23 de nov. de 2010

Racismo

Uma das piores formas de preconceito é o racismo, que é a idéia equivocada de que uma raça é superior a outra. O racismo é um instrumento do diabo e causou muitas das piores desgraças na humanidade.
No Brasil o racismo é crime inafiançável, no Evangelho é um pecado gravíssimo que frutifica do orgulho.
Néfi estava falando sobre vários pecados como mentira, roubo, tomar o nome do Senhor em vão, sentir inveja, ter malícia, disputar com os outros e cometer libertinagens ao declarar que o Senhor ordenara “que não façam qualquer destas coisas, porque quem as fizer perecerá”.
E disse também: “Pois nenhuma destas iniqüidades vem do Senhor, porque ele faz o que é bom para os filhos dos homens; e não faz coisa alguma que não seja clara para os filhos dos homens; e convida todos a virem a ele e a participarem de sua bondade; e não repudia quem quer que o procure, negro e branco, escravo e livre, homem e mulher; e lembra-se dos pagãos; e todos são iguais perante Deus, tanto judeus como gentios” (2 Néfi 26:32-33).
A mentira de que um homem é superior a outro gera o preconceito. Essa mentira foi usada por Cortez e os espanhóis, que saquearam os astecas; usada pelos portugueses, que em busca de riquezas compravam ou capturavam negros da África; usada por Hitler, que achava que sua estirpe era mais elevada que os outros; e usada por Osaba Bin Laden ao destruir as torres gêmeas.
Quando os judeus abraçaram tal mentira, dizendo que por serem descendentes do patriarca Abraão eram superiores aos outros homens, Deus os repreendeu pela boca de seu profeta, João Batista: “E não presumais, de vós mesmos, dizendo: Temos por pai a Abraão; porque eu vos digo que, mesmo destas pedras, Deus pode suscitar filhos a Abraão.”
O povo do Senhor não deve ser racista. Quando os nefitas começavam a cometer esse pecado Jacó os advertiu severamente:
“Portanto eu vos dou um mandamento, que é a palavra de Deus: que não mais os injurieis por sua pele escura nem os injurieis por causa de sua imundície; mas deveis recordar vossa própria imundície e lembrar-vos de que a imundície deles lhes adveio por causa de seus pais. (...) Ó meus irmãos, dai ouvidos as minhas palavras; despertai a sensibilidade de vossa alma; sacudi-vos, a fim de acordardes do sono da morte; e livrai-vos das penas do inferno, para não vos tornardes anjos do diabo e serdes jogados no lago de fogo e enxofre, que é a segunda morte” (Jacó 3:9, 11).
Jacó estava falando aos membros da Igreja de sua época. Infelizmente alguns membros da Igreja hoje são racistas. Que pecado terrível! Acaso esses membros não se lembram da História da Igreja e da Doutrina da Igreja?
Ora, uma das razões principais porque os membros da Igreja fora expulsos do Missouri foi a de que eram contra a escravidão dos negros e dos índios. Isso perturbou os donos de terras daquele Estado, que não pensavam dessa forma. Uma ordem de extermínio foi emitida e os membros da Igreja tiveram que deixar seus lares.
Na doutrina de Igreja vemos que todas as nações são convidadas para o banquete nupcial com o Salvador. É verdade que algumas nações foram convidadas primeiro que outras, mas isso não dá direito aos que chegaram primeiro de acharem-se superiores aos outros. Afinal, não importa a ordem do convite – todos terão a mesma recompensa: a vida eterna, caso permaneçam fieis (Mateus 20:1-16).
O élder Joseph W. Sitati, dos Setenta ensinou: “Depois de Sua Ressurreição, o Salvador indicou que o tempo para que o evangelho fosse levado aos gentios havia chegado (...).
Por meio do profeta Joseph Smith, o Senhor revelou que os critérios determinantes para a ordem em que as nações dos gentios devem ser convidadas inclui a capacidade de nutrir espiritual e temporalmente o reino de Deus como estabelecido na Terra pela última vez.
Vemos que, à medida que a Igreja Restaurada começou a ser estabelecida sobre a Terra, os profetas vivos procuraram a vontade de Deus e a seguiram a respeito de como o evangelho deveria espalhar-se entre as nações.” (Conferência Geral outubro de 2009, http://lds.org/conference/talk/display/0,5232,23-2-1118-33,00.html#notes)
Com essa doutrina em mente, entendemos que embora houvesse homens que não receberam o sacerdócio antes de 1978, Deus e sua Igreja nunca foram preconceituosos. Isso não combina com o povo de Deus.
Por isso tomemos cuidado com piadas racistas e comentários maldosos sobre pessoas de outras nações, culturas ou raças. Além de falar sobre a história da Igreja e doutrina querendo achar argumentos racistas. Deus se ofende de alguém que se considera superior aos outros. Ele disse: “Não apreciareis uma carne mais que outra, ou seja, nenhum homem se considerará melhor que outro” (Mosias 23:7).
Disse também o Senhor através de seu profeta, o presidente Gordon B. Hinckley: “Surgem conflitos raciais em toda a sua sordidez. Fui alertado de que até aqui, entre nós, algumas dessas coisas acontecem. Não entendo isso. Achei que tínhamos todos nos regozijado com a revelação dada ao Presidente Kimball em 1978. Eu estava no templo na ocasião. Nem eu nem os que estavam comigo tivemos a menor dúvida de que essa revelação era a mente e a vontade do Senhor. Foi-me dito que às vezes se ouvem comentários e insultos racistas em nosso meio. Lembro a vocês que nenhuma pessoa que faça comentários depreciativos a respeito de outras raças pode considerar-se um verdadeiro discípulo de Cristo; nem tampouco pode achar que está agindo de acordo com os ensinamentos da Igreja de Cristo. Como poderia um portador do Sacerdócio de Melquisedeque ser arrogante a ponto de se achar qualificado a receber o sacerdócio, enquanto que outro que vive em retidão, mas cuja pele seja de outra cor, não se qualifique?
Durante todo o meu tempo de serviço na Primeira Presidência, reconheci e falei diversas vezes sobre a diversidade que vemos em nossa sociedade. Ela está a nosso redor e devemos fazer um esforço para assimilá-la.
Que todos nós reconheçamos que cada pessoa é filha do Pai Celestial e que Ele ama todos os Seus filhos. Irmãos, não há fundamento para o ódio racista no sacerdócio desta Igreja. Se qualquer um ao alcance de minha voz tiver esse tipo de inclinação, que busque ao Senhor, peça perdão e não se envolva mais com isso” (A Liahona, Maio de 2006, pg. 58).

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