26 de dez. de 2010

O MAIS IMPORTANTE CONHECIMENTO

Já vou dizendo logo qual é o mais importante conhecimento que alguém pode obter: é o conhecimento de que se é um filho de Deus. Vou explicar porque esse é o conhecimento mais importante, no que ele consiste, como obter tal certeza e, finalmente, quais os frutos desse entendimento. Porém, antes nesta postagem, preciso esclarecer o significado de conhecimento.
Conhecimento não é sinônimo de informação, embora informação seja uma parte importante do conhecimento. Saber de uma coisa não significa necessariamente conhecê-la. Pode ser que seja assim nas interações seculares. Por exemplo, alguém pode dizer que conhece a Bíblia tão somente porque a leu. Talvez essa pessoa até tenha estudado com cautela e dedicação a Bíblia. Mas isso não significa que conheça a Bíblia. Informar-se, cientificar-se, inteirar-se e identificar-se é apenas um dos componente do verdadeiro conhecimento.
Veja bem, eu não quero ser confuso. Nem quero criar uma sistematização complicada e dificultosa. Pelo contrário, apenas quero esclarecer o que vem a ser verdadeiramente conhecimento.

Quero mostrar uma escritura. Eis ela: “E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (João 17:3). Essa passagem diz que aqueles que conhecerem a Deus e a Jesus Cristo terão vida eterna. Vida Eterna é o maior dom de Deus e significa viver com Deus e ser como Ele (GEE “Vida Eterna”). Pois bem, o diabo reconhece muito bem a existência de Deus. De fato, nós, mortais, que vivemos debaixo do véu não lembramos de Deus, e a maioria de nós não o viu e nem o verá enquanto na mortalidade. Daí porque dizemos que vivemos pela fé, e não pela visão (I Coríntios 13:12, II Coríntios 5:7). E também que a fé não é um perfeito conhecimento (Alma 32:21, 26). O diabo não nasceu, nem nascerá – não ganhará um corpo físico – por isso nunca passou e nem passará pelo véu do esquecimento. Ele não precisa da fé para saber que Deus é real.
O Bispo de Jerusalém escreveu a Igreja de sua época: “Tu crês que há um só Deus; fazes bem. Também os demônios o crêem, e estremecem” (Tiago 2:19). Crer nesta escritura se refere a reconhecer. Os demônios conhecem Deus e seu plano? Sim e não. Eles até podem recitar escrituras, e o fazem – para enganar as pessoas (Mateus 4:6); e estou certo que eles conhecem as escrituras muito mais do que muito de nós; todavia eles não têm vida eterna, e nem a terão (D&C 76:28-38): falta-lhes verdadeiro e puro conhecimento! Ou seja: eles têm apenas parte do conhecimento.
Já que conhecimento não pode apenas ser informação ou reconhecimento de um fato, devemos ir avante e interpretar melhor o que vem a ser.
Nas escrituras aprendemos que o conhecimento puro expande a alma (D&C 121:42), o que para mim significa uma transformação no coração, um despertar de um profundo sono, um despertar para Deus, ser iluminado pela luz da palavra eterna, sentir e saber que foram rompidas as ligaduras da morte (Alma 5:7-10). Verificando essas escrituras vemos que “o coração do entendido adquire conhecimento; e o ouvido dos sábios busca conhecimento” (Provérbios 18:15), e que, conseqüentemente, conhecimento é tanto uma cientificação na mente quanto um sentimento ou impressão no coração. Coração é símbolo da vontade e disposição do homem (“Coração” GEE). Coração, portanto, significa não só emoção, mas desejo. E os desejos comumente levam-nos a ação. Conhecimento também é ação. É por isso que Jeremias, mesmo cansado de pregar a um povo iníquo não podia cessar de clamar-lhes arrependimento. Ele tinha um conhecimento tão grande que era como fogo encerrado em seus ossos, e mesmo fatigado de sofrer ainda continuava exortando (Jeremias 20:9-11). Seu conhecimento não se restringia a saber ou sentir, mas ia além e o levava a agir.
Concluindo: conhecimento é saber, sentir, fazer e tornar-se. O diabo pode até saber que Jesus é o Cristo (Atos 19:15), mas ele não age de acordo com esse conhecimento. Por isso falei que os demônios têm apenas parte do conhecimento.
Uma das minhas citações favoritas é essa: “A doutrina verdadeira, quando compreendida, muda as atitudes e o comportamento. O estudo das doutrinas do evangelho melhorará o comportamento mais rapidamente do que o estudo do comportamento conseguirá fazê-lo”. (Presidente Boyd K. Packer, “Criancinhas”, A Liahona, janeiro de 1987, P.16).
Não basta apenas se inteirar do conteúdo das escrituras, mas sim de entesourar e agir de acordo com o que se aprende. O conhecimento verdadeiro muda a pessoa. Isso não significa que ela sempre será fiel a esse conhecimento. De fato, nem sempre vivemos a altura do conhecimento que possuímos. E também devemos lembrar que “a quem muito é dado, muito é exigido e o que pecar contra a luz maior receberá condenação maior”. Por exemplo, aqueles que chegam a conhecer a Deus e a Jesus Cristo e são selados para vida eterna, se deixarem de viver de acordo com o que sabem, tornar-se-ão filhos da perdição (D&C 132: 27). Mas esse é um assunto para outra ocasião.
Há pessoas que “aprendem sempre, e nunca podem chegar ao conhecimento da verdade” (2 Timóteo 3:7). Essas, como já demonstrei, apenas sabem ou sabem e sentem, mas não agem nem se transformam. Elas obtém apenas parte do conhecimento.
O conhecimento mais importante é o de sentir que se é um filho de Deus, é o de saber que se é um filho de Deus, é o de agir como um filho de Deus e é o de tornar-se um filho de Deus. A vida eterna é tornar-se como Deus, sentindo como ele se sente, sabendo o que ele sabe e fazendo tudo o que ele faria se estivesse em nosso lugar.

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