa Lucy morreu aos 34 anos depois de lutar durante três anos contra uma doença grave. A morte de Daniel Wells Grant, seu único outro filho homem, aos cinco anos de idade, ocorreu dois anos depois. Em 1908, pouco depois de o Presidente Grant e sua esposa Emily terminarem uma missão na Europa, Emily morreu de câncer de estômago. Um ano depois, a mãe de Grant faleceu. Em 1929, onze anos depois de ser designado Presidente da Igreja, sua filha Emily morreu aos 33 anos de idade." ("Consolo na hora da morte", Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Heber J. Grant, pg. 43)

                A empatia permitiu que o Presidente Joseph F. Smith escrevesse a seu amigo: "Foi com profundo pesar que fiquei sabendo do falecimento de seu bebê em sua casa. Sei o que você está sentindo, pois eu próprio tive de passar pelo mesmo tipo de experiência amarga enquanto estava lá. Quis escrever-lhe, mas avaliando sua situação por mim mesmo, resolvi não fazê-lo. Nessas circunstâncias, eu me sentiria mais propenso a procurar um refúgio distante, tranqüilo e solitário, em que tivesse a companhia apenas de Deus,e nesse lugar,sozinho,dar vazão a meus sentimentos e minha dor, tendo somente Deus por testemunha. (…) O tempo, e apenas o tempo, esse grande bálsamo das feridas, seria capaz de tocar minha alma, e creio que sem dúvida você sente o mesmo. Mas passada a dolorosa angústia inicial do pesar, quando a alma tiver sido tranqüilizada pelo tempo e pelo destino, então uma palavra oportuna pode tocar a terna corda da amizade que flui de um coração para outro na empatia da dor. O Senhor realmente sabe o que é melhor, e sabemos que os inocentes que foram chamados da Terra tão pouco depois de terem chegado, ainda imaculados dos sórdidos elementos deste mundo decaído, retornam a Ele de quem vieram, puros e santos, redimidos desde o princípio pelo sacrifício Daquele que disse:“Dos tais é o reino dos céus”.Minha mais sincera e fervorosa oração é: Ó Deus, ajuda-me a viver de modo a ser digno de reunir-me a meus inocentes filhos em seu lar contigo" ("Salvação das Criancinhas", Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph F. Smith, pg. 134)

                Élder Robert J. Whetten, que serviu nos Setenta ensinou: "Todos nós vivemos um dia depois do outro e cada um de nós, todos os dias, a despeito de nossa idade ou condições, depara-se com diferentes escolhas no que tange ao nosso relacionamento com outras pessoas. Ao nos esquecermos um pouco de nós mesmos e desenvolvermos empatia para servir aos outros, seremos refinados e ensinados pelo Espírito e compreenderemos o que Paulo quis dizer ao declarar: "Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé ( . . . )". Nossa solidariedade, quando oferecida liberalmente aos outros, transformar-se-á em amor divino e acarretará uma mudança em nós de maneira que "quando ele aparecer, [seremos] como ele (...)". ("Verdadeiros Seguidores", Conferência Geral Outubro de 1999)

                O Élder Neal A. Maxwell disse: "De modo singular em Sua Expiação, Jesus “desceu abaixo de todas as coisas, no sentido de que compreendeu todas as coisas (...)”. (D&C 88:6; ver também D&C 122:8) Quão profunda e imensa deve ter sido essa descida ao desespero! Ele fez isso para salvar-nos e para compreender o sofrimento humano. Portanto, não devemos ressentir-nos com as experiências que podem ensinar-nos a desenvolver ainda mais a nossa empatia. (Ver Alma 7:11-12) Um coração indolente não é aceitável, tampouco um coração ressentido. Para participarmos plenamente da “comunicação de suas aflições” é preciso que aceitemos tudo que é exigido do verdadeiro discípulo. (Filip. 3:10; ver também I Coríntios 1:9). Além disso, Jesus não apenas tomou sobre Si os nossos pecados para expiá-los, mas também nossas enfermidades, dores e sofrimentos. (Alma 7:11–12; Mat. 8:17.) Portanto, Ele conhece pessoalmente tudo por que passamos e como estender-nos Sua perfeita misericórdia — e também como socorrer-nos. Sua agonia é ainda mais assombrosa ao pensarmos que Ele pisou no lagar “sozinho”. (D&C 133:50) Às vezes o Deus do Céu chora (Ver Moisés 7:28.) Assim, podemos pensar na agonia da infinita Expiação de Jesus e no que o Pai sentiu por Seu Filho e por nós. Não há uma escritura que explique claramente o que Deus realmente sentiu, mas não há como deixarmos de imaginar o que Ele deve ter sentido em relação ao sofrimento de Seu Filho." ("Lavrar com Esperança", A Liahona, Julho de 2001, pg. 74).

                O Élder Maxwell ensinou também: "A atitude de serenidade espiritual de Jesus permitia-Lhe tratar a todos com atenção individualizada e empatia, embora a maior parte de Sua missão messiânica se tenha cumprido no curto e atarefado período de três anos (...)
                Jesus tinha empatia pelas pessoas mesmo em Sua agonia no Getsêmani e na cruz. Ele restaurou uma orelha cortada. Cuidou para que Sua mãe, Maria, recebesse apoio do Apóstolo João. Deu esperanças de um futuro melhor para um ladrão que sofria. ("Sabedoria e Ordem", A Liahona, Dezembro de 2001, pg. 22).
                Em outra ocasião o Élder Maxwell reafirmou sua convicção: "Nosso conhecimento da perfeita empatia que Jesus tem por nós, individualmente, ajuda-nos imensamente a suportar
nossos vários tipos de dor (...)
                Jesus compreende totalmente! Sua empatia é perfeita! Ele sabe como ajudar-nos! (...)
                Presto-lhes meu testemunho do esplendor e da realidade da grande e gloriosa Expiação. Louvo a Jesus por suportar tudo o que Ele suportou e por descer abaixo de todas as coisas para compreender todas as coisas. Louvo ao Pai por tudo o que Ele passou ao ver Seu Primogênito, Seu Amado, Seu Unigênito, em quem Ele tanto Se alegrava, sofrer tudo o
que Jesus sofreu. Louvo ao Pai por essa divina empatia e por tudo o que Ele suportou e experimentou naquele momento." ("Testificando da Grande e Gloriosa Expiação", A Liahona, abril de 2002, pg. 7-12).
                Falando sobre como ajudar os membros novos o Presidente Henry B. Eyring disse: "Precisamos ouvir aos membros novos com compreensão e empatia. Isso também exige dons espirituais, já que nossas experiências raramente poderão se comparar às deles. Não é suficiente dizer: “Eu compreendo, sei como você se sente”, a menos que seja verdade. Mas o Salvador sabe. Ele está preparado para ajudá-los a serem amigos que compreendem até mesmo aqueles que acabaram de conhecer, se pedirem com fé. Antes que Ele nascesse, os profetas sabiam o que Ele faria para poder ajudá-los a serem amigos por Ele" (pg. 31, Julho de 2002).

                Élder Lynn A . Mickelsen, dos Setenta, disse: "Mas se estivermos certos, e eles estiverem errados? Não deveríamos expor a todos a nossa situação para que eles julguem se fomos nós que erramos? O Senhor deixou bem clara a Sua instrução referente a esse dilema. Não temos o direito de julgar. Não é nossa responsabilidade examinar o argueiro, porque a trave em nosso próprio olho obstrui a nossa capacidade de enxergar. Sempre existe o outro lado da moeda. É preciso empatia, o dom de sentir o que os outros sentem e compreender o que estão passando. A empatia é um fruto natural da caridade. Ela estimula e amplia a nossa capacidade de servir. Empatia não é pena; é compreensão e preocupação. Ela é a base da verdadeira amizade. A empatia leva-nos ao respeito e abre a porta do ensino e aprendizado. Os índios sioux compreendiam esse grande princípio, ao orar: “Grande Espírito, ajuda-me a nunca julgar outra pessoa sem que antes eu tenha caminhado duas semanas em seus mocassins”. ("A Expiação, o Arrependimento e a Roupa Suja", A Liahona, Novembro de 2003, pg. 12).

                A irmã Gayle M. Clegg, que serviu na Presidência Geral da Primária, explicou: "As palavras empatia e compaixão têm raízes em palavras latinas e gregas que significam “sofrer com”. Empatia significa ver com os olhos de outra pessoa, identificando-se com ela e compreendendo por que ela se sente ou age da maneira que o faz. Ter compaixão faz com
que desejemos ajudar a pessoa a sentir-se melhor porque compreendemos o que ela está sofrendo." ("Ensinar nossos filhos a aceitar as diferenças", A Liahona, Junho 2004, pg. 39).

                Marleen S. Williams, que é Professora Associada de Psicologia, Universidade Brigham Young, explicou sobre "Aprender a lidar com as mágoas e perdas e seguir em frente pode fortalecer-nos. Quando você consegue reconhecer e superar os sentimentos dolorosos, desenvolve capacidades emocionais, espirituais e psicológicas que podem ajudá-lo em outras áreas de sua vida. Sua capacidade de desenvolver empatia pode aumentar quando você se familiariza com o pesar." (A Liahona, Outubro de 2004).

                “Nossos jovens precisam de amor e atenção, e não de indulgência”, ensinou o Presidente Benson. “Eles precisam de empatia e compreensão, não de indiferença, por parte do pai e da mãe. Eles precisam do tempo dos pais. Os ensinamentos bondosos da mãe e seu amor e confiança no filho ou filha adolescente podem literalmente salvá-los de um mundo iníquo.” “Elogiem mais seus filhos do que os corrijam”, aconselhou ele. “Elogiem-nos até pelas menores realizações. (...) Incentivem seus filhos a procurá-los (...) com seus problemas e dúvidas, ouvindo-os todos os dias." (“The Honored Place of Women”, Ensign, novembro de 1981, pg. 107)

                "Nossa jornada na vida nos proporciona muitas experiências especiais que se tornam blocos de sustentação para a nossa fé e testemunho. Essas experiências chegam a nós das mais variadas formas e em épocas imprevisíveis. Podem ser eventos marcantes e espirituais ou momentos esclarecedores. Algumas experiências virão na forma de grandes desafios e provações difíceis que testam nossa capacidade de lidar com eles. Qualquer que seja a experiência, cada uma nos proporciona a chance de crescer espiritualmente, adquirir mais sabedoria e, em muitos casos, servir aos outros com mais empatia e amor. Como declarou o Senhor ao Profeta Joseph Smith para restaurar-lhe a confiança durante um dos seus momentos de provação mais significativos na cadeia de Liberty: “Todas essas coisas te servirão de experiência e serão para o teu bem” (D&C 122:7)" ("Experiências Especiais", A Liahona, Maio de 2008, pg. 11)

                Élder Alexander B. Morrison, que serviu nos Setenta, disse: "Se quisermos comunhão com as aflições de Cristo (ver Filipenses 3:10), precisamos pagar o preço de nos empenharmos de todo o coração para conhecê-Lo e imitá-Lo. Esse preço pode de fato envolver sofrimento, mas a isso se devem somar a compaixão, a empatia, a paciência, a humildade e a disposição de sujeitar a nossa vontade à de Deus." (A Liahona, Junho de 2008, pg. 38)

                O Élder Marlin K. Jensen, dos Setenta, ensinou: "Podemos encontrar grande consolo na capacidade que Cristo tem de identificar-Se com nossas próprias experiências pessoais — uma característica conhecida como empatia. O registro do ministério de Cristo está repleto de demonstrações de empatia e bondade para com as pessoas que eram diferentes." (A Liahona, Agosto de 2010, pg. 42).

5 de dez. de 2011

Fim do mundo em 2012


                Embora sejam poucas as pessoas que realmente acreditem que um fim literal do mundo ocorrerá em 2012, há muita confusão a respeito desse assunto.
                Primeiro é preciso saber que o fim do mundo é algo bom - bom para os justos, claro. "Mundo", no contexto do evangelho, "em sentido figurado" representa "as pessoas que não obedecem aos mandamentos de Deus" (GEE "Mundo"). Sabemos que o fim do mundo se dará com o Retorno Glorioso do Senhor Jesus Cristo. E se isso acontecesse em 2012 seria realmente bom. Provo - quando Cristo voltar:
  1. Não haverá mais doenças - câncer, AIDS, todo tipo de dor, mal e depressão deixará de existir.
  2. Não haverá mais políticos corruptos - o governo será justo, divino - o próprio Cristo "reinará pessoalmente sobre a Terra" (Regra de Fé 10)
  3. Não haverá criminosos - pedofilos, assassinos, ladrões, estelionatários, vigaristas, traidores, mentirosos - todos serão destruídos.
  4.    Não haverá mais fome, terremotos, maremotos, enchentes e catástrofes naturais de qualquer tipo.
  5.   Não haverá pornografia.
  6.  As crianças não encontrarão drogas nas escolas e não serão abatidas por uma onda de sujeira de uma mídia ignominiosa.
  7.  Não haverá tristeza
  8. Não haverá mais guerras e contendas.
  9.  Não haverá mais divisões entre os homens - as fronteiras acabarão e haverá harmonia mundial.
  10. Filosofias errôneas deixarão de ser ensinadas como verdades.
  11. O homossexualismo e toda perversão sexual deixarão de existir.
  12.   Não haverá medo nem terror.
  13.  Os animais serão pacíficos - sua ferocidade cessará.
  14.   O conhecimento cientifico e tecnológico avançara incomensuravelmente.
  15.    As pessoas viverão até uma idade avançada de maneira saudável e ao morrerem ressuscitarão num piscar de olhos.
  16.  As famílias serão seladas para eternidade.
  17. Haverá Templos em todos os lugares - a obra vicária e o trabalho missionário avançarão até selarem todos os homens a família de Adão.
                Por todos esses motivos e muitos outros eu gostaria muito que o fim do mundo fosse em 2012. É verdade que os iníquos temem esse fim, pois não poderão permanecer da Terra quando a grande Babilônia cair.
                Todavia, não sabemos quando a Segunda Vinda se dará - e consequentemente, ninguém sabe quando o mundo acabará. Os maias, devo lembrar-los, quando fizeram essa previsão, já estavam na época da Grande Apostasia - e por isso não receberam revelação - não de Deus, pelo menos! Ademais a escritura é clara ao dizer que quando chegará aquele dia e hora ninguém sabe - nem os anjos do céu. Apenas Deus (D&C 49:17; Mateus 24:36).
                Mesmo que o fim do mundo não ocorra em 2012 de maneira geral - o fim do mundo de iniquidade da sua vida pessoal pode acabar em 2012! Seria uma boa oportunidade para deixar o homem natural e santificar-se pela expiação de Cristo o Senhor - e tornar-se como uma criancinha. Assim sendo, eis algumas sugestões para que o fim do mundo (mundo no sentido das escrituras) realmente acabe para você:
- desenvolva a fé em Cristo por meio da obediência plena a seus mandamentos.
- seja batizado na Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias
- prepare-se para entrar no Templo, e ao fazê-lo honre os convênios feitos naquela Casa Santa.
- não fume, não beba, não use drogas.
- envolva-se numa boa causa, servindo ao próximo, fazendo uma missão de tempo integral, realizando projetos de serviço para sociedade, etc.
- controle sua língua
- volte para Igreja, caso esteja afastado.
- Arrependa-se de todos os seus desejos iníquos e ore a Deus para sobrepujar suas fraquezas.
- Estude mais as escrituras.
                Há muitas outras coisas que poderiam ser ditas aqui. O fim do "mundo de iniquidades" é uma decisão pessoal e exige um grande compromisso. Mas a recompensa é sublime, afinal, como o Presidente Milder fala em suas aulas de instituto, "não precisamos esperar até o Milênio para começarmos a desfrutarmos algumas de suas dádivas". Sim, podemos agora mesmo, caso o mundo acabe para nós, receber uma paz, vigor e conhecimento que excede muito o esta Terra decaída oferece.

11 de ago. de 2011

Porque esta dando tudo errado? Porque Deus não responde minhas orações?

                Espere um instante! Pense bem: não esta dando tudo errado, embora talvez você esteja tendo esse sentimento. Não quero desprezar a sua dor e a profundeza de suas provações - mas quero que saiba que essas dificuldades são suportáveis e você poderá sobreviver e vencer todas essas coisas.
                Quando um ente querido segue o caminho de toda Terra e nos deixa, às vezes inesperadamente; ou quando estamos desempregado, sem enxergar uma solução para manter-nos e manter nossa família; ou quando os relacionamentos são sufocados pela discórdia e desconfiança; ou quando estamos tão envolvidos com o pecado - mesmo viciados - e não vemos possibilidade de libertação; ou quando sentimos um vazio tão grande, que nem desejamos acordar no próximo dia; ou quando algumas promessas de Deus parecem tão distantes que para nós se tornam impossíveis - então talvez, se estamos passando por essas situações ou semelhantes, precisemos lembrar e fazer algumas das seguintes coisas:


1º.    Avaliar nossa vida. Quando a gigantesca onda da provação e da adversidade vem sobre nós é natural fazermos algumas perguntas duras a nós mesmos. Essa auto-avaliação é sadia se feita a maneira do Senhor. E qual essa maneira? As escrituras e os profetas ensinam que devemos ter esperança, orar sempre, ser otimistas, considerar o plano eterno e trabalhar com fé. Então, minha sugestão é: retire-se para um lugar calmo onde possa ponderar. Ore à Deus e apresente seus problemas, motivos e peça ajuda. Reveja sua vida e pergunte-se: Estou onde deveria estar? Estou fazendo algo que desagrade à Deus? Preciso deixar de fazer ou pensar algo? Preciso começar a fazer algo? Depois de refletir sobre essas questões da alma determine em seu coração que melhorará. Talvez seja apropriado fazer ou renovar um convênio com Deus, solicitando Sua ajuda divina para cumprir o prometido.
Quando as coisas dão errado é bom refletir se você esta fazendo as coisas pequenas e simples que o Senhor exige: oração diária, estudo das escrituras, servindo ao próximo, reunião familiar, frequentando as reuniões da Igreja, pagando o dízimo, indo ao Templo, entre outras. Caso não esteja fazendo alguma dessas coisas, ou reconheça que precise melhorar use a expiação e se arrependa!


2º.    Procurar as Bênçãos. Nos momentos de introspecção também é saudável fazer o exercício de contar as bênçãos. Talvez seja melhor até enumerá-las escrevendo-as. Comece com você mesmo: e observe ao redor. Se não conseguir ver muitas bênçãos ore para que Deus lhe mostre. Você é sem dúvida muito abençoado!


3º.    Lembrar-se das promessas. Deus fez promessas sagradas à você. Mesmo que você não lembre delas elas ainda assim são válidas. Algumas dessas promessas foram feitas na vida pré-mortal, antes de você nascer. Outras foram dadas aqui, ao nasceres, ao ser batizado, ao receber uma bênção do sacerdócio - como uma bênção de conforto ou a bênção patriarcal. Outras promessas foram te dadas no Templo. Deus não mente, e sempre cumpre suas promessas. Mas isso é feito do modo Dele e no tempo Dele. E mediante a nossa obediência. Lembrar das promessas nos ajuda a ter esperança e amor para com Deus e todos os homens.


4º.    Estudar as escrituras e ouvir os profetas. As escrituras e as palavras dos profetas são uma das maneiras que Deus responde nossas petições. É útil lê-las com fervor e atenção. Dou um exemplo: eu estava passando por certas dificuldades, que para mim pareciam muito grandes. Orei a Deus. Mas a resposta não veio. Revi minha vida. Parecia em ordem - porque então Deus não me atendia? Senti-me tentado a murmurar - até blasfemar. Porque estava tudo dando errado? Porque eu estava passando por isso? Então, após debater-me atendi a um sussurro do Espírito (embora eu não reconhecesse que fosse o Espírito à princípio) e li as escrituras. Em Abraão encontrei minha resposta. Lá dizia que Abraão e sua família estavam enfrentando um fome terrível - na realidade nunca houve tamanha fome no mundo (é por isso que João, em Apocalipse 6:5-6, viu o cavalo preto da penúria e fome representando a época de Abraão - o terceiro selo). O fato é que Abraão construiu um altar e orou "para que a fome se desviasse" (Abraão 2:17). Depois Abraão voltou a orar "fervorosamente" (Abraão 2:18). Então o Senhor prometeu a Abraão que daria a terra de Canaã a ele. Mas é curioso que apesar de Abraão orar com fé "a fome continuava na terra" - na verdade "a fome agravara-se muito" (Abraão 2:21). Por causa de tanta fome, Abraão teve que mudar seu percurso e ir para o Egito (versículo 21). Compreendi que essa história tinha princípios que se aplicavam a minha própria situação. Abraão era um homem justo e recebera divinas promessas. Ele orara com fé, mas o Senhor não atendeu a seu pedido imediatamente. Porquê? Porque Deus tinha um plano para ele! Deus queria que Abraão fosse ao Egito. E o que aconteceu no Egito? Abraão recebeu várias revelações e ensinou  muito aos egípcios (conforme o Fac-Símile número 3 do livro de Abraão demonstra). O importante é que Abraão não se rebelou contra Deus, mas continuou com fé, mesmo que sua oração não foi instantaneamente respondia. Aprendi que eu deveria manter-me puro e fiel, sem reclamar, esperando com fé, continuando com minhas petições, e também mudar os planos e ir ao Egito, se necessário. Que bênção possuir escrituras sagradas que nos ajudam nas mais diversas circunstancias de nossa vida!


5º.    Ouvir o conselho de nosso entes queridos, amigos e líderes locais da Igreja. Ouvir, ou dar ouvidos, aos pais, cônjuge, filhos, amigos e bispo é sábio - pois eles muitas vezes são como anjos de Deus, que estão preparados para abençoar-nos com conselhos, ajuda e fé. Devemos deixar nosso orgulho de lado e também nosso julgamentos equivocados - e escutar sinceramente. Seus conselhos devem ser ponderados com a oração pessoal - eles, então, poderão tornar-se um escudo e proteção - e até uma força motriz para o bem.


6º.    Permitir ser confortado. Muitas vezes somos como Enoque: quando não entendemos o plano completo de Deus ficamos com a alma amargurada  e choramos dizendo aos céus: "Recusar-me-ei a ser consolado" (Moisés 7:44). Mas temos que aceitar o convite de Deus: "Anima-te e alegra-te e olha". Ao olharmos para nós mesmos e para Deus, ao verificarmos as bênçãos que recebemos e as promessas que merecemos - e ao pensarmos em Cristo - recebemos aquela paz preciosa que Ele prometeu (João 14:27). Portanto não deixemos que a culpa de coisas já resolvidas nos atormente; não deixemos que o desanimo cegue nossa visão espiritual e congele nossas pernas; não deixemos de fazer o bem a nós mesmos, a nossa família e a outros. Vamos levantar a cabeça, regozijar-se e colocar a nossa confiança em Deus - porque Ele é o mesmo Deus de milagres de nossos pais Abraão, Isaque e Jacó - o mesmo Deus que sustentou Israel com maná e os libertou (Mosias 7:19-20).


7º.    Agir. Talvez o mais importante de tudo o que escrevi seja agir para o bem. É quando servimos ao próximo que sentimo-nos servidos por Deus. Quando salvamos os outros acabamos por salvar a nós mesmos (observe D&C 4:2 e 4 - ao servirmos trazemos salvação a nossa própria alma). Por isso é bom dedicar-nos a uma boa causa. Nosso serviço pode ser simples: visitar a viúvas, ajudar um irmão nas tarefas da escola, pregar o evangelho com os missionários, arrumar um chuveiro para um parente - há centenas de maneiras de ajudar. Mas façamos algo.


                Comprovei a veracidade desses pontos. Sei que Deus nos ama. Ele sempre nos ouve. Um dia compreenderemos porque algumas vezes nossas orações não são imediatamente respondidas e porque temos que passar pela dura estrada do sofrimento e solidão. Nesta ocasião futura sentiremos grande gratidão e veremos que nenhuma dor ou provação foi em vão -e que tudo, na verdade, foi para nosso bem eterno.
                Para terminar gostaria de mencionar o que o Senhor disse a seus santos quando estavam sendo expulsos do Missouri - e passando por uma das mais tenebrosas épocas da História da Igreja. Procure pensar que essas palavras são direcionadas a você, porque são mesmo: "EM verdade vos digo, meus amigos [pode ser útil colocar seu nome aqui]: Não temais; que se console vosso coração; sim, regozijai-vos sempre e em tudo dai graças; Esperando pacientemente no Senhor, porque vossas orações chegaram aos ouvidos do Senhor de Sabaote [ou Senhor dos Exércitos] e estão registradas com este selo e testamento - o Senhor jurou e decretou que serão atendidas. Portanto ele vos faz essa promessa, com um convênio imutável de que serão cumpridas; e todas as coisas que vos tiverem afligido reverterão para o vosso bem e para a glória do meu nome, diz o Senhor."


27 de abr. de 2011

Pobreza e Riqueza

O Senhor disse que nunca deixaria de haver pobres na Terra (Deuteronômio 15:11). Para inteligências que tem o potencial de se tornarem iguais ao Pai Celestial, um ser Supremo que possui todas as coisas (João 17:10), a provação mortal inclui privações físicas e materiais. Uma das definições de Vida Eterna é a de possuir tudo o que o Pai possui (D&C 84:38). Para estar preparado para tão grande bênção seus filhos devem aprender o verdadeiro valor das coisas, bem como a dependência ou confiança que se precisa ter em Deus (Sofonias 3:12). A pobreza material ensina essas e outras preciosas lições, que de outro modo seriam difíceis de serem compreendidas. O próprio Salvador foi um homem pobre quanto as coisas do mundo. Ele advertiu seus seguidores contra o apego aos bens materiais e disse que não se podia desejar as riquezas mundanas e ao mesmo tempo amar a Deus (Mateus 6:24). O tesouro do Senhor não é ouro nem prata (Mateus 10:9). É antes uma bênção tal que não há lugar suficiente para recebê-la (Malaquias 3:10). Um pobre humilde que vem a Deus tem a promessa de herdar o reino dos céus. Por isso é rico.
                Evidentemente a pobreza material não é atributo intrínseco dos discípulos de Cristo. Nem a riqueza caracteriza sempre os que não amam a Deus. Abraão, Jacó, José, Jó, Leí, Isaías, Amuleque, Paulo e muitos outros profetas e homens santos das escrituras eram ricos e influentes na sociedade. Todavia seu coração não estava nas riquezas, eles amavam a Deus de todo o coração - e se Deus exigisse que se despojassem de todo sua fortuna eles o fariam sem demora - inclusive muitos deles o fizeram, consagrando tudo o que tinham (por exemplo, Leí em 1 Néfi 1-2).
                A riqueza pode ampliar o serviço cristão em muitos sentidos. Mas pode ser uma pedra de tropeço se estiver aliada ao orgulho. A nação nefita caiu porque era orgulhosa, e se tornou orgulhosa devido a sua prosperidade imensa (4 Néfi 24-40; Morôni 8:27).
                Assim, pode ter acontecido com a Igreja de Esmirna (Apocalipse 2), que o Senhor os tenha provado na pobreza para que se tornassem humildes (Alma 32:6). As aflições podem nos convidar, e comumente nos convidam, para mais perto do Senhor. Os que são humildes qualificam-se para entrar e permanecer no caminho que leva a Vida Eterna, o maior dom de Deus (D&C 6:13) - que vale infinitamente mais do que todos os tesouros da Terra.

17 de ago. de 2010

Só os iníquos sofrem?

Algumas pessoas pensam que somente os iníquos sofrem. Segundo esse pensamento, quando alguma provação vem sobre nós é um castigo de Deus por causa de nossas faltas, nossa conduta iníqua e nossos pensamentos pecaminosos. Pensando assim concluiremos que as catástrofes naturais atingem os povos quando estão “amadurecidos em iniqüidade”. E que uma pessoa que sofre uma doença terminal sofre por ter sido muito ruim. De fato, dizemos em nosso coração: “O homem trouxe sobre si sua miséria; portanto, deterei minha mão e não lhe darei do meu sustento nem repartirei com ele meus bens, a fim de que ele não padeça, porque seus castigos são justos.” (Mosias 4:17). Tal pensamento por certo não vêm de Deus. Jó é um exemplo perfeito para entendermos que a maior parte das provações não são um castigo de Deus. Deus mesmo disse, através do poeta que registro o livro de Jó: “Notaste porventura o meu servo Jó, que ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, que teme a Deus e se desvia do mal? Ele ainda retém a sua integridade, embora me incitasses contra ele, para o consumir sem causa.” (Jó 2:3). Se todos sofressem de acordo com suas iniqüidades o Salvador Jesus Cristo nunca teria sofrido uma tentação, nunca teria passado por uma privação, nunca teria soado uma única gota de sangue e jamais teria ido à cruz.
“Digo, porém, ó homem, que quem faz isto [e pensa desta maneira] tem grande necessidade de arrepender-se; e, a menos que se arrependa do que fez [e do que pensa], perece para sempre e não tem lugar no reino de Deus.” (Mosias 4:18) Não vamos pensar assim e nem agir assim. É verdade que algumas vezes Deus nos castiga por causa de nossas iniqüidades. Ele o faz porque nos ama (D&C 95:1, Apocalipse 3:19) – tal como um pai castiga seus filhos para aprenderem o que lhes trará felicidade. Todavia, lembro muito bem do que disse o presidente Hinckley, quando um terrível maremoto ceifou milhares de vidas na Ásia: “quero deixar bem claro que isso não foi um castigo!” Assim como o sol nasce para bons e maus, a noite também desce sobre bons e maus. Todos sofremos – isto faz parte da vida mortal. Aqueles que embarcam no serviço de Deus parecem ter uma quota especial de sofrimentos: “Porque isto é agradável, que alguém, por causa da consciência para com Deus, suporte tristezas, padecendo injustamente. Pois, que glória é essa, se, quando cometeis pecado e sois por isso esbofeteados, sofreis com paciência? Mas se, quando fazeis o bem e sois afligidos, o sofreis com paciência, isso é agradável a Deus.
Porque para isso fostes chamados, porquanto também Cristo padeceu por vós, deixando-vos exemplo, para que sigais as suas pisadas. Ele não cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano; sendo injuriado, não injuriava, e quando padecia não ameaçava, mas entregava-se àquele que julga justamente; levando ele mesmo os nossos pecados em seu corpo sobre o madeiro, para que mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes sarados.” (I Pedro 2:19-24)
Sem passar alguns instantes no Getsêmani não podemos ser santificados – e se não formos santificados não podemos adentrar o reino que Cristo esta, que é o Reino Celestial. O grande teste da vida é passarmos bem por todas as adversidades que por certo teremos. Antes de nascer ficou claro que seriamos provados. Este, na verdade, era o propósito da vida: sermos testados, passarmos neste teste, e merecermos a vida eterna (Abraão 3:25-26).
As provações são uma evidencia do amor de nosso Pai Celestial. Elas podem ser de dois tipos: uma adversidade ou um castigo. A adversidade sobrevirá a todos independente de sua retidão. O castigo nos vem por nossos pecados. Há ainda as tentações e tribulações que nos fazem passar os iníquos – especialmente Satanás. O mau uso do arbítrio de outros gera conseqüências adversas a nós. Todavia, devido a expiação podemos e vamos vencer todas as provações. Não há dor, não há desgraça, não há prova, não há tribulação, não há morte – não há nada que não possa ser sobrepujado e vencido. Parece que era isso que Paulo tinha em mente ao escrever: “quem nos separará do amor de Cristo? a tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada?
Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte o dia todo; fomos considerados como ovelhas para o matadouro. Mas em todas estas coisas somos mais que vencedores, por aquele que nos amou.
Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem anjos, nem principados, nem coisas presentes, nem futuras, nem potestades, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.” (Romanos 8:35-39)
“Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desesperados; perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos” (II Coríntios 4:8-9)
Sei, por experiência própria, que as adversidades são para nosso bem – e que todas elas nos levam para mais próximo de Deus, se permitimos que assim ocorra. Alguns não permitem que a adversidade os santifique, mas endurecem o coração e se voltam contra Deus. Todavia, podemos permitir que nossas aflições sejam bênçãos disfarçadas!

22 de mai. de 2010

Alma 56:16 - Abatidos Física e Espiritualmente

“Sim, e achavam-se abatidos física e espiritualmente, porque haviam guerreado valorosamente durante o dia e trabalhado durante a noite para conservar suas cidades; e assim haviam sofrido grandes aflições de todo tipo.”
Aqueles que estão abatidos fisicamente muito provavelmente terão seus espíritos afligidos. Pensem em alguém que está desnutrido e desidratado há muitos dias: esta pessoa não vai querer ouvir uma mensagem do evangelho – por mais glorioso que o Espírito seja – ela vai querer água e comida.
Essas necessidades físicas são tão fortes em nosso estado mortal, que o Senhor nos deu a lei do Jejum para aprendermos a controlar nosso corpo, apetites e paixões (GEE Jejum). Os desejos da carne podem ser dominados até que possamos dizer como Jesus que a nossa comida é fazer a vontade de Deus (João 4:34).
Uma das lições mais importantes que podemos aprender na mortalidade é dominar o tabernáculo que nos foi dado. Se conseguirmos fazê-lo, ele se tornará um templo do Espírito de Deus e crescerá, na ressurreição, na mesma proporção de nosso espírito – tornando-se belo e forte para Deus (I Coríntios 3:16-18; II Coríntios 4: 8-18).
Ainda neste estado podemos nos desenvolver a tal ponto que as aflições da carne – como a fome, a sede e o cansaço não possam impedir nosso espírito de agir. Mesmo aflitos podemos realizar muito. Vemos exemplos desses nas escrituras. A fome, sede e cansaço não fizeram Néfi murmurar, mas o fizeram ir atrás de alimento (1 Néfi 16:16-32). Após jejuar quarenta dias e quarenta noites – e estar muito debilitado fisicamente, o Salvador venceu Satanás e suas tentações (Mateus 4:1-11). Os homens do acampamento de Sião padeceram muito, e embora alguns murmurassem, muitos resistiram às pressões físicas e tornaram-se líderes na Igreja (História da Igreja na Plenitude dos Tempos, p. 141-151)
Vemos assim que as dificuldades da carne podem aproximar uma pessoa de Deus ou afastá-la Dele. A diferença reside na escolha individual. Certo é que Deus não dará uma tentação acima do que podemos suportar (I Coríntios 10:13).