4 de dez. de 2010

Níveis de Desobediência. As escrituras mencionam erro, transgressão, pecado, iniqüidade e morte espiritual como formas de desobediência a Deus e as suas leis. Embora muitas vezes esses termos sejam usados como sinônimos, é evidente que nem sempre significam a mesma coisa. É, portanto, relevante estabelecer uma distinção que contribua para melhor entendimento interpretativo e prático. A tabela a seguir pretende oferecer tal auxílio.

Erro
Ocorre quando há incapacidade, falha natural ou desconhecimento da lei, por tradição, falta de informação, imcopetencia, etc.
É fácil reconhecer que erro não é o mesmo que pecado. As criancinhas erram durante o processo de aprendizagem, por exemplo. Devido às fraquezas e debilidades dos mortais – da imperfeição – erros são freqüentemente cometidos. Os erros (em sentido estrito) não nos tornam impuros a vista de Deus por causa da graça de Cristo. Também aqueles que não quebram a palavra de sabedoria sem saber que ela é um mandamento não cometem pecado.
3 Néfi 1:24; Levítico 5:18; Alma 37:8-9; Jó 13:26; Salmos 19:12; JS–H 1:28; Mosias 3:16; Romanos 4:15; 2 Néfi 9:25

Transgressão
Fazer algo errado que, embora não seja essencialmente mal, ainda assim é contra a lei.
A transgressão é um tipo de erro intencional. É a quebra deliberada da lei. Entretanto não é o mesmo que pecado, pois a transgressão visa quebrar uma lei menor em prol de uma lei maior. A transgressão sempre recai sobre algo que essencialmente não é ruim nem mal – como no caso da queda de Adão e Eva, por exemplo, que preferiram comer do fruto proibido e trazer mortalidade do que ficar no jardim eternamente. Outro exemplo seria o de trabalhar sem documentação. Essencialmente trabalhar não é errado, mas fazê-lo sem que a lei autorize é errado. As transgressões trazem conseqüências semelhantes ao pecado, mas mais tênues.
2ª Regra de Fé; Alma 34:8; 2 Néfi 2:21; Moisés 5:10-11; Moisés 6:53, 59

Pecado
Desobediência intencional a lei de Deus.
Tudo que é essencialmente mal, diabólico, sensual, carnal, profano é contra Deus, e é pecado. O pecado tem diversas formas e meios d ser cometido: dês de um simples pensamento (como ter inveja) até um ato maligno (assassinar) pode ser concebido. O pecado nos torna impuros diante de Deus.
João 9:41; Tiago 4:17;; D&C 84:49; Alma 45:16

Iniqüidade
Prática constante de pecado.
Uma pessoa pode ser considerada justa se peca e esta procurando se arrepender. Mas não há justo que cometa iniqüidade. O iníquo peca e repete com freqüência esse pecado. Em alto grau o iníquo se regozija no pecado, fica triste quando é impedido de pecar e se opõem a tudo que é bom e justo. Esse terrível estado faz com que a pessoa se torne serva do diabo.
I Coríntios 5:13; D&C 82:7; II Tessalonicenses 2:12; Alma 41:10; Mórmon 2:13

Morte Espiritual
Impossibilidade de arrependimento e perdão.
Quando passado é o dia da graça para uma pessoa – a iniqüidade se torna tão aguda que o arrependimento é impossível – então esta está madura para destruição espiritual. A morte espiritual, em sentido amplo, é o afastamento de Deus; e em sentido estrito é o mesmo que cometer o pecado imperdoável.
Tiago 1:15; Romanos 6:23; I Timóteo 5:6; D&C 29:41; Alma 13:30; Alma 40:26



Diante de tais fatos eis a questão: uma pessoa que quebra a lei da castidade, sem saber que essa é uma lei de Deus, por ser culturamente influenciada a quebrar a lei - amigos, mídia, os pais: todos incentivam a relação sexual fora do casamneto - e não ter tido contado com religião alguma - terá, essa pessoa, cometido pecado?

A resposta é: SIM, terá cometido pecado. Por quê? Porque embora aparentemente ela não saiba que ter relação sexual fora dos laços do casamento é errado – e a cultura a influenciou a tal ato – ainda assim ela possui a luz de Cristo, que a ensinou o certo e o errado. Então ele sabe que é errado!
O caso é melhor entendido a luz das escrituras sagradas. O rei Lamôni matara muitos de seus servos – e matar é evidentemente errado – mas por causa da cultura, da tradição, não achara que isso fosse errado. Na realidade os lamanitas não tinham uma noção para o que viria a ser pecado:
“Ora, esta era a tradição de Lamôni, que ele havia recebido de seu pai, de que existia um Grande Espírito. Apesar de acreditarem num Grande Espírito, pensavam que tudo que fizessem estaria certo; não obstante, começou Lamôni a temer muito, com medo de haver procedido mal ao matar seus servos; Porque ele havia matado muitos deles por haverem seus irmãos dispersado os rebanhos junto às águas; e assim, por haverem seus rebanhos sido dispersados, foram mortos” (Alma 18:5-6).
Observe que quando o rei soube dos feitos de Amon começou a temer haver procedido mal. A luz de Cristo dentro dele o despertou para a gravidade de seus pecados. Ele começou a sentir tristeza o que culminou no arrependimento sincero (Alma 18:41-43; 19).
Uma pessoa antes de quebrar a lei da castidade é advertida pela luz de Cristo que não deve fazê-lo. Entretanto se o faz, sente tristeza (2 Coríntios 7:10). Esta pode ser rapidamente abafada pela racionalização. Por exemplo, pretensos amigos podem dizer: “a primeira vez é normal se sentir assim” ou “da próxima vez vai ser melhor” ou “você não estava bem neste dia”. Essa racionalização do pecado abafa a luz de Cristo a tal ponto que o mal se transforma em bem e o bem em mal. Todavia, quando um ministro do evangelho declara a verdade, a luz de Cristo dentro do individuo pecador o desperta para consciência de sua culpa e ele é afligido (Alma 14:6). Assim ocorre com todos os homens. Todos são ensinados suficientemente (Morôni 7:16), e não há inocentes – exceto as criancinhas e os incapazes de discernir.
Se a questão se referisse a beber vinho, por exemplo, que faz parte da Palavra de Sabedoria em nossos dias, à resposta seria não. Porque beber vinho não é essencialmente mal para que não conhece a lei – a luz de Cristo não adverte a pessoa sobre tais pecados. “Onde não há lei, não há pecado” (2 Néfi 9:25).

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