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3 de nov. de 2012

A Salvação é Gratuita?


                "A salvação é gratuita" (2 Néfi 2:4) - afirmou o patriarca Leí próximo da hora de sua morte. Como o Presidente Dieter F. Uchtdorf disse a "proximidade do dia final da mortalidade geralmente produz uma clareza de pensamentos e proporciona entendimento e perspectiva." As pessoas abrem seu coração. (http://www.lds.org/general-conference/2012/10/of-regrets-and-resolutions?lang=por). Assim, sabendo que, pelo contexto das escrituras, Leí era um homem coerente, digno e lúcido - sua sinceridade não pode ser refutada: ainda mais no seu último suspiro em que aconselhava sua família no caminho da felicidade. Ele esta dizendo o que realmente queria dizer: a salvação era gratuita!
                Mas o que significa a salvação ser gratuita? O Guia de Estudo Para as Escrituras (GEE) explica que há dois significados para palavra "salvação". O primeiro é a salvação física e o segundo é a salvação espiritual. Salvos da morte física todos os que nascem nesta Terra serão - pois como Paulo explicou "assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo." (I Coríntios 15:22). É o poder da Expiação, comumente chamado de graça, que todos homem receberá um corpo imortal e incorruptível, independentemente de seu estado espiritual de retidão. Como Alma explicou a seu filho, " o plano de restauração é imprescindível à justiça de Deus; pois é necessário que todas as coisas sejam restauradas em sua própria ordem. Eis que é imprescindível e justo, de acordo com o poder e ressurreição de Cristo, que a alma do homem seja restituída a seu corpo e que, ao corpo, sejam restituídas todas as suas partes" (Alma 41:2). Ele disse também: "A alma será restituída ao corpo e o corpo, à alma; sim, e todo membro e junta serão restituídos ao seu corpo; sim, nem mesmo um fio de cabelo da cabeça será perdido, mas todas as coisas serão restauradas na sua própria e perfeita estrutura" (Alma 40:23).
                "Toda pessoa também pode ser salva da morte espiritual pela graça de Deus, mediante fé em Jesus Cristo, a qual se manifesta numa vida de obediência às leis e ordenanças do evangelho e de serviço a Cristo." (http://www.lds.org/scriptures/gs/salvation.t2?lang=por&letter=s). Essa salvação não é gratuita. Ela exige compromisso, exige dedicação, exige sacrifício, exige, na realidade, consagração. É por isso que as escrituras dizem que devemos operar nossa salvação com temor (Filipenses 2:12) e agir segundo cremos (Mosias 4:10). Todavia, o julgo do Senhor é suave e seu fardo leve (Mateus 11:30).
                Muitas vezes a palavra "salvação" é usada em sentido amplo, significando e abrangendo os dois tipos de salvação (física e espiritual) - e portanto a máxima salvação: a exaltação. A exaltação é a salvação no Reino Celestial de Deus, que significa herdar "o mais elevado estado de felicidade e glória dentro do reino celestial." (http://www.lds.org/scriptures/gs/exaltation?lang=por). É nesse sentido que D&C 6:13 diz que não há maior dom que a salvação, o que na verdade significa que a exaltação é o maior dom. Interpreta-se assim especialmente devido a outras passagens, tais como D&C 14:7 e Romanos 6:23.
                Nessa última passagem de Romanos diz que "o dom gratuito de Deus é a vida eterna" (Romanos 6:23). A Vida Eterna é literalmente gratuita para aqueles que morrem sem lei, como as criancinhas (Morôni 8:12, 17, 22 e D&C 137:10). Mas para os que tem lei (as doutrinas, os mandamentos, etc.) a salvação é gratuita no sentido simbólico de que nosso esforço é realmente pequeno para se obter uma dádiva tão grandiosa quanto a vida eterna. Como o Senhor ilustrou: "Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu Senhor" (Mateus 25:21). "Sobre pouco foste fiel" significa que houve necessidade de alguma obra de retidão - ainda que pequena comparada a recompensa. Isso esta de acordo com a Justiça e Misericórdia de Deus, assunto abordado pelo profeta Alma em Alma 41:-42.
                A ideia de uma salvação gratuita precisa ser entendida no contexto do evangelho para não dar vazão à interpretações errôneas tais como a justificação pecados: "E muitos também dirão: Comei, bebei e diverti-vos; não obstante, temei a Deus—ele justificará a prática de pequenos pecados; sim, menti um pouco, aproveitai-vos de alguém por causa de suas palavras, abri uma cova para o vosso vizinho; não há mal nisso. E fazei todas estas coisas, porque amanhã morreremos; e se acontecer de sermos culpados, Deus nos castigará com uns poucos açoites e, ao fim, seremos salvos no reino de Deus." (2 Néfi 28:8).Essa doutrina falsa zomba de um Deus justo.  Aqueles que pensam assim "serão lançados no inferno!" (2 Néfi 28:15).

5 de mar. de 2012

O que eu devo fazer para ser mais feliz?

Resposta Rápida
Para ser MAIS feliz você precisa ser MAIS obediente a Deus. Precisa, na realidade, guardar todos os mandamentos de Deus: exercer fé em Jesus Cristo, arrepender-se de todos os seus pecados e desejos iníquos, ser batizado e receber o dom do Espírito Santo - fazendo um convênio com Deus - e perseverar até o fim - sendo grato, humilde, fiel, nutrindo-se com a boa palavra, indo ao Templo, se santificando - servindo ao próximo - e fazendo tudo o que Deus ordenar.
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Há felicidade
                Devido as pressões, catástrofes, ceticismo, maldade e tentações do mundo alguns são levados a pensar que não existe felicidade verdadeira. As escrituras, ao contrário deste pensamento, são claras ao ensinarem que há uma "felicidade que está preparada para os santos" (2 Néfi 9:43). Elas ensinam que há um "grande plano de felicidade" (Alma 42:8) e que os "homens existem para que tenham alegria" (2 Néfi 2:25). O propósito desta vida, portanto, é o de nos prepararmos para encontrar Deus e desfrutar de "um estado de felicidade sem fim" (Mosias 2:41). Este estado de felicidade infinita é chamado de Vida Eterna (GEE "Vida Eterna"). Aprendemos que o propósito de Deus é o de "levar a efeito a imortalidade e Vida Eterna do homem" (Moisés 1: 39).

Felicidade Eterna e Felicidade Hoje
                Embora  as inconstâncias desta vida mortal nos desmotivem, desanimem e nos encham de pesar - enchemo-nos de esperança ao entender que se nossas obras forem boas nesta vida seremos levantados "para a ressurreição da vida eterna e felicidade" no último dia (Mosias 16:1).
                Aguardamos com extrema ansiedade a felicidade eterna num tempo futuro, todavia entendemos que podemos desfrutar de paz e alegria durante a jornada mortal. Podemos ser felizes hoje! De fato lemos no Livro de Mórmon a respeito de um homem que sentiu uma alegria "tão grande que transbordou; sim, ele ficou tão enlevado na alegria de seu Deus que se lhe exauriram as forças (...) ora, não foi isto alegria extrema? Eis que essa é a alegria que ninguém recebe, senão o verdadeiro penitente e o que humildemente busca a felicidade." (Alma 27:17-18).
                O Salvador mesmo prometeu a seus discípulos que ficariam ainda vários anos na mortalidade: "Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; eu não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize" (João 14:27).
                Mas como, então, obter essa "alegria extrema"? Como humildemente buscar a felicidade e recebê-la? Como obter a paz prometida pelo Senhor?

Compromisso
                As escrituras revelam que para obtermos felicidade precisamos nos comprometer a "dar ouvidos à palavra de Cristo" pois elas nos apontarão "um caminho reto para a felicidade eterna" (Alma 37:44). Parece que se não buscarmos essa felicidade agora, dando ouvidos a palavra de Deus não iremos, após essa vida, subitamente, desfrutar do que não plantamos neste mundo (Alma 41:4-5), por que a escritura diz que "virá o julgamento do Santo sobre [nós]; e então chegará a hora em que aquele que é imundo ainda será imundo; e aquele que é justo ainda será justo; e aquele que é feliz ainda será feliz; e aquele que é infeliz ainda será infeliz" (Mórmon 9:14).          Morôni reconheceu que devia "toda a nossa felicidade" que sentia em sua vida terrena a "observância da sagrada palavra de Deus" (Alma 44:5)

Iniquidade NUNCA será felicidade
                A noção de que "iniquidade nunca foi felicidade" (Alma 41:10) é de suma importância para acharmos uma fonte de alegrias duradouras. Iniquidade é a persistência no pecado. A luxuria, a ignorância, a maldade nunca resultam em algo bom - o prazer momentâneo que essas coisa oferecem é uma alegria artificial, passageira e falsa. O riso e a diversão do pecado são na verdade, um sopro de auto-afirmação desesperado. "Acontecer-lhes-á como ao esfomeado que sonha e eis que come, mas acorda e sua alma está vazia; ou como ao sedento que sonha e eis que bebe, mas acorda e eis que está fraco e sua alma sente apetite" (2 Néfi 27:3)

A Receita para ser feliz
                "Tornai-vos para mim e eu tornarei para vós, diz o Senhor dos Exércitos" (3 Néfi 24:11) - não é simples? A Receita para felicidade é ir à Deus. Fazemos isso buscando-o em oração; ouvindo os servos de Deus, os profetas; lendo as escrituras; sendo gratos; guardando os mandamentos; vivendo da melhor forma que conseguirmos. Isso exige uma mudança de carácter. É simples, mas não é fácil. É preciso sofrer as dores do arrependimento verdadeiro e contar com a ajuda da graça celeste para fortalecer-nos. 
                "Portanto, meus amados irmãos, eu vos suplico, com palavras solenes, que vos arrependais e que vos apegueis a Deus de todo o coração, como ele se apega a vós" (Jacó 6:5)
                É bom lembrar que Deus "nada faz que não seja em benefício do mundo; porque ama o mundo a ponto de entregar sua própria vida para atrair a si todos os homens [inclusive você]. Portanto a ninguém ordena que não participe de sua salvação." (2 Néfi 26:24) E também que Deus faz tudo para o bem e felicidade de seu povo (Helamã 12:2) - e isso inclui seus castigos (Helamã 12:3, 15:3; D&C 95:1)
                E como participar de sua salvação? Como podemos tornar a Deus? Como nos apegarmos a Ele do mesmo modo que Ele se apega a nós?
                Mais uma vez é muito simples: "E ordena a todos os homens que se arrependam e sejam batizados em seu nome, tendo perfeita no Santo de Israel, pois do contrário não poderão ser salvos no reino de Deus. E se não se arrependerem, não acreditarem em seu nome, não forem batizados em seu nome nem perseverarem até o fim, serão condenados, pois o Senhor Deus, o Santo de Israel, disse-o. Ele deu, portanto, uma lei" (2 Néfi 9:23-25).
                Esse compromisso com os convênios e palavra de Deus nos assegurarão a felicidade que buscamos. "Agora, pois, filhos, ouvi-me; porque felizes são os que guardam os meus caminhos. Ouvi a correção, e sede sábios; e não a rejeiteis. Feliz é o homem que me dá ouvidos, velando cada dia às minhas entradas, esperando junto às ombreiras da minha porta [isso me faz lembrar do Templo]. Porque o que me achar achará a vida, e alcançará o favor do Senhor. Mas o que pecar contra mim fará mal à sua própria alma; todos os que me odeiam amam a morte." (Provérbios 8:32-36)
                Comprometer-se com o Senhor exige que façamos boas obras (o que, na verdade, é o meio de cumprir os convênios que fazemos com Ele):
                "Feliz é o homem que teme ao Senhor continuamente; mas o que endurece o seu coração virá a cair no mal" (Provérbios 28:14)
                "Feliz é aquele que se compadece dos pobres" (Provérbios 14:21)
                "O que atenta prudentemente para a palavra prosperará; e feliz é aquele que confia no Senhor." (Provérbios 16:20)
                "E ainda mais, quisera que considerásseis o estado abençoado e feliz daqueles que guardam os mandamentos de Deus. Pois eis que são abençoados em todas as coisas, tanto materiais como espirituais; e, se eles se conservarem fiéis até o fim, serão recebidos no céu, para que assim possam habitar com Deus em um estado de felicidade sem fim. Oh! Lembrai-vos, lembrai-vos de que estas coisas são verdadeiras, porque o Senhor Deus as disse." (Mosias 2:41)

Caso você desfrute de alguma felicidade, você pode ser ainda mais feliz se guardar mais diligentemente os mandamentos de Deus. O primeiro passo é orar com mais fervor e buscar melhorar dia-após-dia. Esse processo chama-se santificação - e é o que as escrituras chamam de "nascer de novo" ou "tornar-se como uma criancinha" (http://lucasmormon.blogspot.com/2010/04/moises-659-60-nascer-de-novo.html)

Discursos:


A felicidade é sua herança:

Felicidade

Diversão e Felicidade

O Grande Plano de Felicidade

1 de mar. de 2012

"Se não há Cristo, não há Deus"


                Néfi, após citar as palavras do discurso de seu irmão Jacó, sobre o Plano de Salvação, disse que se deleitava em comprovar a seu povo que sem a vinda de Cristo, todos os homens pereceriam. Então ele afirma: "Porque se não há Cristo não há Deus, e se não há Deus não existimos, porque não poderia ter havido criação" (2 Néfi 11:7). É uma declaração forte, especialmente para os que não são cristãos. Ponderei como Néfi chegou a essa conclusão e escrevi o que se segue.

                Muitos no mundo acreditam em um Deus Supremo. Alguns crêem que há um "Grande Espírito" que criou todas as coisas (Alma 18:4, 22:11), não obstante pensam que tudo que fazem é certo (Alma 18:5). Outros acreditam em muitos deuses (Juízes 2:12), sendo alguns deles mais poderosos que outros (I Reis 20:23) ou um deles o principal (Jeremias 11:13). Outros são agnósticos e outros ateus (Alma 30:36-37). Há ainda aqueles que acreditam em um Deus bondoso, perfeito e que é seu Pai Eterno - mas negam Cristo, dizendo que "não é razoável que venha alguém como um Cristo; se vier e ele for Filho de Deus, o Pai do céu e da Terra, conforme anunciado, porque não aparecerá a nós, assim como àqueles que [estiveram] em Jerusalém?" (Helamã 16:18).
                É evidente que para compreender a afirmação de Néfi deve-se ter na mente e no coração tudo o que ele escreveu ou fez com que fosse escrito em seus dois livros (1 Néfi e 2 Néfi) - afinal sua frase "se não há Cristo, não há Deus" é a conclusão de um pensamento que foi forjado dês do inicio e seu registro. Deve-se ler com sinceridade e desejo de aprender as coisas de Deus, deve-se mergulhar nas escrituras com coração sincero e real intenção. Não obstante, uma leitura secular (porém profunda) dos livros de Néfi já é suficiente, ao menos para provar, porque, para Néfi, sem Cristo não pode haver Deus.
1.       A existência de Deus. Deus vive. Esse conhecimento Néfi recebeu de seu pai Leí, que disse: "existe um Deus e ele criou todas as coisas, tanto os céus como a Terra e tudo que neles há, tanto as coisas que agem como as que recebem a ação." Leí também incutiu em seus filhos que "se não existe Deus, nós também não existimos nem a Terra; pois não poderia ter havido criação nem para agir nem para receber a ação; portanto, todas as coisas teriam desaparecido" (2 Néfi 2:13-14). Néfi não dependeu do testemunho de seu pai. Ele buscou aprender sobre Deus e seus mistérios. Ele contou: "E aconteceu que eu, Néfi, sendo muito jovem, embora de grande estatura, e tendo também grande desejo de saber dos mistérios de Deus, clamei, portanto, ao Senhor; e eis que ele me visitou e enterneceu meu coração, de maneira que acreditei em todas as palavras que meu pai dissera; por esta razão não me revoltei contra ele, como meus irmãos." (1 Néfi 2:16) Néfi aprendeu que o Deus de seu pai Leí não apenas era um ser real, glorioso e poderoso - sentado em um trono e rodeado de luz e anjos (1 Néfi 1:8) - mas que era Seu Pai Celestial que "criou a Terra para que fosse habitada; e criou seus filhos para que a habitassem" (1 Néfi 17:36), e que Ele amava "os que o tomam por Deus" (1 Néfi 17:40). A fé e confiança de Néfi em Deus era tão grande que ele realizava milagres pelo poder que havia recebido de Deus (1 Néfi 4, 1 Néfi 16-18), de fato ele disse: "Se Deus me tivesse ordenado que fizesse todas as coisas, poderia fazê-las. Se ele me ordenasse que dissesse a esta água: Converte-te em terra, ela se converteria; e se eu o dissesse, assim seria feito" (1 Néfi 17:50)
2.       O caráter de Deus. Néfi não apenas acreditava em um Ser Superior, mas entendia os atributos deste Ser. Ele aprendera algo muito importante sobre a condescendência de Deus (1 Néfi 11:16-22). Ele disse: "sei que Deus ama seus filhos" (1 Néfi 11:17). Depois ele registrou as palavras de seu profeta favorito: "Pois pode uma mulher esquecer o filho que está amamentando e deixar de sentir compaixão do filho de suas entranhas? Sim, pode esquecer; eu, porém, não te esquecerei, ó casa de Israel. Eis que te tenho gravada nas palmas de minhas mãos; teus muros estão continuamente diante de mim." (1 Néfi 21:15-16)
3.       O Plano de Salvação. Por amar seus filhos, Deus lhes dá mandamentos e faz com eles convênios (1 Néfi 17:40). Esses mandamentos e convênios permitem que os filhos de Deus recebem alegria nesta vida e felicidade eterna no mundo vindouro. O Plano de Salvação foi dado a Leí através de simbolismo - a famosa "Visão da Árvore da Vida" (1 Néfi 8) [1]. Néfi também teve essa visão e aprendeu o significado dos símbolos (1 Néfi 11-15). Ele aprendeu que a Árvore da Vida "é o amor de Deus, que se derrama nos corações dos filhos dos homens; é, portanto, a mais desejável de todas as coisas" (1 Néfi 11:22). Deus colocou Adão e Eva na Terra. Eles escolheram iniciar a mortalidade, em um evento que chamados de Queda, que tornou todos os homens decaídos.  "A queda veio em razão da transgressão [de Adão e Eva]; e porque os homens se tornaram decaídos, foram afastados da presença do Senhor (2 Néfi 9:6). Essa Queda fazia parte do Plano de Deus, porque se "Adão não houvesse transgredido, não teria caído, mas permanecido no jardim do Éden. E todas as coisas que foram criadas deveriam ter permanecido no mesmo estado em que estavam depois de haverem sido criadas; e deveriam permanecer para sempre e não ter fim. E [Adão e Eva] não teriam tido filhos; portanto teriam permanecido num estado de inocência, não sentindo alegria, por não conhecerem a miséria; não fazendo o bem, por não conhecerem o pecado. Mas eis que todas as coisas foram feitas pela sabedoria daquele que tudo conhece. Adão caiu para que os homens existissem; e os homens existem para que tenham alegria." (2 Néfi 2:22-25). A Queda de Adão e Eva trouxe a morte física ao mundo e também o pecado (porque Adão e Eva passaram a conhecer o mal). Mas felizmente o Messias veio "na plenitude dos tempos para redimir da queda os filhos dos homens. E porque foram redimidos da queda tornam-se livres para sempre, distinguindo o bem do mal; para agirem por si mesmos e não para receberem a ação, salvo se for pelo castigo da lei no grande e último dia, segundo os mandamentos dados por Deus. Portanto os homens são livres segundo a carne; e todas as coisas de que necessitam lhes são dadas. E são livres para escolher a liberdade e a vida eterna por meio do grande Mediador de todos os homens, ou para escolherem o cativeiro e a morte, de acordo com o cativeiro e o poder do diabo; pois ele procura tornar todos os homens tão miseráveis como ele próprio" (2 Néfi 2:26-27). O Salvador Jesus Cristo é o Messias porque veio ao mundo e entregou sua vida para salvá-lo, conforte todos os profetas pregaram. O Sacrifício de Cristo chama-se Expiação. O irmão de Néfi explicou: "E ele [Jesus Cristo] vem ao mundo para salvar todos os homens, se eles derem ouvidos a sua voz; pois eis que ele sofre as dores dos homens, sim, as dores de toda criatura vivente, tanto homens como mulheres e crianças, que pertencem à família de Adão. E ele sofre isto para que todos os homens ressuscitem [ou seja, vençam a morte física], para que todos compareçam diante dele no grande dia do julgamento. E ordena a todos os homens que se arrependam e sejam batizados em seu nome, tendo perfeita fé no Santo de Israel, pois do contrário não poderão ser salvos no reino de Deus. E se não se arrependerem, não acreditarem em seu nome, não forem batizados em seu nome nem perseverarem até o fim, serão condenados, pois o Senhor Deus, o Santo de Israel, disse-o. Ele deu, portanto, uma lei (...)" (2Néfi 9:21-25). A expiação proporciona dois dons: um incondicional (que é a ressurreição), e outro condicional (que é o perdão, a remissão dos pecados, a santificação) Quando o Plano de Deus é considerado vemos "quão grandes são os convênios do Senhor e quão grande é sua condescendência para com os filhos dos homens" (2 Néfi 9:53). Na realidade, sentimo-nos amimados e felizes, porque percebemos que somos livres para agir por nós mesmos - para escolher o caminho da vida eterna. O que temos que fazer? Tão somente nós reconciliarmos com Deus, com a vontade de Deus (cumprindo suas leis) e lembrar que é somente pelo poder expiatório de Cristo que seremos salvos (2 Néfi 10:23-25). "Possa Deus, portanto, levantar-vos da morte pelo poder da ressurreição e também da morte eterna (que é o pecado), pelo poder da expiação, a fim de que sejais recebidos no eterno reino de Deus para louvá-lo pela graça divina" (2 Néfi 2:25). Expliquei brevemente sobre o plano de salvação na seguinte postagem: http://lucasmormon.blogspot.com/2010/04/resumo-do-plano-eterno-de-deus.html (Ver também http://lucasmormon.blogspot.com/2010/05/expiacao.html)
4.       Oposição. Néfi sabia que havia uma oposição ao bem e ao justo. Essa oposição, no caso de Néfi, se manifestava no seio de sua própria família. Seus irmãos procuram em diversas ocasiões matá-lo. A oposição ao bem e a verdade é um prova de que existe um Deus e um Salvador: "Porque é necessário que haja uma oposição em todas as coisas. Se assim não fosse (...) não haveria retidão, nem iniqüidade, nem santidade, nem miséria, nem bem, nem mal. Portanto é preciso que todas as coisas sejam reunidas em uma; pois se fossem um só corpo, deveriam permanecer como mortas, não tendo vida nem morte, nem corrupção nem incorrupção, nem felicidade nem miséria, nem sensibilidade nem insensibilidade. Portanto teriam sido criadas em vão; portanto não haveria propósito na sua criação. Portanto isso destruiria a sabedoria de Deus e seus eternos propósitos, assim como o poder e a misericórdia e a justiça de Deus. E se disserdes que não há lei, direis também que não há pecado. E se disserdes que não há pecado, direis também que não há retidão. E não havendo retidão não há felicidade. E não havendo retidão nem felicidade não haverá castigo nem miséria. E se estas coisas não existem, não existe Deus. E se não existe Deus, nós também não existimos nem a terra; pois não poderia ter havido criação, nem para agir nem para receber a ação; portanto, todas as coisas inevitavelmente teriam desaparecido" (2 Néfi 2:11-13). A realidade da oposição nos faz perceber a necessidade de buscarmos Deus e o poder expiatório de Jesus Cristo. Néfi fez isso. De maneira poética ele disse:  "Eis que minha alma se deleita nas coisas do Senhor; e meu coração medita continuamente nas coisas que vi e ouvi. Não obstante, apesar da grande bondade do Senhor, mostrando-me suas grandes e maravilhosas obras, meu coração exclama: Oh! Que homem miserável sou! Sim, meu coração se entristece por causa de minha carne; minha alma se angustia por causa de minhas iniqüidades. Estou cercado por causa das tentações e pecados que tão facilmente me envolvem!  E quando desejo alegrar-me, meu coração geme por causa de meus pecados; não obstante, sei em quem confiei. Meu Deus tem sido meu apoio; guiou-me através de minhas aflições no deserto e salvou-me das águas do grande abismo. Encheu-me com seu amor até consumir-me a carne. Confundiu meus inimigos, fazendo-os tremer diante de mim. Eis que ele ouviu meu clamor durante o dia, e deu-me conhecimento por meio de visões, durante a noite. Durante o dia eu ousadamente lhe dirigi fervorosa oração; sim, elevei minha voz; e anjos desceram e serviram-me. E sobre as asas de seu Espírito meu corpo foi arrebatado até montanhas muito altas. E meus olhos contemplaram grandes coisas, sim, demasiadamente grandes para o homem; fui, portanto, proibido de escrevê-las. Oh! Então se vi coisas tão grandes, e se o Senhor, em sua benevolência para com os filhos dos homens, visitou os homens com tanta misericórdia, por que, pois, deveria meu coração chorar e minha alma padecer no vale da tristeza e minha carne definhar e minhas forças diminuírem por causa de minhas aflições? E por que eu cederia ao pecado por causa de minha carne? Sim, por que sucumbiria a tentações, para que o maligno tivesse lugar em meu coração a fim de destruir minha paz e afligir minha alma? Por que estou irado por causa de meu inimigo? Desperta, minha alma! Não te deixes abater pelo pecado. Regozija-te, ó meu coração, e já não dês lugar ao inimigo de minha alma. Não te ires outra vez por causa de meus inimigos. Não enfraqueças minhas forças por causa de minhas aflições. Regozija-te, ó meu coração; e clama ao Senhor, dizendo: O' Senhor, eu te louvarei para sempre! Sim, minha alma se regozijará em ti, meu Deus e rocha de minha salvação. Ó Senhor, redimirás minha alma? Livrar-me-ás das mãos de meus inimigos? Far-me-ás tremer à vista do pecado? Que as portas do inferno estejam constantemente fechadas diante de mim, porque meu coração está quebrantado e contrito o meu espírito. O' Senhor, não me feches as portas da tua justiça, para que eu ande na senda do vale profundo, para que eu seja firme no caminho plano. Ó Senhor, rodeia-me com o manto da tua justiça! Ó Senhor, prepara um caminho para a minha fuga diante de meus inimigos! Endireita a minha vereda diante de mim. Não ponhas em meu caminho uma pedra de tropeço, mas limpa-o e não obstruas o meu caminho, mas sim os caminhos de meus inimigos. Ó Senhor, confiei em ti e em ti confiarei sempre. Não porei minha confiança no braço de carne, pois sei que aquele que confia no braço de carne é maldito. Sim, maldito é aquele que confia no homem, ou seja, que faz de carne o seu braço. Sim, sei que Deus dará com liberalidade ao que pedir. Sim, meu Deus dar-me-á se eu não pedir impropriamente; portanto levantarei minha voz a ti; sim, clamarei a ti, meu Deus, rocha de minha retidão. Eis que minha voz eternamente ascenderá a ti, minha rocha e meu Eterno Deus. Amém" (2 Néfi 4:16-35). (ver também: http://lucasmormon.blogspot.com/2010/05/busca-arbitrio-e-justica-de-deus.html)
5.       As testemunhas. Néfi explicou que Deus estabelece sua palavra por pelo menos três testemunhas. "Não obstante, Deus envia mais testemunhas e ele confirma todas as suas palavras" (1 Néfi 1:3). Assim uma das maiores provas da existência de Deus é a declaração de vários profetas do passado e da modernidade (Alma 30:44). Essas testemunhas especiais conhecem o Salvador. Néfi viu seu Redentor, assim como seu irmão Jacó e o profeta Isaías (1 Néfi 11:2-3). Graças ao testemunho dos profetas podemos adquirir nosso próprio testemunho, invocar o nome do Senhor e ser salvos (Romanos 10:13-17, D&C 46:13-14). (Ver também: http://lucasmormon.blogspot.com/2012/01/o-que-e-um-apostolo.html, http://lucasmormon.blogspot.com/2010/05/o-dom-de-crer-e-saber-que-jesus-e-o.html)
6.       A lei de Moisés e outros símbolos. Néfi declarou: "Eis que minha alma se regozija em confirmar a meu povo a veracidade da vinda de Cristo; pois para este fim foi dada a lei de Moisés; e todas as coisas que foram dadas por Deus aos homens, desde o começo do mundo, são símbolos dele" (2 Néfi 11:4). O próprio Salvador disse: "E eis que todas as coisas têm sua semelhança e todas as coisas são criadas e feitas para prestar testemunho de mim, tanto as coisas materiais como as coisas que são espirituais; coisas que estão acima nos céus e coisas que estão na Terra e coisas que estão dentro da terra e coisas que estão embaixo da terra, tanto acima como abaixo: todas as coisas prestam testemunho de mim." (Moisés 6:63). Abinádi explicou a um grup ode sacerdotes iníquos: "E agora, dissestes que a salvação se alcança pela lei de Moisés. Digo-vos que ainda é preciso que guardeis a lei de Moisés; mas digo-vos que chegará o tempo em que não mais será necessário guardar a lei de Moisés. E digo-vos mais ainda, que a salvação não se alcança somente pela lei; e, se não fosse pela expiação que o próprio Deus fará pelos pecados e iniqüidades dos de seu povo, eles inevitavelmente pereceriam, apesar da lei de Moisés. E agora vos digo que foi necessário dar uma lei aos filhos de Israel, sim, uma lei muito severa; porque eram um povo obstinado, rápido para cometer iniqüidades e vagaroso para lembrar-se do Senhor seu Deus. Portanto uma lei lhes foi dada, sim, uma lei de ritos e de ordenanças, uma lei que deveriam observar rigorosamente, dia a dia, para conservarem viva a lembrança de Deus e de seu dever para com ele. Mas eis que vos digo que todas essas coisas eram símbolos de coisas futuras. Ora, entendiam eles a lei? Digo-vos que não; nem todos entendiam a lei; e isso por causa da dureza de seus corações; porque não compreendiam que ninguém poderia ser salvo, a não ser pela redenção de Deus. Pois eis que não lhes profetizou Moisés acerca da vinda do Messias e que Deus redimiria o seu povo? Sim, e mesmo todos os profetas que profetizaram desde o princípio do mundo - não falaram eles mais ou menos a respeito destas coisas? Não disseram eles que o próprio Deus desceria entre os filhos dos homens e tomaria a forma de homem e andaria com grande poder sobre a face da terra? Sim, e não disseram também que ele proporcionaria a ressurreição aos mortos e que ele próprio seria oprimido e afligido?" (Mosias 13:26-35). (Ver também http://lucasmormon.blogspot.com/2010/04/moises-659-60-nascer-de-novo.html e http://lucasmormon.blogspot.com/2010/11/hermeneutica-teologica.html)
7.       O Espírito Santo. Néfi aprendeu por experiência própria que Deus concede um dom a todos os que buscarem com fervor: "Pois aquele que procurar diligentemente, achará; e os mistérios de Deus ser-lhe-ão desvendados pelo poder do Espírito Santo, tanto agora como no passado e tanto no passado como no futuro; portanto, o caminho do Senhor é um círculo eterno" (1 Néfi 10:19). Mais tarde em seu registro ele adverte: " Portanto, agora que vos disse estas palavras, se não as compreenderdes será porque não pedis nem bateis; de modo que não sereis levados para a luz, mas perecereis na escuridão. Pois eis que vos digo novamente que se entrardes pelo caminho e receberdes o Espírito Santo, ele vos mostrará todas as coisas que deveis fazer." O Espírito Santo. O Senhor explicou: "E esta é minha doutrina e é a doutrina que o Pai me deu; e dou testemunho do Pai e o Pai dá testemunho de mim e o Espírito Santo dá testemunho do Pai e de mim; e eu dou testemunho de que o Pai ordena a todos os homens, em todos os lugares, que se arrependam e creiam em mim." (3 Néfi 11:32). (Ver também: http://lucasmormon.blogspot.com/2010/12/o-mais-importante-conhecimento.html, http://lucasmormon.blogspot.com/2010/10/1-nefi-222-espirito-de-revelacao.html, e http://lucasmormon.blogspot.com/2010/07/revelacao.html)

Conclusão.
                Para Néfi não há como conceber a existência de um Ser Superior - que é Nosso Pai Celestial, sem pensar que exista alguma poder, algum caminho, para que o homem decaído seja redimido, e possa voltar a presença do Pai. Para alguém que entende a realidade da Queda, os perigos das tentações do diabo e as consequências do mal - tristeza, dor e ignorância - um poder expiatório não é apenas desejável, é vital! Por isso sem um Salvador Deus não existe - pelo menos, não um Deus bondoso, não um Pai Celestial - pois um pai terreno, ainda que imperfeito, cuida, protege e guia seus filhos. Como, pois, um Pai Perfeito e Glorificado, ignoraria seus filhos, deixando-os apodrecer em desespero? Como diz a escritura: Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará bens aos que lhe pedirem? (Mateus 7:11). E como esta registrado em Lucas 11:13: "Pois se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais dará o Pai celestial o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?"
                Existe um Deus. Néfi sabia disso, e eu sei também. Existe um Cristo. Néfi sabia disso, e eu sei também. Se alguém prega que não há Cristo, esta pessoa não acredita em Deus - não em um Deus pessoal, bondoso - que é um Pai no pleno sentido da palavra. Para àqueles que desafiam as escrituras, e negam a Cristo, ou para àqueles que são fracos na fé, tímidos na esperança e inertes nas boas obras, convido-os a examinar as escrituras pois elas testificam de Cristo (João 5:39, 2 Néfi 33:10-11). O Espírito esta pronto a testificar a nós, tão longo nos dispormos a ouvir e aprender.
                Jesus Cristo é o Filho de Deus. Ele é Deus. Ele é nosso Deus. Ele morreu por nós.


[1] Nesta Visão, Leí esta seguindo um homem, em um escuro e triste deserto. Após caminhar por muitas horas nas trevas, ele começa a orar ao Senhor para que tenha compaixão de sua alma, segundo as ternas e infinitas misericórdias de Deus. Ele vê então um campo largo e espaçoso e uma bela árvore. Ele se aproxima da árvore e come do seu branco fruto. Ele então sente a alma encher se imensa alegria e começa a desejar que sua família também coma deste fruto. Ao olhar ao redor ele vê sua família. Ele acena e grita. Parte de sua família aceita ir comer do fruto. Outra parte não. Leí repara que para se chegar a árvore há um caminho estreito e apertado. Uma barra de ferro acompanha o caminho. Do outro lado, em oposição a árvore, há um grande e espaçosos edifício. Há multidões espalhadas pelo campo. Muitos se esforçam para chegar ao edifício, que parece estar flutuando no ar. Outros avançam com esforço, continuamente agarradas à barra de ferro, até que chegam, prostram-se e comem do fruto preciso da Árvore da Vida. Há obstáculos a serem superados, todavia, antes de se provar do fruto. Um rio feroz margeia o caminho - e quem cai no rio se afoga. Há também um "névoa de escuridão", que cega os olhos das pessoas. O relato contém ainda outros detalhes, como o empenho dos que estão no grande edifício de zombar dos que chegam na árvore, e a vergonha que alguns que experimentaram do fruto sentem devido a zombaria do que apontam o dedo do outro lado do rio. Néfi explicou o significado do sonho. Ele disse que a árvore da vida é um símbolo do amor de Deus. Disse que o edifício simboliza o mundo de iniquidades. O caminho estreito e apertado não os convênios, a barra de ferro é a palavra de Deus. A névoa são as tentações, o rio é o inferno. A conclusão é de que estamos numa jornada. Há uma oposição, podemos escolher comer da árvore da vida ou entrar no grande e espaçoso edifício. Escolher comer do fruto requer coragem. O caminho é estreito e apertado, mas segue em linha reta. Haverá grande oposição, mas a recompensa vale qualquer sacrifício. Escolher entrar ou permanecer no edifício é uma decisão ruim a longo prazo, pois o edifício cairá, e grande será sua queda. Essas pessoas desfrutam de um riso temporário, e seu divorcio com a felicidade tem prazo certo.

6 de ago. de 2010

Cultura da Igreja e Doutrina do Evangelho

A cultura da Igreja nem sempre é o mesmo que a doutrina do evangelho. Na cultura da Igreja alguns hábitos, práticas e modas acabam por perdurar sem que a doutrina do evangelho indique tais costumes. Isso pode conduzir ao erro e a apostasia.
Por exemplo, a doutrina diz que aqueles que não se casarem não poderão herdar o Reino Celestial. As exceções a essa regra são as criancinhas que morrem antes de atingirem a idade da responsabilidade e as mulheres fieis que permaneceram solteiras na mortalidade por não ter oportunidade de casamento no Templo com alguém digno. É claro que há exceções também ao missionário que morre no campo, ou ao soldado que morre na guerra sem ser casado. Todas as oportunidades que nos forem negadas ser-nos-ão ofertadas no mundo vindouro se formos fiéis. Essa é a doutrina. Na cultura da Igreja, em alguns lugares, há a idéia equivocada que se um missionário retornado não se casar dentro de seis meses ou um ano será “um perigo para sociedade”. Na cultura da Igreja alguns dirão que tal homem vai “tocar na banda de Morôni!” ou em outras palavras não irá ter exaltação, podendo apenas ser designado como um mensageiro ao ser salvo. Isso não faz parte da doutrina. Tal idéia pode certamente ofender pessoas que não tem oportunidades para cumprir o mandamento de casar-se.

Na cultura da Igreja verificamos a idéia de que não podemos agir sem receber uma resposta, mas na doutrina não é assim. Na doutrina aprendemos que devemos fazer muitas coisas de nossa livre e espontânea vontade e realizar muita retidão. Em outras palavras devemos nos aconselhar com Deus em todas as coisas – depois fazer algo – e só então, devemos esperar uma resposta ou confirmação. Na cultura da Igreja a resposta vem antes da ação – ou da prova da fé. Na doutrina não.

A cultura da Igreja pode não ser maléfica, mas comumente cria costumes desnecessários baseados em preconceitos ou culturas de outras religiões. Por exemplo, quem já não assistiu uma reunião batismal onde quem dirigia a reunião dissesse: “chamamos as águas do batismo irmão tal”? Pois saibam todos que isso não esta no manual da Igreja e não faz parte da ordenança do batismo. Na realidade é uma outra igreja que faz isso em suas ordenanças (a igreja batista). Assim também não faz parte da doutrina que os diáconos coloquem uma das mãos para trás ao distribuir o sacramento – isso pode fazer parte da cultura, mas não da doutrina.

Nem sempre a cultura e a doutrina são distintas no Reino de Deus. Culturas de povos e nações podem se adequar as doutrinas – acrescentando muito. Todavia, sempre que a cultura da Igreja estiver em oposição à doutrina deve ser excluída. É a doutrina que salva, e não a cultura.

Nem sempre é adequado usar tal distinção, entre cultura e doutrina. Não obstante, a doutrina deve ser mantida pura e limpa. Se alguém ensinar que uma mulher não deve cortar o cabelo – respondemos que “nós não temos tal costume [na] Igreja de Deus” (1 Coríntios 11:16). A doutrina não trata disso. Se alguém ensinar que o ósculo santo é uma ordenança respondemos que isso é um costume – não esta na doutrina (http://lucasmormon.blogspot.com/2010/06/beijo-de-lingua-e-osculo-santo-extremos.html).

Por fim, devemos ser ativos no evangelho e não só na Igreja. Reuniões, atividades, encontros e amizades são oportunidades maravilhosas de aprendermos e progredirmos. Contudo, os hábitos pessoais, idéias, modas, vícios e costumes não devem destruir a doutrina. Se forem contra as doutrinas do evangelho poluirão a pura fonte da verdade.

Sei que se formos ativos no evangelho – estudando as escrituras, seguindo os líderes – cultivaremos uma cultura baseada nas doutrinas de Deus – não modificaremos o que foi, o que é e o que será. Chegaremos a ser um com Deus – tendo a cultura, ou a vida, que Deus tem.

4 de ago. de 2010

Outro Consolador


A seção 88 de Doutrina e Convênios foi chamada por Joseph Smith de uma “folha de oliveira tirada da Árvore do Paraíso” e também de “a mensagem de paz do Senhor para nós”. Essa seção se destina aos santos dos últimos dias e é tão cheia em conteúdo doutrinário e mistérios de Deus que é considerada uma das partes mais ricas das obras-padrão. Seus muitos ensinamentos se analisados formariam um livro. Não é essa minha pretensão, analisar todos os pontos dessa incrível seção. Entretanto desejo aprofundar-me em dois ou três temas mencionados.


Outro Consolador
“Portanto, agora vos envio outro Consolador, sim, a vós, meus amigos, para que habite em vosso coração, sim, o Santo Espírito da promessa; esse outro Consolador é o mesmo que prometi a meus discípulos, como registrado no testemunho de João. Esse Consolador é a promessa de vida eterna que vos faço, sim, a glória do reino celestial; Cuja glória é a da igreja do Primogênito, sim, de Deus, o mais santo de todos, por intermédio de Jesus Cristo, seu Filho” (D&C 88:3-5)
O profeta Joseph Smith aprendeu por revelação que o outro Consolador é o Senhor Jesus Cristo e não o Espírito Santo, como o mundo cristão pensa (GEE ‘Consolador, D&C 130:3).
Se uma pessoa se tornar limpa de mãos e pura de coração (Salmos 24:3-6), for justificada e santificada (Moisés 6:60), se verdadeiramente nascer de Novo – se despojando do homem natural (Mosias 3:19, 5:15), então poderá subir ao monte da Casa do Senhor e ir até o lugar santo – ou Santo dos Santos – e receber a palavra mais segura de profecia (D&C 131:5), tendo a confirmação do chamado e eleição (II Pedro 1:10-11) – sendo selada para vida eterna por alguém que possua autoridade (D&C 105:35-36).
O chamado e eleição é uma ordenança (D&C 84:20-24, João 13:15). E um dos privilégios de quem recebe tal bênção é adentrar na Igreja do Primogênito, que é a igreja dos que vivem no reino celestial (D&C 76:50-55, 93:22; Hebreus 12:22-23). Esse abençoado ser poderá desfrutar da companhia de seres celestiais e receber a ministração do próprio Senhor ressurreto de tempos em tempos (GEE “Consolador”).
Parece que nesta ocasião os irmãos que haviam se reunido obtiveram essa promessa tão almejada e santa (D&C 88:1-3).
Para obter tal bênção um homem precisa viver a lei do reino celestial (D&C 88:22). Essa lei é o evangelho de Jesus Cristo. O ponto central do evangelho é a Expiação do Salvador. Por meio da expiação os dons da fé, do arrependimento, do batismo, do Espírito Santo e da perseverança são validados para nós. Para que uma pessoa entre no reino celestial deve viver toda lei: deve ter fé em Cristo, se arrepender de todos os seus pecados, ser batizada, receber o dom do Espírito Santo, perseverar até o fim – o que significa receber o sacerdócio (as mulheres não precisam), ser investido de um poder do alto no Templo, ser selado com o conjugue para eternidade e receber a palavra mais segura de profecia, o chamado e eleição tem que ser ratificado pelo Santo Espírito da Promessa – e depois disso deve-se perseverar até que Deus diga “esta bem” (Mateus 25:21).
Sei que Deus esta ansioso para revelar sua face e tornar-se nosso Consolador Pessoal (D&C 93:1). Todavia, ele é cauteloso, paciente e sábio (3 Néfi 17:2). Se não estivermos preparados o grande conhecimento revelado de modo prematuro levaria a queda e apostasia (como os judeus, Jacó 4:14), e não a santificação e exaltação. Os que pecam contra tão grande luz tornam-se filhos da perdição (D&C 76:35).

5 de mai. de 2010

EXPIAÇÃO

Vou investigar a parte mais importante do plano de Deus: a Expiação de Jesus Cristo. Tal averiguação é certamente a mais difícil de se tratar. Não que a Expiação de Jesus Cristo não possa ser suficientemente compreendida por qualquer mortal penitente, pois o Espírito pode nós ensinar que “além dele não há Salvador algum” e pode nós mostrar sua grande sabedoria e maravilhosos caminhos. A dificuldade consiste em explicar a “extensão de sua obra” a qual “ninguém pode descobrir” (D&C 76:1-2, itálicos adicionados).

De fato esse é um mistério de Deus, que nossa mente finita não pode suportar, exatamente porque a Expiação foi infinita. Como Alma disse há muitos mistérios, que permanecem ocultos, e que somente Deus conhece (Alma 40:3). A escritura a seguir expressa o que tento dizer:
“E este é o evangelho, as alegres novas, que a voz do céu nos testificou— Que ele veio ao mundo, sim, Jesus, para ser crucificado pelo mundo e para tomar sobre si os pecados do mundo e para santificar o mundo e purificá-lo de toda iniqüidade; Para que, por intermédio dele, fossem salvos todos os que o Pai havia posto em seu poder e feito por meio dele; Ele que glorifica o Pai e salva todas as obras de suas mãos, exceto os filhos de perdição, que negam o Filho depois que o Pai o revelou.”
“Portanto ele salva todos exceto esses, os quais irão para o castigo infinito, que é castigo sem fim, que é castigo eterno, para reinar com o diabo e seus anjos na eternidade, onde seu bicho não morre e o fogo é inextinguível, o que é seu tormento— E homem algum conhece o seu fim nem seu lugar nem seu tormento; Nem foi revelado nem é nem será revelado ao homem, exceto àqueles que dele forem feitos participantes; Contudo eu, o Senhor, mostro-o em visão a muitos, mas imediatamente torno a encerrá-la; Portanto seu fim, sua largura, altura, profundidade e miséria eles não compreendem, nem homem algum, a não ser os que são ordenados a essa condenação” (D&C 76:40-48, itálicos adicionados).
Para nós, Cristo sofreu de uma forma incompreensível. Ele sofreu como um filho da perdição. Ele “subiu ao alto, como também desceu abaixo de todas as coisas, no sentido de que compreendeu todas as coisas, para que fosse em tudo e através de todas as coisas, a luz da verdade” (D&C 88:6). De fato Ele “compreende todas as coisas” (D&C 88:41). Aqueles que se tornarem filhos da perdição entenderão o que Ele passou ao beber a “taça amarga” (Marcos 14:36, Alma 40:26, D&C 19:15-19). Os que forem exaltados como deuses também entenderão plenamente a expiação, pois estarão cheios de luz e o “corpo que é cheio de luz compreende todas as coisas” (D&C 88:67).
Enquanto na mortalidade, não podemos compreender a totalidade da Expiação. Dia virá em que a entenderemos (D&C 130:8-10). Para que isso ocorra temos que hoje buscar diligentemente entender o sacrifício de Cristo, mesmo que sua plenitude seja inexplicável a nós. Pois quanto mais O entendemos mais próximos ficaremos Dele e da exaltação (D&C 131:6). Devemos crescer linha sobre linha, preceito sobre preceito (2 Néfi 28:30) até que tenhamos um conhecimento perfeito (2 Néfi 9:14).
Talvez fosse isso que Paulo quisesse dizer ao orar pelos antigos efésios pedindo que estivessem “arraigados e fundados em amor” para que pudessem “perfeitamente compreender, com todos os santos, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade” e “conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus.”
Entretanto, não irei explicar tudo o que um ser mortal é capaz de entender sobre o sacrifício de Cristo. O motivo é simples: há muitas coisas que Jesus fez “e se cada uma das quais fosse escrita, cuido que nem ainda o mundo todo poderia conter os livros que se escrevessem” (João 21:25). Além disso, cada um deve sentir-se responsável em buscar o Senhor por si só (Atos 17:27, D&C 37:4).
Basta a escritura que se segue para perceber a magnitude do assunto: “todas as coisas têm sua semelhança e todas as coisas são criadas e feitas para prestar testemunho de mim, tanto as coisas [temporais] como as coisas que são espirituais; coisas que estão acima nos céus e coisas que estão na Terra e coisas que estão dentro da terra, tanto acima como abaixo: todas as coisas prestam testemunho de mim.” (Moisés 6:63, Alma 30:41-44).
O céu, o mar, os animais, os fósseis, as sementes, as estrelas e toda criação; a videira, a candeia, o templo, o maná e todos os símbolos das escrituras; a cobra de metal, a rocha ferida, Isaque no monte Moriá, os profetas santos como prefiguração do Messias; e até tudo o que existe nas escrituras, no testemunho, no que vemos, sentimos, ouvimos e percebemos – tudo, visível ou invisível – testifica do Cristo, pré-mortal, moral e ressurreto e mais especificamente sobre sua missão de expiar toda a Criação.
O Plano de Deus inclui três grandes eventos: Criação, Queda e Expiação. Esses três “pilares da eternidade”, como Elder Bruce R. McConkie os chama, por serem pontos fundamentais do Plano, estão intimamente inter-relacionados. Sua ligação é tal que se não houver um não pode haver outro. Ou seja, se não houvesse Criação, não haveria Queda; e se Adão não caísse, Jesus Cristo seria completamente desnecessário.
A queda de Adão e Eva afastou toda criação que conhecemos da presença de Deus. Os homens foram afastados tanto física como espiritualmente de sua presença. Portanto duas mortes acometeram todos os que vieram a gozar do Segundo Estado: a morte física e a morte espiritual (Alma 42:9, Moisés 6:48). Cristo veio a Terra com a expressa missão de vencer tanto uma morte como outra (I Coríntios 15:21-23, 2 Néfi 9:12). Ele era o único com poder de fazer isso por ser pré-ordenado para essa missão (I Pedro 1:20), por ser filho Unigênito do Pai (João 1:14, 3:16), e por ser perfeito – sem pecados (Mosias 14:9).
A palavra Expiação significa reconciliar. Expiação é o sacrifico de Jesus Cristo, que inclui seu sofrimento no Jardim do Éden, o injusto julgamento, a ida até Gólgota, a morte na cruz e finalmente a gloriosa ressurreição (GEE Expiação). A Expiação de Jesus Cristo: (1) é o ponto mais importante do Evangelho; (2) é o fato mais transcendental de toda criação; (3) é o maior poder que existiu, existe ou existirá; (4) é infinita e eterna; (5) proporciona a divina Misericórdia (graça); e (6) é o elemento essencial para salvação e exaltação de toda criação.

A Expiação é o ponto mais importante do Evangelho. O Evangelho de Jesus Cristo foi resumido por seu autor:
“Eis que vos dei o meu evangelho e este é o evangelho que vos dei—que vim ao mundo para fazer a vontade de meu Pai, porque meu Pai me enviou. E meu Pai enviou-me para que eu fosse levantado na cruz; e depois que eu fosse levantado na cruz, pudesse atrair a mim todos os homens, a fim de que, assim como fui levantado pelos homens, assim sejam os homens levantados pelo Pai, para comparecerem perante mim a fim de serem julgados por suas obras, sejam elas boas ou más— E por esta razão fui levantado; portanto, de acordo com o poder do Pai, atrairei todos os homens a mim para que sejam julgados segundo suas obras.”
“E acontecerá que aquele que se arrepender e for batizado em meu nome, será satisfeito; e se perseverar até o fim, eis que eu o terei por inocente perante meu Pai no dia em que eu me levantar para julgar o mundo. E aquele que não perseverar até o fim será cortado e lançado no fogo, de onde não mais voltará, em virtude da justiça do Pai.”
“E esta é a palavra que ele deu aos filhos dos homens. E por esta razão ele cumpre as palavras que proferiu; e não mente, mas cumpre todas as suas palavras. E nada que seja imundo pode entrar em seu reino; portanto nada entra em seu descanso, a não ser aqueles que tenham lavado suas vestes em meu sangue, por causa de sua fé e do arrependimento de todos os seus pecados e de sua fidelidade até o fim.”
“Ora, este é o mandamento: Arrependei-vos todos vós, confins da Terra; vinde a mim e sede batizados em meu nome, a fim de que sejais santificados, recebendo o Espírito Santo, para comparecerdes sem mancha perante mim no último dia. Em verdade, em verdade vos digo que este é o meu evangelho (...)”

A Expiação é o fato mais transcendental de toda criação. Em Alma 7:7, o profeta nefita ensina “que muitas coisas estão para vir”, mas “há uma coisa mais importante que todas as outras – pois eis que não [estava] longe o tempo em que o Redentor [viveria e estaria] no meio de seu povo”.
Leí disse o quanto seria importante tornar a Expiação conhecida aos habitantes da Terra “para que saibam que nenhuma carne pode habitar na presença de Deus a menos que seja por meio dos méritos e misericórdia e graça do Santo Messias, que dá sua vida (...) e toma-a novamente” (2 Néfi 2:8).
De fato, não houve e nunca haverá acontecimento de maior relevância e transcendência.

A Expiação é o maior poder que existiu, existe ou existirá.
Paulo disse: “Porque estou certo que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o provir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que esta em Cristo Jesus nosso Senhor” (Romanos 8:38-39).

A Expiação de Jesus Cristo é a maior expressão de caridade.
“A caridade nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; (...) Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e a caridade, estes três, mas o maior destes é a caridade” (I Coríntios 13:8-13, em algumas traduções a palavra “caridade” foi substituída por “amor”).
Morôni entendia isso e pode ensinar: “meus amados irmãos, se não tendes caridade, nada sois, porque a caridade nunca falha. Portanto, apegai-vos à caridade, que é, de todas, a maior, porque todas as coisas hão de falhar – Mas a caridade é o puro amor de Cristo e permanece para sempre; e para todos os que a possuírem, no último dia tudo estará bem” (Morôni 7:45-46).
Não há dor que a expiação não cure, não há pecado que ela não perdoe e não há injustiça que não concerte. Tudo que foi desfeito e refeito. Tudo que é destruído é reconstruído. O poder capacitador e restaurador, o poder justificador e santificador – são expressões do poder misericordioso que vem pela Expiação.
O poder da expiação é presente, e pode ser invocado agora. Também tem efeitos no passado e no futuro. A Expiação, por exemplo, elimina a culpa passada do pecado, concede sustento atual com dons espirituais e garante uma ressurreição entre os justos no futuro.
A expiação possibilita a fé no passado, a caridade no presente e a esperança no futuro. Temos fé em Cristo porque Ele nos amou primeiro e morreu por nós. Agimos dignamente, exercendo amor para, que por meio de seu sangue possamos voltar a viver com Deus em felicidade infinita – ai reside nossa esperança (I João 4:17-21).
Temos esperança por causa da Expiação. Temos fé porque Cristo morreu por nós. E temos caridade, porque é impossível agradar a Deus e merecer a misericórdia sem esse divino atributo:
“E novamente, meus amados irmãos, gostaria de falar-vos sobre a esperança. Como podeis alcançar a fé a não ser que tenhais esperança? E o que é que deveis esperar? Eis que vos digo que deveis ter esperança de que, por intermédio da expiação de Cristo e do poder da sua ressurreição, sereis ressuscitados para a vida eterna; e isto por causa da vossa fé nele, de acordo com a promessa. Portanto, se um homem tem fé, ele tem que ter esperança; porque sem fé não pode haver qualquer esperança. E novamente, eis que vos digo que ele não pode ter fé nem esperança sem que seja manso e humilde de coração. Sem isso sua fé e esperança são vãs, porque ninguém é aceitável perante Deus, a não ser os humildes e brandos de coração; e se um homem é humilde e brando de coração e confessa, pelo poder do Espírito Santo, que Jesus é o Cristo, ele precisa ter caridade; pois se não tem caridade, nada é; portanto ele precisa ter caridade. (...) Portanto, meus amados irmãos, rogai ao Pai, com toda a energia de vosso coração, que sejais cheios desse amor que ele concedeu a todos os que são verdadeiros seguidores de seu Filho, Jesus Cristo; que vos torneis os filhos de Deus; que quando ele aparecer, sejamos como ele, porque o veremos como ele é; que tenhamos esta esperança; que sejamos purificados, como ele é puro. Amém.” (Morôni 7:40-44, 48).

A Expiação é Infinita e Eterna.
O alcance da Expiação extrapola a realidade temporal e espacial. A expiação tem efeito a todas as criações anteriores e todas as posteriores de Deus.
Disse Alma: “nada pode haver, a não ser uma expiação infinita, que seja suficiente para os pecados do mundo” (Alma 34:12). Jacó ensinou: “é necessário que haja uma expiação infinita—porque se a expiação não fosse infinita, esta corrupção não poderia revestir-se de incorrupção” (2 Néfi 9:7).
A Expiação é Eterna por que foi um Deus Eterno (Moisés 7:35), que era e é de eternidade em eternidade (D&C 20:17), que desceu abaixo de todas as coisas.
Jeová disse: “Eis que eu sou aquele que foi preparado desde a fundação do mundo para redimir meu povo. Eis que eu sou Jesus Cristo. Eu sou o Pai e o Filho. Em mim toda a humanidade terá vida e tê-la-á eternamente, sim, aqueles que crerem em meu nome; e eles tornar-se-ão meus filhos e minhas filhas” (Éter 3:14). Seu sacrifício é infinito e eterno por que os efeitos de sua expiação são infinitos e eternos.

A Expiação proporciona a divina Misericórdia (graça).
“Todas as coisas hão de falhar” disse Morôni (Morôni 7:46). De fato, todas as coisas são passiveis de falha exceto a caridade – que é o maior atributo. É, portanto, a maior virtude e o maior poder, como já demonstrado.
Sem caridade ninguém pode satisfazer a Justiça de Deus. Isso porque é a caridade de Cristo, manifesta em Sua Expiação, que concede a Divina Misericórdia. Nas palavras de Paulo os atos de serviço abnegado a fé extraordinária de nada servem sem a caridade (I Coríntios 13).
Alma ensinou sobre a Justiça e Misericórdia de modo muito claro a seu filho rebelde:
“E agora lembra-te, meu filho, de que, se não fosse pelo plano de redenção (deixando-o de lado), assim que eles morressem sua alma se tornaria miserável, sendo afastada da presença do Senhor. E não havia meio de resgatar os homens desse estado decaído que o homem trouxera sobre si, em virtude de sua própria desobediência.”
“Portanto, de acordo com a justiça, o plano de redenção não poderia ser realizado senão em face do arrependimento dos homens neste estado probatório, sim, neste estado preparatório; porque, a não ser nestas condições, a misericórdia não teria efeito, pois destruiria a obra da justiça. Ora, a obra da justiça não poderia ser destruída; se o fosse, Deus deixaria de ser Deus. E assim vemos que toda a humanidade se encontrava decaída e estava nas garras da justiça; sim, da justiça de Deus que a condenara a ser afastada de sua presença para sempre.”
“Ora, o plano de misericórdia não poderia ser levado a efeito se não fosse feita uma expiação; portanto o próprio Deus expia os pecados do mundo, para efetuar o plano de misericórdia, para satisfazer os requisitos da justiça, a fim de que Deus seja um Deus perfeito, justo e também um Deus misericordioso.”
“Ora, o arrependimento não poderia ser concedido aos homens se não houvesse um castigo tão eterno como a vida da alma, estabelecido em oposição ao plano de felicidade, também tão eterno como a vida da alma. Ora, como poderia um homem arrepender-se, se não houvesse pecado? Como poderia ele pecar, se não houvesse lei? E como poderia haver lei, a não ser que houvesse castigo?”
“Ora, um castigo foi fixado e foi dada uma lei justa que trouxe o remorso de consciência ao homem. Ora, se não tivesse sido dada uma lei—que, se um homem assassinasse, deveria morrer—teria ele medo de morrer, se assassinasse?”
“E também, se não tivesse sido dada lei alguma contra o pecado, os homens não teriam medo de pecar. E se não tivesse sido dada a lei, que poderia a justiça ou mesmo a misericórdia fazer se os homens pecassem, uma vez que não teriam direito sobre a criatura?”
“Mas foi dada uma lei e fixado um castigo e concedido um arrependimento, arrependimento esse que é reclamado pela misericórdia; do contrário, a justiça reclama a criatura e executa a lei e a lei inflige o castigo; e se assim não fosse, as obras da justiça seriam destruídas e Deus deixaria de ser Deus.”
“Deus, porém, não deixa de ser Deus e a misericórdia reclama o penitente; e a misericórdia advém em virtude da expiação: e a expiação efetua a ressurreição dos mortos: e a ressurreição dos mortos devolve os homens à presença de Deus; e assim são restituídos a sua presença para serem julgados de acordo com suas obras, segundo a lei e a justiça.”
“Pois eis que a justiça exerce todos os seus direitos e a misericórdia também reclama tudo quanto lhe pertence; e assim ninguém, a não ser o verdadeiro penitente, é salvo.”
“Acaso supões que a misericórdia possa roubar a justiça? Afirmo-te que não; de modo algum. Se assim fosse, Deus deixaria de ser Deus. E assim Deus realiza seus grandes e eternos propósitos, que foram preparados desde a fundação do mundo. E assim ocorre a salvação e a redenção dos homens e também sua destruição e miséria.” (Alma 42:11-26)
Em resumo pode-se afirmar que a Misericórdia advinda da expiação tem efeito para os que se arrependem.
A Graça de Cristo é o poder capacitador que advém da Expiação. Porque todos pecamos a graça de Cristo compensa nossas falhas, faltas e incapacidades. Somos salvos pela graça (2 Néfi 10:24, Atos 15:11), mas somente depois de tudo que pudermos fazer (2 Néfi 25:23).

A Expiação é o elemento essencial para salvação e exaltação de toda criação.
A Expiação abençoa a toda criação. Mesmo os que se tornarem filhos da perdição nesta vida, terão, após este estado, um corpo ressurreto graças à expiação. Todos os animais e todos os elementos desta Terra serão ressurretos e glorificados graças ao sacrifício de Cristo (Moisés 7:48, 58-61). A expiação salva e exalta tudo e todos, exceto os da Perdição (D&C 76:43):
“A tua misericórdia, Senhor está nos céus, e a tua fidelidade chega até as mais excelsas nuvens. A tua justiça é como as grandes montanhas; e os teus juízos são um grande abismo [ali caem os que praticam a iniqüidade; cairão, e não se poderão levantar]. Senhor tu conservas os homens e os animais” (Salmos 36:5-6, 12).

A Expiação concederá um julgamento final aos filhos de Deus (Alma 41:2-3; 3 Néfi 27:14)
A expiação também salvará e exaltará os homens que morrerão crianças ou não tiveram conhecimento da verdade durante a mortalidade, mas aceitariam o evangelho (Mosias 3:16, 21; Morôni 8:10; D&C 137:7-10).
A Expiação poderá exaltar os outros homens (isto é, todos os que não morrem como criancinhas) se as condições da misericórdia forem satisfeitas. Elas são apresentadas por Jacó ao falar de Cristo:
“E ele vem ao mundo para salvar todos os homens, se eles derem ouvidos a sua voz; pois eis que ele sofre as dores dos homens, sim, as dores de toda criatura vivente, tanto homens como mulheres e crianças, que pertencem à família de Adão.”
“E ele sofre isto para que todos os homens ressuscitem, para que todos compareçam diante dele no grande dia do julgamento. E ordena a todos os homens que se arrependam e sejam batizados em seu nome, tendo perfeita fé no Santo de Israel, pois do contrário não poderão ser salvos no reino de Deus. E se não se arrependerem, não acreditarem em seu nome, não forem batizados em seu nome nem perseverarem até o fim, serão condenados, pois o Senhor Deus, o Santo de Israel, disse-o” (2 Néfi 9:21-24, itálicos adicionados).
Os requisitos são claros: “E nada que seja imundo pode entrar em seu reino; portanto nada entra em seu descanso, a não ser aqueles que tenham lavado suas vestes em meu sangue, por causa de sua fé e do arrependimento de todos os seus pecados e de sua fidelidade até o fim. Ora, este é o mandamento: Arrependei-vos todos vós, confins da Terra; vinde a mim e sede batizados em meu nome, a fim de que sejais santificados, recebendo o Espírito Santo, para comparecerdes sem mancha perante mim no último dia” (3 Néfi 27: 19-20).
Mais simples e claro ainda são as palavras do Salvador na ocasião em que se apresentou aos nefitas pela primeira vez: “E os que crerem em mim e forem batizados, esses serão salvos; e eles são os que herdarão o reino de Deus. E os que não crerem em mim e não forem batizados, serão condenados” (3 Néfi 11:33-34).

Eu sei que isso é verdade.