Néfi, após citar as palavras do
discurso de seu irmão Jacó, sobre o Plano de Salvação, disse que se deleitava
em comprovar a seu povo que sem a vinda de Cristo, todos os homens pereceriam.
Então ele afirma: "Porque se não há Cristo não há Deus, e se não há Deus
não existimos, porque não poderia ter havido criação" (2 Néfi 11:7). É uma
declaração forte, especialmente para os que não são cristãos. Ponderei como
Néfi chegou a essa conclusão e escrevi o que se segue.
Muitos no mundo acreditam em um
Deus Supremo. Alguns crêem que há um "Grande Espírito" que criou
todas as coisas (Alma 18:4, 22:11), não obstante pensam que tudo que fazem é
certo (Alma 18:5). Outros acreditam em muitos deuses (Juízes 2:12), sendo
alguns deles mais poderosos que outros (I Reis 20:23) ou um deles o principal
(Jeremias 11:13). Outros são agnósticos e outros ateus (Alma 30:36-37). Há
ainda aqueles que acreditam em um Deus bondoso, perfeito e que é seu Pai Eterno
- mas negam Cristo, dizendo que "não é razoável que venha alguém como um
Cristo; se vier e ele for Filho de Deus, o Pai do céu e da Terra, conforme
anunciado, porque não aparecerá a nós, assim como àqueles que [estiveram] em
Jerusalém?" (Helamã 16:18).
É evidente que para compreender
a afirmação de Néfi deve-se ter na mente e no coração tudo o que ele escreveu
ou fez com que fosse escrito em seus dois livros (1 Néfi e 2 Néfi) - afinal sua
frase "se não há Cristo, não há Deus" é a conclusão de um pensamento
que foi forjado dês do inicio e seu registro. Deve-se ler com sinceridade e
desejo de aprender as coisas de Deus, deve-se mergulhar nas escrituras com
coração sincero e real intenção. Não obstante, uma leitura secular (porém
profunda) dos livros de Néfi já é suficiente, ao menos para provar, porque,
para Néfi, sem Cristo não pode haver Deus.
1.
A
existência de Deus. Deus vive. Esse conhecimento Néfi recebeu de seu pai
Leí, que disse: "existe um Deus e ele criou todas as coisas, tanto os céus
como a Terra e tudo que neles há, tanto as coisas que agem como as que recebem
a ação." Leí também incutiu em seus filhos que "se não existe Deus,
nós também não existimos nem a Terra; pois não poderia ter havido criação nem
para agir nem para receber a ação; portanto, todas as coisas teriam
desaparecido" (2 Néfi 2:13-14). Néfi não dependeu do testemunho de seu
pai. Ele buscou aprender sobre Deus e seus mistérios. Ele contou: "E
aconteceu que eu, Néfi, sendo muito jovem, embora de grande estatura, e tendo
também grande desejo de saber dos mistérios de Deus, clamei, portanto, ao
Senhor; e eis que ele me visitou e enterneceu meu coração, de maneira que
acreditei em todas as palavras que meu pai dissera; por esta razão não me
revoltei contra ele, como meus irmãos." (1 Néfi 2:16) Néfi aprendeu que o
Deus de seu pai Leí não apenas era um ser real, glorioso e poderoso - sentado
em um trono e rodeado de luz e anjos (1 Néfi 1:8) - mas que era Seu Pai
Celestial que "criou a Terra para que fosse habitada; e criou seus filhos
para que a habitassem" (1 Néfi 17:36), e que Ele amava "os que o
tomam por Deus" (1 Néfi 17:40). A fé e confiança de Néfi em Deus era tão
grande que ele realizava milagres pelo poder que havia recebido de Deus (1 Néfi
4, 1 Néfi 16-18), de fato ele disse: "Se Deus me tivesse ordenado que
fizesse todas as coisas, poderia fazê-las. Se ele me ordenasse que dissesse a
esta água: Converte-te em terra, ela se converteria; e se eu o dissesse, assim
seria feito" (1 Néfi 17:50)
2.
O caráter
de Deus. Néfi não apenas acreditava em um Ser Superior, mas entendia os
atributos deste Ser. Ele aprendera algo muito importante sobre a condescendência
de Deus (1 Néfi 11:16-22). Ele disse: "sei que Deus ama seus filhos"
(1 Néfi 11:17). Depois ele registrou as palavras de seu profeta favorito:
"Pois pode uma mulher esquecer o filho que está amamentando e deixar de
sentir compaixão do filho de suas entranhas? Sim, pode esquecer; eu, porém, não
te esquecerei, ó casa de Israel. Eis que te tenho gravada nas palmas de minhas
mãos; teus muros estão continuamente diante de mim." (1 Néfi 21:15-16)
3.
O Plano
de Salvação. Por amar seus filhos, Deus lhes dá mandamentos e faz com eles
convênios (1 Néfi 17:40). Esses mandamentos e convênios permitem que os filhos
de Deus recebem alegria nesta vida e felicidade eterna no mundo vindouro. O
Plano de Salvação foi dado a Leí através de simbolismo - a famosa "Visão
da Árvore da Vida" (1 Néfi 8) [1].
Néfi também teve essa visão e aprendeu o significado dos símbolos (1 Néfi 11-15).
Ele aprendeu que a Árvore da Vida "é o amor de Deus, que se derrama nos
corações dos filhos dos homens; é, portanto, a mais desejável de todas as
coisas" (1 Néfi 11:22). Deus colocou Adão e Eva na Terra. Eles escolheram
iniciar a mortalidade, em um evento que chamados de Queda, que tornou todos os
homens decaídos. "A queda veio em
razão da transgressão [de Adão e Eva]; e porque os homens se tornaram decaídos,
foram afastados da presença do Senhor (2 Néfi 9:6). Essa Queda fazia parte do
Plano de Deus, porque se "Adão não houvesse transgredido, não teria caído,
mas permanecido no jardim do Éden. E todas as coisas que foram criadas deveriam
ter permanecido no mesmo estado em que estavam depois de haverem sido criadas;
e deveriam permanecer para sempre e não ter fim. E [Adão e Eva] não teriam tido
filhos; portanto teriam permanecido num estado de inocência, não sentindo
alegria, por não conhecerem a miséria; não fazendo o bem, por não conhecerem o
pecado. Mas eis que todas as coisas foram feitas pela sabedoria daquele que
tudo conhece. Adão caiu para que os homens existissem; e os homens existem para
que tenham alegria." (2 Néfi 2:22-25). A Queda de Adão e Eva trouxe a
morte física ao mundo e também o pecado (porque Adão e Eva passaram a conhecer
o mal). Mas felizmente o Messias veio "na plenitude dos tempos para
redimir da queda os filhos dos homens. E porque foram redimidos da queda tornam-se
livres para sempre, distinguindo o bem do mal; para agirem por si mesmos e não
para receberem a ação, salvo se for pelo castigo da lei no grande e último dia,
segundo os mandamentos dados por Deus. Portanto os homens são livres segundo a
carne; e todas as coisas de que necessitam lhes são dadas. E são livres para
escolher a liberdade e a vida eterna por meio do grande Mediador de todos os
homens, ou para escolherem o cativeiro e a morte, de acordo com o cativeiro e o
poder do diabo; pois ele procura tornar todos os homens tão miseráveis como ele
próprio" (2 Néfi 2:26-27). O Salvador Jesus Cristo é o Messias porque veio
ao mundo e entregou sua vida para salvá-lo, conforte todos os profetas
pregaram. O Sacrifício de Cristo chama-se Expiação. O irmão de Néfi explicou:
"E ele [Jesus Cristo] vem ao mundo para salvar todos os homens, se eles derem
ouvidos a sua voz; pois eis que ele sofre as dores dos homens, sim, as dores de
toda criatura vivente, tanto homens como mulheres e crianças, que pertencem à
família de Adão. E ele sofre isto para que todos os homens ressuscitem [ou
seja, vençam a morte física], para que todos compareçam diante dele no grande
dia do julgamento. E ordena a todos os homens que se arrependam e sejam
batizados em seu nome, tendo perfeita fé no Santo de Israel, pois do contrário
não poderão ser salvos no reino de Deus. E se não se arrependerem, não
acreditarem em seu nome, não forem batizados em seu nome nem perseverarem até o
fim, serão condenados, pois o Senhor Deus, o Santo de Israel, disse-o. Ele deu,
portanto, uma lei (...)" (2Néfi 9:21-25). A expiação proporciona dois
dons: um incondicional (que é a ressurreição), e outro condicional (que é o
perdão, a remissão dos pecados, a santificação) Quando o Plano de Deus é
considerado vemos "quão grandes são os convênios do Senhor e quão grande é
sua condescendência para com os filhos dos homens" (2 Néfi 9:53). Na
realidade, sentimo-nos amimados e felizes, porque percebemos que somos livres
para agir por nós mesmos - para escolher o caminho da vida eterna. O que temos
que fazer? Tão somente nós reconciliarmos com Deus, com a vontade de Deus (cumprindo
suas leis) e lembrar que é somente pelo poder expiatório de Cristo que seremos
salvos (2 Néfi 10:23-25). "Possa Deus, portanto, levantar-vos da morte
pelo poder da ressurreição e também da morte eterna (que é o pecado), pelo
poder da expiação, a fim de que sejais recebidos no eterno reino de Deus para
louvá-lo pela graça divina" (2 Néfi 2:25). Expliquei brevemente sobre o
plano de salvação na seguinte postagem: http://lucasmormon.blogspot.com/2010/04/resumo-do-plano-eterno-de-deus.html
(Ver também http://lucasmormon.blogspot.com/2010/05/expiacao.html)
4.
Oposição.
Néfi sabia que havia uma oposição ao bem e ao justo. Essa oposição, no caso de
Néfi, se manifestava no seio de sua própria família. Seus irmãos procuram em
diversas ocasiões matá-lo. A oposição ao bem e a verdade é um prova de que
existe um Deus e um Salvador: "Porque é necessário que haja uma oposição
em todas as coisas. Se assim não fosse (...) não haveria retidão, nem
iniqüidade, nem santidade, nem miséria, nem bem, nem mal. Portanto é preciso
que todas as coisas sejam reunidas em uma; pois se fossem um só corpo, deveriam
permanecer como mortas, não tendo vida nem morte, nem corrupção nem
incorrupção, nem felicidade nem miséria, nem sensibilidade nem insensibilidade.
Portanto teriam sido criadas em vão; portanto não haveria propósito na sua
criação. Portanto isso destruiria a sabedoria de Deus e seus eternos
propósitos, assim como o poder e a misericórdia e a justiça de Deus. E se
disserdes que não há lei, direis também que não há pecado. E se disserdes que
não há pecado, direis também que não há retidão. E não havendo retidão não há
felicidade. E não havendo retidão nem felicidade não haverá castigo nem
miséria. E se estas coisas não existem, não existe Deus. E se não existe Deus,
nós também não existimos nem a terra; pois não poderia ter havido criação, nem
para agir nem para receber a ação; portanto, todas as coisas inevitavelmente
teriam desaparecido" (2 Néfi 2:11-13). A realidade da oposição nos faz
perceber a necessidade de buscarmos Deus e o poder expiatório de Jesus Cristo.
Néfi fez isso. De maneira poética ele disse: "Eis que minha alma se deleita nas coisas
do Senhor; e meu coração medita continuamente nas coisas que vi e ouvi. Não
obstante, apesar da grande bondade do Senhor, mostrando-me suas grandes e
maravilhosas obras, meu coração exclama: Oh! Que homem miserável sou! Sim, meu
coração se entristece por causa de minha carne; minha alma se angustia por
causa de minhas iniqüidades. Estou cercado por causa das tentações e pecados
que tão facilmente me envolvem! E quando
desejo alegrar-me, meu coração geme por causa de meus pecados; não obstante,
sei em quem confiei. Meu Deus tem sido meu apoio; guiou-me através de minhas
aflições no deserto e salvou-me das águas do grande abismo. Encheu-me com seu
amor até consumir-me a carne. Confundiu meus inimigos, fazendo-os tremer diante
de mim. Eis que ele ouviu meu clamor durante o dia, e deu-me conhecimento por
meio de visões, durante a noite. Durante o dia eu ousadamente lhe dirigi
fervorosa oração; sim, elevei minha voz; e anjos desceram e serviram-me. E sobre
as asas de seu Espírito meu corpo foi arrebatado até montanhas muito altas. E
meus olhos contemplaram grandes coisas, sim, demasiadamente grandes para o
homem; fui, portanto, proibido de escrevê-las. Oh! Então se vi coisas tão
grandes, e se o Senhor, em sua benevolência para com os filhos dos homens,
visitou os homens com tanta misericórdia, por que, pois, deveria meu coração
chorar e minha alma padecer no vale da tristeza e minha carne definhar e minhas
forças diminuírem por causa de minhas aflições? E por que eu cederia ao pecado
por causa de minha carne? Sim, por que sucumbiria a tentações, para que o
maligno tivesse lugar em meu coração a fim de destruir minha paz e afligir
minha alma? Por que estou irado por causa de meu inimigo? Desperta, minha alma!
Não te deixes abater pelo pecado. Regozija-te, ó meu coração, e já não dês
lugar ao inimigo de minha alma. Não te ires outra vez por causa de meus
inimigos. Não enfraqueças minhas forças por causa de minhas aflições. Regozija-te,
ó meu coração; e clama ao Senhor, dizendo: O' Senhor, eu te louvarei para
sempre! Sim, minha alma se regozijará em ti, meu Deus e rocha de minha
salvação. Ó Senhor, redimirás minha alma? Livrar-me-ás das mãos de meus
inimigos? Far-me-ás tremer à vista do pecado? Que as portas do inferno estejam
constantemente fechadas diante de mim, porque meu coração está quebrantado e
contrito o meu espírito. O' Senhor, não me feches as portas da tua justiça,
para que eu ande na senda do vale profundo, para que eu seja firme no caminho
plano. Ó Senhor, rodeia-me com o manto da tua justiça! Ó Senhor, prepara um
caminho para a minha fuga diante de meus inimigos! Endireita a minha vereda
diante de mim. Não ponhas em meu caminho uma pedra de tropeço, mas limpa-o e
não obstruas o meu caminho, mas sim os caminhos de meus inimigos. Ó Senhor,
confiei em ti e em ti confiarei sempre. Não porei minha confiança no braço de
carne, pois sei que aquele que confia no braço de carne é maldito. Sim, maldito
é aquele que confia no homem, ou seja, que faz de carne o seu braço. Sim, sei
que Deus dará com liberalidade ao que pedir. Sim, meu Deus dar-me-á se eu não
pedir impropriamente; portanto levantarei minha voz a ti; sim, clamarei a ti,
meu Deus, rocha de minha retidão. Eis que minha voz eternamente ascenderá a ti,
minha rocha e meu Eterno Deus. Amém" (2 Néfi 4:16-35). (ver também: http://lucasmormon.blogspot.com/2010/05/busca-arbitrio-e-justica-de-deus.html)
5.
As
testemunhas. Néfi explicou que Deus estabelece sua palavra por pelo menos
três testemunhas. "Não obstante, Deus envia mais testemunhas e ele
confirma todas as suas palavras" (1 Néfi 1:3). Assim uma das maiores
provas da existência de Deus é a declaração de vários profetas do passado e da
modernidade (Alma 30:44). Essas testemunhas especiais conhecem o Salvador. Néfi
viu seu Redentor, assim como seu irmão Jacó e o profeta Isaías (1 Néfi 11:2-3).
Graças ao testemunho dos profetas podemos adquirir nosso próprio testemunho,
invocar o nome do Senhor e ser salvos (Romanos 10:13-17, D&C 46:13-14).
(Ver também: http://lucasmormon.blogspot.com/2012/01/o-que-e-um-apostolo.html,
http://lucasmormon.blogspot.com/2010/05/o-dom-de-crer-e-saber-que-jesus-e-o.html)
6.
A lei de
Moisés e outros símbolos. Néfi declarou: "Eis que minha alma se
regozija em confirmar a meu povo a veracidade da vinda de Cristo; pois para
este fim foi dada a lei de Moisés; e todas as coisas que foram dadas por Deus
aos homens, desde o começo do mundo, são símbolos dele" (2 Néfi 11:4). O próprio
Salvador disse: "E eis que todas as coisas têm sua semelhança e todas as
coisas são criadas e feitas para prestar testemunho de mim, tanto as coisas
materiais como as coisas que são espirituais; coisas que estão acima nos céus e
coisas que estão na Terra e coisas que estão dentro da terra e coisas que estão
embaixo da terra, tanto acima como abaixo: todas as coisas prestam testemunho
de mim." (Moisés 6:63). Abinádi explicou a um grup ode sacerdotes iníquos:
"E agora, dissestes que a salvação se alcança pela lei de Moisés. Digo-vos
que ainda é preciso que guardeis a lei de Moisés; mas digo-vos que chegará o
tempo em que não mais será necessário guardar a lei de Moisés. E digo-vos mais
ainda, que a salvação não se alcança somente pela lei; e, se não fosse pela
expiação que o próprio Deus fará pelos pecados e iniqüidades dos de seu povo,
eles inevitavelmente pereceriam, apesar da lei de Moisés. E agora vos digo que
foi necessário dar uma lei aos filhos de Israel, sim, uma lei muito severa;
porque eram um povo obstinado, rápido para cometer iniqüidades e vagaroso para
lembrar-se do Senhor seu Deus. Portanto uma lei lhes foi dada, sim, uma lei de
ritos e de ordenanças, uma lei que deveriam observar rigorosamente, dia a dia,
para conservarem viva a lembrança de Deus e de seu dever para com ele. Mas eis
que vos digo que todas essas coisas eram símbolos de coisas futuras. Ora,
entendiam eles a lei? Digo-vos que não; nem todos entendiam a lei; e isso por
causa da dureza de seus corações; porque não compreendiam que ninguém poderia
ser salvo, a não ser pela redenção de Deus. Pois eis que não lhes profetizou
Moisés acerca da vinda do Messias e que Deus redimiria o seu povo? Sim, e mesmo
todos os profetas que profetizaram desde o princípio do mundo - não falaram
eles mais ou menos a respeito destas coisas? Não disseram eles que o próprio
Deus desceria entre os filhos dos homens e tomaria a forma de homem e andaria
com grande poder sobre a face da terra? Sim, e não disseram também que ele
proporcionaria a ressurreição aos mortos e que ele próprio seria oprimido e
afligido?" (Mosias 13:26-35). (Ver também http://lucasmormon.blogspot.com/2010/04/moises-659-60-nascer-de-novo.html
e http://lucasmormon.blogspot.com/2010/11/hermeneutica-teologica.html)
7.
O
Espírito Santo. Néfi aprendeu por experiência própria que Deus concede um
dom a todos os que buscarem com fervor: "Pois aquele que procurar
diligentemente, achará; e os mistérios de Deus ser-lhe-ão desvendados pelo
poder do Espírito Santo, tanto agora como no passado e tanto no passado como no
futuro; portanto, o caminho do Senhor é um círculo eterno" (1 Néfi 10:19).
Mais tarde em seu registro ele adverte: " Portanto, agora que vos disse
estas palavras, se não as compreenderdes será porque não pedis nem bateis; de
modo que não sereis levados para a luz, mas perecereis na escuridão. Pois eis
que vos digo novamente que se entrardes pelo caminho e receberdes o Espírito
Santo, ele vos mostrará todas as coisas que deveis fazer." O Espírito
Santo. O Senhor explicou: "E esta é minha doutrina e é a doutrina que o
Pai me deu; e dou testemunho do Pai e o Pai dá testemunho de mim e o Espírito
Santo dá testemunho do Pai e de mim; e eu dou testemunho de que o Pai ordena a
todos os homens, em todos os lugares, que se arrependam e creiam em mim."
(3 Néfi 11:32). (Ver também: http://lucasmormon.blogspot.com/2010/12/o-mais-importante-conhecimento.html,
http://lucasmormon.blogspot.com/2010/10/1-nefi-222-espirito-de-revelacao.html,
e http://lucasmormon.blogspot.com/2010/07/revelacao.html)
Conclusão.
Para Néfi não há como conceber a
existência de um Ser Superior - que é Nosso Pai Celestial, sem pensar que
exista alguma poder, algum caminho, para que o homem decaído seja redimido, e
possa voltar a presença do Pai. Para alguém que entende a realidade da Queda,
os perigos das tentações do diabo e as consequências do mal - tristeza, dor e ignorância
- um poder expiatório não é apenas desejável, é vital! Por isso sem um Salvador Deus não existe - pelo menos, não
um Deus bondoso, não um Pai Celestial
- pois um pai terreno, ainda que imperfeito, cuida, protege e guia seus filhos.
Como, pois, um Pai Perfeito e Glorificado, ignoraria seus filhos, deixando-os
apodrecer em desespero? Como diz a escritura: Se vós, pois, sendo maus, sabeis
dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus,
dará bens aos que lhe pedirem? (Mateus 7:11). E como esta registrado em Lucas
11:13: "Pois se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos
filhos, quanto mais dará o Pai celestial o Espírito Santo àqueles que lho
pedirem?"
Existe um Deus. Néfi sabia
disso, e eu sei também. Existe um
Cristo. Néfi sabia disso, e eu sei também.
Se alguém prega que não há Cristo, esta pessoa não acredita em Deus - não em um
Deus pessoal, bondoso - que é um Pai no pleno sentido da palavra. Para àqueles
que desafiam as escrituras, e negam a Cristo, ou para àqueles que são fracos na
fé, tímidos na esperança e inertes nas boas obras, convido-os a examinar as
escrituras pois elas testificam de Cristo (João 5:39, 2 Néfi 33:10-11). O
Espírito esta pronto a testificar a nós, tão longo nos dispormos a ouvir e
aprender.
Jesus Cristo é o Filho de Deus.
Ele é Deus. Ele é nosso Deus. Ele morreu por nós.
[1] Nesta
Visão, Leí esta seguindo um homem, em um escuro e triste deserto. Após caminhar
por muitas horas nas trevas, ele começa a orar ao Senhor para que tenha compaixão
de sua alma, segundo as ternas e infinitas misericórdias de Deus. Ele vê então
um campo largo e espaçoso e uma bela árvore. Ele se aproxima da árvore e come
do seu branco fruto. Ele então sente a alma encher se imensa alegria e começa a
desejar que sua família também coma deste fruto. Ao olhar ao redor ele vê sua
família. Ele acena e grita. Parte de sua família aceita ir comer do fruto.
Outra parte não. Leí repara que para se chegar a árvore há um caminho estreito
e apertado. Uma barra de ferro acompanha o caminho. Do outro lado, em oposição
a árvore, há um grande e espaçosos edifício. Há multidões espalhadas pelo
campo. Muitos se esforçam para chegar ao edifício, que parece estar flutuando
no ar. Outros avançam com esforço, continuamente agarradas à barra de ferro,
até que chegam, prostram-se e comem do fruto preciso da Árvore da Vida. Há obstáculos
a serem superados, todavia, antes de se provar do fruto. Um rio feroz margeia o
caminho - e quem cai no rio se afoga. Há também um "névoa de
escuridão", que cega os olhos das pessoas. O relato contém ainda outros
detalhes, como o empenho dos que estão no grande edifício de zombar dos que
chegam na árvore, e a vergonha que alguns que experimentaram do fruto sentem
devido a zombaria do que apontam o dedo do outro lado do rio. Néfi explicou o
significado do sonho. Ele disse que a árvore da vida é um símbolo do amor de
Deus. Disse que o edifício simboliza o mundo de iniquidades. O caminho estreito
e apertado não os convênios, a barra de ferro é a palavra de Deus. A névoa são
as tentações, o rio é o inferno. A conclusão é de que estamos numa jornada. Há
uma oposição, podemos escolher comer da árvore da vida ou entrar no grande e espaçoso
edifício. Escolher comer do fruto requer coragem. O caminho é estreito e
apertado, mas segue em linha reta. Haverá grande oposição, mas a recompensa vale
qualquer sacrifício. Escolher entrar ou permanecer no edifício é uma decisão
ruim a longo prazo, pois o edifício cairá, e grande será sua queda. Essas
pessoas desfrutam de um riso temporário, e seu divorcio com a felicidade tem
prazo certo.
Um comentário:
Lucas, seu testemunho fortalece o meu!
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