Vamos supor que você não tenha um carro e deseje muito um. Você ora a Deus solicitando um carro. Você pediu em nome de Cristo. Agora precisa saber se o pedido é justo. O que é um pedido justo? Felizmente as escrituras esclarecem um pouco mais do assunto para que o subjetivismo diversificado dos homens não definisse equivocadamente o que vem a ser "justo". Morôni ensina que "tudo que é bom, é justo e verdadeiro; portanto nada que é bom nega o Cristo, mas reconhece que ele é" (Morôni 10:6). O pedido justo é o pedido que é bom, que é cristão - em outras palavras é o pedido que conduz ao bem e à Cristo. O Salvador é o caminho, a verdade e a vida. Se pedirmos com "inquebrantável firmeza" algo que leva ao evangelho, a paz, ao amor, a fé, a esperança, aos mandamentos, ao batismo, ao serviço a Deus e ao próximo, etc., e não algo para "satisfazer [nossas] concupiscências" (Mórmon 9:28) então é mais provável que nosso pedido será justo. Como todos temos a capacidade de discernir, por causa da luz de Cristo, todos podem aprender a diferenciar um pedido justo de um pedido não justo. Evidentemente o Espírito Santo amplia a capacidade de pedirmos o que devemos pedir - de fato, por meio do Espírito Santo somos justificados e santificados e nossa mente se concentra em Deus, de modo que andamos com Ele - e passamos a agir como Ele agiria, a ser um com Deus - a pedir o que Ele pediria em nosso lugar. Nosso arbítrio é voluntariamente consagrado e como recompensa andamos em justiça. E como Isaías descreveu "aquele que anda em justiça, e fala com retidão; aquele que rejeita o ganho da opressão; que sacode as mãos para não receber peitas; o que tapa os ouvidos para não ouvir falar do derramamento de sangue, e fecha os olhos para não ver o mal; este habitará nas alturas; as fortalezas das rochas serão o seu alto refúgio; dar-se-lhe-á o seu pão; as suas águas serão certas. Os teus olhos verão o rei na sua formosura, e verão a terra que se estende em amplidão" (Isaías 33:15-17).
Em seguida precisamos acreditar que receberemos. A fé é necessária. E para que ela seja expressa, ou provada, comumente um tempo nos é dado para agirmos. Pedimos, agimos com fé e então recebemos. Vamos voltar ao exemplo do carro. Você pediu um carro. Depois de pedir, por mais fervorosa que tenha parecido sua oração, ela será carente de fé verdadeira a menos que haja uma obra. A fé sem obras é morta! Ou seja, se pediu um carro, deve planejar como obter um carro, poupar dinheiro, trabalhar duro e realizar tudo mais. Devemos orar (pedir) como se tudo dependesse de Deus e depois agir como se tudo dependesse de nós.
Há duas advertências importantes sobre esse ensinamento: primeiro, não vamos receber tudo o que queremos mesmo que pedirmos com fé, e, segundo, se insistirmos em um desejo que não é justo o Senhor respeitará nosso arbítrio e nos dará o que pedimos, mesmo que seja para nossa condenação.
O motivo pelo qual não recebemos tudo o que queremos é simples: Deus nos ama. Se um carro trará dor ou tentação maior do que podemos suportar, por exemplo - Deus - que é nosso amado Pai - não nos dará. Às vezes Ele quer que aprendamos paciência, às vezes humildade, às vezes não precisamos realmente do que estamos pedindo - ou ainda, já recebemos o que pedíamos mas não percebemos.
Alma escreveu que sabia que Deus concedia "aos homens segundo os seus desejos, sejam estes para a morte ou para a vida; sim, sei que ele concede aos homens, sim, dá-lhes decretos inalteráveis segundo seus desejos, sejam eles para salvação ou para destruição." (Alma 29:4).
Portanto, uma das chaves para se pedir algo justo e com fé - e não pedir algo para condenação - é o de procurar o Espírito para pedir o que Deus quer que peçamos (D&C 124:97). Como Paulo explicou: "Do mesmo modo também o Espírito nos ajuda na fraqueza; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o Espírito mesmo intercede por nós com gemidos inexprimíveis" (Romanos 8:26).
Concluindo, tudo o que pedirmos a Deus nós será dado, no devido tempo, de maneira Dele. Será o melhor para nós. A menos que insistamos em usar nossa vontade para seguir o demônio. Então antes de pedirmos qualquer coisa, até algo ordinário e, às vezes trivial, como um carro, do exemplo, devemos procurar saber se realmente devemos pedir tal coisa.
Nem sempre teremos certeza se nosso pedido é justo ou se será o melhor para nós. No processo de revelação é exigido fé, e fé não é um perfeito conhecimento. Mas se fizermos o nosso melhor a graça de Cristo nós santificará e Deus pôde não só responder nossas orações de acordo com o que queremos, mas principalmente de acordo com o que precisamos.
Esforcemo-nos portanto para conhecer Cristo, lembrar Dele, ter o Espírito conosco, ser cheio de luz e verdade e depois, mesmo que andando no escuro sem perfeito conhecimento, façamos o melhor que pudermos - nosso desejos se tornaram os desejos Dele e teremos Vidas Eternas.
Um comentário:
Guerreiro, seus posts são muito relevantes e agradáveis, proporcionam um maior esclarecimento do evangelho em alguns assuntos específicos que nos ajudam a fortalecer-nos. Fico feliz pela sua disposição de criar um blog afim de propagar o evangelho e ensinar indiretamente qualquer pessoa que tenha o desejo de saber mais. Laion
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