23 de jun. de 2012

Deus se importa com minha forma de se vestir?


                Foi divulgada uma imagem com um rapaz todo tatuado abraçando uma criança. Os dizeres do cartaz afirmavam: "Deus não olha seu estilo, olha o seu coração".  Embora seja verdade que Deus "não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o SENHOR olha para o coração." (I Samuel 16:7), isso não deduz que a maneira de se vestir seja pouco importante.
                Os que estão familiarizados com as escrituras certamente se lembrarão que uma das primeiras coisas que Deus fez ao homem foi providenciar-lhe vestimentas de pele - não só para proteger-lhe do frio e do calor - mas também para cobrir-lhe a nudez (Gênesis 3:16).
                É interessante notar que na visão da árvore da vida, as pessoas que apontavam o dedo e zombavam dos fiéis eram exatamente aquelas que tinham vestimentas muito finas (1 Néfi 8:27). De fato, Néfi viu que erma exatamente que "o ouro e a prata e as sedas e as escarlatas e o linho finamente tecido e as vestimentas preciosas e as meretrizes [eram] os desejos [daqueles que pertenciam a] grande e abominável igreja." (1 Néfi 13:8) Essa "igreja" não é propriamente uma religião, mas um estilo de vida. Pertencer a essa Igreja, significa simplesmente não pertencer a Igreja do Cordeiro (1 Néfi 14:10).
                A irmã Silvia H. Allred disse: que "originalmente, o principal propósito das roupas era o de cobrir nosso corpo e proteger-nos das intempéries. Esse propósito continua a existir, embora as roupas hoje sirvam também para outros propósitos mais complexos. Hoje, elas podem ser uma expressão de muitas coisas, como riqueza, nível social, individualidade ou participação em determinados grupos. Mas as roupas também refletem nossa atitude e nossos valores. Para os santos dos últimos dias, nosso modo de vestir mostra nossa compreensão do evangelho de Jesus Cristo e nosso compromisso de segui-Lo." (https://www.lds.org/liahona/2009/07/10?lang=por)
                Por mais indevido, perturbador e impopular que possa parecer, os profetas de Deus erguem a voz alertando o mundo contra o pecado. Entre seus ensinamentos encontra-se a admoestação de que os desvios de padrões morais (como vestir-se de maneira vulgar) leva ao sofrimento e a dor.
                "Os profetas sempre aconselharam os filhos de Deus a vestir-se com recato. Quando estão bem arrumados e vestidos com recato, vocês convidam a companhia do Espírito e podem ser uma boa influência para aqueles que os cercam. A maneira como vocês se arrumam e se vestem influencia o modo pelo qual vocês e outras pessoas agem.
                Nunca rebaixem seus padrões de vestuário. Não usem uma ocasião especial como desculpa para a falta de recato. Ao se vestirem sem recato, vocês enviam uma mensagem que é contrária a sua identidade de filho ou filha de Deus. Enviam também a mensagem de que estão usando o corpo para atrair atenção e obter aprovação.
                As roupas consideradas não recatadas são aquelas muito justas, transparentes ou reveladoras sob qualquer aspecto. Por exemplo: as moças não devem usar saias e shorts muito curtos, blusas que não cubram a barriga, roupas que não cubram os ombros ou que sejam muito decotadas na frente ou atrás. Os rapazes também devem manter o recato na aparência.          Os rapazes e as moças devem estar limpos, bem arrumados e evitar estilos exagerados ou inadequados de roupas, penteados e comportamento. Devem escolher trajes devidamente recatados ao praticar esportes. Os modismos do mundo mudam, mas os padrões do Senhor não mudam.
                Não se desfigurem com tatuagens ou piercings. As moças que desejarem furar as orelhas devem usar apenas um par de brincos.
                Demonstrem respeito pelo Senhor e por si mesmos vestindo-se adequadamente para as reuniões e atividades da Igreja. Isso é particularmente importante quando forem para a reunião sacramental. Os rapazes devem vestir-se com dignidade ao oficiar na ordenança do sacramento.
                Se não souberem o que é adequado vestir, estudem as palavras dos profetas, orem pedindo orientação e peçam a ajuda de seus pais ou líderes. Sua aparência e a maneira como se vestem agora os ajudarão a preparar-se para a época em que irão ao templo fazer convênios sagrados com Deus. Perguntem a si mesmos: “Será que eu me sentiria à vontade vestido dessa maneira, se estivesse na presença do Senhor?” (Para o Vigor da Juventude, https://www.lds.org/youth/for-the-strength-of-youth/dress-and-appearance?lang=por)
                O Élder Robert D. Hales ensinou: "Alguns membros da Igreja talvez tenham a impressão de que o recato é uma mera tradição perpetuada pela Igreja ou um comportamento conservador e puritano. Mas o recato não é apenas cultural. É um princípio do evangelho que se aplica a todos, seja qual for a cultura ou a idade. De fato, o recato é fundamental para sermos dignos da companhia do Espírito. Ser recatado é ser humilde, e a humildade convida o Espírito a estar conosco. (...) O recato é um dos traços principais da pureza e castidade, tanto em pensamento como em atos. Assim, por guiar e influenciar nossos pensamentos, conduta e decisões, o recato é uma característica primordial do nosso caráter. Nossas vestimentas servem para muito mais do que cobrir o corpo: refletem quem somos e o que desejamos ser, tanto na mortalidade quanto na eternidade por vir. (...)
                Se nos vestirmos com o intuito de chamar atenção, não convidaremos o Espírito Santo. Quando nos vestimos para atrair a atenção do mundo, agimos de modo diferente. Além do mais, o que vestimos influencia a atitude das pessoas para conosco.
                Pensem no motivo que leva os missionários a se vestirem de modo conservador — saia e blusa ou terno com camisa branca e gravata. Qual seria a reação das pessoas diante de missionários com cabelo despenteado ou usando jeans surrados, sandália de dedo e uma camiseta com mensagens pouco ortodoxas? As pessoas se perguntariam: “Esse é um representante de Deus?” Por que alguém desejaria travar uma conversa séria sobre o propósito da vida ou da Restauração do evangelho com um missionário assim?
                Claro que não precisamos vestir-nos como os missionários o tempo todo. Certamente há ocasiões em que roupas informais recatadas são perfeitamente aceitáveis. O que desejo salientar é o seguinte: nosso vestuário influencia o modo como as pessoas nos tratam. Mostra também onde nosso coração e nosso espírito desejam estar." (https://www.lds.org/liahona/2008/08/7?lang=por)
                Respondendo, portanto, a pergunta inicial - Deus se importa com meu modo de se vestir? - SIM! Ele se importa, porque isso demonstra quem somos e o que desejamos nos tornar. Representamos Jesus Cristo e devemos procurar ter "a  imagem de Deus gravada em [nossos] semblantes" (Alma 5:19). Se fizermos isso seremos felizes. Nós membros da Igreja temos um padrão a zelar. Procuramos não usar "vestimentas custosas",  contudo devemos ser "asseados e formosos" (Alma 1:27). Importamo-nos com o corpo e com a mensagem que ele transmite porque sabemos que o corpo é sagrado - é um Templo de Deus (I Coríntios 3:16-17).
                

21 de jun. de 2012

A Igreja SUD é uma empresa que busca o lucro?



                Ouvi recentemente a crítica (claro, de um ex-membro) de que a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias não é uma Igreja, é antes uma empresa que busca, acima de tudo, do lucro. Se isso for verdadeiro, então a Igreja usa a religiosidade como fachada para que uns poucos aproveitem-se dos dízimos e ofertas de muitos enganados.
                Irei responder brevemente essa acusação injuriosa.
                Primeiro gostaria de dizer que essa acusação não é nova. Contra o Reino de Deus na Terra e os líderes da Igreja já se levantaram homens e mulheres que eram ferrenhos opositores à Igreja verdadeira. Eles chamavam os membros da Igreja de loucos, dizendo que estavam presos a uma "louca e vã esperança" e que se conservavam submissos a seus mestres e sacerdotes para que estes se saciassem com o fruto de seus trabalhos. Os membros da Igreja só se mantinham assim - dóceis e dependentes - por estarem presos a uma falsa tradição, a qual chamavam "profecias". Essa prisão mental acometia as pessoas por que os líderes da Igreja subjugavam-nas com seus "sonhos", "seus caprichos", "suas visões" e vários ritos de adoração. Essa alienação era necessária, evidentemente, para que o povo não levantasse a sua cabeça, exercendo seus direitos e privilégios, em franca rebeldia e para que os sacerdotes e mestres ficassem ricos e populares (Alma 30:13-16, 24, 27-28).
                É verdade que a acusação desses opositores tem fundamento contra muitas igrejas - mas não contra a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Peço que as seguintes considerações sejam analisadas antes de que um julgamento condenatório seja expedido:
1-      Na Igreja não há clero remunerado. Isso significa que o bispo não recebe um centavo por ser bispo. Assim como o professor da escola dominical, do seminário, a líder das moças e da primária. Todos são voluntários que foram chamados por Deus e espontânea e livremente aceitaram a responsabilidade. O Élder Daniel L. Johnson disse: "Uma das práticas características de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias é a de termos pastores leigos. Não temos clero remunerado nas alas, ramos, estacas e distritos da Igreja, mas são os próprios membros que ministram uns aos outros. Todo membro de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias tem o chamado de ser um pastor em Israel. Os membros servem como pastores em bispados e presidências de ramo, como líderes do sacerdócio e auxiliares, como secretários e todo tipo de professores, inclusive mestres familiares e professoras visitantes, e em inúmeros outros cargos" ("Eu? Um Pastor em Israel?", A Liahona, Outubro de 2009, pg. 30). Até mesmo os missionários de tempo-integral são voluntários. Eles partem em missão para ficarem dois anos fora de casa, interrompendo seus estudos, carreira, planos, namoro, envolvimento com esportes, músicas, arte e qualquer interesse - para se dedicar exclusivamente ao proselitismo e serviço ao próximo - e eles mesmos financiam suas missões[1]!
As Autoridades Gerais da Igreja (Apóstolos, Setentas do Primeiro e Segundo Quorum) e os Presidentes de Missão se dedicam de tempo integral também (como os missionários). Apesar de terem suas profissões e carreiras quando são chamados interrompem suas demais ocupações para se consagrarem unicamente ao serviço de Deus. Eles recebem uma mesada para suas despesas e necessidades, bem como uma apartamento ou casa simples em que devem se manter pelo tempo em que forem chamados a lá permanecer. Alguns também recebem um carro para cumprirem seus ofícios. A mesada não é um salário, se parece, na verdade, mais como uma bolsa-auxílio. Essa mesada vária de acordo com o país e região - além das circunstâncias cronológicas - sendo impossível precisar um quantum de imediato para expor aqui. Há conselhos e comitês que determinam o destino do dinheiro e sua distribuição para que as mesadas sejam entregues e sejam apropriadas para cobrir as necessidades mais essenciais.
Muitos dos líderes Gerais da Igreja alcançaram grande sucesso profissional e realmente adquiriram grandes fortunas com o trabalho de suas próprias mãos. Eles "prosperaram na Terra" assim como Abraão, José, os antigos Israelitas e os nefitas. Eles não aceitam servir por causa de uma parca mesada em dinheiro. Seu motivo é nobre e santo - sabem que estarão a serviço de Deus e do próximo.
                Corior, um anticristo, acusou os líderes da Igreja de seu tempo de buscarem o lucro.   Alma, que era o profeta, lhes respondeu: "Tu sabes que não nos saciamos com o       trabalho deste povo; porque eis que tenho trabalhado desde o começo do governo dos              juízes até agora com minhas próprias mãos para o meu sustento, apesar de minhas                 inúmeras viagens por toda a terra, a fim de pregar a palavra de Deus a meu povo. E     não obstante os muitos trabalhos que fiz na igreja, nunca recebi um senine[2] que fosse                por meu trabalho; nem tampouco qualquer de meus irmãos, a não ser na cadeira de                juiz; e então recebemos apenas o estipulado por lei pelo nosso tempo. E agora, se                 nada recebemos pelos nossos trabalhos na igreja, que proveito temos em trabalhar na             igreja, a não ser divulgar a verdade, a fim de nos regozijarmos com a alegria de nossos                irmãos? Por que dizes tu, então, que pregamos a este povo para obter lucro, quando             tu próprio sabes que nada recebemos?" (Alma 30:32-35). De fato, "havia um severo            mandamento" na Igreja antigo (e estou certo de que há na Igreja moderna) de que    "houvesse igualdade entre todos os homens" e para que os membros da Igreja "não        permitissem que o orgulho e a vaidade perturbassem-lhes a paz; que todo homem      amasse o próximo como a si mesmo e trabalhasse com as próprias mãos para o seu          sustento. Sim, e que todos os seus sacerdotes e mestres trabalhassem com as próprias            mãos para prover o seu sustento em todas as circunstâncias, a não ser em caso de             doença ou de grande necessidade; e, assim fazendo, receberam a graça de Deus    copiosamente" (Mosias 27:3-4). O Senhor disse quanto a isso "Mas o trabalhador de                 Sião trabalhará por Sião; porque se trabalhar por dinheiro, perecerá" (2 Néfi 26:31).

2-      Na Igreja os dízimos e ofertas são bem administrados. Todo membro é incentivado a cumprir os mandamentos de Deus. E um desses mandamentos é o dízimo, que significa pagar 10% de toda a renda anual à Igreja (Malaquias 3:8-10; GEE "Dízimo"). Há também ofertas, como a oferta de Jejum - que visa auxiliar os pobres e necessitados. A doação dessas ofertas - e o pagamento do dízimo - é feito de maneira discreta. Não há recolhimentos durante as reuniões.
Esse dinheiro - do dízimo e das ofertas - é sagrado. Há estritas regras para seu recolhimento e depósito (por exemplo: os membros devem pagar os dízimos e ofertas preenchendo três papeletas, sendo que uma fica com eles; os membros do bispado fazem o "fechamento" dos valores e o depositam no mesmo dia - sendo sempre acompanhados por testemunha, etc.). Se um líder envolver-se em alguma conduta ou prática errônea quanto aos dízimos e ofertas será imediatamente excomungado. Repito: o dinheiro é considerado sagrado. Há um comitê, formado pelo Bispado Presidente e pela Primeira Presidência que determina o que é feito com o dinheiro. A construção de Templos, a impressão de escrituras, a construção de capelas, a criação e  manutenção de programas da Igreja são algumas das destinações mais pungentes. O trabalho de ajuda humanitária que a Igreja realiza é sem precedentes. O auxílio não existiriam sem que a Igreja tivesse recursos.
O irmão Mauro Loureiro, que é membro da Igreja, em seu blog escreveu: "O sistema de ajuda da Igreja funciona.  Além de vultosa ajuda humanitária, a Igreja mantém um sistema de apoio às famílias que é único.  O bispo organiza a ajuda, atendendo às necessidades das famílias individualmente.  É comum que em cada uma das mais de 5000 unidades da Igreja só no Brasil (mais de 28000 no mundo) sejam ajudadas uma ou mais família todos os meses.  Seja em forma de alimentos, ajuda para o aluguel, medicamentos e outras necessidades, o Bispo tem autonomia para ajudar e isso acontece regularmente.  Além disso, há programas como o Fundo Perpétuo de Educação que financia universidades, centros de recursos para empregos equipados e altamente profissionais, serviços de apoio psicológico e aconselhamento familiar.  Cada membro jejua mensalmente deixando de comer 2 refeições, e doa esse valor para ajuda aos pobres.  Levando em conta os milhões de membros ativos no mundo, esses valores chegam aos milhões e são destinados exclusivamente aos necessitados.
Nenhum dinheiro é coletado publicamente.  As doações são feitas de forma individual e sigilosa.  Também não se cobra pela realização de cerimônias e boa parte do material distribuído é gratuito, sendo o restante vendido sem lucro ou subsidiado.  O preço atual da assinatura de um ano da revista da Igreja (que não possui publicidade) é de 5 reais.
A Igreja não tem pastores pagos, todos os líderes são voluntários e contribuem normalmente como qualquer outro membro.
Desde  sua fundação, a Igreja nunca teve um escândalo financeiro ou moral envolvendo sua liderança.
A organização interna da Igreja é impecável.  Os padrões de ordem e limpeza, a qualidade gráfica e editorial dos materiais, os conjuntos de relatórios, sistemas de computador, são compatíveis com os usados nas melhores empresas do mundo, ou melhores.
Todo dinheiro da Igreja sofre processos constantes de auditoria, e a sede da Igreja anualmente abre as contas para um comitê independente de auditoria com acesso a todas as contas.  O Presidente do Comitê presta contas publicamente aos membros[3].  Desvios e malversação acontecem de maneira localizada e são muito raros.
Mesmo em comunidades pobres, é comum vermos capelas excelentes, incompatíveis com a renda daquela população.  Isso acontece porque os recursos da Igreja são alocados segundo as necessidades e não conforme à arrecadação local.  A Igreja não tem dívidas, e seus recursos são administrados com muita sabedoria.
A liderança da Igreja vive de forma modesta em termos de padrões americanos.  Os poucos que dedicam seu tempo integral para a Igreja recebem alimentação e alojamento, mas não uma remuneração milionária.  O próprio Presidente da Igreja vive num apartamento confortável, mas modesto." (sublinhei; veja o artigo completo em http://mauroloureiro.wordpress.com/2012/02/13/mormons-sao-um-culto/)

3-      O Senhor ordenou que a Igreja se mantivesse independente. De fato em Doutrina e Convênios lemos: "Que pela minha providência, não obstante as tribulações que sobre vós cairão, a igreja permaneça independente, acima de todas as outras criaturas abaixo do mundo celeste" (D&C 78:14). Os primeiros lideres da Igreja encararam isso como um mandamento de se manterem livres das dívidas e capazes de se auto-sustentar. Realmente é um mandamento e é valido para Igreja e seus membros hoje. Não obstante, devido as grandes perseguições, a Igreja contraiu várias dívidas. Além disso, no começo do século XX, os Estados Unidos, agindo contra sua própria constituição, confiscou várias propriedades da Igreja[4]. Esse é um dos episódios mais tristes e sombrios da História da Igreja. Pouco a pouco, porém, com as bênçãos de Deus, o deserto floresceu como uma rosa e os santos prosperaram na Terra.
Hoje a Igreja é financeiramente independente - no sentido que não tem dívidas e pode arcar com seus programas e compromissos.

4-      A Igreja é registrada, no Brasil, como uma Associação. No Brasil a Igreja é uma associação e como tal não pode ter finalidade lucrativa. A Igreja, para cumprir as exigências legais no Brasil, possui um estatuto, registro e mantém seus dados em perfeita ordem. Assumir a forma de associação não apenas garante maior segurança jurídica para o Estado, mas protege de maneira muito mais ampla os membros de uma entidade religiosa contra exploração de seus líderes. Que eu saiba apenas uma outra organização religiosa esta arrojadamente e legalmente constituída como associação no Brasil (a saber: a igreja Adventista do Sétimo Dia).

5-      Quanto aos funcionários da Igreja. Alguns questionam-se com relação aos funcionários da Igreja. Quanto aos líderes gerais (não os locais) sabemos que recebem uma mesada tão somente para suas necessidades mais básicas - mas e quanto aos professores do sistema educacional da Igreja, funcionários administrativos da sede da Igreja, instrutores do Centro de Treinamento Missionário e outros? Não sã oeles assalariados? Sim! Essas pessoas realmente recebem um salário. Elas são empregados da Igreja. Não possuem um chamado eclesiástico, mas uma função profissional. Devido as exigências de uma organização mundial a Igreja precisa de funcionários. E esse funcionários precisam de salário para viver. "O trabalhador é digno de seu salário" (Mateus 10:10, I Timóteo 5:18). Sobre os professores de religião e instrutores do CTM ganham salário e tem como principal atividade ensinar o evangelho, o irmão Paul V. Johnson, que é administrador do SEI, disse:
"Pela definição de Néfi, vemos que se estabelecer como uma luz parece estar no cerne do problema das artimanhas sacerdotais. Os motivos de alguém se estabelecer como uma luz incluem obter lucro e louvor. Vamos analisar um pouco mais profundamente essas áreas. Há poucas semanas, conversei com um homem que tinha um irmão que ensinou no SEI por alguns anos e depois deixou o emprego. Ele não conseguia reconciliar em sua mente o fato de estar ensinando o evangelho por dinheiro. Aquele homem perguntou como eu consegui reconciliar isso em minha mente. Essa é uma boa pergunta. Como reconciliamos isso? A maioria de nós provavelmente já pensou nisso, talvez antes de sermos contratados e suspeito que muitas vezes depois disso. O Élder Spencer W. Kimball, quando era membro do Quórum dos Doze Apóstolos, deu a melhor explicação que já ouvi sobre o assunto: “Quero que nossos jovens nunca sejam ensinados por mercenários. Se algum de vocês estiver ensinando neste programa simplesmente para ter um emprego, quase que exclusivamente pelo salário, então espero que sejam designados para uma das outras áreas. Mas se seu salário não for seu principal interesse, mas sua maior e mais importante obsessão seja nossos filhos e seu crescimento e desenvolvimento, espero que ensinem em Nova York, Michigan, Wisconsin e Utah, onde estão meus filhos amados” (“What I Hope You Will Teach My Grandchildren and All Others of the Youth of Zion”, discurso para educadores religiosos, Universidade Brigham Young, 11 de julho de 1966, p. 8). Esse é o grande ponto-chave para nós. Onde está nosso coração? Se estiver voltado ao bem-estar de Sião e seus jovens, creio que estamos nos saindo bem. O desejo de obter lucro pode se manifestar em nossos deveres regulares e em nosso salário. Também pode manifestar-se em interesses paralelos relacionados como publicação de livros ou cursos de educação continuada. Pergunto: Uma pessoa pode receber salário no SEI e não estar envolvido em artimanhas sacerdotais? Sem dúvida que sim. Uma pessoa pode publicar livros, ser remunerada por cursos de educação continuada ou tirar proveito de outras oportunidades sem estar envolvida em artimanhas sacerdotais? Sim, pode. É uma questão de coração. Qual é a motivação? O que o Presidente Kimball disse é um ponto-chave nessa área. Quando nosso coração está voltado para o dinheiro, nossa visão fica anuviada e isso nos leva a más escolhas." (Conferência do SEI sobre Doutrina e Convênios e História da Igreja, 2002, 12 de agosto de 2002).

6-      Atividades Financeiras da Igreja. A Igreja tem ações na bolsa de valores, tem grandes fazendas, tem propriedades e diversos países, tem fabricas, tem parte de um shopping em Salt Lake City e outros investimentos. A Igreja é uma das maiores produtoras de gado nos Estados Unidos. Essas atividades financeiras servem para que a Igreja cumpra o mandamento de socorrer o próximo. A Igreja também é um exemplo para seus membros e para o mundo. A Igreja recebeu o mandamento de sair e surgir do deserto "brilhante como a lua e formosa como o sol e terrível como um exército com estandartes" (D&C 5:14). De fato, o destino dessa Igreja é tornar-se um Reino (Daniel 2:44-45). A Igreja deve estar preparada coletiva e individualmente. Essa preparação ajudou e ajuda as pessoas de todo o mundo. A Igreja estava presente para socorrer as vítimas do Tsunami da Indonésia, do Terremoto do Haiti, da Fome na Etiópia, etc. Centenas de cadeiras de rodas foram doadas em todo mundo, poços foram construídos, alimentos e roupas distribuídos...
As atividades financeiras da Igreja são melhor explicadas no site oficial da Igreja: http://www.lds.org/service/humanitarian?lang=por. Lá há vários dados e fatos interessantes. A página em inglês é mais completa: http://www.lds.org/service/humanitarian/church?lang=eng. Outro site interessante sobre Ajuda Humanitária: http://www.lds.org/church/news/archive/aux%C3%ADlio-humanit%C3%A1rio?lang=por e este: http://mormon.org/humanitarian-aid/Além desses sites há um excelente local, não patrocinado pela Igreja, que contém várias notícias sobre ajuda humanitária, bem-estar e programas Igreja - inclusive demonstrando onde a Igreja "coloca dinheiro". Recomendo fortemente o acesso: http://murilovisck.blogspot.com.br/
O Presidente Hinckley disse certa vez: " Assim como houve calamidades no passado, esperamos mais no futuro. O que devemos fazer? Alguém disse que não estava chovendo quando Noé construiu a arca. Mas ele a construiu, e as chuvas vieram. O Senhor disse: “Se estiverdes preparados, não temereis” (D&C 38:30). A principal preparação também está declarada em Doutrina e Convênios, onde lemos: “Portanto permanecei em lugares santos e não sejais movidos até que venha o dia do Senhor” (D&C 87:8). Cantamos este hino: Ao sentir tremer a terra, Dá-nos forças e valor. E chegando o julgamento, Ergue o braço protetor. (Jeová, Sê Nosso Guia, Hinos, no 40)
Devemos viver de modo a podermos invocar o Senhor pedindo Sua proteção e orientação. Essa é uma prioridade essencial. Não podemos esperar Sua ajuda se não estivermos dispostos a cumprir Seus mandamentos. Nós, membros desta Igreja,
temos prova suficiente do castigo da desobediência nos exemplos das nações jaredita e nefita. Cada uma delas foi da glória para a destruição por causa da iniquidade.
Sabemos, é claro, que a chuva cai tanto sobre justos quanto sobre injustos (ver Mateus 5:45). Mas mesmo que os justos morram, eles não estão perdidos, mas, sim, salvos pela Expiação do Redentor. Paulo escreveu aos romanos: “Porque, se vivemos, para o
Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos” (Romanos 14:8). Podemos dar ouvidos às advertências. Foi-nos dito que muito foi feito em relação à vulnerabilidade de Nova Orleans. Foi-nos dito pelos sismólogos que o Vale do Lago Salgado é uma zona de terremotos em potencial. Esse é o principal motivo porque estamos reformando amplamente o Tabernáculo da Praça do Templo. Aquele edifício histórico e notável precisa se tornar resistente a abalos sísmicos.
Construímos celeiros e armazéns, e neles estocamos necessidades vitais para o caso de calamidades. Mas o melhor armazém é o armazém da família. Nas palavras da revelação, o Senhor disse: “Organizai-vos; preparai todas as coisas necessárias” (D&C 109:8). Por três quartos de século nosso povo tem sido aconselhado e incentivado a fazer esses preparativos a fim de garantir a sobrevivência, caso haja uma calamidade.
Podemos reservar um pouco de água, alimentos básicos, medicamentos e roupas para manter-nos aquecidos. Devemos ter um pouco de dinheiro reservado para os dias difíceis. Mas o que eu estou dizendo não deve provocar uma corrida aos  supermercados ou coisa semelhante. Não estou dizendo nada que já não venha sendo declarado há muito tempo. Não devemos nos esquecer do sonho do faraó referente às vacas gordas e magras, as espigas cheias e as miúdas. José interpretou o significado desse sonho como indicativo de anos de fartura e anos de escassez (ver Gênesis 41:1–36).
Tenho fé, meus queridos irmãos, que o Senhor nos abençoará, cuidará de nós e nos ajudará, se formos obedientes à Sua luz, Seu evangelho e Seus mandamentos. Ele é nosso Pai e nosso Deus, e nós somos Seus filhos, e precisamos merecer em todos os aspectos o Seu amor e cuidado. Que façamos isso, é minha humilde oração, em nome de Jesus Cristo." ("Se estiverdes preparados não temereis", A Liahona, Novembro de 2005, pg. 62)

                A Igreja segue o modelo dado pelo Senhor - o mesmo de dispensações passadas. Ao ler o Pentateuco fica evidente que os levitas (que cuidavam das coisas espirituais) recebiam cidades, alimentos e até doações para que a obra prosseguisse. O mesmo padrão aconteceu na época do Salvador e entre os nefitas. A Igreja além de ter que pagar a luz que consome, precisa ser uma luz para o mundo.  No final, tudo pertence ao Senhor e Ele faz o que bem entender com aquilo que lhe pertence. Os membros da Igreja possuem fé neste princípio e é por isso que mantém-se firmes na barra de ferro.
                Quanto a pretensa manipulação cerebral dos líderes na Igreja sobre as pessoas - membros e não-membros já escrevi a respeito e não pretendo repetir as minhas considerações no momento. Mas tais podem ser acessadas aqui: http://lucasmormon.blogspot.com.br/2012/06/lavagem-cerebral.html
                Evidentemente meu texto não esta completo e certamente os que estão dispostos a criticar e a fomentar escândalos estarão a espreita para espalhar mentiras e maquiar a verdade. Creio cada dia mais nas palavras de Paulo: contra os frutos do Espírito não há lei (Gálatas 5:22-23). Realmente, contra o Espírito, que manifesta a verdade de todas as coisas, nenhum argumento, teoria, imperativo moral, decisão política e determinação legal ou judicial prospera. Às coisas de Deus precisam ser provadas pelo Espírito. Por isso eu convido os que estão hesitantes, temerosos ou duvidosos, a buscarem com sinceridade a certeza que Deus vive e que restauro Sua Igreja. E além disso que Ele, e ninguém mais, administra e governa sua Igreja.


[1] Alguns há que não tem dinheiro. Esses são auxiliados por um fundo missionário geral - mas tão logo retornam para casa, depois dos dois anos, procuram reaver o dinheiro que lhes foi doado.
[2] Uma das moedas dos nefitas (Alma 11:4-19)
[3] A Conferência Geral da Igreja - ocasião em que todos os membros da Igreja no mundo se reúnem é a ocasião dessa "prestação de contas". Veja o último relatório (feito em abril de 2012, concernente a 2011) em http://www.lds.org/general-conference/2012/04/church-auditing-department-report-2011?lang=por .
[4] Os dois episódios a seguir demonstram isso: "A lei Edmunds-Tucker, de 1887, incluía cláusulas que visavam destruir a Igreja como organização política e econômica. A lei dissolvia oficialmente a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias como corporação legal e exigia que a Igreja entregasse ao governo todas as suas propriedades cujo valor ultrapassasse cinqüenta mil dólares. As autoridades governamentais imediatamente passaram a confiscar todas as propriedades da Igreja. Por exemplo: Os prédios da Praça do Templo e outros escritórios da Igreja foram colocados sob sindicatura e depois alugados para a Igreja. Numa tentativa de impedir a chegada de conversos europeus, o governo dissolveu a Companhia do Fundo Perpétuo de Emigração, a principal agência de imigração. Um número cada vez maior de santos viu-se destituído de seus direitos eleitorais. As escolas foram colocadas sob a direção do supremo tribunal territorial, que era nomeado pelo governo federal. Delegados do governo dos Estados Unidos prenderam mais homens, os quais foram imediatamente condenados à prisão. Entre eles estava o Presidente George Q. Cannon. Apesar das prisões e encarceramentos serem motivo de sofrimento para as famílias, o maior problema enfrentado pela Igreja foi sua incapacidade de adquirir ou manter os fundos necessários para construir templos, sustentar o trabalho missionário, publicar materiais impressos e cuidar do bem-estar dos santos. Os líderes da Igreja conseguiram levar sua questão perante o Supremo Tribunal dos Estados Unidos, argumentando que o confisco das propriedades da Igreja pela aplicação da lei Edmunds-Tucker era inconstitucional. Mas em maio de 1890  Suprema Corte, numa decisão de cinco contra quatro, considerou constitucionais todas as medidas referentes à lei Edmunds-Tucker que haviam sido tomadas pelo governo. Apesar de desapontados com a decisão, os santos quase nada podiam fazer para evitar a iminente destruição econômica da Igreja." (História da Igreja na Plenitude dos Tempos, pg. 437-438)
Apenas quatro dias antes de sua ordenação, o Presidente Snow convocou uma reunião especial da Primeira Presidência e do Quórum dos Doze Apóstolos para discutir os graves problemas financeiros enfrentados pela Igreja. A Igreja tinha um débito de trezentos mil dólares como consequência direta da lei Edmunds-Tucker. Ela também havia assumido o sustento das famílias dos homens aprisionados por causa do casamento plural, assim como suas multas, despesas de tribunal e outros encargos legais. A construção do Templo de Salt Lake, a despesa aumentada com o ensino da Igreja e o bemestar e as despesas iniciais de várias indústrias aumentaram a grande dívida. Enquanto as obrigações financeiras da Igreja aumentavam, a coleta do dízimo havia diminuído na década de 1880 porque muitos membros hesitavam em contribuir enquanto o governo federal estivesse confiscando seu dinheiro. Além disso, oradores e autores hostis estavam divulgando tão eficazmente a idéia de que o dízimo era compulsório, que as palavras oferta voluntária foi impressa nos certificados do pagamento do dízimo. Assim, os líderes SUD viram-se obrigados a tomar emprestado grandes somas de dinheiro de diversas instituições financeiras durante a década de 1890, até que os juros isoladamente chegavam a cem mil dólares por ano. “Em julho de 1898, a Igreja devia 935 mil dólares aos bancos (aproximadamente a metade era devida a bancos de fora de Utah), mais de 100 mil dólares a empresas de Salt Lake City e mais de 200 mil dólares a santos dos últimos dias.”
Frank J. Cannon, que havia negociado com financistas do leste um empréstimo de um milhão e quinhentos mil dólares antes da morte do Presidente Woodruff, foi convidado pela Primeira Presidência a explicar o andamento de suas negociações. Preocupado com o que lhe foi informado nessa reunião, o Presidente Snow continuou a estudar, orar e ponderar a respeito dos problemas financeiros da Igreja. Ele estava muito preocupado com o envolvimento financeiro da Igreja em tantos empreendimentos puramente comerciais. Ele concluiu que metade dos meios usados para empreendimentos comerciais deviam ser utilizados na pregação do evangelho, um grande trabalho que precisava ser realizado. Por esse motivo, ele anunciou discretamente às outras Autoridades Gerais da Igreja que a Igreja não mais emprestaria dinheiro de instituições financeiras do leste dos Estados Unidos; ela iria, ao menos naquele momento, seguir uma política definida de economia financeira, livrando-se das dívidas o mais rápido possível. A Igreja então passou a desfazer-se de propriedades como o Deseret Telegraph System, a Utah Sugar Company, a Utah Light and Railway Company, suas propriedades em Saltair e algumas de suas minas.
                        O Presidente Snow autorizou a emissão de notas promissórias de curto prazo de 6 por cento, num total de um milhão de dólares, em vez da quantia de um milhão e quinhentos mil dólares que Frank J. Cannon estava negociando. Apesar dessas medidas, na primavera de 1899, nenhuma resposta completamente satisfatória havia sido encontrada para os difíceis problemas financeiros que a Igreja enfrentava. Depois das sessões da conferência geral de abril de 1899, o Presidente Snow sentiu-se compelido a novamente procurar o Senhor em sincera oração, pedindo sabedoria para resolver os  problemas financeiros da Igreja. Não recebeu uma resposta imediata. Ele sentiu, porém, que devia, juntamente com outras Autoridades Gerais, visitar St. George e outras comunidades no sul de Utah. Pelo menos dezesseis Autoridades Gerais, inclusive o Presidente Joseph F. Smith, acompanharam-no com sua esposa. Na época dessa visita, as colônias do sul de Utah estavam passando por uma seca bastante intensa.
No dia 17 de maio de 1899, quarta-feira, na sessão de abertura da conferência realizada no Tabernáculo de St. George, o Presidente Snow disse aos santos: “Estamos aqui porque o Senhor nos ordenou que viéssemos; mas o propósito de nossa vinda não me é claramente manifesto no momento, mas ser-me-á revelado durante nossa estada aqui”.LeRoi C. Snow, filho do Presidente, que estava fazendo a cobertura da conferência para o jornal Deseret News, relembra o que aconteceu: “De repente, meu pai parou de falar no meio do discurso. Um silêncio profundo tomou o salão. Nunca me esquecerei a emoção daquele momento enquanto viver. Quando ele começou a falar novamente, sua voz tornou-se mais firme e a inspiração do Senhor pareceu tomá-lo, assim como toda a congregação. Seus olhos pareciam brilhar e toda a sua face era radiante. Ele estava cheio de um poder fora do comum. Ele então revelou aos santos dos últimos dias a visão que estava acontecendo diante dele”.
O Presidente Snow disse aos santos que ele podia ver que o povo havia negligenciado a lei do dízimo e que a Igreja se veria livre das dívidas se os membros pagassem o dízimo honesto e integral. Disse então que o Senhor não estava satisfeito com os santos por não terem pago o dízimo e havia prometido que se pagassem o dízimo a seca seria removida e teriam uma colheita abundante. Depois da sessão da conferência, o Presidente Snow sentiu nova inspiração confirmando que a solução dos problemas financeiros da Igreja estava no pagamento do dízimo. Em reuniões realizadas em Leeds, Cedar City, Beaver e Juab e outras comunidades do sul de Utah, ele proferiu discursos vigorosos a respeito desse princípio do evangelho. Em Nephi, na região central de Utah, uma memorável reunião foi realizada na  qual o Presidente Snow mencionou a revelação que havia recebido a respeito da lei do dízimo e “comissionou todos os presentes a serem testemunhas especiais do fato de o Senhor haver-lhe concedido essa revelação”.Na sede da Igreja, o Presidente Snow novamente discursou de maneira
vigorosa a respeito do dízimo na conferência da Associação de Melhoramentos Mútuos realizada em junho. O Élder B. H. Roberts então pediu o voto da congregação, obtendo a aprovação unânime dos santos para a doutrina do dízimo então apresentada. Visivelmente emocionado, o Presidente Snow ergueu-se e declarou: “Todo homem presente, que fez essa promessa, será salvo no Reino Celestial”.
O dízimo foi pregado em todas as conferências de estaca, e um ano depois o Presidente Snow relatou que os santos haviam contribuído no ano anterior com o dobro do que tinham feito nos dois anos prévios. Sob inspiração, ele estabeleceu o programa que, por volta de 1907, livrou completamente a Igreja das dívidas. Muitos santos testificaram que não somente as janelas dos céus foram abertas para salvar a Igreja, mas aqueles que seguiram essa divina lei também foram abençoados tanto espiritual quanto materialmente. O Presidente Snow também tomou medidas para controlar de modo mais rigoroso a utilização dos fundos da Igreja. Ele criou um plano abrangente para administrar as despesas. Alguns especialistas financeiros recomendaram que houvesse uma descentralização da autoridade referente à utilização do dízimo. O Presidente Snow informou aos envolvidos que não tinha intenção de implementar esse plano, mas manteria esse poder nas mãos da Primeira Presidência, conforme a vontade do Senhor. (Ver D&C 120.)" (História da Igreja na Plenitude dos Tempos, pg. 454-456)

19 de jun. de 2012

Artimanha Sacerdotal

                Um dos maiores perigos é o envolvimento com artimanhas sacerdotais. De fato esse  foi o pecado de Lúcifer ao propor uma "outra maneira" de salvação para os filhos de Deus. Ele disse ao Pai: "Eis-me aqui, envia-me; serei teu filho e redimirei a humanidade toda, de modo que nenhuma alma se perca; e sem dúvida eu o farei; portanto dá-me a tua honra." (Moisés 4:1). Ele desejava estabelecer-se como luz. Devido a seu orgulho e pecado imperdoável, foi expulso, tornando-se Satanás.                 Agora, o Demônio procura desviar os outros filhos de Deus (que aceitaram o Salvador na vida pré-mortal) - e grande parte de seu empenho (o empenho do diabo) se demonstra nas artimanhas sacerdotais. Abaixo uma lista de citações de Profetas, Autoridade Gerais e professores do S&I que explicam o que é, e com o evitar artimanhas sacerdotais: 


                Élder Dallin H. Oaks disse: "Concentrando-se nas necessidades dos alunos, um professor do evangelho jamais terá sua visão do Mestre obscurecida por querer se autopromover ou por buscar seus próprios interesses durante a aula. Isso significa que um professor do evangelho nunca deve se comprazer em artimanhas sacerdotais, que significa "o homem pregar e estabelecer-se como uma luz para o mundo, a fim de obter lucros e louvor do mundo". (2 Né. 26:29) Um professor do evangelho não prega a fim de "[tornar-se] popular" (Alma 1:3) ou "por causa de riquezas e honrarias". (Alma 1:16) Ele segue o maravilhoso exemplo do Livro de Mórmon no qual "o pregador não era melhor que o ouvinte nem o mestre melhor que o discípulo". (Alma 1:26) Ambos olharão sempre para o Mestre." ("O Ensino do Evangelho", Conferência Geral Outubro de 1999, 2o Sessão de Domingo)

                Élder Stanley G. Ellis, dos Setenta, disse: "As escrituras contêm muitas passagens de orientação e admoestação para os portadores do sacerdócio. Uma das melhores é a seção 121 de Doutrina e Convênios. Nesses poucos versículos, o Senhor ensina que o sacerdócio só pode ser exercido em retidão. (...) Essa seção também nos adverte acerca das atitudes e ações que nos farão perder o poder do sacerdócio. Se “[aspirarmos] as honras dos homens”, tentarmos “encobrir nossos pecados”, [satisfizermos] nosso orgulho” ou “vã ambição,” ou procurarmos “exercer controle” sobre os outros, perderemos o poder do sacerdócio (ver versículos 35 a 37). A partir daí, estaremos praticando artimanhas sacerdotais. Teremos deixado o serviço de Deus e nos colocado a serviço de Satanás." ("Ele Confia em Nós", A Liahona, Novembro de 2006, pg. 51-52)

                Élder David A. Bednar disse: "Mas precisamos, irmãos e irmãs, ter o cuidado de lembrar em nosso trabalho que somos condutos e canais; não somos a luz. “Porque não sois vós quem falará, mas o Espírito de vosso Pai é que fala em vós” (Mateus 10:20). Nunca sou eu ou vocês. Na verdade, tudo o que fazemos como professores no intuito de intencionalmente chamar a atenção para nós mesmos — nas mensagens que apresentamos, nos métodos que usamos ou em nossa conduta pessoal — torna-se uma forma de artimanha sacerdotal que inibe a eficácia do ensino do Espírito Santo. “Prega-a pelo Espírito da verdade ou de alguma outra forma? E se for de alguma outra forma, não é de Deus” (D&C 50:17–18)." ("Aprender pela Fé", A Liahona, Setembro de 2007, pg. 23)

                O Presidente Joseph F. Smith ensinou: "Cremos (…) no princípio de revelação direta de Deus ao homem. O evangelho não pode ser ministrado nem a Igreja de Deus pode continuar a existir sem ele. (...) Cristo está à cabeça de Sua Igreja, não o homem, e a conexão somente pode ser mantida sob o princípio de revelação direta e contínua. (...) No momento em que esse princípio for retirado da Terra, a Igreja estará sem orientação ou direção, tendo sido separada de sua cabeça sempre viva. Nessa condição ela não pode continuar a existir, mas deixará de ser a Igreja de Deus e, como um navio no mar sem capitão, bússola nem leme, está a mercê das tempestades e das ondas das sempre tumultuosas paixões humanas, interesses mundanos, orgulho e insensatez, para terminar encalhada na praia das artimanhas sacerdotais e da superstição." (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph F. Smith, pg. 363).

                O Profeta Joseph Smith disse: "Que Deus nos permita cumprir os votos e convênios que fizemos uns com os outros, com toda fidelidade e retidão perante Ele, que nossa influência seja sentida entre as nações da Terra, com força vigorosa, de modo a esfacelar o reino das trevas e vencer as artimanhas sacerdotais e a iniquidade espiritual em lugares elevados e esmigalhar todos os reinos que se opõem ao reino de Cristo e espalhar a luz e a verdade do Evangelho, dos rios aos confins da Terra" (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph Smith, pg. 159-160).

                O Profeta Joseph Smith disse também: “O mormonismo é a verdade; e todo homem que o aceita se sente livre para aceitar toda verdade: Conseqüentemente, são imediatamente libertados das correntes da superstição, fanatismo, ignorância e artimanhas sacerdotais; e seus olhos são abertos para a verdade, que prevalece imensamente sobre as artimanhas sacerdotais." (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph Smith, pg. 276).

                O Élder M. Russell Ballard, disse que as artimanhas sacerdotais podem ocorrer tanto na Igreja como entre os inimigos da Igreja: “Portanto, tomemos cuidado com os falsos profetas e falsos mestres, sejam homens ou mulheres, que colocam a si mesmos como se fossem porta-vozes da doutrina da Igreja e procuram espalhar doutrinas falsas para atrair seguidores por meio de simpósios, livros e periódicos cujo conteúdo se opõe às doutrinas fundamentais da Igreja. Acautelem-se daqueles que dizem e publicam coisas contrárias às ensinadas pelos verdadeiros profetas de Deus e que ativamente tentam fazer seguidores sem qualquer consideração pelo bem eterno daqueles a quem seduzem. Como Neor e Corior do Livro de Mórmon, valem-se de sofismas para enganar e levar outras pessoas a aderir a seus pontos de vista. Colocam a si mesmos ‘como uma luz para o mundo, a fim de obter lucros e louvor do mundo; não [procuram], porém, o bem-estar de Sião’ (2 Néfi 26:29)” (Conference Report, outubro de 1999, p. 78; ver também “Acautelai-vos dos Falsos Profetas e Falsos Mestres”, A Liahona, janeiro de 2000, p. 73).

                Néfi explicou que as artimanhas sacerdotais ocorrem quando o homem coloca-se a si mesmo “como uma luz para o mundo” (2 Néfi 26:29). Jesus ensinou o contrário disso aos nefitas: “Eis que eu sou a luz que levantareis” ( 3 Néfi 18:24).
                 "O maior problema das artimanhas sacerdotais é que não se ensina o arrependimento: “Porque eram da seita de Neor e não acreditavam no arrependimento de seus pecados” (Alma 15:15) (...)
                Neor incentivava as artimanhas sacerdotais e a autopromoção para conquistar riquezas e honrarias. Seu exemplo mostra que devemos desconfiar de quem prega para conquistar fama ou riquezas." (Manual do Aluno do Curso no Livro de Mórmon, Manual de Religião 121-122, edição 2012, pg. 179)

                O irmão Paul V. Johnson, que é administrador do S&I, disse: "Além de obter lucro, Néfi disse que as pessoas se estabelecem como uma luz para obter o louvor do mundo. Alguns professores têm grande desejo de ser elogiados. Para obter esse louvor, pode ser que comecem a estabelecer-se como uma luz. Quando as pessoas olham para eles como se fossem uma luz, ficam dispostas a lhes dar o louvor que eles desejam. Isso pode aumentar seu desejo por mais louvor, e o ciclo continua. Isso se torna perigoso porque pode levar os professores a alterarem a doutrina ou ensinarem coisas que não deviam ser ensinadas ou usarem métodos didáticos que não deviam ser usados para exibirem-se como uma luz.
                Em 1987, o Élder Marvin J. Ashton, do Quórum dos Doze Apóstolos, disse: “Tomem cuidado, fiquem atentos e sejam sábios quando as pessoas falarem bem de vocês. Quando as pessoas os tratarem com muito respeito e amor, tomem cuidado, estejam atentos e sejam sábios. Se vocês forem honrados e reconhecidos e se tornarem famosos, isso pode ser um fardo e uma cruz, especialmente se vocês acreditarem no que for dito a seu respeito. (...)
O louvor do mundo pode ser uma cruz pesada de carregar. Ao longo dos anos, muito frequentemente ouvi dizer: ‘Ele era grande até se tornar um sucesso, daí não conseguiu lidar com isso’. Não estou falando de dinheiro e posição. Estou falando de reconhecimento, até em responsabilidades na Igreja. (...) Oro para que não nos deixemos ser levados pelo louvor,
sucesso ou mesmo pelo cumprimento de metas que estabelecemos para nós mesmos” (“Carry Your Cross”, Brigham Young University 1986–1987 Devotional and Fireside Speeches, 1987, p. 141). (Conferência do SEI sobre Doutrina e Convênios e História da Igreja, 2002, 12 de agosto de 2002).

                O Élder Dallin H. Oaks também disse: "Os professores que são mais populares — e portanto mais eficazes — têm uma susceptibilidade particular a esse tipo de artimanha sacerdotal. Se não tomarem cuidado, seu ponto forte pode se tornar sua pedra de tropeço espiritual. Eles se tornam como Almon Babbitt, com quem o Senhor não estava satisfeito porque, como declara a revelação: ‘Ele aspira a estabelecer seu próprio conselho, em vez do
conselho que decretei, sim, o da Presidência de minha Igreja; e estabelece um bezerro de ouro para meu povo adorar’. (D&C 124:84)" (“Our Strengths Can Become Our Downfall,” Brigham Young University 1991–1992 Devotional and Fireside Speeches, [1992], p. 111).

                Em 1989, no Assembly Hall, o Presidente Howard W. Hunter, que na época era Presidente do Quórum dos Doze Apóstolos, fez um discurso no programa anual "Uma Noite com uma Autoridade Geral" para os profesores do S&I. Ele disse: “Gostaria de deixar-lhes uma palavra de advertência. Tenho certeza de que reconhecem o perigo em potencial de terem tamanha influência e serem tão persuasivos a ponto de que seus alunos desenvolvam uma lealdade a vocês em lugar do evangelho. Esse é um problema maravilhoso com o qual devemos lutar, e esperamos que todos vocês sejam professores tão carismáticos assim. Mas há um perigo real envolvido. É por isso que vocês precisam convidar seus alunos a lerem as escrituras propriamente ditas, não apenas lhes dar sua interpretação e apresentação delas. É por isso que vocês precisam convidar seus alunos a sentir o Espírito do Senhor, e não apenas lhes dar sua impressão pessoal a esse respeito. É por isso, no final das contas, que vocês precisam convidar seus alunos a achegarem-se diretamente a Cristo, e não apenas lhes ensinar Suas doutrinas, por melhor que o saibam fazer. Nem sempre vocês estarão à disposição desses alunos. Vocês não poderão conduzi-los pela mão depois que tiverem saído do curso médio ou da faculdade. E vocês não precisam de discípulos pessoais. (...)
                Certifiquem-se de que a lealdade desses alunos seja para com as escrituras e o Senhor e as doutrinas restauradas da Igreja. Indiquem-lhes o caminho para Deus, o Pai, e Seu Filho Unigênito Jesus Cristo, e para a liderança da Igreja verdadeira. Certifiquem-se de que, quando o glamour e o carisma de sua personalidade e discursos e o ambiente da sala de aula se forem, eles não fiquem de mãos vazias para enfrentar o mundo. Dêem-lhes dádivas que eles levarão consigo quando tiverem que ficar sozinhos. Se fizerem isso, toda a Igreja será abençoada pelas gerações futuras. (...)
                Gostaria de deixar-lhes uma palavra de advertência [sobre o assunto de ensinar pelo Espírito]. Creio que se não formos cuidadosos como educadores profissionais que trabalham todos os dias, podemos começar a tentar simular a verdadeira influência do Espírito do Senhor por meios indignos e manipulativos. Fico preocupado quando aparentemente as emoções fortes ou as lágrimas copiosas são igualadas à presença do Espírito. Sem dúvida o Espírito do Senhor pode produzir fortes sentimentos emocionais, inclusive lágrimas, mas a manifestação externa não deve ser confundida com a presença do Espírito propriamente dita” (Eternal Investments, discurso para educadores religiosos, 10 de fevereiro de 1989, pp. 2–3)

                O Élder Robert D. Halles disse: "“Todos vocês que ensinam no seminário e instituto têm no coração o desejo de ser um anjo. Isso é bom, mas vocês estão sujeitos à grande tentação de desempenhar o papel do flautista da flauta mágica e imaginar que irão reunir todos os seus alunos a seu redor e induzi-los com seu amor a que desenvolvam um testemunho; ou de sentir que se conseguirem tornar-se muito populares, poderão liderá-los, ser um exemplo para eles e fazer uma grande diferença na vida de seus alunos. (...) Não existe nada mais perigoso do que quando um aluno dirige sua admiração e atenção ao professor em lugar do Senhor, da mesma forma que um converso faz com um missionário. E então, se o professor ou o missionário for embora ou comportar-se de modo contrário aos ensinamentos do evangelho, o aluno ficará extremamente desapontado. Seu testemunho enfraquecerá. Sua fé será destruída. O professor realmente bom toma cuidado para que os alunos se voltem ao Senhor. Depois que tivermos tocado a vida dos jovens, temos que voltá-los para Deus, o Pai, e Seu Filho, nosso Redentor e Salvador Jesus Cristo, por meio da oração, estudo e a aplicação prática dos princípios do evangelho na vida deles” (Teaching by Faith, discurso para educadores religiosos, 1º de fevereiro de 2002, p. 7).

                O irmão Paul V. Johnson, que é administrador do S&I, disse: "Um dos desafios para reconhecer e evitar as artimanhas sacerdotais é que essa é uma questão que envolve as motivações e desejos. É como o orgulho. Na verdade, o orgulho é a origem do problema. Quando há um acidente numa fábrica, geralmente há sinais visíveis, como sangue ou histeria. A maioria das pessoas reconhece imediatamente que houve um acidente. Mas isso não acontece com os danos causados ao coração. Precisamos ser mais sensíveis para reconhecer os primeiros sinais de problemas espirituais." (...)
                "Uma vez que as artimanhas sacerdotais envolvem motivações e desejos, a melhor maneira de combatê-las é em nível pessoal. É muito melhor procurar policiar-nos nesses assuntos antes que se tornem motivo de preocupação para os líderes e supervisores do sacerdócio. Trata-se de um assunto a respeito do qual precisamos estar muito atentos em nossa vida. Ele tem a tendência de imiscuir-se em nossa vida, se não formos diligentes."        (Conferência do SEI sobre Doutrina e Convênios e História da Igreja, 2002, 12 de agosto de 2002).

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A seguir um comentário que fiz no livro "Considerações sobre o Apocalipse":

Apocalipse 2:14 - Doutrina de Balaão. Balaão foi um profeta do Senhor contemporâneo a Moisés. Infelizmente ele deixou-se corromper e cedeu a vaidade. Preferiu as riquezas de Balaque do que atentar para o conselho do Senhor. Tão cego estava este profeta que o Senhor teve abrir a boca da jumenta para adverti-lo. Entretanto, Balaão amava Mamon, ou seja, as riquezas do mundo. Como os homens do sacerdócio só podem usar o poder de Deus de acordo com a Vontade divina, Balaão não conseguiu amaldiçoar Israel, antes a abençoou (Números 22-24). Ele até profetizou a respeito do Salvador, que viria da linhagem daquele povo (Números 24:14, 17 e 19).
                Balaão viu que Deus era com aquele povo, por isso instou Balaque e seu povo, que eram os moabitas, a corromperem os israelitas com pecados sexuais. Balaão entendia que se os israelitas se tornassem indignos, então a proteção do Senhor cessaria. E foi o que aconteceu. Os israelitas tomaram para si mulheres entre os moabitas, e uma série de desgraças se sucedeu (Números 25; 31:16-18).
                Balaão se tornou símbolo daqueles que usam seu chamado e seus dons a fim de obter riquezas e fama. Balaão praticou artimanha sacerdotal, que é um "homem pregar e estabelecer-se como uma luz para o mundo, a fim de obter lucros e louvor do mundo" (2 Néfi 26:29). Todos aqueles que cometem tal pecado seguem a doutrina de Balaão e amam o "prêmio da injustiça" (II Pedro 2:15).

10 de jun. de 2012

Lavagem Cerebral


                Não é a primeira vez que ouço a acusação de que os membros da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias sofreram e sofrem lavagem cerebral. Apesar de ser uma acusação infundada e ridícula, pretendo respondê-la de maneira terminativa, resoluta e clara.

1º. Quanto a origem, determinação e julgamento dos acusadores.

                Aqueles que frequentemente acusam os membros da Igreja de manipuladores e manipulados, ou melhor - pessoas manipuladas que são manipuladores de outras - são ex-membros da Igreja, que foram excomungados por condutas imorais e apostasia ou pessoas com fortes sentimentos anti-mormons. Digo isso inicialmente porque todos sabemos que alguém que é antipático ou tem aversão a alguma causa dificilmente encontrará espaço no seu discurso para apontar virtudes - de fato, muito frequentemente, ainda que não intencionalmente, realçará o que considera mais pernicioso e maléfico - e acentuará aquilo que, ao seu ver, é vil e fraudulento. Muitas vezes em sua paixão, essas pessoas, de maneira ardilosa, enganadora e calculista prestam falso testemunho com uma lábia fugaz  apenas para inflamar, perturbar, condenar e se autogratificar. Elas usam como provas fatos históricos pouco conhecidos, cuja autenticidade é questionável ou elementos verdadeiros fora do contexto ou maquiados - a fim de parecerem coisa plausíveis, mas que são, na verdade, lorotas e devaneios.
                Certo é que só porque alguém é contra algo e luta ardentemente por uma causa não significa que esteja sendo desonesto ou faltando com a verdade de qualquer forma. Embora nem sempre use meios adequados, algumas pessoas falam a verdade com sinceridade e boas intenções. Não estou condenando aqui os meios de transmissão da verdade. Muitas vezes é necessário energia para defender o justo, o bom, o puro e o reto. O entusiasmo e otimismo dos que se envolvem em uma causa nobre, especialmente contra o mal é algo para ser admirado e preservado. Muitos chegam a dar a vida. Assim era a força de Elias, o profeta, que  drasticamente enfrentou os falsos profetas de Baal (I Reis 18). Talvez alguns questionem a intensidade com que defendeu suas ideias. Mas ele não defendia simplesmente ideias. Ele defendia Deus e a verdade. Às vezes[1] é necessário um conduta tão forte e revolucionaria quanto a dele. O Salvador usou chicotes para defender a santidade do Templo (Mateus 21:12-13, João 2:13-14) e os nefitas espadas em defesa de suas famílias e religião (Alma 46).
                A bravura, a persistência, o vigor e a coragem porém, nem sempre são atributos divinos. Quem poderá negar que o diabo e seus servos são pouco diligentes? Portanto, a mera determinação não qualifica uma causa como boa e verdadeira. O diabo, na realidade, esta tão determinado em levar o homem para o inferno quanto Deus o esta para levá-lo aos céus.
                Assim, a luta dos injustos parece tão motivada quanto a dos justos. Desse modo, não se pode julgar apropriadamente uma pessoa somente por sua eloquência ou sinceridade como a mais correta, justa e certa. Os argumentos inflamados comumente merecem o filtro da dúvida.
                Todos sabem disso. Um torcedor fanático pode falar bem do time adversário? Um filosofo que se prende a uma teoria pode explicar com os mesmo brilho e encanto as muitas outras? Uma musicista apaixonada por um ritmo e certo instrumento musical consegue apreciar, em sua totalidade e mágica, todos os outros instrumentos, sem preconceito algum? Por mais que o homem tente ser neutro e dar uma sentença desvinculada e totalmente imparcial e isenta isso é impossível. Só os positivistas mais doentes poderiam afirmar que uma total e completa divisão das ideias e ideias é realizável e sempre bem-vinda. Todavia, por mais que nos esforcemos, acabamos considerando tudo e todos ao nosso redor com o prima subjetivo de nosso próprio ser. As experiências que temos ao decorrer da vida - as boas e ruins - e as forças invisíveis a nossos olhos que nos influencia - além de nossa capacidade de raciocínio e método de aprendizado - acabam nos concedendo paradigmas e perspectivas diferenciadas. O grande mandamento de não julgar já foi traduzido, para nosso melhor esclarecimento, como o de tomarmos cuidado quando julgamos porque com o mesmo juízo que julgarmos seremos julgados[2] (Morôni 7:18). Assim, todos julgam. E é bom que o façam. Por que é covarde aquele que se esconde no aparente confortável terreno do ceticismo e descrença - apenas para não se comprometer com uma causa - evitando assim as responsabilidades inerentes a conversão.
                Agora uma questão importante é julgar corretamente. Estariam os homens que acusam os mórmons de deturparem a mente da humanidade corretos? Estariam eles, pro mais veementes que fossem julgando corretamente?
                Ora, para julgar corretamente neste caso não basta respeitar alguma forma pré-estabelecida  - como no caso de um juiz togado que segue os procedimentos legais. Deve-se buscar a essência, a justiça, a equidade. Deve-se buscar uma revelação dos céus. Mas esse é exatamente o ponto em que os críticos nos atacam. Portanto, pelo menos por ora, a solução seria ouvir o outro lado. Usando um princípio bem conhecido pelos juristas: o contraditório.
                O grande problema dos que acusam a Igreja de fazer lavagem cerebral (e de outras coisas também) é que eles não estão dispostos ao ouvir a resposta que temos.. E pior: não querem que ninguém mais a ouça.
                Mas se pudéssemos pedir o mesmo que Paulo pediu ao Rei Agripa, e fossemos atendidos prontamente como ele foi, já ficaríamos muito satisfeitos: "te rogo que me ouças com paciência", "É permitido que te defendas." (Atos 26:1, 3).
                Assim, como disse um homem sábio certa vez: "se você quer saber algo sobre uma religião não pergunte a um perseguidor e crítico sobre ela, mas sim, a um de seus membros devotos e fiéis - procure o que há de melhor nela - e depois faça sua consideração. É fácil criticar e achar defeitos."
                Os apologéticos, com sua paixão, podem facilmente ignorar ou desperceber alguns pontos, verdade. Mas os céticos e críticos também fazem o mesmo. Portanto, na grande discussão de alguma verdade, o mínimo de sabedoria, para aqueles que já possuem discernimento, é ouvir os dois lados - e depois tomar uma decisão e julgar.
                Felizmente creio na Luz de Cristo - uma luz positiva que direciona para o bem e a verdade, cuja uma das manifestações é a consciência. Creio também no Espírito Santo, que conhece todas as coisas e pode mostrá-las aos homens (Morôni 7:16, 10:5, GEE "Luz de Cristo"). Essas poderosas influencias ajudarão todos os homens que estiverem compromissados em encontrar a verdade e defendê-la a qualquer custo.
                E por fim, devo dizer que a verdade permanecerá. O tempo é o aliado dos justos. E com o diz o hino: "E maior esplendor a verdade terá, / Quando toda a coroa de rei e Senhor, / Se tornar em escória sem luz!" (Hinos # 171).

2º. Quanto as técnicas de manipulação e controle da mente.

                Quanto a lavagem cerebral: nem se sabe ao certo se é um prática possível - ou seja, há sérias questões médicas e psicológicas que duelam com a ideia de uma manipulação mental (http://pt.wikipedia.org/wiki/Lavagem_cerebral)
                Mas que há várias técnicas para enganar e iludir isso é certo. Sobre a hipnose, pro exemplo, a posição oficial da Igreja é: "O uso da hipnose sob supervisão médica profissional e competente para o tratamento de doenças ou distúrbios mentais é uma questão médica que deve ser determinada pelas autoridades médicas competentes. Os membros não devem participar de sessões de hipnose para entretenimento ou demonstração." (Manual 2, "Seleção de normas e diretrizes da Igreja", http://www.lds.org/handbook/handbook-2-administering-the-church/selected-church-policies?lang=por#213)
                A Igreja, portanto, só recomenda a utilização de hipnose quando indicado e supervisionado por médico competente. O arbítrio, segundo a teologia da Igreja, é uma das dádivas mais sagradas e deve ser sempre protegido.  De fato, segundo o Livro de Mórmon e Doutrina e Convênios a liberdade deve ser defendida até com a espada se necessário (Alma 43:47 e D&C 98).
                Satanás, que não tem um corpo, procura dominar-nos, manipular-nos e destruir-nos. Ele usa as distrações e os extremos - como o fanatismo e o ceticismo - para cumprir seus propósitos. Uma de suas grandes ferramentas é o mal que as drogas trazem - pois embotam a mente e o espírito, tornando-nos vulneráveis, alienados e passivos ou raivosos - em outras palavras - nosso arbítrio fica seriamente prejudicado e Satanás exerce o controle sobre nosso mente e corpo.
                A Igreja e a doutrina do evangelho se erguem contra toda substância, todo tratamento, todo costume, todo ato, toda ideia que limite ou retire a preciosa liberdade de escolha.
                Alguns do opositores da Igreja afirma que fazemos lavagem cerebral ao ensinarmos as criancinhas sobre o evangelho. Outros culpam os missionários da Igreja de aproveitadores - pois estariam manipulando por meio de técnicas de ardilosas - como a técnica da auto-sugestão - as pessoas que não são membros à se batizarem. A técnica da auto-sugestão seria usada, por exemplo, quando os missionários convidam seus pesquisadores a orar. Eles diriam como a pessoa deve orar - e como será sua resposta. Quando a pessoa for orar, lembrará do que os missionários ensinaram e, por ter aquela ideia plantada na mente, criará uma resposta à sua oração a partir de sua imaginação.
                Só tenho uma objeção quanto a tudo isso: é um ensinamento falso. É falso por vários motivos. Primeiro, os missionários são livres para ensinarem o evangelho como bem entendem. Eles devem seguir os sussurros do Espírito e estão preparados para usar técnicas de ensino para ensinar adequadamente - mas não há manipulação. Pensem: como ensinaríamos rapazes de 18 anos a serem mestres da manipulação em apenas 19 dias? Pois esse é o tempo que passam recebendo treinamento antes de suas missões. E mesmo que conseguíssemos tal proeza em rapazes e moças tão jovens - seria impossível prever todo tipo de pessoas que eles encontrariam mundo a fora. Os missionários lidam com todo tipo de gente - as mais variadas personalidades - não há como estar preparado para manipular tantos tipos de pessoas. Os grandes 'mestres da manipulação" estudam durante anos - e mesmo assim não obtém 100% de sucesso em seu ofício. Pois é notório que nem todas as pessoas são passiveis de hipótese, por exemplo.
                A Igreja tem 14 milhões de membros. Será que 14 milhões de pessoas foram enganadas e só uns poucos - os que deixaram a Igreja - são os iluminados, libertos ou sábios que desvendaram o grande segredo e se "libertaram" do controle mental?
                Se essa hipótese for levada em consideração peço que dêem uma olhada, ainda que superficialmente, na vida das pessoas que são assíduas na Igreja e das que se afastaram e acusam a religião de manipuladora. Sei que isso é difícil de constatar. Mas não é impossível. Eu mesmo já vi os dois tipos. Vi que àqueles que permanecem fiéis na Igreja são mais felizes, saudáveis e inteligentes do que àqueles que deixaram a Igreja. Eu sei dessas coisas, repito, porque as vi. Conheço pessoas que, por um motivo ou outro, deixaram de acreditar - e passaram a apontar falhas e ver erros. A vida delas não é boa. Eles vivem em contradição, preconceito e magoa. E não se contentam até que outros se sintam como eles.
               

3º. Quanto ao treinamento e pregação dos missionários.

                Fui instrutor dos missionários que passam pelo Centro de Treinamento. Eu os manipulava? Claro que não. E mesmo que eu o fizesse - depois daqueles 19 dias eles tinham dois anos à sua frente sem um treinamento intensivo - se houvessem sofrido lavagem cerebral certamente poderiam libertar-se em dois anos não acham? Pois nesses dois anos pouca supervisão teriam - apenas uma entrevista de 15 minutos a cada dois meses. Mas é claro, há outra possibilidade. Eu, com minha grande maturidade aos 21 anos de idade, era um professor tão bom a ponto de manipular os missionários por dois longos anos - e por toda vida, na realidade - por que a maioria deles, após voltar para casa, continua fiel a causa.
                Mas na verdade, que converte e prepara os missionários é Deus. O que fazia como professor era tão somente mostrar-lhes as escrituras e ensinar-lhes algumas técnicas. Que técnicas? Ensinava os missionários a olharem nos olhos das pessoas, a ouvirem o que elas tinham a dizer, a fazer perguntas com sentido, etc. Ensinava os missionários a serem didáticos e espirituais - não manipuladores. Manipulação é diferente de persuasão. A persuasão respeita o arbítrio. E é isso que ensinava.
                Não é um milagre que jovens instrutores, inexperientes, ensinem jovens mais inexperientes ainda a irem e pregarem as doutrinas simples do evangelho de maneira clara? Qualquer um que duvida do que eu disse não conhece os missionários da Igreja. Convido-os a conhecerem. Eles são jovens, são educados, são autênticos e são felizes. Há um brilho nos olhos deles. E esse é o Espírito irradiando sua luz através deles. Qualquer outra explicação me soa como devaneio.
                Os missionários ensinam sobre amor, fé e esperança. Eles ensinam sobre Cristo. Ensinam que Deus trouxe de volta à Sua Igreja nesses últimos dias. A maioria das pessoas não entra na Igreja por que aprendeu muito com os missionários - a maioria entra na Igreja porque sentiu que aquilo que eles falavam era algo bom e faria bem a elas.
                É certo batizar uma pessoa que não sabe com toda certeza que a Igreja é verdadeira? Claro, se ela quiser ser batizada o que a impede? A fé não é um perfeito conhecimento, mas é uma esperança de que as coisas que não vemos são verdadeiras (Alma 32:21). O requisito para o batismo é desejo e humildade. Mas além disso, a Igreja adicionou vários requisitos: as pessoas precisam frequentar mais de uma reunião sacramental aos domingos, precisam receber todas as lições missionárias, precisam ser entrevistadas por um missionário-líder, etc. Uma pessoa demora em média um mês para ser batizada no Brasil (e isso é bem rápido, em comparação a outros lugares do mundo) Em um mês, encontrando os missionários duas vezes por semana mais ou menos, ela poderá escolher entrar para Igreja ou não. E depois de entrar - permanecer ativa ou não. A escolha é sempre dela, e ninguém da Igreja a forçará a nada.
                É verdade que existem casos pontuais de missionários que tentam manipular as pessoas. Mas esses são casos raros e infrutíferos. Esse tipo de missionário não tem sucesso, porque o Espírito Santo não o acompanha e as pessoas não são tolas. Ainda mais hoje em dia.

4º. Quanto ao meu testemunho.

                Não conheço Igreja que disponibilize sua História de maneira tão abrangente quanto a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Há centenas de livros e artigos publicados. Os procedimentos da Igreja são conhecidos por todos os membros - exceto pelos preguiçosos que não se dão ao trabalho de tão somente olhar e ver. Tudo é feito de maneira organizada e clara.
                Não conheço doutrina que seja mais lógica, racional e clara que as doutrinas do evangelho restaurado. Tudo faz sentido e tudo se encaixa. É verdade que não conheço todas as coisas e que há muito a se aprender. Mas por meio de revelação toda pergunta pode ser sanada e toda duvida resolvida.
                Enfim, não conheço manipulação ou lavagem cerebral alguma nesta Igreja. Pelo contrário - vejo pessoas inteligentes e nobres. Vejo bons vizinhos, bons cidadãos e exemplares cumpridores da lei. Vejo crianças talentosas, jovens que se destacam na música, literatura, artes e ciência. Vejo bons pais e grande líderes. De fato, há mórmons que se destacam em todas às áreas. O exemplo deles fala mais alto aqui. Se a alienação mental deles, causada por um rapaz acusado de louco do inicio do século XIX, concede tanta proeza e sucesso - tanta alegria e bem-estar - então é bom que todos tenham sua mente lavada pelos mórmons!
                A loucura da pregação de Deus é mais sábia que todo argumento humano (I Coríntios 1:21, 25).
               Alguns consideram que a obtenção de uma certeza de coisas espirituais é loucura. Essas pessoas não crêem que se possa obter um testemunho - que é um "conhecimento e confirmação espiritual que dá o Espírito Santo" (GEE "Testemunho"). Todavia, essas pessoas não podem provar sua afirmação. De maneira astuciosa e fraudulenta elas exigem um sinal - querendo receber uma manifestação espiritual que as convença terminantemente de que existe coisas que não se vêem e que a fé faz sentido. Essas pessoas não entendem que (1) não recebemos testemunho se não depois da prova de nossa fé (Éter 12:6) - o que significa que para recebermos ma confirmação espiritual precisamos viver o evangelho, precisamos prová-lo - porque o Senhor disse que "se alguém quiser fazer a vontade [do Seu Pai], pela mesma doutrina conhecerá se ela é de Deus, ou se eu falo de mim mesmo" (João 7:17) - é guardando os mandamentos que descobrimos que são bons e verdadeiros. (2) Satanás procura fazer com que as pessoas não acreditem em Deus e em seu poder - a incredulidade resulta no afastamento do homem de Deus. Cessam os dias de milagres quando o homem cede ao maligno (Morôni 7:35-37, 3 Néfi 1:22 e 2:3). (3) Se um injusto exigir um sinal, e persistir nesse desejo, querendo provar Deus, receberá um sinal - mas não para sua salvação. Essa pessoa faz parte de uma geração má e adultera (D&C 46:9, 63:11; Mateus 12:39). (4) Para se obter um testemunho deve-se:
·         ser humilde ("Sê humilde; e o Senhor teu Deus te conduzirá pela mão e dará resposta a tuas orações" - D&C 112:10; "Condição de ser manso e doutrinável (...). A humildade inclui reconhecermos nossa dependência de Deus e desejarmos sujeitar-nos a sua vontade" - GEE "Humildade")
·         orar com fé, real intenção e um coração sincero ("E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, e o não lança em rosto, e ser-lhe-á dada. Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando" - Tiago 1:5-6; Coração é "o símbolo da disposição e vontade do homem e, figurativamente, a fonte de todas as emoções e sentimentos" - GEE "Coração"; "E, se perguntardes com um coração sincero e com real intenção, tendo fé em Cristo, ele vos manifestará a verdade delas pelo poder do Espírito Santo. E pelo poder do Espírito Santo podeis saber a verdade de todas as coisas - Morôni 10:4-5; "Também devemos orar com “real intenção”, o que significa que nos comprometemos a agir de acordo com a resposta que recebermos" - "Orar Sempre", Pregar Meu Evangelho, pg. 74)
·          e guardar os mandamentos ("Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele" - João 14:21)
                Se fizermos essas coisas - mostrando a Deus que desejamos uma confirmação espiritual, ou um testemunho - Ele certamente responderá. Atentem para o ensinamento do Salvador:
                "E eu vos digo a vós: Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á;
                Porque qualquer que pede recebe; e quem busca acha; e a quem bate abrir-se-lhe-á.
                E qual o pai de entre vós que, se o filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou, também, se lhe pedir peixe, lhe dará por peixe uma serpente?
                Ou, também, se lhe pedir um ovo, lhe dará um escorpião?
                Pois se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais dará o Pai celestial o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?" (Lucas 11:9-13)
                Como Deus vai responder? De muitas maneiras. Mas o importante é que cada um de nós pode ter certeza absoluta que esta recebendo uma confirmação de Deus. Deus pode aparecer em visão? Sim. Deus pode se manifestar em sonho? Sim. Deus pode enviar seu anjo? Sim. Deus pode falar a nossa mente e a nosso coração - deixando nossa mente em paz e sem dúvidas e nosso coração alegre e sem temor? Sim, pode. Ele pode falar de diversas maneiras - basta estarmos atentos, dispostos e humildes.

                Agora desejo expressar meu testemunho. E isso significa que vou dizer as coisas que sei com toda certeza. E não estou preocupado aqui em explicar minuciosamente como eu sei dessas coisas. Só afirmo que todos podem saber tão bem quanto eu.
                Eu sei que Deus vive. Sei que esse Deus é um Pai de Amor - é meu Pai Celestial. Sei que Ele quer minha felicidade. Sei que Ele enviou Jesus Cristo - que morreu pro mim. Sei que Ele chamou um profeta nesses últimos dias, como fazia antigamente. Esse Profeta pregou o mesmo evangelho de salvação que tem sido pregado dês do inicio dos tempos. Eu sei que os missionários são servos de Deus. Eles levam adiante à obra iniciada por Joseph Smith, o Profeta da Restauração. Eu sei que há um profeta vivo que preside a Igreja de Jesus Cristo. Sei que essas coisas são verdadeiras - e ninguém - homens ou demônios - podem apagar as verdades que o Espírito de Deus escreveu em meu coração. Sei disso.


[1] O Élder Robert. D. Hales deu um excelente discurso sobre como os membros da Igreja devem responder a seus acusadores com coragem cristã. Entre as verdades que ensinou, ele disse: "Não existe uma fórmula ou instruções por escrito para responder de maneira cristã. O Salvador tinha um modo diferente de responder de acordo com cada situação. Quando foi confrontado pelo iníquo Rei Herodes, Ele ficou em silêncio. Quando esteve diante de Pilatos, prestou um simples e poderoso testemunho de Sua divindade e Seu propósito. Ao deparar-Se com os cambistas que estavam profanando o templo, exerceu Sua responsabilidade divina de preservar e proteger o que era sagrado. Ao ser colocado na cruz, proferiu a incomparável resposta cristã: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lucas 23:34).
                Algumas pessoas pensam erroneamente que responder com silêncio, mansidão, perdão e ou prestar um humilde testemunho são sinal de fraqueza ou passividade. Mas, amar nossos inimigos, bendizer os que nos maldizem, fazer bem aos que nos odeiam e orar pelos que nos maltratam e perseguem (ver Mateus 5:44) exige fé, força e acima de tudo coragem cristã. (...)
                Isso não quer dizer que temos que comprometer nossos princípios ou enfraquecer nossas crenças. Não podemos mudar as doutrinas do evangelho restaurado, mesmo que ensiná-las e obedecer a elas nos torne impopulares aos olhos do mundo. Contudo, mesmo quando sentimos vontade de falar da palavra de Deus com ousadia, devemos orar para estarmos cheios do Espírito Santo (ver Atos 4:29, 31). Nunca devemos confundir ousadia com a dissimulação de Satanás: o despotismo (ver Alma 38:12). Os verdadeiros discípulos falam com calma confiança, não com orgulho e arrogância."
                Para ver o discurso completo acesse: http://www.lds.org/conference/talk/display/0,5232,23-2-966-22,00.html
[2] Devemos julgar? Não e sim. Não devemos julgar os outros no sentido de criticá-los (Mateus 7:2), porque se fizermos isso seremos condenados (Lucas 6:37) - e isso esta de acordo com a Justiça de Deus (Alma 41:2, 42:22-24) representada pela a Lei da Colheita (Gálatas 6:7-9). A caridade não suspeita mal, não é invejosa, tudo suporta (Morôni 7:45-46) - portanto, àqueles que são cheios do amor de Cristo não julgam o próximo. Todavia devemos julgar sim quando entendemos que essa palavra é sinônimo de escolha ou juízo.  Todos devemos julgar bem, escolhendo a liberdade e a vida eterna, em vez do cativeiro e morte. Foi para fazermos escolhas, usando o inestimável dom do arbítrio, que viemos a Terra, Adão caiu e Cristo sofreu (2 Néfi 2). Então, neste sentido, devemos sim julgar.