30 de set. de 2010

Atos 7:48: Deus não habita nos Templos feitos por homens?

Quando Estevão, um dos setentas escolhidos na época que Pedro presidia a Igreja, defendeu-se no Sinédrio repetiu a história judaica e contou sobre a construção do Templo de Salomão. Ao fazê-lo declarou: “Mas o Altíssimo não habita em templos feitos por mãos de homens, como diz o profeta: o céu é meu trono, E a terra o estrato dos meus pés. Que casa me edificareis? Diz o Senhor, Ou qual é o lugar do meu repouso?” (Atos 7:48-49).

Ora, sabemos que o Templo é a casa do Senhor (GEE “Templo”). Sabemos que Deus apareceu no Templo de Salomão e o aceitou (I Reis 9:2-3). Também sabemos que os Templos hoje são sagrados (D&C 109:13). Que são visitados pelo Senhor (D&C 97:15-16). Esses templos foram feitos pela mãos de homens. Mas homens justos.
Sabemos também que nosso corpo é um templo, mas que o Senhor não habita nele se for impuro (I Coríntios 3:16-17). Do mesmo modo, o Templo dos judeus, na época de Estevão, que havia sido purificado pelo Senhor Jesus Cristo por duas vezes (João 2 – primeira purificação – e Mateus 21 – segunda purificação), agora se encontrava impuro. O Senhor não poderia habitar num Templo impuro – contaminado por homens incircuncisos de coração.
Essa escritura também parece indicar que Estevão estava mostrando ao Sinédrio que o Deus verdadeiro não se limitava ao fanatismo rabínico – de que Deus devia se enquadrar nos limites da lei mosaica, e conter-se no Templo, aparecendo somente lá. O verdadeiro Deus era um Deus Todo-Poderoso que habitava no céu – e embora visitasse um Templo feito pela mão de homens justos, não moraria em Templos profanados.

Zorã era um escravo? Qual a etnia dele?

Zorã, mencionado no Livro de Mórmon, é citado como o “servo de Labão”. Quando Néfi diz a Zorã que vá com ele ao deserto, e promete que ele será um homem livre (1 Néfi 4:33), estava querendo dizer que Zorã não seria mais escravo?
A palavra “escravo” aparece em outras partes do Livro de Mórmon (mais precisamente em oito lugares). A escravidão era proibida entre os nefitas (Alma 27:9). A servidão certamente era uma condição diferente da escravidão na cultura leíta (por exemplo, Mosias 22:4). Amon foi servo do rei Lamôni, não necessariamente seu escravo (Alma 17:25). É bem verdade que a distinção entre ser escravo e ser servo era muito tênue entre os lamanitas do tempo de Amon, pelo que lemos no livro de mórmon. É possível que os servos gozassem de certa autonomia enquanto os escravos fossem servos sem direitos algum – tratados de maneira semelhante aos animais domésticos – como na cultura do Velho Testamento (Levítico 25:42). Mas a investigação sobre a servidão de Amon não responde a pergunta sobre Zorã por dois motivos principais: (1) Zorã viveu cerca de 400 anos antes de Amon – um nasceu no Velho Mundo e outro no Novo Mundo – as culturas dos dois lugares era muito distinta – sendo que a servidão e a escravidão apresentavam provavelmente muitas diferenças quanto a forma e função; (2) o escritor que fala de Zorã é Néfi (que viveu 600 anos antes de Cristo) e o escritor que fala de Amon, e cita as palavras “escravidão” e “servo” com mais frequência no Livro de Mórmon, é Mórmon (que viveu cerca de 350 depois de Cristo) – há mil anos de diferença entre um autor e outro – sendo, por isso, o valor do termo “escravo” e “servo” passível de significado diverso para cada um deles – inclusive para Joseph Smith (o tradutor) e para nós (os leitores atuais).
Mas porque essa questão é importante? Pelo simples fato que Zorã veio para as Américas e misturou seu sangue com os leítas. Zorã era membro da casa de Israel? Se ele fosse um escravo de Labão não era necessariamente um israelita (Levítico 25:44-46). Verdade é que Judá estava em crise na época do rei Zedequias – e os escravos eram muito caros. Todavia, Labão é apresentado como um homem rico, de muitas poses e servos, com influencia na Igreja e na sociedade (1 Néfi 3-4). Ter um escravo ou servo, que possuía acesso ao tesouro, era perfeitamente possível, e muito provável, na verdade, para um homem como Labão.
A lei de Moisés permitia a escravidão, mas não permitia que israelitas fossem escravizados por israelitas (Levítico 25:39). Certamente havia exceções – como a compra de um israelita que já era escravo.
Zorã conhecia o Deus de Israel, porque o juramento de Néfi e seu discurso para convencer Zorã se baseou no nome desse único Deus verdadeiro (1 Néfi 4:33-34). Além disso, Zorã conhecia os costumes dos judeus e relatava sobre a igreja para seu amo (1 Néfi 4:22, 28). Esses fatos são fortes indicações que tinha o sangue de Israel.
Fosse Zorã um escravo israelita, um escravo gentio ou um servo israelita gozava de certa autonomia perante Labão e ao ir com Néfi tornou-se livre como ele. As escrituras indicam que Néfi e Zorã se tornaram grandes amigos (2 Néfi 1:30). Zorã foi abençoado com Néfi – e a descendência dele foi contada com a dos nefitas, o que significa que tinham direito ao sacerdócio e todas as bênçãos do evangelho. A hipótese de que Zorã era descendente de Caanã é desconsiderada. Ele também não era levita, porque não havia sacerdócio levítico entre os nefitas (2 Néfi 1:6). Provavelmente não era efraimita ou manasseíta. Talvez fosse judeu. Ou talvez fosse ismaelita.
Não consegui chegar a um veredito sobre se Zorã era ou não era um escravo, nem qual sua etnia. Aceito o que diz o Livro de Mórmon, sem se preocupar com questões desse tipo: ele, Zorã, era um servo que não gozava de plena autonomia. Quando ele foi com Néfi não apenas obteve liberdade da servidão (ou escravidão), mas também a liberdade espiritual. O Senhor queria que Zorã fosse para as Américas. Não foi um acidente. Um dos propósitos de o Senhor enviar Néfi a casa de Labão era resgatar Zorã. Afinal ninguém vem para as Américas sem ser trazido por Deus (2 Néfi 1:6).

23 de set. de 2010

Quem são os mórmons?

São os membros da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. O apelido “mórmon” tem sua origem pelos inimigos da Igreja, que chamavam os membros assim porque eles acreditavam que o Livro de Mórmon era a Palavra de Deus. Mórmon é o nome de um profeta-historiador, que vivem 560 anos antes de Cristo. O nome significa, provavelmente, “muito bom”.

No que os Mórmons acreditam?
Pergunta difícil para resumir. Provavelmente não vou conseguir transmitir tudo o que deveria. Mas eis alguns pontos: Os mórmons acreditam em Deus, o Pai Eterno, em Jesus Cristo, o Filho de Deus e Salvador do mundo e no Espírito Santo. Acreditam que a Expiação de Jesus Cristo, que é o sacrifico que Ele realizou, pode salvar toda humanidade temporal e espiritualmente, hoje e no futuro. Também que sem fé, arrependimento, batismo, dom do Espírito Santo e perseverança até o fim não há felicidade eterna. As criançinhas não precisam de batismo e são salvas no reino de Deus instantaneamente. O Livro de Mórmon é um livro sagrado e verdadeiro tal como a Bíblia. Há profetas e apóstolos hoje tal como havia na antiguidade. A revelação e outros dons do Espírito, como cura, línguas e profecias são desfrutados pelos fiéis hoje, como no passado. Jesus Cristo retornará novamente a Terra e aqui reinará pessoalmente. As tribos de Israel serão coligadas e as profecias se cumprirão. A família é o ponto central de todos os esforços da Igreja. Por meio dos Templos, que são lugares especiais de adoração, as famílias podem ser seladas para toda eternidade –e nem a morte poderá separá-las. Há batismos e outras ordenanças para pessoas falecidas – para que toda família de Deus possa ser salva. O bem-estar temporal e espiritual de toda humanidade é a meta da Igreja, por isso há auxílios humanitários, que ajudam em catástrofes naturais, e um programa de proselitismo forte no mundo inteiro. Os membros guardam os mandamentos e reservam um dia por semana, que é o Domingo, para não trabalhar e adorar o Senhor. Vão a Igreja, cantam hinos e servem ao próximo. Acreditam que devem ser bons cidadãos e cumpridores da lei. Eles não bebem café e bebidas alcoólicas, não usam drogas e procuram ser saudáveis em todos os sentidos. São participativos na comunidade, na política e são bons vizinhos. São estudiosos e trabalhadores. São cristãos, desejando fazer o que Cristo faria se estivesse em seu lugar.

Quem foi Joseph Smith?
Foi o profeta de Deus que restaurou (trouxe de volta) o Evangelho de Jesus Cristo que havia se perdido após a morte dos apóstolos na época do Novo Testamento. Ele viu Deus, o Pai e Jesus Cristo. Recebeu diversas revelações, visitas angelicais e traduziu o Livro de Mórmon. Construiu edifícios e cidades, foi prefeito, chefe de milícia, candidato a presidência dos Estados Unidos. Foi filho, marido e pai exemplar. Devido às perseguições foi assassinado cruelmente enquanto preso injustamente.

Joseph Smith é mais importante que Jesus?
Não.

Mas ele é quase um Jesus para os mórmons?
Não. Só há um salvador: Cristo.

Mas os mórmons o consideram muito importante, não é?
Sim. Ele restaurou verdades preciosas. Sem essa restauração não haveria como conhecermos o Salvador verdadeiramente e voltarmos a sua presença. Ademais sem o poder que Joseph recebeu, o sacerdócio, os batismos não poderiam ser aceitáveis, bem como outras ordenanças para salvação. Jesus ensinou que aquele que não nascer da água e do Espírito, ou seja, ser batizado e receber o dom do Espírito Santo, não pode entrar no Reino de Deus (João 3:5). Faz-se necessário, por isso, que um batismo aceitável, feito por alguém que realmente tenha autorização seja realizado. Os homens da Igreja hoje têm esse poder – de auxiliar na salvação dos filhos de Deus. Joseph foi quem prestou mais auxílio para humanidade, depois, é claro, do Salvador Jesus Cristo.

Quem é Jesus Cristo para os mórmons?
Jesus Cristo é o Salvador e Redentor do mundo. Significando que Ele é o Filho Unigênito do Pai, que foi preordenado (escolhido antes de nascer) para morrer pela humanidade. Ele sofreu no Monte das Oliveiras e na Cruz, e ressuscitou dos mortos. Tal evento é chamado de Expiação. Se não fosse por esse sacrifício, voluntario e infinito ninguém poderia ser salvo. Jesus Cristo é o Deus que apareceu a Moisés, sendo conhecido como Jeová, no Velho Testamento. É o líder da igreja atual. É o criador, o juiz e o advogado junto ao Pai. Ele é um com o Pai, mas não corporalmente – pois são distintos e individuais – sendo unidos em propósito. O poder que emana da Expiação, bem como dos ensinamentos do mestre não são uma bênção futura, mas atual. Sua expiação ajuda em todos os problemas, cura, salva e eleva a todos e tudo. Tudo é por Ele e para Ele e Dele. Ele é o Rei dos Reis e Senhor dos Senhores que voltará a Terra. É o Messias e é o ponto central de todo o plano e criação.

Os mórmons são diabólicos?
Não. Servem a Deus, não ao diabo.

Porque os mórmons têm muitos filhos?
Um casal é livre para decidir quantos filhos quer ter. Como a família é fundamental os mórmons acreditam que os filhos são a herança do Senhor e que o mandamento de crescer e multiplicar, dado a Adão e Eva, continua em vigor. Todavia a decisão de quantos filhos deve ser do casal com Deus.

Porque os mórmons se casam com mais de uma mulher?
Os mórmons não se casam com mais de uma mulher.

Hoje não. Mas antigamente sim, não é?
A Igreja ensinou o casamento polígamo no inicio. E um homem podia mesmo ter mais que uma mulher. Entretanto nunca mais que 3% dos membros praticaram tal lei dada por Deus. Abraão, Moisés, Jacó, Gideão e outros profetas e homens bíblicos praticavam o casamento plural. Aqueles que acreditam na Bíblia não deviam se admirar tanto dessa pratica, pois Deus é o mesmo ontem, hoje e para sempre. Como parte da restauração de todas as coisas era necessário que essa prática fosse realizada por certo período. Por meio de um profeta posterior, Deus disse que o casamento plural deveria cessar. E cessou. Faz mais de 150 anos que isso acabou.

Quer dizer que Joseph Smith teve mais de uma esposa?
Sim, ele teve. E outros líderes também. Isso não foi um pecado quando (e somente quando) ordenado por Deus. Ora, Abraão pecou ao receber Agar como esposa, sendo já casado com Sara? Se houver problema nisso, há problema no casamento plural de Joseph. Mas sabemos que Abraão e Joseph foram profetas de Deus. A diferença é que não existe sistema de castas ou concubinas no casamento plural da Restauração – todas as esposas são iguais.

Hoje é pecado se casar com mais uma mulher?
Sim. A excomunhão (que é a ação disciplinar máxima da Igreja) é a sentença dada aos que realizarem, apoiarem ou ensinarem tal prática.

A Igreja é ligada a maçonaria?
A Igreja, como organização, é independente e não é associada a outras instituições, clubes, organizações, partidos, etc. A igreja não tem rituais maçônicos. E não há incentivo ou impedimento em relação à maçonaria.

Um mórmon pode ser maçom?
Se ele quiser sim. Assim como um evangélico, budista ou qualquer outro poderá sê-lo se aprovado pelos maçons (os católicos proibem-se). Também se um membro da igreja quiser fazer parte de alguma organização de ajuda comunitária ou clube para realização profissional, social ou acadêmica poderá fazê-lo, dês de que tal comunidade não esteja em oposição aos princípios da Igreja. Não há incentivo ou proibição com relação aos maçons, dês de que não contrariem os principios do Senhor.

O que é o sacerdócio?
É o poder e a autoridade de Deus dado ao homem para ajudá-lo em sua salvação. É dado aos homens para abençoarem, guiarem, batizarem e casarem para eternidade os filhos de Deus.

Os mórmons são racistas?
Não.

Mas porque não há lideres negros na Igreja?
É claro que há lideres negros na Igreja. A Igreja é uma Igreja mundial. Deus chama homens de toda parte para servi-lo em seu reino. Há japoneses, brasileiros, africanos, australianos, canadenses, americanos, chilenos, havaianos... servindo na Igreja como líderes.

Entretanto eu soube que a Igreja impediu que os negros recebessem o sacerdócio e entrassem no Templo. Isso procede?
Todo homem digno pode receber o sacerdócio e toda família, independente de raça ou cor, pode adentrar no Templo. Houve uma época, entretanto, em que o sacerdócio não era dado a homens negros. Isso porque o Senhor assim determinou. No Velho Testamento apenas os levitas tinham o sacerdócio Âaronico. Na época de Cristo somente os israelitas podiam receber seu ministério mortal. Na época dos Apóstolos os gentios puderam fazer parte da Igreja. O padrão do Senhor de abrir as portas de seu reino e conceder certas bênçãos a certas nações esta de acordo com Seu cronograma celeste.

O que é um Templo?
É um lugar de adoração muito especial e particular. É a casa de Deus. Diferente de uma capela. É um lugar de ordenanças e ensinamentos sagrados, que devem ser mantidos em sigilo. É um lugar belo onde Deus visita seu povo.

O que se faz dentro do Templo?
Muitas coisas. Batismos pelos mortos. Casamentos para toda eternidade. Lá dentro todos se vestem de branco. Há salas para ensinamento e outras para cerimônias. É um lugar de trabalho para o próximo. Um lugar de paz e tranqüilidade.

Porque um não-mórmon não pode entrar no Templo?
Pode entrar antes dele ser dedicado e ver tudo o que tem lá dentro. Depois, só com uma preparação – que inclui o batismo. Fotos de Templos estão espalhadas pela internet. E são divulgadas pela Igreja. Deus quer que todos conheçam o Templo, mas não pode baixar os requisitos divinos, para não profanar Sua casa.

Quais os requisitos para se entrar no Templo?
Fé, arrependimento, batismo, confirmação e um entrevista com um líder da Igreja para atestar a dignidade e comprometimento. Deve-se estar vivendo a Palavra de Sabedoria eestar-se pagando o dízimo.

O que é a Palavra de Sabedoria?
É uma lei de saúde dada por Deus para nossa época. Chã preto, café, fumo, álcool e todo tipo de drogas prejudiciais são proibidas. Alimentos nutritivos são recomendados além da pratica de esportes e a presença de bons hábitos.

O que é o dízimo?
É uma lei bíblica, que significa dar ao Senhor dez por cento do que ganhamos. Os membros que vivem essa lei pagam um dízimo do dinheiro que recebem ao bispo. Esse dinheiro é usado para construção de capelas, divulgação do evangelho e ajuda ao próximo. Ninguém na Igreja recebe salário por servir. Todos são voluntários.

Os mórmons são contra o homossexualismo?
Sim. Deus o é.

Somente os mórmons serão salvos?
Não. Toda humanidade poderá ser salva se obedecer a Deus e crer em Jesus Cristo, e ser batizada.

Quer dizer que os pagão não serão salvos?
Podem ser que sejam salvos se crerem em Cristo e guardarem os mandamentos (inclusive o batismo).

Mas e se morrerem pagãos?
E daí? Não é Deus misericordioso? Eles poderão ter fé, e mesmo mortos poderão aceitar o batismo que é feito num Templo, por um procurador, em seu lugar. Por isso há batismos pelos mortos.

Os mórmons têm um profeta vivo?
Sim. O nome dele é Thomas s. Monson. Temos 12 apóstolos também, como na antiguidade.

Ele fala com Deus?
Ele tem o mesmo poder dos profetas antigos. Os profetas antigos falavam com Deus, por isso os profetas modernos também o fazem.

Que prova tenho que a igreja mórmon é verdadeira?
Todas.

Como assim?
A história da igreja, o testemunho dos profetas e apóstolos, o testemunho das escrituras, o testemunho de milhares que já morreram e vivem hoje, o testemunho de multidões que se convertem todos os anos e principalmente o testemunho do Espírito Santo que vem a todos os que o quiserem e pedirem com fé. O diabo, os anjos, Deus e Cristo sabem que a Igreja é verdadeira. Eu sei também.

Como posso saber?
Lendo o Livro de Mórmon, meditando sobre ele e orando com fé. A resposta virá claramente a mente e ao coração.

20 de set. de 2010

Resposta aos comentários de "As multidões estão sempre certas?"

Obrigado pelos comentários. Eles acrescentaram muito ao que escrevi. Quanto à decisão de cada um de votar em branco ou a de votar nulo, minha opinião é que cada pessoal que goza do sufrágio universal (direito de votar e de ser votado) deva exercer com responsabilidade seus direitos, votando da maneira que quiserem, em quem quiserem, ou votando em branco, ou anulando seu voto.


Só quero esclarecer que da mesma forma que há diferentes tipos de ministério, mas o Senhor é o mesmo (1 Coríntios 12:5), há diferentes tipos de governo secular sob a bênção de Deus. Devemos lembrar que a diversidade faz parte da Criação (Gênesis 1). Embora busquemos a unidade com Deus – pensarmos, agirmos e tornarmo-nos como Ele – devemos lembrar que ser como Deus não significa excluir o conjunto de peculiaridades, características e dons diversos que cada um têm. A perfeição respeita a diversidade. Evidentemente essa diversidade se dá sob os mesmos princípios, valores e leis divinas.

Somos diferentes e isso é divino! Quem teve dois presidentes de Estaca, ou dois presidentes de missão notou que ambos pensavam de modo diferente, agiam de modo diferente, mas buscavam o mesmo Deus e realizavam o mesmo: trazeiam pessoas a Cristo. Eles realizaram muito, de diferentes maneiras. Assim, irmãos, penso não ser apropriado deixar a decisão do voto somente nas mãos de Deus e anular nossa responsabilidade. Devemos, como falei anteriormente, analisar bem a questão usando todos os meios lícitos que nos forem possíveis (levando a questão política muito a sério), orar a Deus para que tenhamos revelação neste empenho, e então votar. É possível (na verdade, é muito possível) que Deus (assim como sua Igreja) seja neutro com relação ao voto que daremos. Isso se dá por que Ele confia em nossa decisão, em nosso arbítrio. Creio do fundo do coração, que se fizermos tudo que esta ao nosso alcance para escolhermos bem, e depois orarmos com real intenção, ele NÃO nos permitirá escolher candidatos que trarão más conseqüências ao povo de Deus. Todavia, não acho que ele se envolverá ativamente, dando pareceres para um ou outro candidato.

Votar nulo é uma manifestação possível e estou muito inclinado a assim proceder, porque penso o mesmo que meus amigos que postaram seus comentários (da postagem anterior) e porque ainda não defini se votarei em alguém. Também estou ansioso para o milênio, como a Isabela disse. Acho que não precisaremos votar nulo na era milenar!

Para finalizar, desejo deixar claro que a opinião sobre em quem votar (ou em quem não votar) é pessoal. É semelhante a outras escolhas pessoais: com quem devo casar, ou qual profissão devo escolher. Embora muitas decisões o Senhor se envolva (principalmente nas questões que afetam a eternidade), é bem provável que ele não tem um candidato favorito e que não deseja ardentemente o voto nulo. Temos inteira responsabilidade por nosso sufrágio e prestaremos conta por ele. Mas uma questão pessoal, no fundo, deve ser resolvida por nós mesmos e não por terceiros, mesmo que esse terceiro seja Deus – claro, com a bênção, proteção e inspiração de Deus, que sempre esta disposto a nos guiar.

Sendo redundante, mas apenas para não correr o risco de ser mal compreendido, esclareço com a citação do élder Oaks:
“[Uma pessoa pode ter] o forte desejo de ser conduzida pelo Espírito do Senhor
Mas(...) insensatamente estender esse desejo ao ponto de desejar ser conduzida
em todas as coisas. O desejo de ser conduzido pelo Senhor é um ponto forte,
mas precisa ser acompanhado do entendimento de que nosso Pai Celestial deixa
muitas decisões para nossa própria escolha pessoal. As decisões pessoais são
uma das fontes de crescimento pelas quais precisamos passar na mortalidade.
As pessoas que tentam passar todas as decisões para o Senhor e pedem revelação
em todas as suas escolhas logo se encontrarão em uma situação na qual irão orar
por orientação e não a receberão. Por exemplo: É provável que aconteçam inúmeras
situações em que as escolhas sejam triviais ou qualquer escolha seja aceitável.
Devemos estudar as coisas em nossa mente, usando o poder de raciocínio que o
Senhor colocou dentro de nós. Depois disso, devemos orar por orientação e agir
de acordo com o que recebermos. Se não recebermos orientação, devemos agir
de acordo com o que julgarmos ser melhor. As pessoas que insistem em buscar
orientação por revelação nos assuntos que o Senhor não decidiu dirigir-nos pode
criar uma resposta a partir de suas próprias fantasias ou preconceitos, ou até
receber resposta por meio de revelação falsa”. (“Nossos Pontos Positivos Podem
Causar Nossa Ruína”, A Liahona, maio de 1995, pp. 13–14)

Além disso irmãos, Deus esta no controle de todas as coisas. Um país maravilhoso como o Brasil, segundo os líderes da Igreja, onde o evangelho é tão bem recebido, será um potência mundial (e já esta se tornando). Não creio que o frágio e débio braço da carne consiga impedir as bênçãos de Deus para o Brasil. Em outras palavras, seja Dilma, seja Serra, seja Marina, seja Plínio, ou não seja nenhum desses - o Brasil prosperará! Isso não é desculpa para votar em qulaquer um ou deixar de analizar as questões politicas.

18 de set. de 2010

As multidões estão sempre certas?

Um amigo me falou que a voz do povo é a voz de Deus. No presente momento do Brasil, encontramo-nos em época de eleições. Por isso a conclusão desse amigo é que um certo candidato que tem, segundo as pesquisas, maior intenção de voto para presidência, é o melhor preparado. Ele usou a seguinte escritura a seu favor:

“Ora, não é comum a voz do povo desejar algo contrário ao que é direito; mas é comum a minoria do povo desejar o que não é direito; portanto observareis e tereis isto por lei---resolver vossos negócios de acordo com a voz do povo. (Mosias 29:26)

A escritura é verdadeira. Entretanto a consideração deste amigo foi um equivoco. Devemos aplicar a escritura as situações de nossa vida, mas não podemos tirar um versículo de seu contexto e defender um ponto de vista. Isto é insensatez. Afinal, qualquer teoria e opinião pode ser defendida com as escrituras. Satanás usa escrituras mescladas com mentiras para enganar os homens.

Aquele meu amigo esqueceu do versículo seguinte de Mosias 29:

“E, se chegar o tempo em que a voz do povo escolher iniqüidade, então os julgamentos de Deus recairão sobre vós; sim, então será o tempo em que ele vos visitará com grande destruição, assim como tem, até agora, visitado esta terra.”

O Rei Mosias, um santo profeta, estava falando a seu povo, e não ao povo brasileiro. Verdade é que o principio ensinado pode ser aplicado a nós. As maiorias tendem a desejar o que é melhor para o povo. Mas, como esse profeta explicou, podem haver ocasiões em que a voz do povo quer iniqüidade – a maioria quer iniqüidade, porque se afastaram de Deus.

Foram as multidões que crucificaram o Filho de Deus. Foram as multidões que assassinaram Joseph Smith. Leí viu uma multidão no grande e espaço edifício que representava o mundo iníquo (1 Néfi 8, 11). As multidões desse mundo gemem sob o peso do pecado – e se não fosse pela oração dos justos, tal como Amonia, seriam destruídos (Alma 10:22). Os servos de Deus sempre foram, e até Cristo voltar, sempre serão, a minoria (1 Néfi14:12).

Agora, dizer que só porque nas pesquisas um candidato tem mais pontos e por isso é o candidato melhor preparado, visto que a voz do povo é a voz de Deus, e que tal doutrina esta nas escrituras, é absurdo, como demonstrei.

Para votarmos devemos considerar mais do que a opinião popular. Assim como para definirmos valores e acharmos princípios. Ouvir a voz das multidões fará com que uma pessoa seja levada pelo vento de uma para outra parte, até ser destruída moralmente e espiritualmente. Usemos os poderes de raciocino e observação. Levantemos dados e analisemos. Sejamos atentos para os comentários, debates, propostas, pesquisas, etc. E oremos a Deus para escolhermos bem.

1 de set. de 2010

Nesta época de eleições algumas considerações sobre o evangelho e a política parecem-me adequadas. De fato, há muitas confusões sobre o tema e um esclarecimento se faz necessário.


O que Deus pensa sobre a política?
Deus deseja ser nosso governante e líder. Entretanto deu-nos o arbítrio. Ele também quer que aprendamos a liderar e ser deuses como Ele. No sistema mais perfeito, o profeta seria o sumo sacerdote presidente da Igreja e do mundo – cuidando de todos os assuntos por revelação. O Reino de Deus teria importância espiritual e secular. Não obstante, devido à fraqueza humana, Deus permitiu que outros sistemas de governo se operassem. Deus se regozija quando há um líder bom como o Rei Mosias, mas certamente se entristece quando um iníquo líder, como o Rei Noé, leva o povo a muita iniqüidade (Mosias 23:7-13).
Deus trabalha com os homens de acordo com sua fé. Por ora permite que haja muitos tipos de governos. Dia virá, entretanto, que o Salvador reinará pessoalmente sobre a Terra. Enquanto esse dia não chega, Ele ordenou a seu povo que se submetessem a autoridade dos governantes, e, se possível, escolhessem bons líderes (Pregar Meu Evangelho pg. 82)
Joseph Smith escreveu por inspiração a sessão 134 de doutrina e Convênios, que fala não só sobre a opinião formal da Igreja, mas também é a própria vontade do Senhor a respeito dos governos humanos:

“NÓS cremos que os governos foram instituídos por Deus em benefício do homem; e que ele considera os homens responsáveis por seus atos em relação aos mesmos, tanto na formulação de leis como em sua execução, para o bem e segurança da sociedade.”
“Cremos que nenhum governo pode existir em paz a não ser que tais leis sejam feitas e mantidas invioladas, de modo a garantir a todo indivíduo o livre exercício de consciência, o direito e domínio de propriedade e a proteção da vida.”
“Cremos que todos os governos requerem necessariamente representantes e magistrados civis para executar suas leis; e devem-se procurar e apoiar pessoas para administrar a lei com eqüidade e justiça, pela voz do povo, caso se trate de uma república, ou pela vontade do soberano.”
“Cremos que a religião foi instituída por Deus; e que os homens são responsáveis perante ele e somente ele, por seu exercício, a menos que suas opiniões religiosas os levem a infringir os direitos e a liberdade de outrem; não cremos, porém, que as leis humanas tenham o direito de interferir na prescrição de regras de adoração para oprimir a consciência dos homens nem de ditar formas de devoção pública ou particular; cremos que o magistrado civil deve reprimir o crime, mas jamais controlar consciências; deve castigar delitos, mas nunca suprimir a liberdade da alma.”
“Cremos que todos os homens têm a responsabilidade de suster e apoiar o governo do lugar em que residem, desde que protegidos em seus direitos inerentes e inalienáveis pelas leis de tal governo; e que o motim e a rebelião são inadequados a todo cidadão assim protegido e devem ser punidos de acordo; e que todos os governos têm o direito de estabelecer leis que, a seu ver, sejam mais adequadas para assegurar os interesses públicos; ao mesmo tempo, contudo, mantendo sagrada a liberdade de consciência.”
“Cremos que todo homem deve ser respeitado em sua posição, governantes e magistrados como tais, sendo nomeados para proteção dos inocentes e punição dos culpados; e que todos os homens devem respeito e deferência às leis visto que, sem elas, a paz e a harmonia seriam suplantadas pela anarquia e pelo terror; as leis humanas foram instituídas com o propósito expresso de regular nossos interesses como indivíduos e nações, entre um homem e outro; e as leis divinas foram dadas pelo céu, para prescrever regras sobre assuntos espirituais, para fé e adoração, devendo o homem dar contas de ambas a seu Criador.”
"Cremos que governantes, estados e governos têm o direito e a responsabilidade de promulgar leis para a proteção de todos os cidadãos no livre exercício de suas crenças religiosas; mas não cremos terem eles o direito, por justiça, de privar os cidadãos desse privilégio nem de rejeitá-los por suas opiniões, enquanto mostrarem consideração e reverência pelas leis e suas opiniões religiosas não incentivarem motins nem conspirações.”
“Cremos que a perpetração de um crime deve ser punida de acordo com a natureza do delito; que o homicídio, a traição, o roubo, o furto e a violação da paz geral, em todos os aspectos, devem ser punidos de acordo com sua criminalidade e sua má influência entre os homens, pelas leis do governo sob o qual o delito tiver sido cometida; e para a paz e tranqüilidade públicas, todos os homens devem usar sua habilidade para entregar os transgressores das boas leis ao castigo.”
“Não cremos ser justo misturar influência religiosa com governo civil, o que faz com que uma sociedade religiosa seja favorecida e outra, restrita em seus privilégios espirituais; e os direitos individuais de seus membros, como cidadãos, sejam negados.”
“Cremos que todas as sociedades religiosas têm o direito de lidar com seus membros, em caso de conduta inadequada, de acordo com as regras e os regulamentos dessas sociedades; desde que tal ação se limite à participação e posição da pessoa na sociedade a que pertença; mas não cremos ter qualquer sociedade religiosa autoridade para julgar os homens quanto a seu direito a propriedade ou à vida; para confiscar-lhes os bens deste mundo, ou para pô-los em perigo de vida ou de danos físicos ou para infligir-lhes qualquer castigo físico. Podem, apenas, excomungá-los de sua sociedade e negar-lhes participação.”
“Cremos que todos os homens devem apelar para as leis civis a fim de conseguir reparação de todas as injúrias e agravos, quando se lhes infligirem maus-tratos pessoais ou infringirem-se seus direitos à propriedade ou reputação, onde existirem leis para protegê-los; mas cremos que todos os homens são justificados por se defenderem e defenderem seus amigos e seus bens e o governo de ataques ilegais e de violações de direitos cometidos por qualquer pessoa, quando não se puder apelar de imediato às leis nem se puder obter auxílio.”
“Cremos ser justo pregar o evangelho às nações da Terra e exortar os justos a salvarem-se da corrupção do mundo; mas não cremos ser correto interferir na vida dos escravos nem pregar-lhes o evangelho nem batizá-los contra a vontade e o desejo de seus senhores, nem envolver-se com eles ou influenciá-los de qualquer forma, de modo a torná-los descontentes com sua situação nesta vida, pondo assim em risco vidas humanas; tal interferência cremos ser ilegal e injusta e perigosa para a paz de todo governo que permita a escravidão de seres humanos.”

Fico impressionado com a sabedoria de Joseph Smith ao escrever tal sessão. Na verdade, não foi Joseph quem criou essas crenças – foi o próprio Deus. Ele as ditou ao profeta.
Nessa declaração aprendemos que não misturamos influencia religiosa com influencia política. Não usamos as capelas para exercer nosso sufrágio universal: expondo nosso pareceres políticos e desejando votos a nosso favor ou de outrem. Somos livres para expressar nosso opinião, mas devemos fazê-lo fora da igreja. Especialmente os líderes. Houve uma experiência desgostosa para Igreja:

“Durante todo esse árduo processo de reconciliação [Utah se tornando Estado], as discórdias e mal entendidos a respeito das questões políticas continuaram existindo entre os membros da Igreja. Até mesmo algumas Autoridades Gerais foram afetadas, pois alguns faziam campanha pelas medidas políticas e candidatos democratas e outros pelos republicanos. A questão política chegou ao auge quando em 1895, o Élder Moses Thatcher, do Quórum dos Doze Apóstolos, aceitou a nomeação do partido democrata para ser senador por Utah e o Élder B. H. Roberts, do Primeiro Conselho dos Setenta, concorreu a um cargo no congresso pelo mesmo partido. Eles sofreram medidas disciplinares por terem aceitado a nomeação sem consultarem primeiro seus líderes da Igreja. Nenhum deles foi eleito.
Em abril de 1896, as Autoridades Gerais publicaram uma declaração formal, conhecida como a lei política da Igreja ou o Manifesto Político. Ele salientava a separação entre a igreja e o estado, bem como a intenção da Igreja de não interferir nos direitos políticos de qualquer de seus cidadãos.
A declaração acrescentava ainda que para continuar havendo paz e boa vontade em Utah, era desaconselhável que os líderes mais importantes da Igreja “aceitassem cargos políticos ou empregos que os desviassem ou afastassem do cumprimento de seus deveres religiosos, sem antes consultar e obter a aprovação de seus associados e daqueles que os presidem”.
A princípio, B.H. Roberts achou que o documento restringia seus direitos e recusou-se a assiná-lo. Depois que as outras Autoridades Gerais conversaram com ele, oraram com ele e procuraram fazê-lo compreender, ele por fim assinou o documento. O Élder Moses Thatcher, apesar de esforços semelhantes terem sido feitos por ele, ainda assim recusou-se a colocar sua assinatura no documento. Por esse motivo, ele foi desobrigado do Quórum dos Doze, apesar de manter sua condição de membro da Igreja. O Manifesto Político continuou a ser o padrão que rege as atitudes da Igreja com respeito à política.”
Fica claro pelas escrituras que o Senhor deseja que não nos envolvamos na política. Na verdade devemos nos envolver ativamente – elegendo bons governantes e, se desejarmos, concorrendo a cargos políticos. Todavia, é de vital importância que não usemos nossa influencia religiosa (cargo na Igreja, por exemplo), para obter votos – e nem é adequado fazer campanha em lugares de adoração.
Seremos responsáveis perante Deus pelo exercicio de nosso sufrágio universal. Que possamos escolher bem os líderes da comunidade e orar para que eles façam boas escolhas. A mão da providência é invisível, mas tem o controle de tudo e todos. Confiemos em Deus, e depois aguardemos com extrema segurança o Reino que destruirá todos os outros.