17 de dez. de 2012

Religiões Tradicionais


Estudos das Religiões: Religiões Tradicionais

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                "Elas já foram chamadas religiões primitivas: o termo significava sem cultura, sem técnica e fazia pensar em seres ainda no início da escala da evolução humana. Atualmente antropólogos e demais estudiosos preferem chamá-las de religiões tradicionais, pois representam a mais antiga forma de expressão da religiosidade humana. Em comum elas têm a ideia de que o Ser Supremo está escondido dos homens, mas revela-se na natureza e comunica-se através de divindades inferiores." (Rosângela Vegetti, "Religiões", Volume 2, Editora "Mundo e Missão", pg. 169).
                As religiões tradicionais aqui tratadas referem-se especialmente as crenças dos povos africanos, dos indígenas americanos e da Oceania. Há hoje cerca de 100 milhões de pessoas que ativamente participam de religiões tradicionais.
                As religiões tradicionais possuem muitíssimos indícios da verdade, indicando que todas as crenças, por mais variadas e estranhas, provém de uma única crença - uma única verdade. Sabemos que Adão tinha a plenitude do Evangelho e a ensinou-a a seus filhos (Moisés 6:2-10). Devido a uma série de Apostasias generalizadas (GEE "Apostasia"), especialmente depois do Dilúvio, a religião pura foi corrompida. Partes da verdade, porém foram preservadas em muita culturas.
                Um exemplo disso é o rito da circuncisão. Os egípcios, em determinado período de sua História, exigiam a circuncisão porque acreditavam que a alma de uma pessoa estava em suas genitais - pois as mesmas asseguravam a descendência. Sacrificar o prepúcio mostrava submissão aos deuses. Outro ponto curioso é que o vermelho do horizonte, comum ao nascer e pôr do sol egípcio, era interpretado pelos antigos, como o reflexo do sangue que correu quando da circuncisão do deus solar Rá, de quem o faraó era o único representante.
                Os muçulmanos também praticam a circuncisão, e segundo uma lenda, Maomé teria sido circuncidado pelos anjos e nascido sem prepúcio.
                Os dogons, mossis e bambaras da África, e os pigmeus das regiões equatoriais também possuem um rito de circuncisão.
                Sabemos que Abraão, um profeta de Deus, e sua descendência, receberam esse mandamento da circuncisão de Deus, não apenas para diferencia-los de outros povos, mas para que a descendência de Abraão soubesse que as crianças não eram responsáveis perante Deus até que tivessem oito anos de idade (Tradução de Joseph Smith Gênesis 17:11-12). Com essa informação revelada adquirimos uma compreensão de que vários pontos da verdade foram perpetuados entre os mais diversos povos.
                A maioria das religiões tradicionais não possuem textos sagrados escritos. Suas crenças são transmitidas oralmente, por narrativas e canções que são repetidas incansavelmente de geração em geração.
                Os povos "primitivos" possuem uma ideia precisa de Deus. Consideram-no como criador, dão-lhe um nome ou título e testificam de sua onipresença. Raramente esse Deus Supremo, nas religiões tradicionais, encontra uma imagem ou Templo - e até os sacerdotes eram raros. Esses povos adoravam deuses menores, ou inferiores, antepassados, espíritos ou outras potências - que eram muito mais dignos para achegar-se ao Supremo, do que o homem comum.
                A existência de um Ser Supremo é certamente um dos grandes pontos em comum com a verdade do evangelho. Não acreditamos que Deus esteja escondido e que não possamos falar com Ele. Todavia, de certa forma, cremos no mesmo que as religiões tradicionais: Deus se manifesta na natureza de forma abundante. Ele também usa, de maneira frequente, espíritos, anjos e profetas para se comunicar com homens - os quais, sabemos, são seus filhos.
                Outro ponto é comum é, sem dúvida a Criação. Os pigmeus da floresta equatorial africana contam: "Ele disse: isto! eu digo: isto! e foi feito. - Mas como? ninguém sabe: nossos pais não o viram. Deus é Deus." Esse mito simples contém os princípios de verdade que observamos nos quatro relatos da Criação que possuímos como santos dos últimos dias (http://lucasmormon.blogspot.com.br/2012/01/porqueha-tres-relatos-da-criacao.html)
                Os aborígenes australianos explicam da seguinte maneira a Criação: "Ele fez cada homem sobre uma vasilha de casca de árvore. Ele ficou muito satisfeito com sua obra, contemplou-a longamente e começou a dançar em volta, depois fez-lhes os cabelos e, novamente, contemplou e ficou satisfeito; finalmente, soprou sobre eles, que se moveram, e eles dançou uma terceira vez."
                Os yuki da Califórnia dizem que, depois da criação, Deus olhou orgulhoso para sua obra e disse: "Não acreditava que poderia realizar todas essas coisas!"
                A noção do arbítrio é também um ponto comum. Os esquimós compreendiam que "ao homem cabe a responsabilidade de seus atos".
                Outro ponto em comum é o Dilúvio. "A história do dilúvio universal é comum a quase todas as civilizações, desde a China e a Rússia até Sumatra e Peru. Em termos gerais, representa o caos que advém da desarmonia entre os seres humanos e a natureza dos deuses. Muitas dessas histórias são semelhantes ao famoso relato bíblico de Noé: incluem temas como vingança divina, o anúncio antecipado do dilúvio, a construção de um barco onde se abrigarão a família e os animais e a libertação de aves para determinar se as águas haviam recuado." ("Dilúvios", Sinais & Símbolos, A Dorling Kindersley Book, pg. 39)
                Os ritos, preces e cultos fazem parte de toda cultura antiga. Isso porque o homem reconhece, em um momento ou outro sua fragilidade e dependência. A ajuda divina, porém, não era buscada no Ser Supremo. Na maioria das tradições religiosas antigas, o pescador, por exemplo, deveria buscar auxílio para o espírito da água, ou o deus dos rios. Talvez até precisasse oferecer um sacrifico para que tivesse sucesso em sua pescaria.
                Os conceitos de sacrifício e adoração, ainda que fragmentados são relevantes para traçarmos pontos em comum. Cerimônias de iniciação estão presentes no Evangelho assim como nas religiões antigas e tradicionais. Trajes sagrados, líderes religiosos, locais santos, histórias dos antepassados, padrões morais - tudo isso e muito mais testifica de um Ser Supremo, que bondosamente abençoou todos os seus filhos com frações da verdade - inclusive para prepará-los para a hora em que receberem o evangelho. Pois quando isso acontecer, perceberão a verdade completa (que esta na Igreja de Cristo) com maior facilidade, devido a luz que já receberam.

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