Em meu estudo das escrituras
hoje aprendi mais sobre um princípio de liderança. Eu estava lendo Mosias 26 e
verifiquei como a delegação pode abençoar a vida dos liderados.
Mosias
era o rei e profeta-presidente do povo nefita. Ele permitiu que Alma, um
profeta também, organizasse a Igreja na terra de Zaraenla - e deu-lhe
autoridade para fazê-lo (Mosias 25:19). Algum tempo depois da Igreja ter sido
formalmente organizada por Alma, alguns incrédulos começaram a perturbar a paz
do povo de Deus. "Ora, nunca antes havia acontecido coisa semelhante na
igreja; portanto, o espírito de Alma perturbou-se e ele fez com que os levassem
à presença do rei." (Alma 26:10).
Visualizo aquele episodio em minha
mente. Imagino Alma aflito e hesitante diante do rei. Logo atrás de Alma vários
dos homens e mulheres que eram acusados de enganar e cometer pecado. Imagino que
essas pessoas (que provavelmente eram jovens em sua maioria) se consideravam
injustiçadas. Alma então disse ao rei: "Eis aqui muitos que trouxemos a
tua presença, que são acusados por seus irmãos; sim, e foram apanhados
cometendo várias iniquidades. E eles não se arrependem de suas iniquidades;
portanto, trouxemo-los a tua presença, para que os julgues de acordo com seus
crimes." (Alma 26:11).
Acho que Alma tinha plena confiança em Mosias. Acredito que ele o reconhecia como líder e estava muito ansioso para receber uma orientação especifica. Mas as coisas não aconteceram como Alma esperava. Deve ter sido surpreendente para Alma a resposta do rei: "Eis que não os julgarei; entrego-os, portanto, em tuas mãos para serem julgados." (Mosias 26:12). Todos que já nos sentimentos sobrecarregados com nossos deveres podemos entender um pouco sobre o que deve ter passado na mente e no coração de Alma naquele momento.
Acho que Alma tinha plena confiança em Mosias. Acredito que ele o reconhecia como líder e estava muito ansioso para receber uma orientação especifica. Mas as coisas não aconteceram como Alma esperava. Deve ter sido surpreendente para Alma a resposta do rei: "Eis que não os julgarei; entrego-os, portanto, em tuas mãos para serem julgados." (Mosias 26:12). Todos que já nos sentimentos sobrecarregados com nossos deveres podemos entender um pouco sobre o que deve ter passado na mente e no coração de Alma naquele momento.
A escritura diz: "E então o
espírito de Alma tornou a perturbar-se." (Alma 26:13). Alma deve ter se
retirado para um lugar reservado. Talvez tenha ido ao Templo, ou talvez a seu
aposento. Acredito que ele procurou ficar sozinho.
Ele não sabia como proceder. A
sua decisão afetaria a vida de muitas pessoas. Ele "temia proceder mal aos
olhos do Senhor." Por isso derramou "toda a sua alma a Deus" (Mosias
26:14). Essa deve ter sido uma petição muito sincera e emotiva. Alma ouviu a
voz de Deus. A primeira coisa que o Senhor falou-lhe deve ter-lhe tranquilizado
completamente: "Abençoado és tu, Alma" (Mosias 26:15). Depois o
Senhor continuou a elogia-lo e a demonstrar que conhecia suas boas obras. Mas a
bênção culminante esta no versículo 20: "Tu és meu servo; e faço convênio
contigo de que terás vida eterna; e servir-me-ás e irás em meu nome e reunirás
minhas ovelhas." Depois o Senhor orienta Alma a como proceder nos negócios
da Igreja.
Eu li essa passagens muitas vezes
antes. Eu já extraia muitas lições dela. Eu pensava que Mosias apenas estava
antecedendo ou preparando a separação entre a Igreja e o Estado - fato que se
daria a não muitos anos depois deste evento (Mosias 29). Mas hoje vi uma nova
lição. E a lição é: se o Rei Mosias não
delegasse a Alma a responsabilidade de solucionar por si mesmo aquele grave problema,
a grande bênção do chamado e eleição não seria dada a Alma. Talvez isso acontecesse
no futuro na vida de Alma, claro. Mas o fato é que por Alma ter seguido a orientação
do líder com humildade, sem murmurar, sem achar que Mosias era um preguiçoso e
sem ter uma resposta pré-concebida sobre uma possível solução - uma grande bênção foi derramada.
Não só Deus deu a resposta do que fazer em sua Igreja, mas selou a exaltação sobre
a cabeça de Alma. Há bênção maior na mortalidade do que a garantia, dada pelo próprio Deus, de que seremos exaltados? Será que o rei Mosias sabia que isso iria acontecer quando
fez a delegação? Não sei. Até tenho o palpite de que ele não sabia, mas certamente sabia que Alma poderia
encontrar a resposta. Mosias confiava em Alma, e sabia que Ele buscaria Deus e
faria o certo no final. Mosias apoiava seu liderado.
Ficou grato por ter aprendido
essa lição. Sei que Deus nos abençoa muito mais do que esperamos quando aceitamos
uma designação dada por nosso líderes espirituais. Deus esta ciente de nosso
problemas e desafios e não nos deixa só. Precisamos ser humilde e orar com fé.
Caso estejamos em uma posição de liderança (seja na Igreja, no trabalho ou na família) precisamos confiar nas pessoas. Precisamos
delegar. Precisamos deixar as pessoas aprenderem o que precisam aprender e a
receberem as bênçãos de seu esforço pela busca de uma solução.