Reverência
é o "profundo respeito pelas coisas sagradas" (GEE
"Reverência"). O Presidente David O. McKay disse que a “reverência é
o respeito profundo mesclado ao amor” (Conference
Report, abril de 1967, p. 86). O Élder L. Tom Perry ensinou que “a
reverência emana de nossa admiração e respeito pela Deidade".
O
presidente McKay também ensinou: "A maior manifestação da espiritualidade
é a reverência; de fato, a reverência
é a espiritualidade. (...) A reverência abrange a consideração, a deferência, a
honra e a estima. Sem um certo grau de reverência, portanto, não há cortesia,
gentileza nem consideração pelos sentimentos ou direitos alheios. A reverência
é a virtude fundamental na religião. É um dos “sinais de força; a irreverência,
um dos indicadores mais seguros de fraqueza. Nenhum homem se erguerá a posições
elevadas”, afirmou alguém, “se zombar de coisas sagradas. As grandes lealdades
da vida”, continua ele, “precisam ser tratadas com reverência ou serão renegadas
nos dias de tribulação” (Ensinamentos dos
Presidentes da Igreja: David O. McKay, capítulo 4 - "Elementos da
Adoração", pg. 33)
Um
hino da primária ensina que “reverência é mais que sentar bem quietinho."
(“Reverência É Amor”, Músicas para
Crianças, p. 12.). Assim como outras virtudes cristãs, a reverência deve
ser praticada. A verdadeira reverência leva a ação justa, as boas obras. Na
realidade a reverência é a maneira pela qual as obras de um justo são
realizadas.
Nas
escrituras há muitos exemplo de reverência. Gosto particularmente de três
exemplos do Livro de Mórmon. O primeiro esta em Mosias. O Rei Benjamim estava
discursando a seu povo. Em certo momento os nefitas suplicam pela "remissão
de [seus] pecados." E o Rei Benjamim diz: "E permitiu ele que
pedísseis em vão? Não; ele derramou sobre vós o seu Espírito e fez com que se
enchessem de alegria os vossos corações e fez com que se fechassem as vossas
bocas para que não vos pudésseis exprimir, tão grande era a vossa alegria."
(Mosias 4:20). Quando recebemos o Espírito Santo e a remissão de nossos
pecados, quando nosso desejos justos sã o atendidos, e quando recebemos uma
alegria tal que não conseguimos exprimir verbalmente, podemos ter certeza que
cultivamos uma atitude reverente.
Algumas
pessoas se perguntam porque não recebem revelação, ou porque isso é tão esporádico
e raro em sua vida. Algumas lembram com alegria do passado, quando os
missionários que as batizaram as visitavam, ou quando estavam servindo ao
Senhor no campo missionário - elas lembram dessas ocasiões com amor e gratidão,
recordando que havia uma efusão do Espírito Santo em suas vidas. Todavia, ao
refletirem sobre o presente, ou seja, onde encontram-se hoje, elas desanimam, pois
percebem que vivem aquém do que já viveram. Elas confessam a si mesmo e aos
outros que já não sentem o que sentiam, e não experimentam o que
experimentavam. Se essas pessoas refletirem bem, perceberão que o que lhes
falta hoje é reverência. Porque se elas tivessem profundo respeito pelas coisas
sagradas (como haviam tido no passado), orariam sempre de modo sincero, sublime e fervoroso; leriam as
escrituras diariamente com anelo pelo verdadeiro e justo; serviriam ao próximo
com todo vigor de uma alma penitente; frequentariam o Templo e honrariam seus
convênios; e se arrependeriam e evitariam todo mal e pecado. E nesse esforço receberiam revelação. O Presidente Packer ensinou que "a reverência convida a revelação" (“A Reverência Convida à Revelação”, A Liahona,janeiro de 1992, p. 23.)
O
segundo exemplo que gosto de mencionar quando falo sobre reverência é o de
Morôni. Ele defendia o respeito pelas coisas sagradas, se necessário com a
espada. "E aconteceu que rasgou sua túnica e, pegando um pedaço dela, nele
escreveu: Em lembrança de nosso Deus, nossa religião e nossa liberdade e nossa
paz, nossas esposas e nossos filhos - e amarrou-o na ponta de um mastro. E ele
colocou seu capacete e sua couraça e seus escudos e cingiu os lombos com sua
armadura; e pegou o mastro em cuja ponta se achava a túnica rasgada (a que ele
chamou estandarte da liberdade); e inclinou-se até o solo e orou fervorosamente a seu Deus, a fim de
que as bênçãos da liberdade repousassem sobre seus irmãos enquanto restasse um
grupo de cristãos para habitar a terra" (Alma 46:12-13). Nessa oração ele
derramou a alma a Deus (Alma 46:17). Esse é o tipo de atitude de um homem
reverente. Morôni "era um homem de perfeita compreensão" (...) Sim,
um homem cujo coração transbordava de gratidão a seu Deus pelos muitos
privilégios e bênçãos que concedia a seu povo; um homem que trabalhava
infatigavelmente pelo bem-estar e segurança do povo. Sim, e ele era um homem
firme na fé em Cristo; e havia prestado juramento de defender seu povo, seus
direitos e seu país e sua religião, mesmo com a própria vida." (Alma
48:11-13)
E
o grande ensinamento é que "se todos os homens tivessem sido e fossem e
pudessem sempre ser como Morôni, eis que os próprios poderes do inferno teriam
sido abalados para sempre; sim, o diabo nunca teria poder sobre os corações dos
filhos dos homens" (Alma 48:17). Em outras palavras se todos buscassem a
atitude de reverência e respeito - a perfeita compreensão de Morôni, que o
levava a orar com tanta devoção e a lutar para honrar suas promessas - então o demônio
não teria poder algum sobre o mundo.
O
terceiro exemplo do Livro de Mórmon vem da visita do Senhor para os nefitas.
Naquela sublime aparição, Ele orou "e as coisas que disse em sua oração
não podem ser escritas e a multidão que o ouviu deu testemunho. E desta forma
testemunham: Os olhos jamais viram e os ouvidos jamais ouviram, até agora, coisas
tão grandes e maravilhosas como as que vimos e ouvimos Jesus dizer ao Pai; E
não há língua que possa expressar nem homem que possa escrever nem podem os
corações dos homens conceber coisas tão grandes e maravilhosas como as que vimos
e ouvimos Jesus dizer; e ninguém pode calcular a extraordinária alegria que nos
encheu a alma na ocasião em que o vimos orar por nós ao Pai. E aconteceu que,
após haver terminado a sua oração ao Pai, Jesus se levantou; mas tão grande era
o júbilo da multidão, que ficaram prostrados" (3 Néfi 17:15-18).
Fico
triste quando vejo as pessoas (principalmente entre os santos) usando o nome do Senhor em vão, vestindo-se de
modo inapropriado, desrespeitando a natureza, desprezando as escrituras,
fazendo piadas com relação ao sacerdócio e a Igreja e profanando tudo que é
bom. Essas pessoas não sabem, não entendem. Se ao menos elas sentissem, por um
momento, o que sentiram aqueles nefitas. Se ao menos elas ouvissem um pouco da
oração do Senhor.
A
melhor maneira de ensinar sobre reverência é pelo exemplo. Os pais devem ser um
exemplo para os filhos. Reverência não é melancolia. Não é tristeza, fraqueza
ou inatividade. Reverência é vigor, entendimento e amor. Se quisermos ensinar sobre reverência precisamos
ser ativos na fé, buscar uma compreensão perfeita sobre o sagrado e ter
caridade para com todos os homens. Se tivermos essa atitude, receberemos o
privilégio de nos prostramos diante do Senhor, bem antes da ocasião em que
"todo joelho se dobrará e toda língua confessará".
2 comentários:
Amigo,
Parabéns e obrigado por tudo que se esforça por fazer.
Lucas, gostei muito desta mensagem!
Ontem na Igreja, o lider da obra missionaria falou algo que me fez pensar muito...
Ele mencionou a historia de quando os apostolos de Jesus Cristo foram pescar mas nao conseguiram nada e quando o Senhor falou para eles jogarem a rede de um lado especifico, eles apanharam muitos, muitos peixes.
Parece que eles pensaram que eles ja haviam tentado muitas vezes e que foram um pouco descrentes ao jogar a rede. Mas parece que Pedro reconheceu que quem deu aquela sugestao/mandamento fora Cristo, e por isso saiu do barco e foi ao encontro do Mestre na costa.
Isso que eu estou narrando (foi o que o lider da obra missionaria falou) eu nao estudei mas vou continuar a narrar para voce entender porque eu gostei. Sei que devo estudar mais para ter um conhecimento mais pessoal desta passagem.
Bom, parece que o Senhor havia preparado uma refeicao para seus apostolos depois daquele evento no mar. E Cristo perguntou a Pedro: Voce me ama mais do que estes (os peixes)? E Pedro disse: sim, Senhor sabes que eu te amo mais do que estes. E Cristo disse: apascenta minhas ovelhas. E isso se repetiu por mais duas vezes.
O irmao que discursou disse que isso seria mais ou menos a situacao de uma entrevista para entrar no templo e o bispo pergunta: Voce se considera digno para entrar no templo? E dizemos sim, e o bispo repete a pergunta mais duas vezes.
O irmao terminou de contar a passagem dizendo que Cristo havia chamado os apostolos para serem pescadores de homens mas que eles haviam voltado, de uma certa forma, para serem pescadores de peixes.
Ele comentou que Cristo, quando chamou seus apostolos, chamou-os para serem apostolos para sempre, nao por um periodo.
O irmao acrescentou que o mesmo acontece conosco. Quando fazemos convenios com o Senhor, fazemos para sempre. E relacionando a obra missionaria, ele disse: quando fomos chamados para sermos missionarios, fomos chamados para a vida inteira (eu acredito que isso se refira tambem ao convenio batismal).
Nao sei se isso eh confuso para voce. Mas gostei da mensagem de nunca voltarmos a situacao que estavamos antes de fazermos convenios e de chamados na Igreja. O Senhor espera progresso eterno e nao regresso.
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