Participei do FSY (http://lds.org.br/fsy) de 2013 e estava ansioso para
servir novamente, e ter incríveis experiências com a juventude da Igreja. Dessa
vez, porém, fui chamado como consultor motivacional – uma responsabilidade que
me permitiria conhecer melhor um grupo de consultores e desfrutar da companhia
de uma ótima companheira, Danyelle Alves.
Como
consultores motivacionais éramos responsáveis pelo bem-estar e pelo treinamento
dos seguintes consultores: Morôni Alves, David Loureiro, Fernanda Hass, Esdras
Kutomi, Adriana Silva, Bruno Spera, Ariane Fernandes, Grace Bueno, Mauro
Correa, Bruna Vernice, Junior Perovano,
Ariele Rabelo, Larissa Silberman e Fátima Lima. Foi uma grande honrar aprender
com cada um deles. Que espíritos nobres! Senti-me muito pequeno perto deles.
Danyelle, ou
Dany, como chamávamos carinhosamente, era uma companheira “adjunta” ímpar. Desenvolvemos uma sintonia perfeita
como companheiros. Orávamos juntos e fazíamos várias reuniões para ajudar
nossos consultores em seus planejamentos. Dany com muito amor comprava
chocolates, entregava bilhetinhos e acompanhava por telefone e e-mail nossos
consultores. Ela os visitava frequentemente, marcava atividades e estava sempre
perto. Nunca conheci pessoa mais dedicada a seu chamado do que ela. É um grande
exemplo e nunca poderei agradecer plenamente o que ela fez por mim, pelos
consultores, pelos jovens e pela sessão.
Houve uma
ocasião em que marcamos um treinamento extra, e fui autorizado a ensinar uma
lição muito sagrada sobre a expiação e santificação. Foi uma ocasião muito
solene.
Acho que não
se passou um dia sem que não conversássemos pelas redes sociais. Dany sempre
tinha a preocupação de manter o grupo unido.
Quando o
maravilhoso dia de ir ao FSY chegou acordei bem cedo. Antes das 5h da manhã. O
irmão Miranda levou seu filho e me deu uma carona. O ônibus saiu do Templo.
Atrasou um pouco. Mas antes do almoço estávamos todos na chácara Nosso Recanto
1 – ou NR1, como chamávamos. A equipe do lugar nos tratou extremamente bem, e
desenvolvemos amizade com os monitores do NR.
Naquele dia
pré-sessão montamos linhas de orientação para foto do “FSY-humano” em um dos
campos de futebol externos, trabalhamos na decoração do baile, colamos cartazes
e fizemos outros serviços para preparar tudo para os jovens.
Finalmente, o grande dia da chegada dos jovens, chegou. O
FSY estava começando. Oito meses de preparação. Agora era hora de colocar todo
treinamento a prova. Fizemos uma reunião. Os ônibus começaram a chegar antes do
previsto. O esquema de check-in foi muito bem elaborado – enquanto alguns
consultores entravam nos ônibus para animar os jovens, entregar materiais e
confirmar dados – outros faziam uma apresentação de dança – trazendo a alegria
do programa aos que chegavam.
Depois do almoço, o programa começou com o “Conheça seu
consultor”. Nessa importante atividade, nós, consultores motivacionais e
coordenadores – o “staff” mantemo-nos distantes, para não tirar o foco dos
jovens de seus consultores e grupo. Continuamos a trabalhar preparando grandes
atividades.
A reunião de orientação foi um sucesso. Todos fomos
apresentados aos jovens e eles sentiram o quão especial seriam aqueles dias.
Na noite familiar a mensagem e as brincadeiras foram
inspiradoras.
O segundo dia foi o domingo. Fiquei responsável pelo
sacramento. Solicitei a alguns jovens que me ajudassem na preparação, bênção e
distribuição do sacramento. Tudo transcorreu bem, entretanto, devido ao
limitado número de bandejas – a distribuição demorou mais do que pensei.
Os discursos na sacramental foram muito bons. De tarde
tivemos ótimas atividades. Os jovens aprenderam princípios e doutrinas por meio
da música e das atividades.
Eu e os outros consultores motivacionais e os coordenadores
quase não dormimos. Fazendo
preparativos, ronda e planejamentos. Tínhamos um radio e raramente se passava
um minuto durante o dia sem que trocássemos informações.
Acompanhamos as atividades em companhia (grupo de rapazes e
moças liderado pro dois consultores) para ver como estavam. Fiquei tão feliz e
tocado ao ver a qualidade dos jovens de Israel. Eles participavam e conheciam
bem o evangelho. E como os consultores se saíam bem ao ensiná-los!
Ocasionalmente precisávamos lembrar os jovens que dormir era
necessário e que para desfrutar do programa era necessário cumprir as regras.
Mas foram poucos os jovens que tivemos que conversar em um tom mais duro.
Vimos muitos jovens mudarem, ao sentirem o poder da
Expiação.
Na segunda-feira houve à tarde de jogos e o concurso de
gritos de guerra. Como motivacionais, Dany e eu ficamos responsáveis por esta
atividade. Houve alguns problemas logísticos e adversidades, que felizmente
foram rapidamente resolvidos e nem foram notados pelos jovens. Eles se
divertirão muito, correndo, sorrindo, cantando e pintando seus estandartes.
Na segunda também aconteceu o baile. Cada consultor tinha uma
responsabilidade. E cada um a desempenhou muito bem. Os jovens se divertiram
muito. E naquela noite dormiram muito bem.
A terça foi um dia muito especial. O mais bem elaborado e
incrível show de variedades que já vi na vida foi apresentado. Como os jovens
são talentosos. Fiquei boquiaberto e não consegui deixar de bater palmas.
Neste mesmo dia, no Programa Musical, senti o poder do
Senhor através da boa musica.
E então, veio a grande ocasião – a reunião de testemunhos.
Separamo-nos em grupos. Em meu grupo duas companhias se reuniram para prestar
testemunhos. Designei a Fátima para dirigir a reunião. A cada testemunhos senti
as ternas misericórdias do Senhor. Porém, durante a reunião um dos jovens saiu
do salão chorando desesperadamente.
Pensei que ele foi ao banheiro, e não avisei seu consultor,
supondo que o mesmo voltaria logo. Mas ao verificar que o jovem demorava fui
atrás dele. Encontrei-o numa escada chorando. Perguntei o que aconteceu. Ele
não conseguia me responder. Orei por ele. Lembrei-me que no almoço, naquele
mesmo dia, um pouco antes – eu o havia encontrado e conversado rapidamente sobre
a reunião de testemunhos. Na ocasião eu lhe ensinará o que era um testemunho,
mas ele relutará em prestar seu testemunho. Lembrei-me disso quando estava ao lado daquele jovem em prantos.
Incentivei-o a orar, mas ele não queria. Em meio à lagrimas e soluços ele
me disse que magoara muito os pais. Eu estava muito cauteloso ao perguntar-lhe sobre mais
detalhes de sua dor, porque sabia que dependendo do que ocorrerá a confissão deveria ser
direcionada a seu líder eclesiástico. Mas ele contou-me parte do que ocorrera.
Um amigo influente da escola lhe oferecera substancias que iam contra a palavra
de sabedoria. Entendi então, que o forte Espírito da reunião de Testemunhos o
estava convidando ao arrependimento – e a dor e tristeza eram segundo Deus.
Levei ele a um quarto e tentamos orar. Mas ele se sentia muito culpado. Li a
história de Alma – mas não funcionou. Ele não orou! Então tive uma inspiração:
chame o consultor dele. Obedeci. Antes, porém, pedi autorização do jovem para
chamar o consultor e contar-lhe o que acontecera. Ele autorizou-me. O consultor veio e agiu prontamente. Levou o jovem a um lugar reservado. Voltei à reunião
de testemunhos.
Cinco minutos ou menos depois o consultor e o jovem voltaram. O consultor me disse que o jovem tinha orado. Senti gratidão pelo poder e influencia
de um consultor amoroso e fiel, a quem o jovem podia confiar e achar forças. Na manha
seguinte o jovem estava com um semblante alegre e esperançoso, e disposto a
conversar com seu bispo quando voltasse para prosseguir pela estrada do
arrependimento.
Naquela noite maravilhosa, porém, a serpente surgiu no jardim do
Éden! Uma pequena cobra estava no banheiro feminino e uma jovem entrou em
pânico. Em sua crise fui chamado para ministrá-la. Ela estava tão assombrada
que não olhava para baixo sem tomar um susto. Ela estava em choque – não falava
e tremia muito. Dei-lhe uma bênção. Depois do que lhe disse para olhar para
mim: “Você lembra que o Salvador curou um homem paralitico – e lhe disse –
levanta-te e anda? E ele levanto eu andou? Você acredita nisto?” Ela respondeu
com a cabeça que acreditava. Então eu disse: “Levanta-te e anda”. E ela
levantou de imediato e voltou para o quarto, dormindo bem aquela noite. O conforto e certeza que vieram aquela jovem instantaneamente foram mais um testemunho para mim que o Senhor honra as palavras de seus servos e realiza milagres de acordo com a fé do verdadeiro penitente.
Na manhã de quarta uma nova oportunidade de utilizar o
sacerdócio surgiu quando uma moça caiu da cama superior do beliche, quando foi
assistir a serenata dos rapazes para as moças. A médica, Dra. Sato, estava lá.
Eduardo Ramos e eu ministramos a bênção curando-a. No almoço ela estava muito
bem e contente.
Meu corpo estava muito abatido no último dia de Conferência. Estava dolorido – e ainda
não me recuperei plenamente. Dor nas costas, joelhos e pés. Alguns de nós até
precisaram ir ao hospital depois do FSY! Mas embora o corpo estivesse fraco o
espírito estava forte e muito feliz.
Na manhã de quarta, sentindo-me extremamente cansado, passei
por uma grupo de jovens e parte da oração que faziam chegou a meus ouvidos:
“Pai Celestial” começou o jovem, “hoje é nosso último dia no FSY, permita que
seja o melhor dia!” Quando ouvi isso reconheci a fé e esperança daqueles
maravilhosos adolescentes. Se eles estavam dispostos a ter fé e esperavam o
melhor dia, então eu devia estar disposto a ser diligente e a criar um ambiente
para que Deus respondesse aquela oração. Esforcei-me para afastar os
pensamentos de cansaço e coloquei-me a trabalhar com mais empenho. O Senhor
sustentou-me e tivemos uma dia muito especial.
As fotografas fizeram um trabalho excepcional. Todo registro
fotográfico transmite inspiração daquele lugar santo. Agradeço muito a elas.
Amei estar com os jovens e ver o quanto cresceram. E agora
ouvir seus testemunhos e sentir o seu amor é algo muito precioso pra mim.
Em uma ocasião no FSY disse a um rapaz: “O FSY é
maravilhoso, não é mesmo?” Ele não demorou para responder com uma sabedoria do
alto: “O FSY não é maravilhoso – o Evangelho de Jesus Cristo é que é
maravilhoso”. Fiquei pasmo e em seguida feliz: aquele jovem declarara uma
verdade eterna. Não foi apenas pelas lagrimas de certeza que vi em seus olhos
que soube disso. O Espírito Santo contou-me que aquele rapaz sabia que as
sagras experiências da Conferência não eram algo restrito e incomum – mas que
se ele continuasse a viver o evangelho, poderia desfrutar constantemente de
suas bênçãos.
Que grande oportunidade participar desta conferência. Tudo
foi sensacional. Tudo foi divino.
Um comentário:
02/06/2014 14:28 - Eu ainda não tinha lido isso, e me pegou num momento em que já estava trunk de saudades! Hahahahahaha! OBRIGADA por ter registrado isso com tanta riqueza de detalhes e sentimentos e, acima de tudo, OBRIGADA por ter sido um adjunto PERFEITO em todas as coisas, em todos os momentos e em todos os lugares! Amo você um tantão assim \o/ !!!!
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