28 de abr. de 2010

Ser um Líder

Aqueles que não forem líderes não entrarão no Reino Celestial de Deus. A exaltação é para os líderes – para os reis e sacerdotes do Deus altíssimo (D&C 76:56-58, ver também D&C 76:50-70). Os outros irão para outros reinos de glória. Explicarei essa declaração e mostrarei a importância de adquirirmos os atributos do Salvador, a fim de sermos líderes capazes para adentramos onde Ele, que é Rei dos Reis e Senhor dos Senhores (I Timóteo 6:15) esta com o Governante Supremo de Todo Universo – nosso bom Pai Celestial.
O Senhor declarou a Adão e Eva ao criá-los e casá-los para toda eternidade: “E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra. E criou Deus o homem à sua imagem: à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra.” (Gênesis 1:26-28) Dominar e sujeitar indicam a responsabilidade dada ao homem de presidir e comandar. Este é um mandamento e requisito para ser semelhante a Deus. Fomos criados a semelhança do Filho de Deus – se quisermos ser tão perfeitos quanto nosso Pai que esta nos céus (Mateus 5:48), devemos ser como Ele. Deus é o Supremo líder de toda Criação. Seu desejo é dar-nos tudo que Ele possui – mesmo o maior dom: que é a vida eterna (D&C 45:5, 8).
Nosso Pai Celestial sempre será o Pai de nossos espíritos, e, portanto, nosso líder. Ambicionar seu lugar foi o pecado de Lúcifer, que, embora fosse um dos grandes na vida pré-mortal cobiçou a glória do Pai, e foi expulso por negar o Espírito Santo (D&C 29:36; 76:25-35).
As famílias e o sacerdócio apresentam dois tipos de liderança. Ambos são importantes para o crescimento e progresso de todo filho de Deus.
Na santíssima Trindade temos Nosso Pai Celestial, como líder e governante Todo-Poderoso. Jeová, que é Jesus Cristo, é nosso irmão mais velho, e não apenas por ser o Primogênito, mas por ser o Unigênito do Pai – Escolhido e Ungido como Redentor, ocupa a posição de nosso líder, abaixo apenas de Eloim. O Espírito Santo é um Deus, assim como o Pai e o Filho, e sua posição é abaixo do Filho. Os três Deuses formam a Trindade, que é o quorum do sacerdócio mais elevado – a presidência de toda criação (GEE “Trindade”).
Por nos amar, o Pai estabeleceu um meio de voltarmos à presença Dele, sendo semelhantes a Ele. Ele enviou-nos a Terra, e fez-nos esquecer sua face divinal e todas as experiências pré-mortais com a intenção de, por meio de certas experiências, sermos achados dignos da vida eterna. Em seu Plano de Salvação ordenou que os homens nascessem em famílias, à semelhança da ordem celeste. Adão e Eva foram casados no Éden e receberam como mandamento “crescer e multiplicar e encher a Terra”. Quando os filhos de Adão nasceram isto era a semelhança da família dos céus. Assim como Abel tinha um Pai Celestial, tinha um pai mortal; assim como Adão era um pai terreno, Eloim era um Pai espiritual (Sempre Fiéis, “Plano de Salvação”, pg. 134-137; Moisés 5:1-12 e 6:1-12).


Fomos ensinados por revelação antiga e moderna que a família foi ordenada por Deus (Família: Proclamação ao Mundo; Sempre Fiéis, “Família”, pg. 83-85) . Deus vive em família e deseja que todos o façam. Costuma-se dizer que a salvação é individual, mas élder Nelson, do Doze, nos lembrou que a exaltação, que é a salvação no mais alto grau de glória, é um assunto de família (A Liahona, Maio de 2008, “Salvação e Exaltação”, Élder Russel M. Nelson, pg. 7-10). Não é de se admirar, portanto, que Satanás, que não tem mais família, e não pode formar família, deseje ardentemente destruir toda família de Deus, tanto neste, como do outro lado do véu.
Há, basicamente, três tipos de liderança: a liderança no lar, a liderança no sacerdócio e a liderança em sentido amplo. A liderança no lar é a chefia dentro de uma família. A liderança no sacerdócio é uma responsabilidade sagrada para aqueles que portam o poder de Deus. A liderança em sentido amplo abrange todos os outros tipos de liderança: a liderança secular, a lideranças de Satanás, a liderança em grupos, tribos, partidos, Estados, etc.
Muitas vezes os três tipos de liderança se relacionam. Nosso Pai Celestial lidera todos os seus filhos em todos os sentidos. Mesmo que não reconheçam ou não desejem isso, o Pai controla e sujeita até mesmo o Diabo (D&C 121:4, Jó 1:7-12) – fato demonstrado com clareza – porque o demônio não pode nos tentar além do que Deus julgue prudente suportarmos (I Coríntios 10:13).

O maior chamado de liderança é exercido no lar (Reunião Mundial de Liderança, 11 de Fevereiro de 2006, “Uma Solene Responsabilidade de Amar e Cuidar uns Dos Outros”, Élder L. Tom Perry, pg.9). Ser um pai e uma mãe, avó e avó é uma bênção enorme. Os atributos desenvolvidos nos laços familiares podem guiar a vida eterna.
Da maneira perfeita, todos os pais seriam também portadores do sacerdócio de Melquisedeque. Assim os dois tipos de liderança que capacitam para vida eterna estariam em todas as famílias da Terra.
Todavia, devido à maldade e mal uso de seu arbítrio, o homem, imperfeito e natural causou tristeza, separação e apostasia. Deus sabia que isso se daria, por isso, conhecendo muito bem seus filhos, selecionou, antes de nascermos “nobres e grandes’ para serem governantes nessa esfera mortal (Abraão 3:22-23).
Esses bons espíritos pré-mortais forma escolhidos tanto para chefiar famílias como para atuar como mordomos na Vinha do Senhor. Jesus Cristo é o Deus que apareceu aos profetas e é o Criador desse e de outros mundos (GEE “Jeová”). Ele é o Primeiro. O Pai lhe deu todas as coisas. Ele é o verbo do Pai e realiza tudo de acordo com a vontade do Pai (João 1:1-18).
Adão, que é Miguel, é o príncipe desta Terra, e o Ancião de dias. Depois do Salvador ele é primeiro em autoridade. Ele é o primeiro pai, e o primeiro após Cristo, líder de todas as Inteligências (GEE “Miguel”). Noé vem em seguida – ele é o anjo Gabriel. Como grande patriarca é nosso pai, pois todos vieram de um de seus três filhos. Ele também possui grande proeminência nos céus (GEE “Noé”).
Não se sabe exatamente quem vem depois, mas Joseph Smith, Moisés, Leí, Enoque, Abraão e todos os chefes de dispensações estavam no grande conselho dos céus. Eles lideram de forma exemplar suas famílias na Terra e guiaram muitas outras famílias à exaltação. Por meio deles todos neste mundo, e no vindouro foram ou serão abençoados. Verdadeiramente todas as famílias serão abençoadas no nome e convênio que o Pai fez com eles (“Esta Geração Receberá Minha Palavra por Teu Intermédio”, Élder Bruce R. McConkie, www.rsc.byu.edu/portugues).


Na liderança do sacerdócio existe responsabilidade e prestação de contas, na liderança no lar também. Não há liderança efetiva sem posições, não há posições sem obediência, e não há obediência sem o arbítrio.
Cristo é o cabeça e é o rei (I Coríntios 11:3, Helamã 13:38, Apocalipse 1:5). Seus discípulos são seus servos, membros de seu corpo ou seus filhos. Sem submissão não há obediência, sem obediência à retidão não há arbítrio verdadeiro.
No modelo ideal no reino de Deus o profeta preside e lidera. No lar ideal o pai é patriarca do lar e preside e lidera. No reino de Deus o profeta presidente sempre tem outros profetas como conselheiros ou consultores. No lar, o pai tem como conselheira, companheira e adjutora a esposa e mãe de seus filhos. Há um sistema de liderança no reino de Deus – apóstolos, pastores, mestres, evangelistas, etc. (Regra de Fé nº 6). Nas famílias da antiga Israel, o filho homem mais velho era o primogênito que tinha vantagens em comparação aos demais. Na atualidade, os países cristãos não costumam distinguir os filhos – dando importância maior a um ou a outro. Na família ideal os filhos são iguais, entretanto, na falta do pai ou da mãe, o mais velho assume a responsabilidade do lar. Na Igreja, quando o presidente é desobrigado ou morre, outro é colocado em seu lugar. Na família fiel não há substitutos. Se um pai se ausentar, em viajem, missão, emprego ou morte, a mãe assumira a liderança, mesmo que tenha um filho que possua o sacerdócio maior em sua casa.
Um filho que se casa deve deixar o “pai e a mãe” e se apegar a sua mulher, para serem “ambos uma só carne” (Gênesis 2:23-23). Isso significa que ele deve constituir sua própria família e começar a ser um líder independente do seu pai. Evidentemente isso não significa que não possa pedir conselhos de seu pai, mãe, sogro ou sogra. Moisés, mesmo sendo o líder espiritual de toda a casa de Israel, e sendo um pai e marido honrado, aceitou o conselho de seu sogro (Êxodo 18:13-24).
As mordomias no reino de Deus são passageiras, mas as mordomias no lar não precisam ser. Por meio dos poderes do sacerdócio um pai pode continuar sendo pai eternamente. O mesmo se da com a posição de mãe. Nunca haverá desobrigação desse santo chamado para os que viverem no Reino Celestial. Não obstante, os que não se acharem dignos de viver a lei de um reino celestial tornar-se-ão solteiros e separados, sem vínculo familiar, permanecendo como Filhos de Deus, mas sem o privilegio de serem eles próprios pais e mães, reis e rainhas, sacerdotes e sacerdotisas, deuses e deusas (D&C 132:7, 17).
Nem todos servirão como bispo, e também nem todas as mulheres justas serão mães. Todavia a igreja esta organizada de maneira tal, que todos os seus membros podem ter oportunidades de serviço e liderança. E todas as oportunidades que os justos não têm nesta vida serão dadas a eles com abundancia, se forem sempre fieis, na Exaltação.


Jesus Cristo é o exemplo perfeito de liderança, tanto no lar como no Reino de Deus. Vendo o seu exemplo e seguindo-o, todos podem se tornar melhores líderes.
Por meio do Salvador aprendemos grandes lições de liderança, e uma das maiores é: para ser um líder eficaz deve-se ser um discípulo eficaz. Foi-me revelado, pelo Santo Espírito de Deus, que minha capacidade de liderar depende de minha capacidade de seguir. Deve ser por isso que Cristo ensinou que seguia o Pai, e fazia conforme Ele mandava (João 5:19). Tão fiel era o Salvador em seguir o Pai, que Ele o Pai eram e são um – em todos os sentidos, exceto na forma física, no corpo – ou seja, são seres distintos e separados (João 10:30, D&C 130:22). Aqueles que querem ser melhores líderes na igreja e no lar devem pensar, sentir e agir como Cristo pensaria, sentiria e agiria. Pode parecer difícil ao verificarmos a magnitude do mandamento e nossa pequenez. Todavia somos filhos de Deus e temos, por meio da Expiação de Cristo um poder imenso de fazer tudo o que nos for pedido. Podemos começar com o mandamento principal: amar a Deus sobre todas as coisas (Mateus 22:35-36). Amar é servir. Portanto, se amamos a Deus o servimos obedecendo a seus mandamentos (Mosias 5:13, João 14:15). O segundo mandamento é amar o próximo (Mateus 22:37). Do mesmo modo se amarmos o próximo o serviremos (Mosias 2:17). O amor é coisa principal (I Coríntios 13) e se focarmos nele todo resto se encaixará e receberemos revelação para sermos líderes de sucesso. NÃO HÁ OUTRA MANEIRA DE SERMOS BEM SUCEDIDOS COMO LÍDERES, A NÃO SER ESTA: RECEBER E SEGUIR AS REVELAÇÕES DE DEUS. A oração, o estudo das escrituras, o cumprimento dos chamados na Igreja, a freqüência as reuniões da Igreja, o recebimento de ordenanças para nós e para os falecidos aumenta nossa capacidade de liderar, pois todas essas coisas nos levam para mias próximo da luz. E o corpo que é cheio de luz compreende todas as coisas. E quem compreende todas as coisas se torna como Deus, e Deus é um líder perfeito.
Uma outra lição importante é que não buscamos cargos no reino. No corpo de Cristo todos são membros importantes, e um não pode dizer a um outro que é desnecessário – pois todos são valiosos. Na família cada um tem seu papel e importância. Todos devem desejar ser pais ou mães em Sião, mas não devem desejar ter um cargo especifico na Igreja. Os que ambicionam chamados são orgulhosos e podem cair. Na Igreja não importa onde se serve, mas como se faz. Tanto um apóstolo como um diácono são amados por Deus e terão a mesma recompensa se, e somente se, permanecerem fieis até o fim.
O dever de todo líder é ser uma bênção. Isso acontece mais rápido quando os liderados percebem que o exemplo de seu líder corresponde com seus ensinamentos.
Um bom líder sabe delegar. Ele sabe que seus liderados podem cometer erros, mas confia neles e não teme fazer convites que acabarão fortalecendo a fé que eles têm. Às vezes os seguidores não produzirão os resultados esperados, mas seu sacrifício será mais importante que seu crescimento.
Os bons líderes repreendem. Mas SOMENTE quando movidos pelo Espírito Santo. E LOGO EM SEGUIDA mostram um amor maior. Às vezes será necessário um castigo, por amor. No caso dos pais o castigo pode ser simplesmente uma demonstração de decepção, em vez de flagelos físicos. As palavras e atos de um líder sempre elevam, mesmo na repreensão. Esses líderes não permitem que seus seguidores aprendam por experiência própria que iniqüidade nunca foi felicidade, mas antes advertem do perigo. Respeitam, não obstante, o arbítrio de seus seguidores. Os pais levam em consideração a idade e maturidade de seus filhos. Por isso não permitem que uma criança faça uma escolha errada, só porque quer fazê-la. Eles a impedem, pois ainda não pode escolher por conta própria. O arbítrio vem do conhecimento e os bons pais ensinam, esclarecem e advertem. Eles também entendem que a Justiça não pode ser negada e que a Misericórdia deve estar à disposição dos arrependidos.
Os bons líderes não buscam fama, prestigio e poder. Eles não fazem artimanhas sacerdotais ou combinações secretas. Eles são humildes, respeitosos e os primeiros a servir. Eles são lembrados com honra ou não – mas são sempre aprovados a vista de Deus. Importam-se mais com o que Deus pensa, pois sabem que prestarão contas sobre sua liderança – do que com que o mundo pensa.
Um bom líder gera bons frutos. E esses frutos se tornam líderes.
Há muitas outras qualidades dos líderes que aprendemos das escrituras e dos exemplos vivos, próximos ou distantes. Devemos aprender deles, pois precisamos melhorar como líderes no lar e na Igreja. A vida eterna é para os líderes excelentes, como Cristo.


Sei que essas coisas são verdadeiras. Cristo foi o exemplo perfeito de liderança tanto na família como na Igreja. Sua expiação permite que todos sejam líderes aprovados por Deus.

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