29 de abr. de 2010

1 Néfi 15:27 - Não observou a Imundíce

Interessante a frase de Néfi a seus irmãos, ao explicar o sonho de seu pai-profeta: “sua mente estava tão absorvida com outras coisas que não observou a imundície da água.” (1 Néfi 15:27)

Três coisas, ao menos, são ensinadas nesta frase: (1º) Os justos não dão importância à imundice; (2º) Os justos estão tão envolvidos nas coisas da retidão que não tem tempo para considerar a imundice; (3º) a mente pode considerar as “outras coisas” ou a água poluída, e se escolhe observar uma, acaba se tornando ignorante a respeito de outra.
Os profetas de Deus sabem tão bem a respeito das coisas da retidão, quanto das iniqüidades do mundo. Um homem defendeu o profeta Néfi, filho de Helamã:
“Deixai este homem em paz, porque é um bom homem; e as coisas que declara certamente acontecerão, a não ser que nos arrependamos; Sim, eis que todos os castigos que ele nos anunciou cairão sobre nós; porque sabemos que ele não disse senão a verdade sobre nossas iniqüidades. E eis que são muitas; e ele sabe tão bem das coisas que nos acontecerão quanto de nossas iniqüidades. Sim, e eis que se ele não fosse profeta, não poderia haver testificado a respeito dessas coisas.” (Helamã 8:7-9)
Os profetas sabem tão bem sobre a retidão quanto sobre as iniqüidades dos homens. Todavia eles preferem falar de prevenção e de arrependimento em vez de pecado e morte.
Alma, o filho, ordenou a Helamã que preservasse os registros jareditas ocultos. É evidente que Helamã conhecia as iniqüidades dos jareditas, pois tinha acesso a esses registros, mas foi proibido de deixar com que qualquer um soubesse sobre seu conteúdo (Alma 37:27). Os profetas compreendem a extensão e gravidade dos pecados – não porque cometeram tais falhas, mas porque lhes foi revelado. O corpo que é cheio de luz compreende todas as coisas. Ademais se eles não soubessem dos perigos espirituais e materiais não poderiam advertir-nos.
Embora Leí e Néfi viram o rio de águas impuras e soubessem que ele era uma representação do horrível inferno (1 Néfi 15:29), não desejaram aprender muito dele. Aprendi por revelação que aqueles que procuram compreender as trevas ficarão cheios de trevas e não compreenderão a luz. Os que procuram a luz compreenderão a luz e, conseqüentemente terão as dimensões das trevas.
Os assuntos e métodos do demônio não interessam aos justos. Os fiéis permanecem separados do mundo e não tocam em suas coisas imundas. Porque perder tempo olhando para o rio poluído, se podemos contemplar as águas vivas, sim, a árvore da vida? Não é muito melhor deixar o rio e desconsiderar os risos de Babilônia a fim de evitar a tentação de se perder por caminhos desconhecidos ou cair na iniqüidade?
Embora os justos saibam que a iniqüidade vem aumentando e que Satanás tem poder sobre esse mundo mal, eles colocam suas mente bons pensamentos. Não ficam desanimados e desmotivados pela imundice. Não ficam curiosos observando o rio, e se aproximando de sua margem perigosa. Enchem a mente de boas músicas e revelações. São rápidos em retirar qualquer pensamento pecaminoso do palco da mente, e são lentos em ponderar e meditar as escrituras sagradas. Não há tempo para refletir coisas que não tem valor. Em termos mais práticos, ver as novelas de hoje transmitidas tela televisão é o mesmo que olhar para um oceano de iniqüidades. Nossa mente se enche de pornografia, orgulho, maus tratos, perversão e vaidade. O mesmo se dá com os outros meios de comunicação, ver, pensar, ou participar de qualquer iniqüidade é lavar-se com águas mais impuras do que o Rio Tiete. Se houver permanência neste rio conspurcado a morte espiritual é certa!
É evidente que não podemos negligenciar um rio imundo. Devemos verificar sua existência. Ele é real e é perigoso. Mas não queremos saber nada mais sobre ele. Preferimos a luz. Não queremos ver ou saber sobre “Big Brother” – queremos ver e saber coisas que nos levarão para felicidade.
Não podemos escolher simultaneamente olhar para o rio e olhar para a árvore da vida. Se nossa atenção estiver na árvore estaremos seguros, se estiver no rio afundaremos nas trevas. Alguns querem ser estrábicos – e olhar para a árvore e para o rio ao mesmo tempo. Mas verdadeiramente isso é impossível. Não podemos servir a Deus e a Mamon (Mateus 6:24). Não há como ver pornografia na internet e depois desejarmos o Espírito Santo para ensinar com poder nos púlpitos da Igreja. A sujeira advinda da luxúria do rio visto por Leí espanta para muito longe o suave e doce Espírito de Deus. Mesmo umas gotas do rio sujo – uma olhada pecaminosa, um toque perverso ou um pensamento ocioso, podem nos desqualificar para entrada no Reino de Deus, caso não nos arrependamos. Essas não são palavras duras aos justos (1 Néfi 16:1-3). Que possamos olhar e viver (Alma 33:21-23).

Um comentário:

Carol Magnago disse...

Oi, Guerreiro :)

Olha que coincidência, eu estava justamente estudando 1 Néfi 15 hoje. Gostei muito do seu texto e concordo com seus pontos de vista.

Sobre 1 Néfi 15:27, é exatamente como vc comentou. Leí tinha seus olhos fitos na glória de Deus. Ele estava tão concentrado em sua meta (a árvore da vida) que sequer prestou atenção na imundície da água. E nós devemos ser assim tb, é claro. Penso que nossos esforços devem ser em aprender mais sobre nosso Pai Celestial, sobre como voltar a viver com Ele, compreender a Expiação de Jesus Cristo, enfim, as coisas boas que vêm de Deus. Não podemos perder o foco.

Mas muitas vezes o foco muda, e não digo que isso acontece apenas quando alguém resolve conhecer mais sobre as coisas de Satanás ou sobre os outros Reinos. Mas quando mudamos nossas prioridades. Vc falou sobre as novelas, BBB, e eu concordo. Embora não seja a coisa mais fácil para mim, mas é claro que devemos saber selecionar aquilo que nos entretêm. Mas além desses momentos de descontração, precisamos tb ser sábios. Vou transcrever aqui uma citação que li hoje, do Pres. Spencer W. Kimball, e que nos alerta justamente sobre isso.

"Se gastarmos nosso tempo da mortalidade adquirindo conhecimento secular, em detrimento do de natureza espiritual, nos encontraremos num beco sem saída, pois esta vida é a época em que nos devemos preparar para o nosso encontro com Deus; é a ocasião de edificarmos a fé, de efetuarmos batismos, de receber o Espírito Santo e de realizarmos as sagradas ordenanças. Paralelamente a este programa, podemos obter conhecimento secular, pois, mesmo no mundo espiritual nosso espírito pode continuar a aprender mais a respeito das coisas seculares, que nos ajudarão a criar mundos e ser deles senhores...

Estaríeis dispostos a encher vossa mente com uma espécie de conhecimento de valor apenas temporário, um conhecimento que pode proporcionar apenas a vívida noção de coisas cuja utilidade tem seu limite de duração até a morte? Ou, não seria melhor absorverdes conhecimento e treinamento espirituais que podeis levar à vida futura? ...

Jovens, amados jovens, entendeis agora por que devemos dar prioridade ao treinamento espiritual? Por que é mister que oremos com fé e tornemos nossa vida perfeita como é a do Salvador? Podeis ver que, nesta vida e nas eternidades, o conhecimento espiritual deve ser contemplado com o secular, mas que este último sem a base do primeiro, nao passa de simples espuma, uma sombra fugidia?

Não vos deixeis enganar! Não precisamos escolher entre um e outro, mas apenas a seqüência em que devemos buscá-los, pois existe oportunidade de obtê-los simultaneamente; mas compreendeis que os cursos do seminário devem receber maior atenção que as matérias escolares; os do instituto que as disciplinas da faculdade? Compreendeis que o estudo das escrituras devem ter precedência sobre a leitura de livros escritos pelos homens; a freqüência às reuniões da Igreja maior importância que a de clubes ou associações de homens ou mulheres; o pagamento do dízimo maior prioridade que o pagamento de taxas e anuidades?

Conseguis entender que as ordenanças do Templo são mais importantes que diplomas universitários ou qualquer grau acadêmico?

(...)

Viver uma existência continuamente digna, e receber todas as sagradas ordenanças que culminam com o casamento eterno nos garante a vida eterna. NÃO HÁ OUTRO MEIO. Disto, tenho certeza." (Spencer W. Kimball. Beloved Youth, Study and Learn, citado em Life's Directions, p 180-183, 190-191)

Beijo,
Carol Magnago.