E aconteceu que vi uma árvore cujo fruto era desejável para fazer uma
pessoa feliz.
E aconteceu que me aproximei e comi de seu fruto; e vi que era o mais
doce de todos os que já havia provado. Sim, e vi que o fruto era branco,
excedendo toda brancura que eu já vira.
E enquanto eu comia do fruto, ele encheu-me a alma de imensa alegria;
portanto comecei a desejar que dele também comesse minha família; porque sabia
que era mais desejável que qualquer outro fruto.
(1 Néfi 8:12-14)
Leí recebeu uma extraordinária
revelação através do dom do Espírito chamado sonho ou visão. Ele mesmo diz:
"Eis que sonhei um sonho, ou em outras palavras tive uma visão" (1
Néfi 8:2)- esse aparente pleonasmo perde o aspecto vicioso quando compreendemos
que o sonho pode ser "um dos
meios pelos quais Deus revela sua vontade aos homens e às mulheres na
Terra" e que "os sonhos inspirados são resultado da fé" (GEE
"Sonho"). Assim Leí quis dizer: "Eis que sonhei um 'sonho
inspirado'" ou "Eis que sonhei um Sonho, que é um dom espiritual".
Embora o sonho tenha sido
direcionado primeiramente para Leí, sua família e sua posteridade futura, esse
sonho é extremamente importante para todos os homens - porque contém princípios
eternos.
Recentemente aprendi mais sobre
os três versículos que mencionei acima.
Leí viu uma árvore que era desejável
para fazer uma pessoa feliz. Através de Néfi, aprendemos que a árvore simbolizava
o amor de Deus (3 Néfi 11:22). A brancura do fruto simboliza a pureza. Quando
Leí se aproximou e comeu do fruto sentiu sua alma encher-se de imensa alegria.
Na revelação moderna aprendemos
que o "espírito e o corpo são a alma do homem" (D&C 88:15). Essa
importante explicação nos dá a entender que a alma é a união do corpo físico
com o espírito infinito. Nem sempre, evidentemente, nas obras-padrão, a palavra
"alma" é usada em seu sentido mais especifico - muitas vezes é tão
somente sinônimo de espírito. Mas no caso de 1 Néfi 8, o Senhor fez-me entender
que "alma" comporta o significado dado em Doutrina e Convênios (corpo
+ espírito).
Quando recebi essa revelação aprendi
que o fruto da árvore da vida beneficia tanto o corpo físico, como o espírito
eterno. Ao refletir um pouco lembrei de como, na minha missão de tempo integral, eu vira muitas vezes essa
verdade. Pessoas ignorantes, imundas e incivilizadas se transformaram por
provarem os doces frutos da Expiação, em pessoas sábias, limpas e nobres.
A Expiação, que é a maior manifestação
do amor de Deus, faz com que recebamos bênçãos temporais e espirituais que não
podem ser todas mensuradas e citadas. Graças a Expiação todos nós teremos nosso
corpo físico imortalizado - sem aflições, doenças e dores; e também teremos nosso
espírito salvo em um dos grandiosos reinos de glória (GEE "Salvação", "Expialção"). Todavia, existem milhares de bênçãos que recebemos imediatamente ao provarmos a expiação nesta vida. Eis algumas: sentir maior amor, desenvolver os atributos de Cristo: honestidade, fé, esperança, conhecimento ,etc; ter mais vigor físico e emocional; receber revelações diárias; ter o poder capacitador de realizar muita coisa boa; etc.
Quando Leí sentiu os benefícios ardentes
e imediatos da Expiação (perceba que ele apenas começou a comer do fruto e já
teve a alma cheia de alegria), desejou compartilhar essa bênçãos imediatamente. Isso ensina
muito a respeito de pregar o evangelho. Sentimo-nos mais dispostos a transmitir
as verdades de Deus quando entendemos melhor a expiação de Jesus Cristo. E isso
quer dizer que se não temos um desejo natural de pregar o evangelho, significa
que não estamos provando o fruto da Expiação como deveríamos. Há uma "imensa alegria" tanto para o corpo quanto para o espírito ao provarmos a expiação de Jesus Cristo. Sei que isso é verdade. E também sei que devo esgotar minhas forças para convidar as pessoas a sentirem a maior alegria para alma (1 Néfi 11:23).
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