“E aconteceu que eu, Néfi, sendo muito jovem, embora de grande estatura, e tendo também grande desejo de saber dos mistérios de Deus, clamei, portanto, ao Senhor; e eis que ele me visitou e enterneceu meu coração, de maneira que acreditei em todas as palavras que meu pai dissera; por esta razão não me revoltei contra ele, como meus irmãos” (1 Néfi 2:16). Nesta ocasião, Néfi estava orando numa situação critica: que determinaria o futuro seu e de sua família – ele precisava saber se seu pai tinha razão em sair de Jerusalém, de sua confortável e bela casa, deixando amigos e parentes, para adentrar um deserto perigoso e cruel. Comumente buscamos revelação em momentos de necessidade. Felizmente o Senhor sempre esta disponível – sempre ouve nossas orações. Como falou o Presidente Boyd K. Packer: “Aprenda a orar. Ore sempre. Ore na mente e no coração. Ore de joelhos. A oração é sua chave pessoal para o céu. A fechadura está do seu lado do véu” (“Oração e Inspiração”, Conferência Geral, outubro de 2009).
Quando Néfi mostrou “grande desejo” de conhecer os mistérios de Deus e depois clamou, era como se usasse a chave da qual falou o Presidente Packer e permitisse que Deus lhe revelasse algo. Os mistérios de Deus são verdades espirituais dadas por revelação (GEE “Mistério de Deus”). Aprendemos muito com esse versículo. Primeiro que a revelação pode ser dada aos inexperientes – Néfi era jovem. Aprendemos sobre o desejo sincero – o qual indica a fé necessária para que a comunicação aconteça. Também verificamos que quando Deus nos visita com uma revelação ele o faz, na maior parte das vezes, com um enternecimento de coração – a revelação é mais sentida do que apercebida pelos sentidos físicos – como a visão ou a audição. Esse sentimento é um fruto do Espírito Santo, que, no caso de Néfi o ajudou a não se revoltar e murmurar como faziam seus irmãos mais velhos. Também o permitiu compartilhar seu testemunho com sua família (1 Néfi 2:17).A revelação pode vir de muitas maneiras. Néfi cita diversas. Ele começa seu registro contando sobre duas grandes revelações que seu pai teve. Na primeira, Leí viu um grande pilar de fogo (1 Néfi 1:6). Essa manifestação extraordinária é semelhante ao evento em que Moisés viu a Sarça Ardente e Joseph Smith viu um pilar de Luz. É uma manifestação típica, podemos dizer, daqueles que são chamados para grandiosos trabalhos de salvação no inicio de uma dispensação. Depois Leí foi para casa. Curiosamente foi para cama (1 Néfi 1:7). Ensinando-nos que as visões da eternidade retiram a força – causam fadiga física. Então Leí teve uma outra revelação, um sonho, pois estava “dominado pelo Espírito” (1 Néfi 1:8). Com esse sonho Leí entendeu as coisas que os profetas entendem muito bem: a verdade do que era, do que foi e do que será. E com investidura, não só de conhecimento, mas de autoridade, começou a pregar e a profetizar – a sua família e a seu povo (1 Néfi 1:16, 18). Como Leí era um profeta, a revelação de Deus fluía através dele. Ele se tornara um canal vivo de revelação – um oráculo da vontade de Deus. Todavia, o iníquo povo de Jerusalém não lhe deu ouvidos (1 Néfi 1:19).
Até aqui aprendemos pelo menos três formas de revelação: a visão, o sonho e os ensinamentos dos profetas vivos. A visão ocorre quando nossos sentidos físicos estão despertos, e os sonhos quando estamos inconsciente. Às vezes a manifestação não permite distinguir se é um sonho ou visão (1 Néfi 8:2) – se no corpo ou fora do corpo (II Coríntios 12:2-3) – pois a revelação é tão real e tangível que a distinção se torna obsoleta.
Um profeta é um homem chamado por Deus, que tem a devida autoridade para pregar. Tal profeta prega sempre a respeito de Cristo e sempre adverte com relação à iniqüidade. Reconhecemos um profeta pelos seus frutos (Mateus 7:15-20). Os frutos são os resultados que se mostram. Se o profeta é uma testemunha especial do Salvador e se ele fala a verdade, e não mente, então é um profeta verdadeiro. Todavia não é apenas e somente por observação que verificamos se um profeta é verdadeiro. A melhor maneira é orar a respeito do profeta, perguntando a Deus se ele é um profeta verdadeiro. Creio que assim é a melhor forma, por que aprendemos pelas escrituras que muitos viram os profetas fazendo milagres, e não os reconheceram como servos de Deus (Helamã 10:13). E se os reconheceram não quiseram segui-los, porque preferiam a luz ás trevas.
A revelação pode vir ainda por meio de ministração de anjos. Néfi recebeu tal dádiva (1 Néfi 1:14). Objetos sagrados podem conceder revelação – como a Liahona, no caso da família de Leí, (1 Néfi 16:10) ou o Urim e Tumim, no caso de Joseph Smith. A revelação pode vir por uma voz apercebida pelos ouvidos físicos ou uma voz na mente. Ela pode vir no coração, sendo um sentimento e impressão que indicarão uma ação.
Um comentário:
Hoje estava refletindo sobre as experiências vividas por Néfi e sua Família e quais lições poderíamos aplicar em nossas vidas. Sei que a Revelação, a fé, a determinação, entre outros, são essenciais para nosso progresso eterno.
Postar um comentário