A cultura da Igreja nem sempre é o mesmo que a doutrina do evangelho. Na cultura da Igreja alguns hábitos, práticas e modas acabam por perdurar sem que a doutrina do evangelho indique tais costumes. Isso pode conduzir ao erro e a apostasia.
Por exemplo, a doutrina diz que aqueles que não se casarem não poderão herdar o Reino Celestial. As exceções a essa regra são as criancinhas que morrem antes de atingirem a idade da responsabilidade e as mulheres fieis que permaneceram solteiras na mortalidade por não ter oportunidade de casamento no Templo com alguém digno. É claro que há exceções também ao missionário que morre no campo, ou ao soldado que morre na guerra sem ser casado. Todas as oportunidades que nos forem negadas ser-nos-ão ofertadas no mundo vindouro se formos fiéis. Essa é a doutrina. Na cultura da Igreja, em alguns lugares, há a idéia equivocada que se um missionário retornado não se casar dentro de seis meses ou um ano será “um perigo para sociedade”. Na cultura da Igreja alguns dirão que tal homem vai “tocar na banda de Morôni!” ou em outras palavras não irá ter exaltação, podendo apenas ser designado como um mensageiro ao ser salvo. Isso não faz parte da doutrina. Tal idéia pode certamente ofender pessoas que não tem oportunidades para cumprir o mandamento de casar-se.
Na cultura da Igreja verificamos a idéia de que não podemos agir sem receber uma resposta, mas na doutrina não é assim. Na doutrina aprendemos que devemos fazer muitas coisas de nossa livre e espontânea vontade e realizar muita retidão. Em outras palavras devemos nos aconselhar com Deus em todas as coisas – depois fazer algo – e só então, devemos esperar uma resposta ou confirmação. Na cultura da Igreja a resposta vem antes da ação – ou da prova da fé. Na doutrina não.
A cultura da Igreja pode não ser maléfica, mas comumente cria costumes desnecessários baseados em preconceitos ou culturas de outras religiões. Por exemplo, quem já não assistiu uma reunião batismal onde quem dirigia a reunião dissesse: “chamamos as águas do batismo irmão tal”? Pois saibam todos que isso não esta no manual da Igreja e não faz parte da ordenança do batismo. Na realidade é uma outra igreja que faz isso em suas ordenanças (a igreja batista). Assim também não faz parte da doutrina que os diáconos coloquem uma das mãos para trás ao distribuir o sacramento – isso pode fazer parte da cultura, mas não da doutrina.
Nem sempre a cultura e a doutrina são distintas no Reino de Deus. Culturas de povos e nações podem se adequar as doutrinas – acrescentando muito. Todavia, sempre que a cultura da Igreja estiver em oposição à doutrina deve ser excluída. É a doutrina que salva, e não a cultura.
Nem sempre é adequado usar tal distinção, entre cultura e doutrina. Não obstante, a doutrina deve ser mantida pura e limpa. Se alguém ensinar que uma mulher não deve cortar o cabelo – respondemos que “nós não temos tal costume [na] Igreja de Deus” (1 Coríntios 11:16). A doutrina não trata disso. Se alguém ensinar que o ósculo santo é uma ordenança respondemos que isso é um costume – não esta na doutrina (http://lucasmormon.blogspot.com/2010/06/beijo-de-lingua-e-osculo-santo-extremos.html).
Por fim, devemos ser ativos no evangelho e não só na Igreja. Reuniões, atividades, encontros e amizades são oportunidades maravilhosas de aprendermos e progredirmos. Contudo, os hábitos pessoais, idéias, modas, vícios e costumes não devem destruir a doutrina. Se forem contra as doutrinas do evangelho poluirão a pura fonte da verdade.
Sei que se formos ativos no evangelho – estudando as escrituras, seguindo os líderes – cultivaremos uma cultura baseada nas doutrinas de Deus – não modificaremos o que foi, o que é e o que será. Chegaremos a ser um com Deus – tendo a cultura, ou a vida, que Deus tem.
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