Estudos das Religiões: Religiões
Tradicionais
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religiões.
"Elas já foram chamadas
religiões primitivas: o termo significava sem cultura, sem técnica e fazia
pensar em seres ainda no início da escala da evolução humana. Atualmente antropólogos
e demais estudiosos preferem chamá-las de religiões tradicionais, pois
representam a mais antiga forma de expressão da religiosidade humana. Em comum
elas têm a ideia de que o Ser Supremo está escondido dos homens, mas revela-se
na natureza e comunica-se através de divindades inferiores." (Rosângela
Vegetti, "Religiões", Volume 2, Editora "Mundo e Missão",
pg. 169).
As religiões tradicionais aqui
tratadas referem-se especialmente as crenças dos povos africanos, dos indígenas
americanos e da Oceania. Há hoje cerca de 100 milhões de pessoas que ativamente
participam de religiões tradicionais.
As religiões tradicionais possuem
muitíssimos indícios da verdade, indicando que todas as crenças, por mais variadas
e estranhas, provém de uma única crença - uma única verdade. Sabemos que Adão
tinha a plenitude do Evangelho e a ensinou-a a seus filhos (Moisés 6:2-10). Devido a uma série
de Apostasias generalizadas (GEE "Apostasia"), especialmente depois do Dilúvio, a religião pura
foi corrompida. Partes da verdade, porém foram preservadas em muita culturas.
Um exemplo disso é o rito da
circuncisão. Os egípcios, em determinado período de sua História, exigiam a
circuncisão porque acreditavam que a alma de uma pessoa estava em suas genitais
- pois as mesmas asseguravam a descendência. Sacrificar o prepúcio mostrava
submissão aos deuses. Outro ponto curioso é que o vermelho do horizonte, comum
ao nascer e pôr do sol egípcio, era interpretado pelos antigos, como o reflexo
do sangue que correu quando da circuncisão do deus solar Rá, de quem o faraó
era o único representante.
Os muçulmanos também praticam a
circuncisão, e segundo uma lenda, Maomé teria sido circuncidado pelos anjos e
nascido sem prepúcio.
Os dogons, mossis e bambaras da África,
e os pigmeus das regiões equatoriais também possuem um rito de circuncisão.
Sabemos que Abraão, um profeta
de Deus, e sua descendência, receberam esse mandamento da circuncisão de Deus,
não apenas para diferencia-los de outros povos, mas para que a descendência de Abraão
soubesse que as crianças não eram responsáveis perante Deus até que tivessem
oito anos de idade (Tradução de Joseph Smith Gênesis 17:11-12). Com essa
informação revelada adquirimos uma compreensão de que vários pontos da verdade
foram perpetuados entre os mais diversos povos.
A maioria das religiões
tradicionais não possuem textos sagrados escritos. Suas crenças são
transmitidas oralmente, por narrativas e canções que são repetidas incansavelmente
de geração em geração.
Os povos "primitivos"
possuem uma ideia precisa de Deus. Consideram-no como criador, dão-lhe um nome
ou título e testificam de sua onipresença. Raramente esse Deus Supremo, nas
religiões tradicionais, encontra uma imagem ou Templo - e até os sacerdotes
eram raros. Esses povos adoravam deuses menores, ou inferiores, antepassados,
espíritos ou outras potências - que eram muito mais dignos para achegar-se ao
Supremo, do que o homem comum.
A existência de um Ser Supremo é
certamente um dos grandes pontos em comum com a verdade do evangelho. Não acreditamos
que Deus esteja escondido e que não possamos falar com Ele. Todavia, de certa
forma, cremos no mesmo que as religiões tradicionais: Deus se manifesta na
natureza de forma abundante. Ele também usa, de maneira frequente, espíritos,
anjos e profetas para se comunicar com homens - os quais, sabemos, são seus
filhos.
Outro ponto é comum é, sem
dúvida a Criação. Os pigmeus da floresta equatorial africana contam: "Ele disse: isto! eu digo: isto! e foi feito.
- Mas como? ninguém sabe: nossos pais não o viram. Deus é Deus." Esse
mito simples contém os princípios de verdade que observamos nos quatro relatos
da Criação que possuímos como santos dos últimos dias (http://lucasmormon.blogspot.com.br/2012/01/porqueha-tres-relatos-da-criacao.html)
Os aborígenes australianos
explicam da seguinte maneira a Criação: "Ele fez cada homem sobre uma
vasilha de casca de árvore. Ele ficou muito satisfeito com sua obra, contemplou-a
longamente e começou a dançar em volta, depois fez-lhes os cabelos e,
novamente, contemplou e ficou satisfeito; finalmente, soprou sobre eles, que se
moveram, e eles dançou uma terceira vez."
Os yuki da Califórnia dizem que,
depois da criação, Deus olhou orgulhoso para sua obra e disse: "Não
acreditava que poderia realizar todas essas coisas!"
A noção do arbítrio é também um
ponto comum. Os esquimós compreendiam que "ao homem cabe a responsabilidade
de seus atos".
Outro ponto em comum é o Dilúvio.
"A história do dilúvio universal é comum a quase todas as civilizações,
desde a China e a Rússia até Sumatra e Peru. Em termos gerais, representa o
caos que advém da desarmonia entre os seres humanos e a natureza dos deuses. Muitas
dessas histórias são semelhantes ao famoso relato bíblico de Noé: incluem temas
como vingança divina, o anúncio antecipado do dilúvio, a construção de um barco
onde se abrigarão a família e os animais e a libertação de aves para determinar
se as águas haviam recuado." ("Dilúvios", Sinais & Símbolos,
A Dorling Kindersley Book, pg. 39)
Os ritos, preces e cultos fazem
parte de toda cultura antiga. Isso porque o homem reconhece, em um momento ou
outro sua fragilidade e dependência. A ajuda divina, porém, não era buscada no
Ser Supremo. Na maioria das tradições religiosas antigas, o pescador, por
exemplo, deveria buscar auxílio para o espírito da água, ou o deus dos rios.
Talvez até precisasse oferecer um sacrifico para que tivesse sucesso em sua
pescaria.
Os conceitos de sacrifício e
adoração, ainda que fragmentados são relevantes para traçarmos pontos em comum.
Cerimônias de iniciação estão presentes no Evangelho assim como nas religiões
antigas e tradicionais. Trajes sagrados, líderes religiosos, locais santos, histórias
dos antepassados, padrões morais - tudo isso e muito mais testifica de um Ser
Supremo, que bondosamente abençoou todos os seus filhos com frações da verdade
- inclusive para prepará-los para a hora em que receberem o evangelho. Pois
quando isso acontecer, perceberão a verdade completa (que esta na Igreja de
Cristo) com maior facilidade, devido a luz que já receberam.
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