Não se deve supor que Jarede não tenha orado, pois tal não é dito nas escrituras. Entretanto é dito que ele pediu ao seu irmão que clamasse ao Senhor por suas famílias e amigos. É interessante notar que Jarede disse: “vai e inquire ao Senhor se nos fará sair da terra e, se nos fazer sair da terra, pergunta-lhe para onde iremos. E quem sabe o Senhor nos guiará a uma terra escolhida entre todas as terras do mundo?”. Jarede foi bem especifico em seu pedido, creio que foi inspirado por Deus ao pronunciá-lo. Pelo relato de Éter fica claro que Jarede era um homem justo. Ele orava, portanto. E deve ter orado pessoalmente e em família sobre seus desejos mais profundos: não ser confundido, ficar com a família, sair da iniqüidade e herdar uma terra livre do mal. E por ter orado, sentia ou foi levado a solicitar por inspiração a seu irmão que orasse especificamente.
O irmão de Jarede era um homem “altamente favorecido por pelo Senhor”. Foi o irmão de Jarede que guiou o povo para fora de Babel (Éter 1:42). Foi o irmão de Jarede que inquiriu ao Senhor sobre os barcos e a luzes nos barcos (Éter 2 e 3). Foi ele que liderou a ida e chegada à Terra Prometida. Ele era o líder. Ele era o profeta. Jeová lhe apareceu! (Éter 3:13).
Por mais que Jarede desejasse receber revelação para seu povo – familiares e amigos – ele não podia fazê-lo – pois é o profeta-líder que recebe revelações para todos os homens. A casa de Deus é organizada. Jarede podia inquirir ao Senhor sobre sua própria situação e receber revelação para sua família imediata – pois era o patriarca de seu lar. Mas para ninguém mais. Esse mesmo principio é muito bem explicado em D&C 28:2, 6-7 – que diz que Joseph era o profeta-líder, tendo sido chamado e apoiado (D&C 21) para receber a vontade de Deus.
O Senhor ouve e responde a oração de todos – tenham chamados importantes na Igreja ou não, sejam ricos ou pobre, instruídos ou iletrados, grandes ou pequenos, crianças ou velhos, homens ou mulheres. Todos podem orar. Até os iníquos são ouvidos por Deus. Mas Deus dá ao profeta poder para guiar outras pessoas. Esse é o principio das chaves. Esses homens têm tanta confiança de Deus que eles se tornam poderosos em palavras “e ações, em fé e em obras”. De fato, todas as coisas se [realizam] segundo [suas] palavras, pois nada [pedem] que seja contrário a (...) vontade [do Senhor]” (Helamã 10:5).
Um exemplo ilustra o principio: O Presidente Kimball era o único homem que podia, na época, acabar com a restrição do sacerdócio a homens negros, pois portava todas as chaves e podia usar todas as chaves. Muitas cartas, histórias de fé, oração e pedidos de outras pessoas levaram o profeta a orar muitas e muitas vezes. A revelação veio, então. Do mesmo modo o irmão de Jarede inquiriu ao Senhor por “longo tempo” (Éter 1:43) e recebeu revelações e promessas que outros primeiramente buscaram – e abençoaram tanto a ele como a muitos outros.
O irmão de Jarede era um vidente que podia saber coisas passadas, presentes e futuras. Ele podia saber de “coisas que, de outra maneira, não poderiam ser conhecidas”. Esse é um dos motivos por que “um vidente (...) se torna um grande beneficio para seus semelhantes” (Mosias 8:17-18). Jarede, sabendo disso, apressou-se me solicitar o irmão-profeta. Era como os irmãos no inicio de nossa dispensação – procuravam Joseph para saber a vontade do Senhor – o que culminou em diversas sessões de Doutrina e Convênios (ver Introdução de D&C). Tais revelações não viriam, como vieram, se Joseph, que tinha o manto profético, não as recebesse.
2 comentários:
bem colocado!
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